sábado, 29 de fevereiro de 2020

IN SINU JESU: 'ESCOLHA SEMPRE SER FIEL A MIM'


Não é por meio de privilégios, graças especiais ou experiências místicas
que as almas são aperfeiçoadas no amor;
é por uma adesão total à minha vontade
é por uma morte real a tudo o que não for a minha vontade.

Essa sua vida passará rapidamente.
No final, você terá conforto em apenas uma coisa:
no 'Sim' que você terá dito ao meu amor por você
e na sua adesão à minha Vontade, uma vez que ela vai perpassar
minuto a minuto, hora a hora, dia após dia, em sua vida.

Diga-me, então, que o que eu quiser, você fará.
Diga-me que tudo o que está fora da minha vontade para você é nada.
Peça-me para limpar sua vida do lixo acumulado de tantos anos.
Peça-me para deixá-lo limpo de coração e pobre de espírito.
Não procure nada além do que o meu coração deseja que você tenha.
Peça apenas o que o meu coração lhe deseja dar.

Aí reside a sua paz.
Aí reside a sua alegria.
Aí reside a salvação e a glória.
Seus planos, seus desejos e suas ansiedades
são apenas nuvens de fumaça sopradas pelo vento.
Somente o que eu quero perdura.
Somente o que eu quero pode lhe dar felicidade.
Procure o que eu quiser e confie em mim para lhe dar o que você procura.
Almas que perseguem o arco-íris
passam pelos tesouros que eu coloquei sob os seus pés,
deixando-os para trás para perseguir um futuro que não existe
e que nunca existirá.

Este é um exercício exaustivo para você
e para tantas almas como a sua,
que, encantadas por um ideal,
deixam de ver minha obra e o esplendor de minha vontade por elas,
revelado no presente.
Viva, então, no momento presente.
Escolha ser fiel a mim
nas pequenas coisas que eu lhe dou:
e peço que você faça isso minuto a minuto,
de hora em hora e dia após dia.

É insensatez depositar suas esperanças e gastar sua energia
em um bem imaginário,
quando o bem real que eu lhe ofereço está aqui e agora.
Não é proibido sonhar sonhos
ou imaginar um futuro onde você acha que será feliz.
Dei a você uma imaginação e não me ofendo quando você a utiliza.
O bem imaginado torna-se um mal, no entanto,
quando consome a sua energia
e drena a sua vitalidade,
que eu gostaria que me fosse oferecida em sacrifício
sendo fiel à realidade do que está aqui e agora;
e também quando você usa a sua imaginação
para fugir da obediência e da submissão a mim
nas circunstâncias e nos lugares 
onde as coloquei em cada momento.

Planeje o futuro vivendo no presente.
Abra o seu coração à minha voz todos os dias
e apegue-se às menores manifestações da minha vontade.
Renuncie a tudo o que brota de seus próprios desejos e imaginações,
e diga 'sim' a tudo o que brota do meu Coração
por demais amoroso e misericordioso.
Aí reside a sua paz, a sua alegria e a sua salvação.

(Excertos da obra 'In Sinu Jesu - Quando o Coração fala ao coração: Diário de um Sacerdote em Oração', por um monge beneditino, tradução pelo autor do blog)

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

MEDITAÇÕES PARA A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DA QUARESMA

DAS TENTAÇÕES


I - A TENTAÇÃO, LONGE DE SER UM MAL, PODE NOS TRAZER UMA GRANDE VANTAGEM

Nenhum mal moral é possível sem que a vontade não o queira: ainda que a porta da vontade esteja cerrada, o demônio e a imaginação podem fazer alarido em torno do coração, mas não podem alterar a sua pureza. Eis aí porque Jesus Cristo e todos os santos suportaram a prova da tentação, sem que a provação causasse o menor ferimento a suas almas. Vede como toda desolação nas tentações se dá sem razão. O ato de se desolar é um desafio do amor-próprio, descontente em se ver miserável, ou uma desconfiança da bondade de Deus, que jamais falta aos que O invocam, ou a pusilanimidade de uma alma, que se vê só na sua fragilidade, e longe dos socorros de Deus. 

