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segunda-feira, 13 de maio de 2024

107 ANOS DE FÁTIMA

Fátima é o acontecimento sobrenatural mais extraordinário de Nossa Senhora e a mais profética das aparições modernas (que incluíram a visão do inferno, 'terceiro segredo', consagração aos Primeiros Cinco Sábados, orações ensinadas por Nossa Senhora às crianças, consagração da Rússiamilagre do sol e as aparições do Anjo de Portugal), constituindo a proclamação definitiva das mensagens prévias dadas pela Mãe de Deus em Lourdes e La Salette. Por Fátima, o mundo poderá chegar à plena restauração da fé e da vida em Deus, conformando o paraíso na terra. Por Fátima, a humanidade será redimida e salva, pelo triunfo do Coração Imaculado de Maria. Se os homens esquecerem as glórias de Maria em Fátima e os tesouros da graça, serão também esquecidos por Deus.

'por fim, o meu Imaculado Coração triunfará'


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FÁTIMA EM 100 FATOS E FOTOS

sábado, 13 de maio de 2023

FÁTIMA - 106 ANOS (1917 /2023)

  

'Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos de seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores'.

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(a história completa de Fátima resumida em 100 questões):


FÁTIMA EM 100 FATOS E FOTOS

terça-feira, 21 de junho de 2022

OS 5 PASSOS DA APOSTASIA UNIVERSAL

1. O nascimento da apostasia universal: cisma protestante de Lutero em detrimento à unidade da Igreja. 
Frutos da apostasia de Lutero: centenas ou milhares de denominações e seitas protestantes atuais.

2. A confrontação inicial à apostasia universal: a iniquidade exposta até a raiz, quando o Papa São Pio X definiu o modernismo, no final do século XIX, como a síntese de todas as heresias (Encíclica Pascendi Dominici Gregis).
Fruto da oposição à apostasia: promulgação do Manifesto Antimodernista (que deveria ser proferido e comungado por todos os padres e bispos da Igreja).

3. O renascimento da apostasia universal: Concílio Vaticano II (mudança de rota da Igreja, confrontação à Igreja Tradicional, renovação do modernismo)
Frutos da renovação modernista: Teologia da Libertação, culto ao ecumenismo, busca da adaptação da doutrina da Igreja às coisas e humores do mundo.

4. A imposição da apostasia universal: a infiltração demoníaca da Igreja pelo topo (a Igreja combatida e combalida por dentro)
Frutos da imposição da apostasia universal: perda da unidade doutrinária, abusos da liturgia, escândalos da Igreja, indiferentismo religioso, clérigos e leigos vistos como homens iguais e comuns.

5. O triunfo da apostasia universal: a consumação de uma falsa Igreja - a Igreja do Anticristo (abominação da desolação, negação de Deus, nulidade dos dogmas, triunfo das heresias, domínio e reinado absoluto da iniquidade).

Este triunfo (efêmero) da iniquidade, que abarca um período de provação singular para a Igreja de Cristo, como fruto dantesco de uma apostasia universal, tem sido confirmado reiteradamente em muitos acontecimentos da história recente da Igreja, particularmente pelas revelações da Santíssima Virgem em Fátima:

1. A Visão do Papa Leão XIII sobre um diálogo entre Jesus Cristo e Satanás, no qual o diabo alegou que poderia destruir a Igreja Católica, se tivesse mais poder e mais tempo, o que lhe teria sido concedido por um tempo de 100 anos. 

2. 'Seu conteúdo diz respeito à fé. Caracterizar o [Terceiro] Segredo com anúncios catastróficos ou com um holocausto nuclear é distorcer o significado da mensagem. A perda da fé de um continente é pior que a aniquilação de uma nação; e é verdade que a fé está diminuindo continuamente na Europa'
(Dom Alberto Amaral, terceiro bispo de Fátima, numa conferência em Viena, Áustria, a 10 de setembro de 1984).

3. 'No Terceiro Segredo está previsto, entre outras coisas, que a grande apostasia na Igreja começa no topo' (Luigi Ciappi, teólogo pessoal de quatro papas).

4. 'Sabe, Gabriele? Satanás entrou no seio da Igreja e em muito pouco tempo governará uma falsa Igreja'
(Palavras do Santo Padre Pio de Pietrelcina à Gabriele Amorth, famoso exorcista do Vaticano, como reveladas por ele).

5. 'Através de alguma rachadura a fumaça de Satanás entrou no Templo de Deus' (Paulo VI, pouco tempo depois do fim do Concílio Vaticano II).

Quando tudo parecer perdido, quem ficará de pé? 'O Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?' (Lc 18,8).

segunda-feira, 30 de maio de 2022

A CRISE DA IGREJA E AS MENSAGENS DE FÁTIMA

É certeza definida para qualquer católico consciente e minimamente imbuído das premissas da fé cristã o enorme impacto e magnitude da crise atual da Santa Igreja. A perda de referências da genuína civilização cristã impôs - e impõe duramente hoje - uma infinidade de erros, deturpações, desvios, inconsistências, heresias e mesmo blasfêmias delirantes aos rumos e perspectivas da Igreja. Neste contexto, não bastam o ateísmo, o agnosticismo ou o panteísmo de leigos consagrados de corpo e alma ao delirium tremens. Não bastam sacerdotes e religiosos amalgamados pela miséria dos instintos. Não bastam bispos e cardeais revestidos de seus majestosos sepulcros caiados. Não basta um papa (ou papas) incrédulos ou contraditórios. É preciso o caos completo e uníssono: é preciso o espólio da iniquidade universal para o reinado do Anticristo.

Neste contexto - neste caminho de imersão no caos crescente - houve de tudo, pois a virulência do redemoinho impõe a completa turbulência dos vórtices. Num arrimo inicial, o arcebispo Lefebvre consagrou quatro bispos em Écône, opondo-se francamente a um mandato papal e violando, desta forma, a Constituição Divina da Igreja relativa à sucessão apostólica e descumprindo hereticamente o ensinamento dogmático do Vaticano I sobre o primado papal de jurisdição. Em oposição aos atos de Lefebvre, ruminou-se todo tipo de sedevacantismo. Mais recente, a renúncia do papa Bento XVI alimentou de súbito e de forma extrema o caudal da rebentação, não menos que o eufemismo teológico do seu sucessor, o papa Francisco. 

Neste redemoinho crescente, multiplicaram-se os fluxos divergentes que propuseram, em diferentes momentos, cenários como a deposição imediata de Francisco pelo Colégio dos Cardeais; a não validade do pontificado de Francisco; a não validade da abdicação de Bento XVI e outras tantas digressões absurdas e fantasiosas. De uma certa maneira, parte da intelectualidade católica - mesmo a tradicional - pressupõe que Francisco e Bento XVI são promotores de teologias distintas e não que constituem consequências óbvias de uma mesma seiva e de uma mesma raiz. Francisco e Amores Laetitia não seriam possíveis sem a teologia de Bento XVI. Mas, de forma alguma, seria possível conceber que sejam ambos pontífices ilegítimos. Não o são.

Quando você se encontra mergulhado numa corrente tempestuosa que o arrasta através de uma garganta rochosa profunda, o que se pode fazer? Agarrar-se aos vórtices que o submergem como fardo inútil? Ou buscar um galho ou um tronco no desvario das águas, que possa ser instrumento de segurança, proteção e guia potencial para um subsequente refúgio nas margens? Esse é o desafio da cristandade atual e é miseravelmente doloroso constatar que a enorme maioria dos católicos há muito optou por fazer a primeira opção, sejam porque não querem remar contra a corrente, sejam porque acham que espernear sofregamente podem livrá-los da má sorte final; em ambos os casos, o fim será o mesmo: vão morrer afogados e esmagados pelas águas das heresias e do indiferentismo religioso. 

