JACULATÓRIA
É uma aspiração doce e fervorosa, repetida ou por palavras ou só mentalmente, para nos recordarmos da presença de Deus, do amor que lhe devemos e para nos conservarmos em união com Ele.
JEJUM EUCARÍSTICO
Além do jejum ordinário, que é penitência, há o jejum eucarístico ou natural, que consiste em não comer nem beber nada desde a meia noite até à comunhão [atualmente, não se alimentar uma hora antes da comunhão]. Quebra-se o jejum eucarístico quando alguma coisa digerível, vinda do exterior, se toma a modo de comida ou bebida. Pode-se comungar sem estar em jejum: em perigo de vida para receber o sagrado Viático; para evitar a profanação das sagradas espécies; para evitar em certos casos o escândalo ou a infâmia. Os doentes que estão de cama (e de que não se espera com certeza uma rápida convalescença) podem comungar, segundo o prudente parecer do confessor, uma ou duas vezes por semana, ainda que antes tomem algum alimento líquido ou algum remédio, mesmo sólido.
JUGO DE CRISTO
É a Religião Católica. É ela que nos ensina e leva à prática da mansidão e da humildade. Quem pratica estas virtudes conserva a paz na sua alma e não perturba a paz do próximo. Para quem vive em paz, as cruzes que acompanham a vida são suaves; Deus alivia o seu peso. Foi Jesus que disse: 'Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas, porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve' (Mt 11, 29 - 30).
JUÍZO FINAL
É o julgamento que Deus fará de todos os homens, no fim do mundo. Nesse momento, cada um pode ver tudo o que está na consciência dos outros, pois diz o Apóstolo: 'Virá o Senhor, o qual não só porá às claras o que se acha escondido nas trevas, mas descobrirá os desígnios dos corações' (I Cor 4, 5). A Sagrada Escritura previne-nos de como será feito o julgamento final. Serão todas as gentes congregadas diante de Jesus Cristo, que separará uns dos outros como o pastor separa os cabritos das ovelhas, e assim porá as ovelhas à direita, e os cabritos (os pecadores) à esquerda. Então dirá o Rei aos que hão de estar à sua direita (que são os justos): 'Vinde, benditos de meu Pai, possuí o reino (celeste) que vos está preparado desde o princípio do mundo'. Então dirá também aos que estão à esquerda: 'afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, que está preparado para o diabo e para os seus anjos'. E irão estes para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna (Mt 25, 32 -34, 41. 46). Tal é o fim de todo o homem que vem a este mundo, seja ele quem for, queira ou não queira, creia ou não creia.
JUÍZO PARTICULAR
É aquele a que a alma se há de sujeitar imediatamente após a morte, para lhe ser determinado o lugar da sua morada eterna. Assim o ensina São Paulo dizendo: 'Está estatuído que o homem morre uma só vez, e que depois se lhe segue o julgamento' (Hb 9, 27), 'todos devemos comparecer diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo cada um tiver feito bem ou mal' (II Cor 5, 10). O julgamento é mental e momentâneo. A alma, ao separar-se do corpo, encontra-se com Deus, que está em toda a parte; vê em si mesma todos os atos da sua vida, que estão todos presentes a Deus; Deus faz-lhe conhecer a sentença que merece, e a alma entra no lugar do seu justo destino: ou no purgatório, ou no céu ou no inferno.
JUÍZO TEMERÁRIO
É a firme convicção, sem razão suficiente, do pecado ou do vício do próximo. É pecado contra a justiça, porque ofende, embora interiormente, a fama do próximo. Jesus Cristo previne-nos contra o juízo temerário, dizendo: 'Não queirais julgar segundo as aparências, mas julgai segundo a reta justiça' (Jo 7, 24). Não devemos julgar os outros sem estarmos, ao menos moralmente, certos de que é justo o nosso juízo. O juízo temerário procede de alguma destas causas: da maldade do que julga, do ódio, da vingança, ou da experiência da fragilidade humana. Quem não tem autoridade para julgar não se constitua juiz do seu próximo. As dúvidas que se nos apresentam sobre as ações do próximo devem ser julgadas favoravelmente.
JUSTIFICAÇÃO
Consiste na remissão do pecado mortal pela infusão da graça habitual. É a passagem do estado de pecado mortal ao estado de graça de Deus, de sorte que a alma que recebe a graça santificante ou habitual fica completamente transformada como se fosse uma alma nova. Assim o indica o Apóstolo São João, dizendo: 'Se confessarmos os nossos pecados, fiel é (Deus) e justo para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda a iniquidade' (Jo 1, 9). Purificados de toda a iniquidade, ficamos em estado de entrar no Céu, como ensina o Apóstolo São Paulo, dizendo: 'Onde abundou o pecado, superabundou a graça, para que assim como o pecado reinou para a morte, assim também reine a graça pela justiça para a vida eterna, por meio de Jesus Cristo Senhor nosso' (Rm 20, 31). O homem justificado não pode julgar-se seguro de não perder a graça que o justificou; pode perdê-la, e perde-a logo que comete um pecado mortal. Jesus nos faz esta prevenção: 'Vigiai e orai para não cairdes em tentação' (Mt 26, 41). O que o Apóstolo São Paulo diz por estas palavras: 'Aquele que julga estar seguro acautele-se para não cair' (1 Cor 10, 12). Não troquemos a graça de Deus pela vileza dos prazeres sensíveis.