Longe de ser um mal, a tentação pode, pelo contrário, trazer-nos uma grande vantagem. Pois: (i) ela nos dá a oportunidade de glorificar a Deus, porque, ao resistirmos generosamente, provamos a nossa fidelidade, derrotamos os seus inimigos e triunfamos; (ii)  leva-nos à humildade, ensinando-nos o lado ruim que existe em nós; ao espírito de oração, fazendo-nos ver a necessidade de recorrer a Deus; à vigilância, advertindo-nos a desconfiar de nossa força e evitarmos a ocasião do mal; ao amor divino, fazendo ressaltar a bondade de Deus. 

Além disso, evita o desânimo, desperta o fervor, dá a virtude de um caráter mais firme e mais rígido; ensina-nos a nos conhecer; e dá mais graça à alma nesta vida e mais glória na outra, na proporção dos méritos que a adornam e a faz mais digna de Deus, como está escrito dos santos: 'Deus os tem provado e os encontrado dignos de Si'.  Eis porque Deus disse ao povo de Israel: 'Eu não queria destruir os cananeus para que tenhais inimigos para combater' e o Papa Leão disse da mesma forma: 'É bom para a alma o temor de cair e de ter constantemente uma luta para sustentar'. 

A alma fiel retira da tentação ao mal o mesmo fruto que da inspiração pelo bem. É esta a oportunidade para ela alcançar a perfeição da virtude com toda a boa vontade de que é capaz. Na tentação dos sentidos, [a alma] se eleva à infinita grandeza de Deus e se levanta. Elevada tão alto, mantém-se acima dos olhares baixos e sensuais; na tentação do espírito, mergulha até o nada; nas tentações do prazer, ama e abraça a cruz. É assim que temos tirado proveito de nossas tentações?

II - EM QUE CONDIÇÕES A TENTAÇÃO TORNA-SE UM BEM?

Existem certas condições que são necessárias antes, durante e depois da tentação: (i) Antes da tentação, é necessário evitar tudo que conduza ou incline para o mal, por exemplo: lidar com pessoas perigosas, olhares imodestos, modismos e leituras livres, os prazeres de uma vida fútil e e sensual: 'Quem ama o perigo nele perecerá e o que conta com as suas próprias forças será confundido'. A desconfiança é a mãe da segurança e expor-se voluntariamente ao perigo é tentar a Deus, é se fazer indigno do Seu auxílio. Além disso, é necessário não temer a tentação; temê-la a faz nascer; o melhor é não pensar nela e se concentrar apenas no que se tem a fazer. 

(ii) Durante a tentação, é necessário não se envolver por ela, com o pretexto de que será ligeira; de outra forma, ela se apoderaria de nós; antes deve-se descartá-la de pronto, firme e tranquilamente, rechaçando-a com desprezo, sem sequer se dignar a entreolhá-la; e, caso produza algumas impressões, basta desaprová-las suavemente e dedicarmos integralmente à ação presente. Aqueles que a enfrentam, correm o risco de manchar-se e os que a rejeitam com esforço excessivo perderiam a paz do coração, o recolhimento do espírito e a unção da piedade. Se não for possível  ter sucesso assim, é necessário se recorrer humildemente a Deus e dizer: 'Ó Senhor, quão profunda é a minha miséria! Quanto mal ainda tenho com o meu amor próprio! Quão bom sois Vós em amar um pecador como eu! Ó Jesus! Ó Maria! Ó todos os Santos e Anjos de Deus, bendizei ao Senhor, que quer se humilhar no Seu amor até a minha baixeza'. 

(iii) Depois, é necessário esquecer a tentação; a reflexão a faria reviver. É melhor tomar dela o valor de forma pacífica e reparar o mal passado, se este é conhecido, fazendo perfeitamente a ação presente; dirigir o olhar para Deus e envolver-se nos Seus braços com confiança e amor, dizendo como o filho pródigo: 'Pai, pequei contra o Céu e contra Vós', ou como o publicano: 'Meu Deus, tende misericórdia de mim, que sou pecador'. Examinemos, pois, se temos observado estas regras durante e depois das tentações.

(Excertos da obra 'Meditações para todos os dias do ano para uso do clero e dos fieis', de Pe. Andrés Hamon, Tomo II).