O que poderia ser esse tronco de salvação e por que, com toda a certeza, é possível acessá-lo nesta corredeira descomunal? A resposta é absolutamente simples: este tronco de salvação nos foi legado pelos Céus num ermo vilarejo de Portugal no início do século XX, pelas impressionantes mensagens de Nossa Senhora de Fátima. Aceitar e fazer cumprir os pedidos de Nossa Senhora de Fátima é a nossa tábua de salvação, forjada pelos seguintes pontos: 

➤ a perseverança inabalável nas verdades e na atualidade do Evangelho de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador e ao firme compromisso aos sacramentos da Igreja, em contraposição à perda generalizada da fé e a uma era de apostasia universal. Para isso, Ela se nos apresenta como o modelo a ser seguido – Maria, a Virgem fiel – conclamando-nos, em um apelo preocupante e aflito, à consagração ao seu Imaculado Coração;

➤ a necessidade de conversão plena e imediata pelos caminhos da oração (particularmente o Rosário), o jejum e a penitência, fazendo uso da confissão frequente, intensa vida eucarística, fuga do pecado a qualquer preço e vida íntima na graça de Deus, em contraposição a uma civilização ateia e materialista, forjada na adoração às falsas divindades do poder, do dinheiro e do prazer;

➤ a conscientização da gravidade dos tempos atuais, do reinado do pecado e da apostasia generalizada, em contraponto à perda da fé e ao desmoronamento da civilização cristã;

➤ o preço terrível que a Igreja e toda a humanidade haverão de pagar por forjarem, por covardia, malícia ou indiferentismo, um mundo incendido por novas eras, novas ciências, novas seitas e novas ideologias, que visam corromper o homem como criatura divina e prescrevem civilizações e sociedades alicerçadas por uma completa rejeição a Deus.

O que você deve fazer? Assumir o compromisso de ler  integralmente e com esmerado espírito de recolhimento interior as mensagens de Fátima (ver, por exemplo, Fátima em 100 Fatos e Fotos, neste blog) e colocar-se como náufrago da tormenta despenhadeiro abaixo, diante deste tronco de salvação possível. O que você tem feito à luz destas revelações (recitação do terço, devoção dos primeiros sábados, comunhão frequente, oração pela paz do mundo ou pelas almas do Purgatório, etc)? Como você se insere no contexto dos pedidos da Virgem de Fátima? Como leitor curioso ou como legado de vida cristã? Nessa resposta, nesta posição de combate ou de indiferentismo, está ou não ao alcance de suas mãos o tronco de salvação - da sua alma e de muitos outros, ainda que sejam todos apenas um pequeno resto. A alternativa é o castigo final tão claramente previsto em Fátima: o mergulho no abismo das águas ensandecidas por tantas heresias e ideologias diabólicas que buscam submergir a todos num desvario sem fim...

sexta-feira, 13 de maio de 2022

FÁTIMA - 105 ANOS

 

'Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos de seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores'.

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(a história completa de Fátima resumida em 100 questões):


FÁTIMA EM 100 FATOS E FOTOS

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

POR QUE REZAR O TERÇO TODOS OS DIAS?

Por que Nossa Senhora nos mandou rezar o Terço todos os dias e não nos mandou ir todos os dias assistir e tomar parte na Santa Missa?

Irmã Lúcia respondeu assim:

'Trata-se de uma pergunta que me tem sido feita muitas vezes e à qual gostaria de dar resposta agora. Certeza absoluta do porquê não a tenho, porque Nossa Senhora não me explicou e a mim também não me ocorreu de perguntar. Digo, por isso, simplesmente o que me parece e me é dado compreender a este respeito. Na verdade, a interpretação do sentido da mensagem deixo-a inteiramente livre à Santa Igreja, porque é a ela que pertence e compete; por isso, humildemente e de boa vontade me submeto a tudo o que ela disser e quiser corrigir, emendar ou declarar.

A respeito da pergunta feita, penso que Deus é Pai; e, como Pai, acomoda-se às necessidades e possibilidades dos seus filhos. Ora, se Deus, por meio de Nossa Senhora, nos tivesse pedido para irmos todos os dias participar e comungar na Santa Missa, por certo haveria muitos a dizerem, com justo motivo, que isso não lhes era possível. Uns, por causa da distância que os separa da igreja mais próxima onde se celebra a Eucaristia; outros, porque não lhe permitem as suas ocupações, os seus deveres de estado, o emprego, o seu estado de saúde, etc. Ao contrário, a oração do terço é acessível a todos, pobres e ricos, sábios e ignorantes, grandes e pequenos.

Todas as pessoas de boa vontade podem e devem, diariamente, rezar o seu terço. E para quê? Para nos colocarmos em contato com Deus, agradecer os seus benefícios e pedir-lhe as graças de que temos necessidade. É a oração que nos leva ao encontro familiar com Deus, como o filho que vai ter com o seu pai para lhe agradecer os benefícios recebidos, tratar com ele os seus assuntos particulares, receber a sua orientação, a sua ajuda, o seu apoio e a sua bênção.

Dado que todos temos necessidade de orar, Deus pede-nos, digamos como medida diária, uma oração que está ao nosso alcance: a oração do terço, que tanto se pode fazer em comum como em particular, tanto na igreja diante do Santíssimo como no lar em família ou a sós, tanto pelo caminho quando de viagem, como num tranquilo passeio pelos campos. A mãe de família pode rezar enquanto embala o berço do filho pequenino ou trata do arranjo de casa. O nosso dia tem vinte e quatro horas; não será muito se reservarmos um quarto de hora para a vida espiritual, para o nosso trato íntimo e familiar com Deus!

Por outro lado, eu creio que, depois da oração litúrgica do Santo Sacrifício da Missa, a oração do santo Rosário ou Terço, pela origem e sublimidade das orações que o compõem e pelos mistérios da redenção que recordamos e meditamos em cada dezena, é a oração mais agradável que podemos oferecer a Deus e de maior proveito para as nossas almas. Se assim não fosse, Nossa Senhora não o teria recomendado com tanta insistência.

Ao dizer o Rosário ou o Terço, não quero significar que Deus necessite que contemos as vezes que lhe dirigimos as nossas súplicas, os nossos louvores ou agradecimentos. Certamente Deus não precisa que os contemos: nEle tudo está presente! Mas nós precisamos de os contar, para termos a consciência viva e certa dos nossos atos e sabermos com clareza se temos ou não cumprido o que nos propusemos oferecer a Deus a cada dia, para preservarmos e aumentar o nosso trato de direta convivência com Deus, e, por esse meio, conservarmos e aumentarmos em nós a fé, a esperança e a caridade.

Direi ainda que, mesmo aquelas pessoas que têm possibilidade de tomar parte diariamente na Santa Missa, não devem, por isso, descuidar-se de rezar diariamente o seu terço. Bem entendido que o tempo apropriado para a oração do terço não é aquele em que toma parte na Santa Missa. Para estas pessoas, a oração do terço pode considerar-se uma preparação para melhor participarem da Eucaristia, ou então como uma ação de graças pelo dia afora.

Não sei bem, mas do pouco conhecimento que tenho do trato direto com as pessoas em geral, vejo que é muito limitado o número das almas verdadeiramente contemplativas que mantêm e conservam um trato de íntima familiaridade com Deus que as prepare dignamente para a recepção de Cristo, na Eucaristia. Assim, também para estas, torna-se necessária a oração vocal, o mais possível meditada, ponderada e refletida, como deve ser o terço.