KYRIES
São invocações que se fazem na Missa e nas ladainhas, acrescentando-se a elas a palavra Eleison. São duas palavras gregas que querem dizer: Senhor, tende misericórdia de nós. São dirigidas à Santíssima Trindade, e são ditas três vezes na Missa e nas ladainhas. Como, porém, a segunda invocação se dirige a Jesus Cristo, em vez de Kyrie, diz-se nesse caso Christe.
LADAINHA
É palavra que significa súplica. É uma série de invocações que a Igreja faz ao nome de Deus, da Virgem Maria e dos santos. Há várias ladainhas: a de Nossa Senhora, invocando a Virgem Maria sob diversos títulos; a de Todos os Santos, invocando a misericórdia de Deus por intercessão dos santos; a de São José e outras, que se rezam em certos atos de devoção.
LAICISMO
É o sistema que tem como princípio fundamental a autonomia absoluta da razão e da vontade humana. Nega a possibilidade de qualquer religião, mesmo da religião natural.
LAUDES
É a segunda parte do Oficio Divino, rezada imediatamente após Matinas.
LEIGOS
São os fiéis que não pertencem à classe dos clérigos. Todos devem reverência aos clérigos e cometem o delito de sacrilégio quando lhes fazem uma verdadeira injúria. São dignos de louvor se entrarem nas associações eretas ou ao menos recomendadas pela Igreja, e devem estar acautelados contra as associações secretas, condenadas, sediciosas, suspeitas, ou que procuram fugir à vigilância da Igreja. Os leigos podem tomar parte na administração dos bens eclesiásticos.
LEITURA ESPIRITUAL
É a leitura de livros espirituais, muito útil e mesmo necessária às pessoas que desejam seguir vida sobrenatural, assim como aos diretores de almas. A necessidade de tal leitura resulta das dificuldades que de ordinário se encontram no caminho da perfeição, e as dificuldades não são menores para o diretor do que para as pessoas dirigidas. Não deve, porém, a pessoa dirigida ler os livros que lhe apetecer e sim os que o seu Diretor Espiritual lhe indicar; por seu lado, o Diretor só deve indicar livros apropriados ao grau de perfeição da pessoa que dirige ou que aconselha. Na leitura desses livros, não deve entrar a curiosidade, mas o sincero desejo de encontrar incitamentos para uma maior perfeição, para a prática mais sólida das virtudes sobrenaturais.
LIVROS LITÚRGICOS
São os livros que a Igreja usa nas orações e cerimônias litúrgicas: o Missal é o livro que contém as Missas que o sacerdote celebra durante todo o ano; o Breviário é o livro que contém a oração cotidiana oficial que a Igreja impõe aos seus ministros de ordens maiores e também aos monges perpetuamente ligados pelos votos; o Ritual é o livro que contém a forma de administrar os sacramentos, exceto o da Ordem, as orações das várias bênçãos e o cerimonial das procissões.; o Cerimonial dos Bispos é o livro que contém as regras das cerimônias religiosas presididas pelo bispo e o Pontifical Romano é o livro pelo qual o bispo confere os sacramentos da Confirmação e da Ordem, e que contém as bênçãos que lhes são reservadas.
LUXÚRIA
É um dos pecados capitais, e consiste no desordenado desejo dos vergonhosos deleites sensuais. São cinco os graus da luxúria: o olhar, o prazer, o deleite, o consentimento e a ação. Nenhuma paixão deprime a razão como a gula e a luxúria. As causas que provocam os pecados da luxúria são: a ociosidade e a sensualidade, as más leituras, as modas imodestas, a frequentação de assembleias mundanas e os espetáculos imorais. 'As más companhias corrompem os costumes', avisa o Apóstolo São Paulo (1 Cor 15, 33). E São João recomenda que 'não amemos o mundo porque tudo o que há no mundo é concupiscência da carne, concupiscência dos olhos, e soberba da vida' (I Jo 2, 16). Para evitar o pecado da luxúria, devemos afastar-nos das más companhias e dos prazeres que o mundo oferece, devemos mortificar os nossos sentidos e os movimentos desordenados da nossa carne, e devemos pedir
a Deus a graça preciosa para se guardar a virtude da castidade.
LUZ DA GLÓRIA
É um auxílio que Deus concede aos bem-aventurados para que possam contemplar a Majestade Divina face a face.
(Verbetes da obra 'Dicionário da Doutrina Católica', do Pe. José Lourenço, 1945)