Há muitas e belas orações que bem podem servir de preparação para receber Cristo na Eucaristia e para manter o nosso trato familiar de íntima união com Deus. Mas não me parece que encontremos alguma mais que se possa indicar e que melhor sirva para todos em geral, como a oração do Terço ou Rosário. Por exemplo, a oração da Liturgia das Horas é maravilhosa, mas não creio que possa ser acessível a todos, nem que alguns dos salmos recitados possam ser bem compreendidos por todos em geral. É que requer uma certa instrução e preparação que a muitos não se pode pedir. Talvez por todos estes motivos e outros que nós não conhecemos, Deus, que é Pai e compreende melhor do que nós as necessidades dos seus filhos, quis pedir a reza diária do Terço condescendendo até ao nível simples e comum de todos nós para nos facilitar o caminho do acesso a Ele.

Enfim, tendo presente o que nos tem dito, sobre a oração do Rosário ou Terço, o Magistério da Igreja ao longo dos anos - alguma coisa vos recordarei mais adiante - e o que Deus, por meio da sua mensagem, tanto nos recomenda, podemos pensar que aquela é a fórmula de oração vocal que a todos, em geral, mais nos convém, e da qual devemos ter sumo apreço e na qual devemos por o melhor empenho para nunca a deixar. Porque melhor do que ninguém, sabem Deus e Nossa Senhora aquilo que mais nos convém e de que temos mais necessidade. E será um meio poderoso para nos ajudar a conservar a fé, a esperança e a caridade.

Mesmo para as pessoas que não sabem ou não são capazes de recolher o espírito a meditar, o simples ato de tomar as contas na mão para rezar é já um lembrar-se de Deus, e o mencionar em cada dezena um mistério da vida de Cristo é já recordá-los, e esta recordação deixará acesa nas almas a terna luz da fé que sustenta a mecha que ainda fumega, não permitindo assim que se extinga de todo.

Pelo contrário, os que abandonam a oração do terço e não tomam diariamente parte no Santo Sacrifício da Missa, nada têm que os sustente, acabando por se perderem no materialismo da vida terrena. Assim, o Rosário ou Terço é a oração que Deus, por meio da sua Igreja e de Nossa Senhora, nos tem recomendado com maior insistência para todos em geral, como caminho e porta de salvação: Rezem o Terço todos os dias' (Nossa Senhora, em 13 de Maio de 1917).

(Excertos da obra 'Irmã Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado', em 'Apelos da Mensagem de Fátima', 2000)

terça-feira, 20 de julho de 2021

DUAS IGREJAS E DUAS LÚCIAS DE FÁTIMA?

Dentre os extraordinários fatos e revelações que caracterizam as mensagens de Nossa Senhora em Fátima, um dos mais perturbadores e absurdos é a personagem da Irmã Lúcia após 1957 - 1960. São duas Lúcias tão diversas quanto a realidade e a versão divulgada do Terceiro Segredo. Na história dos primeiros 40 anos dos eventos (1917 - 1957) - um período aproximado - temos conhecimento de uma Lúcia tipificada pela introversão e penitência de claustro, sob confinamento forçado ou não, mas fazendo, com as profundas limitações de suas próprias forças e condições, o que Nossa Senhora lhe dera por missão, na sua Segunda Aparição - a difusão no mundo da devoção ao Imaculado Coração de Maria:

– Queria pedir-Lhe para nos levar para o Céu.
– Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração.
– Fico cá sozinha? – perguntei, com pena.
– Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.

Essa Lúcia - a Lúcia das aparições - tinha antecipado o seu 'sim' aos desígnios da graça já na Primeira Aparição:

- Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores?
Sim, queremos.
Ide, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.

Assim, a missão de Lúcia foi estabelecida pela via do ostracismo e do sofrimento, longe da realidade do mundo: – 'Ide, pois, ter muito que sofrer'. Lúcia não ganharia o Céu de imediato e nem teria mais o mundo. Neste escondimento e anonimato, entretanto, nunca esteve realmente sozinha, pois Nossa Senhora sempre a amparou – O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus. Com uma vida inteiramente dedicada à oração, penitências e sacrifícios, Lúcia cumpriu a sua missão, não como fonte irradiadora da luz divina, mas como espelho débil e generoso de que se valeu Nossa Senhora para nele refletir os portentosos desígnios da Providência divina.

A Irmã Lúcia revelou expressamente que o Terceiro Segredo de Fátima deveria ser revelado em 1960 ou até um pouco antes, em caso da sua morte. E por que 1960? Porque este ano representa uma data referencial para o cerne da revelação mariana: uma crise de fé universal, tão crítica e tão tremenda que seria capaz de abalar os fundamentos da Igreja - uma aurora de uma apostasia universal e a destruição quase completa dos fundamentos da Santa Igreja Católica. Assim, o ano de 1960 era de especial e fundamental relevância para o bem da Igreja e do mundo no sentido de uma plena compreensão (e consequente tomada de posição) contra fatos, circunstâncias ou eventos que tenderiam a ser particularmente graves e deletérios para a Santa Igreja e para toda a humanidade nas décadas seguintes. 

Esta revelação, entretanto, poderia também ocorrer um pouco antes de 1960, em caso da morte da vidente, como ela própria havia assinalado. A Irmã Lúcia, amparada por Nossa Senhora durante toda a sua missão na terra, teria ciência clara de que cumprira a missão a ela destinada e esta, uma vez concluída (Fátima já seria uma realidade para o mundo inteiro nesta época), 'o algum tempo' que lhe restava nesta vida estaria prestes a se concluir também. Neste sentido, 1960 era o tempo do Terceiro Segredo e um limite de tempo prescrito pelos Céus para a missão da Irmã Lúcia e, por essa razão, é bastante razoável admitir que a verdadeira Irmã Lúcia tenha falecido alguns meses ou anos um pouco antes de 1960. 

Desta forma, o domínio do tempo das revelações de Nossa Senhora em Fátima estaria circunscrito aproximadamente ao ano de 1960, com duas determinações precisas e enfáticas de Nossa Senhora: a primeira - dirigida e cumprida por Lúcia - consistia na sua missão de divulgar ao mundo a devoção ao seu Imaculado Coração e a segunda - dirigida e não cumprida pelos papas da Igreja - consistia na devoção explícita da Rússia ao Imaculado Coração de Maria e o anúncio do Terceiro Segredo ao mundo católico e à toda a humanidade. De alguma forma, naquele período singular da história da humanidade e por razões diversas, Lúcia e o papado - na concepção plena dos papas como sucessores de Pedro e irmanados na observância rigorosa da doutrina católica fundamentada pelos Evangelhos e pela tradição bimilenar da Igreja, morreram juntos.  

E, ressurgiram também juntos, com uma nova Lúcia e um novo papado - e, consequentemente, uma nova Igreja - pelo Concílio Vaticano II, concílio ecumênico convocado pelo Papa João XXIII em 25 de dezembro de 1961, inaugurado em 11 de outubro de 1962 e concluído pelo seu sucessor, o Papa Paulo VI, em 8 de dezembro de 1965. Um concílio que não teve como objeto estabelecer nenhum dogma, denunciar quaisquer erros doutrinários ou condenar quaisquer heresias, mas que simplesmente formalizou um novo rito litúrgico da chamada Missa Nova e promoveu uma verdadeira revolução nos pilares da fé autêntica da Igreja de Cristo. 

A distinção é óbvia nos tempos da Igreja pré e pós-conciliar. Os maus frutos desta árvore má são abundantes e estão espalhados por todos os lados nestes tristes tempos de apostasia universal. Mas muitos - uma maioria moldada pela tibieza, pelo indiferentismo e pelo ecumenismo mais diabólico - simplesmente não vê o que não quer ver. Mas o que o espírito humano se apraz em legitimar como unidade das duas Igrejas, a tecnologia avançada não deixa dúvidas entre uma Lúcia verdadeira e uma Lúcia falsa, utilizando simplesmente a técnica do envelhecimento (ou rejuvenescimento) de rostos ou das suas mudanças físicas em termos da adição, remoção ou alteração de formatos ou de elementos fisionômicos (comumente na forma de mudanças em termos de cortes de cabelo ou inclusão/exclusão de barba, óculos, próteses dentárias, etc). 

A sequência de fotografias abaixo apresenta comparações entre a Lúcia Jovem (pré-1960), a Lúcia Jovem artificialmente envelhecida e a Lúcia Idosa (pós-1960), utilizando as técnicas citadas. A sequência seguinte apresenta os rostos das duas Lúcias num sorriso mais aberto. Mas a distinção maior entre essas duas personagens está no 'état d'esprit' (sequência inferior das fotos): a Lúcia mais jovem é contida, recatada, quase solene; enquanto a Lúcia mais idosa é afável, cordial, quase relaxada. Surpreendentemente duas Lúcias, que se assemelham talvez pelos hábitos religiosos que vestem.




Duas Lúcias é uma teoria da conspiração? Ou o resultado de uma conspiração monstruosa e de consequências avassaladoras para a Igreja? Se a primeira serviu-se do escondimento e da pequenez, a segunda serviu de suporte muito adequado para encontros e eventos públicos da Igreja pós-conciliar. A hipótese de duas Lúcias tem outros elementos de abordagem, mas nos basta aqui fazê-la por apenas mais um viés complementar.

Durante uma entrevista com a Irmã Lúcia entre 17 e 18 de outubro de 1946, o Cônego Barthas perguntou à vidente: 'Quando nos será revelada a terceira parte do segredo?' A resposta foi incisiva: 'Em 1960'. Na sequência, o cônego escreveu: 'E quando levei a minha audácia tão longe ao ponto de perguntar sobre o porquê de ser necessário esperar até lá, a única resposta que recebi foi: 'Porque a Santíssima Virgem deseja que assim o seja' (Barthas, Fátima, Merveille du XXe siecle, pág. 83, Fatima-editions, 1952). Essa acepção foi explicitamente exposta, em termos diretos pela própria caligrafia da Irmã Lúcia, na forma de um encaminhamento postado sobre um envelope pardo que conteria o texto original da revelação, como apresentado pelo Cardeal Bertone em vídeo público, quando do anúncio do terceiro segredo de Fátima pelo Vaticano, no ano de 2000: 'Por ordem expressa de Nossa Senhora, este envelope só pode ser aberto em 1960...'

Nos termos mais completos do Segredo revelado publicamente ('A Mensagem de Fátima', texto disponível no site do Vaticano), consta um interrogatório realizado com a vidente pelo próprio Cardeal Bertone, que incluiu a sequinte questão: 'Por que o limite de 1960? Foi Nossa Senhora que indicou aquela data?', cuja resposta da vidente de Fátima foi perturbadoramente estranha: 'Não foi Nossa Senhora; fui eu mesma que meti essa data porque, segundo intuição minha, antes de 1960 não se perceberia, compreender-se-ia somente depois. Agora pode-se compreender melhor. Eu escrevi o que vi, não compete a mim a interpretação, mas ao papa'.

A resposta dessa 'Lúcia' contradiz frontalmente a afirmação de Lúcia. Além de confrontar o que se afirmara antes, a resposta dada é totalmente estranha e descabida. A data de 1960 - um elemento de singularidade histórica para a vida da Igreja e para a civilização cristã - teria sido fruto da intuição da vidente e não de uma mensagem profética de Nossa Senhora? Baseado em quais fatos e evidências? A vidente tornava-se então, mais que meramente intuitiva, uma profetisa dos Céus? Não tem sentido algum. Para, logo em seguida, afirmar que não competia a ela, mas ao papa, a interpretação dos fatos! Como se intuir não fosse uma interpretação além dos fatos... Definitivamente, há algo errado com essa Lúcia de Fátima! Definitivamente, estamos diante de Lúcias que são diferentes, que agem de maneiras diferentes, que falam coisas diferentes...

quinta-feira, 22 de abril de 2021

DOCUMENTOS DE FÁTIMA (IX)

 Dos Manuscritos da Irmã Lúcia

Nos manuscritos da Irmã Lúcia, este trecho descreve uma experiência vivida pela testemunha de Fátima, pouco depois de ter sido instada pela Virgem para escrever o texto do Terceiro Segredo (ocorrida no convento de Tuy - na Espanha - em 3 de janeiro de 1944).

"E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e Nele vi e ouvi,  - A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, - Ela estremece, montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados - O mar, os rios e as nuvens saiem (saem) dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar, é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!"


"Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia. - 'No tempo, uma só fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu!' Esta palavra 'Céu' encheu a minha alma de paz e felicidade, de tal forma que, quase sem me dar conta, fiquei repetindo por muito tempo, - O Céu! O Céu!"

sábado, 20 de março de 2021

OS SINAIS EXTERNOS DAS APARIÇÕES DE FÁTIMA


No contexto das aparições de Nossa Senhora em Fátima, são pouco conhecidos um grande número de fenômenos físicos que foram compartilhados por numerosas testemunhas destes eventos. Assim, não apenas os videntes, mas muitas outras pessoas, presentes ou mesmo algo distantes dos locais das aparições, puderam perceber ou sentir os sinais extraordinários da manifestação singular da presença sobrenatural da Mãe de Deus em Fátima. E estas testemunhas foram muitas: cerca de 50 na segunda aparição, entre 3000 e 4000 na terceira, umas 20.000 na quarta, 25000 a 30.000 na quinta e cerca de 70.000 na última aparição, quando ocorreu o sinal visível mais portentoso e extraordinário de todos, conhecido como o milagre do sol.

Estes sinais exteriores foram muitos, dentre eles os seguintes:

(i) relâmpagos e trovões, mesmo com céu limpo: os relâmpagos antecediam as aparições; os trovões ocorriam no momento preciso da aparição ou no seu termo, e pareciam provir da azinheira;

(ii) curvatura dos galhos da azinheira, como afetado por um peso e um manto  que a cobria, de forma a empurrar e inclinar todas as folhas numa mesma direção (segunda aparição);

(iii) exalação de um perfume novo e desconhecido, com origem no arbusto da azinheira, sentido pela senhora Maria Rosa e demais presentes próximos, durante a quarta aparição;

(iv) aparição de um globo luminoso e iridiscente no céu, deslocando-se ordenadamente no sentido de leste para oeste e depois projetando-se em descida suave, até tocar a azinheira (quinta aparição);

(v) presença de uma nuvem branca, às vezes matizada, de aspecto singular, envolvendo a azinheira e os videntes como uma névoa e fluindo em sentido ascendente até cerca de cinco ou seis metros de altura até desvanecer, repetindo-se o processo por três vezes bem distintas (quinta aparição);

(vi) chuva evanescente de pétalas de rosas brancas, aparecendo e desaparecendo em sequência contínua, deslizando suavemente no ar e que tendiam a ficar cada vez menores à medida que se aproximavam do chão, quando se desvaneciam por completo (quinta aparição); 

(vii) diminuição visível e significativa da luz solar (em pleno meio dia, com céu limpo e sem eclipses), tornando também visíveis a lua e as estrelas (segunda até a quinta aparições);

(vii) milagre do sol, que, segundo os testemunhos, constou de três fases bem distintas: primeiro, o sol tornou-se opaco e em tons rosados, passível de visualização direta e continuada sem quaisquer dificuldades; em seguida, passou a cintilar com irradiações de cores diversas, com movimentos de rotação intensa e emitindo feixes irisados e irradiados pelo céu, como explosões de fogos-de-artifício; por último, apresentou um movimento vertiginoso do disco solar, em grau crescente e simulando precipitar-se contra a terra, apresentando, a seguir, movimentos de translação lineares ou irregulares por todo o espaço celeste.

terça-feira, 9 de março de 2021

O ANJO DE PORTUGAL E A SAGRADA EUCARISTIA

No fim do verão ou princípio do outono (meados de setembro a início de outubro) de 1916, ocorreu a terceira aparição do Anjo às crianças, novamente no lugar chamado 'Loca do Cabeço'. As crianças tinham deixado o rebanho pastar (e já não retornavam à casa como na época do verão) e decidido irem até lá para rezar. Logo que chegaram, prostrados de joelhos e rostos em terra, começaram a rezar repetidas vezes a oração do Anjo: 'Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e Vos amo...' quando viram uma luz resplandecente e, em seguida, o Anjo suspenso no ar.

Desta vez, trazia na mão esquerda um cálice e, sobre ele, segurava com a mão direita uma hóstia, da qual caíam algumas gotas de sangue dentro do cálice. Deixando, então, o cálice e a hóstia suspensos no ar, o Anjo prostrou-se em terra e rezou:

'Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos de seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores'.


Repetiu três vezes esta oração com as crianças. Em seguida, levantou-se e tomando novamente o cálice e a hóstia nas mãos, lhes disse:

'Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus'.


O Anjo deu, então, a hóstia à Lúcia e ofereceu o cálice para Jacinta e Francisco beber. Prostrou-se em terra, mais uma vez, e rezou novamente, mais três vezes, a oração à Santíssima Trindade, no que foi acompanhado pelas crianças. Como Francisco não ouvia o que o Anjo dizia, acompanhava a oração após ouvir as repetições feitas por Lúcia e Jacinta. Ao final, o Anjo desapareceu em meio à mesma luz resplandecente da sua aparição.

(Fátima em 100 Fatos e Fotos, na Biblioteca Digital do blog)

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Os ultrajes que Jesus recebe na Hóstia Sagrada são, antes de tudo, devido às horríveis profanações oriundas de cultos satanistas, mas também resultado das comunhões sacrílegas, recebidas por aqueles que não se encontram em estado de graça ou não professam a fé católica. 

O ataque diabólico mais insidioso, porém, consiste na tentativa de se remover a fé na própria Eucaristia, semeando erros e favorecendo formas indevidas de se receber a Sagrada Comunhão. No primeiro caso, busca-se anular a presença real de Cristo no Pão e no Vinho, negando-se a transubstanciação e, assim, profanar o sagrado sacrifício, violando a sua sacralidade infinita. No segundo caso, induzindo explicitamente a comunhão na mão, dadas por leigos e sob sonoras músicas profanas, que imperam como ato principal e dificultam sobremaneira o recolhimento interior e a sacralidade de se estar na presença real e sagrada de Jesus Eucarístico.

Em Fátima, no início do século passado, o Anjo de Portugal já denunciava esses ultrajes, denominados como 'crimes' que exigiam imediata e cabal reparação. Onde estão os sacerdotes de Cristo que levam hoje a sério essas advertências dos Céus? Uma grande maioria se isola, escondidos por medo de um vírus ou anestesiados por campanhas ecumênicas que afagam heresias e hereges em nome do respeito humano. São João Eudes dizia que o maior castigo que Deus poderia enviar aos homens em pecado era dar-lhes maus sacerdotes. Onde estão os leigos, onde encontra-se o 'pequeno resto'? 

Para os que ainda têm pruridos do Santo Espírito, não usem a pandemia como desculpa para receber a comunhão na mão, porque 'não há outro jeito'. Há outro jeito; e a pandemia é consequência e não causa da profanação da sagrada eucaristia. Se não houver 'outro jeito', faça então somente a comunhão espiritual, mas não profane a sagrada comunhão.

Triste é o destino daqueles que não se aproximam dos sacramentos porque persistem em uma vida de pecado. Pior é o destino de quem se aproxima dos sacramentos com sacrilégio, não estando em estado de graça. Mas ainda mais grave é o pecado daqueles que encorajam os fiéis a receber a comunhão em estado de pecado e que administram de forma indevida e ilícita a Eucaristia a eles. Deus é misericórdia sim, mas repele com ira divina tantos os ímpios como os tíbios: estes últimos são aqueles que vão dizer, um dia, como néscios com lâmpadas apagadas diante de Deus, 'Senhor, quando não vos servimos'? E vão ouvir então o veredito final e terrível: 'Não vos conheço!'

quarta-feira, 13 de maio de 2020

103 ANOS DE FÁTIMA

Fátima é o acontecimento sobrenatural mais extraordinário de Nossa Senhora e a mais profética das aparições modernas (que incluíram a visão do inferno, 'terceiro segredo', consagração aos Primeiros Cinco Sábados, orações ensinadas por Nossa Senhora às crianças, consagração da Rússiamilagre do sol e as aparições do Anjo de Portugal), constituindo a proclamação definitiva das mensagens prévias dadas pela Mãe de Deus em Lourdes e La Salette. Por Fátima, o mundo poderá chegar à plena restauração da fé e da vida em Deus, conformando o paraíso na terra. Por Fátima, a humanidade será redimida e salva, pelo triunfo do Coração Imaculado de Maria. Se os homens esquecerem as glórias de Maria em Fátima e os tesouros da graça, serão também esquecidos por Deus.

'por fim, o meu Imaculado Coração triunfará'


Ver Postagem Especial na Biblioteca Digital do Blog
(a história completa de Fátima resumida em 100 questões):

FÁTIMA EM 100 FATOS E FOTOS

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

AS VARIANTES DA ORAÇÃO DO ROSÁRIO DE FÁTIMA

ORAÇÃO ORIGINAL

'Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno e aliviai as almas do Purgatório, especialmente as mais abandonadas'

[texto proposto pelo Dr. Manuel Nunes Formigão (ou Visconde de Montelo), com base em depoimento dos videntes, 1917]

  




ORAÇÃO MODIFICADA

(Quarta Memória, Irmã Lúcia, manuscrito, 1941)

'Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as alminhas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem'


'alminhas' (português de Portugal) = almas do Purgatório*

Na verdade, o termo 'alminhas' gerou duas interpretações (e variantes) da oração ditada por Nossa Senhora aos videntes:

(i) sentido original tomado pelo Dr. Manuel Nunes Formigão, na sua proposição do texto da oração em 1917, considerando que uma primeira petição se referia à Igreja Militante ('perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno') e uma segunda petição na intenção dos membros da Igreja Padecente (almas do purgatório);

(ii) Lúcia, entretanto, manifestou várias vezes que entendia por 'alminhas' às 'pequenas almas', ou seja, às almas dos pecadores que corriam maior risco de uma condenação eterna e, assim, as petições seriam ambas nas intenções da Igreja Militante. As duas variantes da oração foram aprovadas pela Igreja.  

VARIANTES ATUAIS DA ORAÇÃO 

'Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, principalmente (especialmente) as que mais precisarem'

OU

'Ó meu Jesus, perdoai os nossos pecados, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, principalmente (especialmente) as mais necessitadas de vossa misericórdia'

A intenção da súplica abrange, desta forma, os pecadores deste mundo e as almas do Purgatório - todas as almas, porque Deus quer que todas se salvem.  

segunda-feira, 13 de maio de 2019

102 ANOS DE FÁTIMA

Fátima é o acontecimento sobrenatural mais extraordinário de Nossa Senhora e a mais profética das aparições modernas (que incluíram a visão do inferno, 'terceiro segredo', consagração aos Primeiros Cinco Sábados, orações ensinadas por Nossa Senhora às crianças, consagração da Rússiamilagre do sol e as aparições do Anjo de Portugal), constituindo a proclamação definitiva das mensagens prévias dadas pela Mãe de Deus em Lourdes e La Salette. Por Fátima, o mundo poderá chegar à plena restauração da fé e da vida em Deus, conformando o paraíso na terra. Por Fátima, a humanidade será redimida e salva, pelo triunfo do Coração Imaculado de Maria. Se os homens esquecerem as glórias de Maria em Fátima e os tesouros da graça, serão também esquecidos por Deus.

'por fim, o meu Imaculado Coração triunfará'


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FÁTIMA EM 100 FATOS E FOTOS

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

DOCUMENTOS DE FÁTIMA (VIII)

Entrevista da Irmã Lúcia ao Padre Agustin Fuentes

'Padre, a Santíssima Virgem está muito triste porque não se deu atenção à sua mensagem de 1917. Nem os bons nem os maus tomaram conhecimento. Os bons seguem o seu caminho sem preocupar-se com atender às indicações celestes; os maus marcham na estrada larga da perdição sem tomar nenhum conhecimento das ameaças de castigo.

Creia, padre, o Senhor Deus muito em breve castigará o mundo. O castigo é iminente e o padre pode imaginar quantas almas cairão no inferno se não se rezar e fizer penitência. Esta é a causa da tristeza de Nossa Senhora. Senhor Padre, o que falta para 1960? E o que sucederá então? Será algo muito triste para todos, nada leve se, antes, o mundo não fizer oração e penitência. Não posso detalhar mais, uma vez que é ainda um segredo que, por vontade da Santíssima Virgem, só pode ser conhecido pelo Santo Padre e pelo Senhor Bispo de Fátima – mas nem um nem outro o quiseram ler, para não se deixarem influenciar. É a terceira parte da Mensagem de Nossa Senhora, que ainda permanece em segredo até essa data de 1960. Padre, diga a todos o que a Senhora tantas vezes me disse que muitas nações desaparecerão da face da Terra, que a Rússia seria o flagelo escolhido por Deus para castigar a humanidade se antes, por meio da oração e dos santos sacramentos, não obtiverdes a graça da conversão dessa pobre Nação.

Senhor Padre, o demônio está operando a batalha decisiva contra a Virgem Maria, e o que mais aflige o Coração Imaculado de Maria e de Jesus é a queda das almas religiosas e sacerdotais. O demônio sabe que sacerdotes e religiosas, descuidando de sua excelsa vocação, arrastam muitas almas para o inferno. Estamos ainda em tempo de evitar o castigo do Céu. Temos à nossa disposição meios muito eficazes: a oração e o sacrifício. Mas o demônio faz de tudo para distrair-nos e tirar-nos o gosto pela oração. Ou nos salvaremos ou então nos danaremos juntos. Porém, padre, é preciso dizer às pessoas que não devem permanecer à espera de uma convocação à oração e à penitência, nem de parte do papa, nem dos bispos, nem dos párocos, nem dos superiores gerais. 

Chegou o tempo de cada um, por sua própria iniciativa, realizar santas obras e reformar a sua vida segundo a convocação da Santíssima Mãe. O demônio quer apoderar-se das almas consagradas, tenta corrompê-las para levar à impenitência final, usa todas as astúcias para introduzir o mundo na vida religiosa; daí a esterilidade da vida interior, a frieza dos seculares em relação à renúncia aos prazeres e à total entrega a Deus. Lembro, padre, que foram dois fatos que concorreram para santificar Jacinta e Francisco: a grande tristeza da Senhora, e a visão do inferno. Porque víamos a Santíssima Virgem sempre muito triste em todas as suas aparições. Nunca sorriu para nós; e essa tristeza e essa angústia que notávamos na Santíssima Virgem, por causa das ofensas a Deus e dos castigos que ameaçavam os pecadores, nós a sentíamos até à alma. E nem sabíamos o que mais inventar para encontrarmos, na nossa imaginação infantil, meios de fazer oração e sacrifícios (…). 

A Senhora encontra-se como que entre duas espadas: de um lado vê a humanidade obstinada e indiferente às ameaças de castigos; de outro, vê a profanação dos santos sacramentos e o desprezo dos avisos de castigos que se aproximam, permanecendo incrédulos, sensuais, materialistas. Por isso, Senhor Padre, minha missão não é indicar ao mundo os castigos materiais que decerto virão sobre a terra se, antes, o mundo não fizer oração e penitência. A minha missão é indicar a todos o perigo iminente em que estamos de perder para sempre a nossa alma, se persistirmos em continuar no pecado. Senhor Padre, não esperemos que venha de Roma para todo o mundo um chamamento à penitência, da parte do Santo Padre; nem esperemos que tal apelo venha da parte dos Senhores Bispos para cada Diocese; nem ainda, das Congregações Religiosas. Não. Nosso Senhor usou já muitos destes meios e ninguém fez caso deles.

Nossa Senhora me disse claramente que se aproximam os últimos tempos. Disse-o por três vezes; na primeira, que o demônio está para iniciar a luta decisiva, isto é, final, da qual sairemos vitoriosos ou vencidos: ou estamos com Deus, ou com o demônio; não há meio termo. Na segunda, me repetiu que os últimos remédios dados ao mundo são o Santo Rosário e a devoção ao Imaculado Coração de Maria. E últimos significa que não há outros meios.

Na terceira vez, disse-me que, esgotados os outros recursos desprezados pelos homens, oferece-nos a última âncora de salvação, que é a Santíssima Virgem em pessoa, com seus numerosos sinais, suas lágrimas, as mensagens de videntes espalhadas no mundo. Isto porque – sempre – nos planos da Divina Providência, quando Deus vai castigar o mundo, esgota primeiro todos os outros meios; depois, ao ver que o mundo não fez caso de nenhum deles, só então (como diríamos no nosso modo imperfeito de falar) é que Sua Mãe Santíssima nos apresenta, envolto num certo temor, o último meio de salvação. Mas se desprezarmos e repelirmos este último meio, já não obteremos o perdão do Céu, porque cometemos o pecado que no Evangelho se chama ‘pecado contra o Espírito Santo’ e que consiste em repelir conscientemente, com todo conhecimento e vontade, a salvação que nos é entregue em mãos; e também porque Nosso Senhor é muito bom Filho, e não permite que desprezemos Sua Mãe Santíssima.

Padre, é urgente que tomemos consciência da terrível realidade. Não se quer encher as almas de medo, mas é uma convocação urgente à realidade, porque desde que a Virgem Santíssima deu grande eficácia ao Santo Rosário, não há problema material ou espiritual, nacional ou internacional, que não possa ser resolvido por ele e pelos nossos sacrifícios. Recitá-lo com amor e devoção consola o Imaculado Coração e enxuga tantas lágrimas de Maria Santíssima. Nessa devoção ao Imaculado Coração de Maria encontraremos o seguro caminho para o Céu, aproximando-nos ao Trono da clemência, do perdão e da serenidade; salvar-nos-emos e obteremos a salvação de muitas almas'.

(Tradução de excertos da obra The Whole Truth About Fatima, Volume III: The Third Secret, Frère Michel de la Sainte Trinitép. 504-508, 1990).

domingo, 13 de maio de 2018

101 ANOS DE FÁTIMA

Fátima é o acontecimento sobrenatural mais extraordinário de Nossa Senhora e a mais profética das aparições modernas (que incluíram a visão do inferno, 'terceiro segredo', consagração aos Primeiros Cinco Sábados, orações ensinadas por Nossa Senhora às crianças, consagração da Rússiamilagre do sol e as aparições do Anjo de Portugal), constituindo a proclamação definitiva das mensagens prévias dadas pela Mãe de Deus em Lourdes e La Salette. Por Fátima, o mundo poderá chegar à plena restauração da fé e da vida em Deus, conformando o paraíso na terra. Por Fátima, a humanidade será redimida e salva, pelo triunfo do Coração Imaculado de Maria. Se os homens esquecerem as glórias de Maria em Fátima e os tesouros da graça, serão também esquecidos por Deus.

'por fim, o meu Imaculado Coração triunfará'


FÁTIMA EM 100 FATOS E FOTOS

(PARTE XX /FINAL, PUBLICADA HOJE NO BLOG)

FÁTIMA EM FATOS E FOTOS (XX)

96. Como se deu a implantação e o desenvolvimento do Santuário de Fátima?

No local das aparições, foi elevada inicialmente, pelo pedreiro Joaquim Barbeiro, uma modesta capela, concluída em 15 de junho de 1919 e que ficou conhecida como Capelinha das Aparições. A Capelinha foi destruída por explosivos em 6 de março de 1922 e reconstruída no mesmo ano e, muitos anos depois, ampliada por amplas varandas laterais. Para uma melhor acolhida dos peregrinos doentes, um albergue foi construído em 1924 e, em 1926, começou a funcionar o chamado  'Serviço de Verificações Médicas', ao qual se seguiu o projeto de implantação de um hospital de grande porte, para atender a demanda crescente dos peregrinos doentes.

(primeira Capelinha das Aparições)

Em 13 de maio de 1928, foi lançada a primeira pedra para a construção da Basílica de Nossa Senhora do Rosário (projeto de autoria do arquiteto holandês Gerardus van Krieken) e, no mesmo ano, foi feita a bênção da primeira pedra para o monumento da praça central do santuário ao Sagrado Coração de Jesus. Desde então, apesar de algumas tentativas de se estabelecer um plano geral de ordenamento urbanístico e arquitetônico para a área, o complexo se desenvolveu de forma aleatória, incorporando cada vez mais estruturas e edifícios, implantados com diferentes proposições e compondo hoje o chamado 'Santuário de Fátima'. 

(atual Capelinha das Aparições - ver acesso on line neste blog)

O atual 'Santuário de Fátima' é constituído pela Capelinha das Aparições, o Recinto e a Esplanada do Rosário, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e Colunatas, a Casa de Nossa Senhora do Carmo e Reitoria, a Casa de Retiros de Nossa Senhora das Dores e o albergue para os doentes, a Praça Pio XII, o Centro Pastoral Paulo VI e a Igreja da Santíssima Trindade. Compõem ainda o espaço a Capela do Lausterene ('louvor perene'), onde está permanentemente exposto o Santíssimo Corpo  de Cristo na Hóstia Consagrada e a Capela da Reconciliação, destinada à celebração do sacramento da confissão. 

(Santuário e cidade de Fátima)

A atual Basílica de Nossa Senhora do Rosário tem 70,5m de comprimento e 37,0m de altura, sendo dotada de tribuna frontal e torre sineira de 65,0m de altura, arrematada por uma coroa de bronze e possuindo um carrilhão de 62 sinos. A Basílica da Santíssima Trindade constitui a mais recente construção do complexo do Santuário de Fátima, estando situada à entrada do complexo (e no extremo oposto à Basílica de Nossa Senhora do Rosário); com arquitetura circular, a construção ocupa uma área total de 8.700 m² e dispõe de 8.633 lugares sentados (projeto de autoria do arquiteto grego Alexandros Tombazis). Fátima é atualmente sede de freguesia na subdivisão do concelho de Ourém em Portugal e tornou-se um dos mais importantes destinos internacionais de turismo religioso do mundo, recebendo cerca de seis milhões de pessoas por ano.

97. Os castigos anunciados em Fátima serão integralmente cumpridos? 

Antes de mais nada, é importante caracterizar que a mensagem de Fátima possui atributos condicionais e incondicionais. Assim, ao discorrer sobre o advento de castigos para a humanidade pecadora, Nossa Senhora prescreve claramente que tais acontecimentos eram passíveis de ocorrer ou não, dependendo da resposta dos homens aos apelos de emenda e conversão, renúncia ao pecado e vida na graça de Deus. 

É importante compreender que Deus, independentemente de todos os seus atributos infinitos, não tem um única estratégia de atuação sobre a raça humana, pronta e fechada desde séculos imemoriais. Deus atua essencialmente em sintonia com o homem criado à sua imagem e semelhança e, assim, a sua intervenção na história humana traduz, em maior ou menor escala, a resposta concreta ou não de cada um nós, e da Igreja em particular, ao plano de salvação delineado para toda a humanidade. Deus guia a humanidade de acordo com o livre arbítrio de todos os homens e, por consequência, os planos de Deus são muitos e insondáveis ao homem. 


No contexto da grave crise moral dos nossos dias e levando-se em conta que os pedidos de Nossa Senhora não foram atendidos, pode-se então afirmar que os castigos anunciados em Fátima foram ou serão integralmente cumpridos: 'a Rússia espalhará seus erros pelo mundo... guerras e perseguições... o Papa teria muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas... a apostasia universal, a crise da Igreja, etc', eventos de longa duração e de abrangência universal. Embora estes eventos sejam hoje definitivos, nem assim são imutáveis: com certeza, a oração, a conversão e a devoção aos Imaculados corações de Jesus e de Maria por um número cada vez maior de homens e mulheres tem propiciado a mitigação e, principalmente, a abreviação de muitos destes castigos e, de uma forma mais geral, a própria abreviação deste período tenebroso da história humana. 

98. Como e em que termos Fátima foi atacada e combatida pelos inimigos da Igreja?

Pode-se dizer que a oposição a Fátima começou antes mesmo das aparições, quando o governo português, maçônico e anticlerical, já se vangloriava da missão pública de varrer a Igreja Católica do país em menos de duas gerações, como consequência óbvia da promulgação, em 1911, da famigerada Lei da Separação da Igreja e do Estado. As aparições de Fátima foram, então, um flagelo e um estorvo tremendo aos ideais maçônicos vigentes e, assim, desde o início, Fátima foi sempre alvo da ira e de ataques desvairados dos inimigos da Igreja, um sinal inequívoco da veracidade e magnitude deste evento para a história da humanidade. 

Desde as primeiras notícias das aparições, Fátima foi sempre alvo da ira e de ataques desvairados dos inimigos da Igreja, um sinal inequívoco da veracidade e magnitude deste evento para a história da humanidade. Estas manifestações tiveram inicialmente um cunho de ridicularização e de escárnio, diante de um cenário de 'obscurantismo religioso' e de divulgação de 'superstições'. Depois, os ataques ficaram mais incisivos, particularmente após o 'milagre do sol' (sexta aparição) e medidas extremas foram tomadas para cercear e prejudicar os videntes e diluir o impacto das aparições como o rapto dos videntes em agosto de 1917 e as obstruções sistemáticas do acesso de romarias à Cova da Iria, que culminaram com a explosão da capelinha das aparições, em 6 de março de 1922. 

Com o tempo, os ataques e as tentativas de desmoralização mudaram de tom, de tática e de magnitude, promovendo o descrédito da testemunha ocular ainda viva e seu confinamento completo, questionando a autenticidade dos escritos de Lúcia e das aparições e silenciando e difamando os arautos de Fátima. Esta oposição rendeu frutos também dentro da própria Igreja, de forma velada, inconsciente ou em investidas traiçoeiras, por diferentes autoridades religiosas em diferentes épocas (do infeliz pioneirismo dos ataques insidiosos do padre belga Édouard Dhanis, a partir de 1944, até a completa tentativa de prelados modernistas e maçônicos, dentro e fora do Vaticano, na desconstrução completa dos eventos de Fátima que, em vez de serem citados, merecem ser apenas literalmente ignorados). Diante destes ataques, em algumas vezes, as reações foram igualmente violentas e manipuladas, o que foi igualmente ofensivo à história de Fátima (um exemplo crasso disso é o do fantasioso e desvairado complô da Igreja em favor de uma segunda e falsa Lúcia, com base em supostas alterações nas feições do rosto da Lúcia original; a mera comparação fisionômica com parentes próximos de Lúcia, em idades próximas, mostraria a irrelevância destas suposições; por outro lado, é uma coisa bastante óbvia que uma simples camponesa de Fátima do início do século XX tivesse que se submeter a uma prótese dentária, para corrigir a evolução comprometedora da sua dentição irregular em avançada idade).

Mas, em contraposição, testemunhas fieis aos eventos de Fátima foram sistematicamente refutadas, criticadas e relevadas ao ostracismo. Um exemplo esclarecedor disso foram os ataques brutais e insidiosos contra o padre  mexicano Augustín Fuentes, postulador das causas da beatificação de Francisco e Jacinta Marto. No contexto dessa atuação, o padre Fuentes teve uma audiência particular com Lúcia em 26 de dezembro de 1957, no Convento de Coimbra. No seu retorno ao México, o padre Fuentes revelou detalhes da sua entrevista com Lúcia, que ratificavam aspectos cruciais das mensagens de Fátima: a preocupação com a proximidade do ano de 1960, indicado por Nossa Senhora como referência para a divulgação pública do Terceiro Segredo; a atuação tímida da Igreja diante das profecias reveladas; a necessidade de entendimento universal desta hora tremenda na história da humanidade, diante o embate final da Virgem contra o demônio; os últimos remédios e graças concedidas pelos Céus aos homens e a imperiosa necessidade da oração, mortificação e conversão dos pecadores. Entretanto, após a divulgação da entrevista, o padre Fuentes foi atacado ferozmente, caluniado como mentiroso e demitido da função de postulador da beatificação de Jacinta e Francisco (sendo substituído depois pelo Padre Luís Kondor).

(padre Augustín Fuentes, postulador das causas da beatificação de Francisco e Jacinta Marto)

O silêncio imposto sobre Fátima, entretanto, fica ainda mais claramente exposto pelo absurdo encobrimento da obra de revisão documental feita pelo padre Joaquín Maria Alonso, maior estudioso dos arquivos de Fátima. Nomeado para a função de escrever e sistematizar todo o acervo de documentos e arquivos de Fátima pelo bispo Dom João Venâncio, então segundo bispo de Fátima, Padre Alonso dedicou os dez anos seguintes de sua vida a estudar detalhadamente e compilar este material, trabalho que foi concluído em 1976, sob a forma de uma obra monumental, compreendendo 24 volumes de cerca de 800 páginas cada volume. O trabalho final nunca foi publicado até a morte do padre Alonso em 12 de dezembro de 1981. Somente no início dos anos 90, dois destes volumes foram publicados, após terem sido parcialmente editados; os outros 22 volumes permanecem ainda inéditos.

(Padre Joaquín Maria Alonso, arquivista oficial de Fátima)

99. O que seria e quando ocorreu (ou ainda ocorrerá) a sétima aparição de Fátima?

Logo na primeira aparição, ocorrida em 13 de maio de 1917, Nossa Senhora revelou à Lúcia que viria à Cova da Iria por seis meses seguidos, sempre no dia 13 e que depois voltaria ali uma sétima vez. Recordemos o diálogo registrado, então, entre a Mãe de Deus e a pequena vidente de Fátima:

- De onde é Vossemecê?
- Sou do Céu.
- E que é que Vossemecê quer?
- Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois, voltarei ainda aqui uma sétima vez.

Nesta ocasião, Nossa Senhora formulou a Lúcia duas promessas distintas, complementares e explícitas:

(i) seis aparições sequenciais: que venhais aqui seis meses seguidos é uma proposição que inclui as três crianças (que venhais...), que tem lugar definido (aqui e aqui é Fátima) e um tempo definido a partir da primeira aparição (sempre no dia 13 ao longo de seis meses seguidos, ou seja, no período compreendido entre 13/05 e 13/10/1917);

(ii) uma sétima aparição isolada: depois, voltarei ainda aqui uma sétima vez é uma proposição que inclui um acontecimento futuro (depois), sem sequência temporal com as aparições anteriores (voltarei) e nem com os videntes (venhais é um convite à participação das crianças nas primeiras seis aparições; voltarei ainda é um ato imperativo da Virgem na sétima aparição) e também com lugar definido (o mesmo aqui e aqui é Fátima, tal como na proposição anterior). 


Os elementos destacados nas proposições acima descaracterizam e eliminam algumas falsas suposições de que a sétima aparição de Nossa Senhora já teria ocorrido, e que são: 

(i) suposição de que a sétima aparição tenha ocorrido ou possa ocorrer fora de Fátima: aqui na mensagem de Nossa Senhora refere-se explicitamente à Fátima; a sétima aparição é um complemento (ou o fecho) das seis primeiras aparições e está inserida completamente no Segredo de Fátima;
(ii) suposição de que a sétima aparição tenha caráter privado: comumente esta 'sétima aparição' é associada àquela ocorrida à Lúcia no Convento de Tuy, na Espanha, em 10 de dezembro de 1925 (nesta ocasião, Nossa Senhora detalhou a Lúcia os termos e as condições inerentes à devoção reparadora dos Primeiros Sábados). A suposição é equivocada em termos da vidente, do lugar, da natureza da aparição e de conta, uma vez que Lúcia experimentou, durante toda a sua vida, inúmeras aparições em caráter privado e não só de Nossa Senhora (aparição de Nossa Senhora em 13 de junho de 1929; aparição de Nossa Senhora em 3 de janeiro de 1944; aparição do Menino Jesus em 15 de fevereiro de 1926; aparição e diálogo com Jesus na noite do dia 29 para 30 de maio de 1930, etc); a própria Jacinta teve diversas visões particulares de Nossa Senhora durante o período de sua doença e de sua estadia no hospital em Lisboa.
(iii) suposição de que a sétima aparição tenha que estar associada necessariamente à Lúcia como vidente: isso nunca foi explicitado pela Virgem e, claramente, o contexto da sétima aparição é bastante distinto das seis anteriores; neste sentido, tal suposição não tem consistência nem mesmo em relação às aparições precedentes, uma vez que estas incluíram as três crianças como videntes e não apenas Lúcia.

Portanto, a promessa de Nossa Senhora continua em aberto e ainda não se cumpriu e, assim, ela voltará à Fátima uma sétima vez. Talvez para falar ao mundo inteiro, talvez para dirigir-se a toda a humanidade. E, quem sabe, para a glória da cristandade, revelar ao mundo o triunfo do seu Imaculado Coração?

100. Qual é a mensagem decisiva e primordial das aparições de Fátima?

A mensagem decisiva – a definitiva e primordial mensagem de Fátima – é absoluta e celestialmente incondicional: 'Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!'. É uma afirmação categórica, apaziguadora, essencial, conclusiva e extraordinariamente definitiva: 'Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!'. Não existe aqui nenhuma margem para dúvidas, vacilações ou contestações, não se antepõe condição alguma e nem nenhum pré-requisito para a vitória final sobre a ação do demônio e sobre o pecado: 'Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!'. Esta é a mensagem de Fátima, escrita para você e para mim, homens deste século XXI e na aurora do terceiro milênio: 'Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!'. 


O triunfo do Coração Imaculado de Maria é o triunfo de Deus no mundo sob a forma de uma nova Terra, renovada e transformada como a água em vinho nas bodas de Caná, na abundância dos dons do Espírito Santo e com almas escolhidas que amarão e glorificarão Jesus Cristo com o coração de Maria. Neste tempo inserido nas mensagens de Fátima e, portanto, tão próximo de nós, estaremos vivendo o Reino de Maria, previsto por São Luís Maria Grignion de Mintfort (1673 – 1716) duzentos anos antes de Nossa Senhora ratificar definitivamente em Fátima o triunfo do seu Imaculado Coração no mundo: 'Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!'. Ut adveniat regnum tuum, adveniat regnum Mariae: Que venha o Reino de Maria, para que assim venha o Reino de Jesus!
(Fim)