(hoje é dia de indulgência plenária pela Igreja)

DICIONÁRIO DA DOUTRINA CATÓLICA (I)


ABANDONO À DIVINA PROVIDÊNCIA

É a nossa inteira conformidade com as disposições da vontade de Deus. É muito racional este abandono, por mais misteriosa que seja a vontade divina, porque Deus nos ama e quer o nosso bem, conhece as nossas necessidades e pode sempre auxiliar-nos. A um tal abandono nos convida Jesus, dizendo: 'Não andeis cuidadosos da vossa vida, de que vos sustentareis, nem do vosso corpo de que vos vestireis. Olhai para as aves do céu, que não semeiam nem ceifam, nem recolhem em celeiros, e contudo vosso Pai celestial as sustenta. Porventura não sois vós mais do que elas? Procurai primeiro que tudo o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo' (Mt 6,25-). Jesus não reprova as nossas preocupações legítimas relativas às necessidades da vida; o que condena é a ansiedade exagerada, que provém do apego às coisas do mundo e da falta de confiança em Deus.

ADORAÇÃO

É o ato de culto de latria devido só a Deus, nosso Criador e supremo Senhor. De três modos devemos adorar a Deus: com adoração interior, que consiste em fazer atos de fé, de esperança, de amor, de gratidão, de submissão, apenas com pensamento; com adoração exterior, manifestando o nosso pensamento por meio de sinais sensíveis, tais como a genuflexão, a oração vocal, o sacrifício, e outros atos semelhantes; com adoração social ou pública. que consiste na oração feita em comum, na assistência à Missa e a outros atos de culto público. Podemos adorar a Deus em toda a parte, mas a igreja é o lugar mais próprio para manifestarmos a Deus o nosso culto de adoração. A adoração é devida igualmente a Jesus Cristo, porque é igualmente Deus. Devemos, pois, adorar a Deus não só com atos exteriores, mas de maneira que esses atos sejam a expressão sincera do amor que nos merece. Assim disse Jesus Cristo: ' Deus é Espírito, e é necessário que aqueles que O adoram, O adorem em espírito e em verdade' (Jo 4, 24).

ADVENTO

É o tempo de quatro semanas anteriores à festa do Natal. O primeiro dia do Advento ocorre no fim de novembro ou nos primeiros dias de dezembro e, com ele, começa o ano litúrgico ou ano eclesiástico. Quer a Igreja que durante o tempo do Advento os fieis se preparem com a oração e o jejum, para comemorarem cristãmente a vinda ou o nascimento de Jesus Cristo. As sextas-feiras do Advento são de abstinência sem jejum, mesmo para os fieis que têm o Indulto Quaresmal.

AGNÓSTICO 

É aquele que, sem negar a existência de Deus, afirma que não podemos provar que Deus existe. O agnóstico afirma um erro. Nós sabemos com certeza que Deus existe, porque sem Deus não se explica nada do que existe, visto como as coisas não existem por si mesmas e porque Deus revelou ou manifestou a sua existência a pessoas que tal nos afirmam e que são dignas de crédito. Com efeito, desde a primeira geração humana, as pessoas mais dignas de fé afirmam que Deus se revelou aos homens, provando com milagres que era Deus que se lhes revelava. A existência de Deus é afirmada na história de todos os povos e em todos os tempos. Tal afirmação não seria universal se não houvesse a certeza da existência de Deus.

AGNUS-DEI 

Termo que significa 'Cordeiro de Deus' é uma breve oração que o sacerdote repete três vezes, na Missa, antes de comungar. Também se dá este nome a uma espécie de medalha de cera branca, feita dos restos do círio pascal de anos anteriores, tendo de um lado a efígie de um cordeiro. Por virtude da oração da bênção, que é reservada ao papa, a medalha protege contra os perigos das doenças contagiosas, do mar, dos incêndios e das inundações.

ÀGUA-BENTA 

É aquela água sobre a qual o sacerdote faz uma bênção com orações prescritas pela Igreja. Serve para aspergir os fieis antes da Missa conventual, para aspergir as imagens dos santos, os paramentos, as casas, os frutos, etc. Está em pias próprias à entrada das igrejas para os fieis a tocarem com devoção, e é recomendável que a tenham em casa para se aspergirem com ela, podendo com isso ser purificados dos seus pecados veniais. 

ALELUIA 

Palavra hebraica conservada nas preces litúrgicas, e que significa 'Louvai a Deus'. É uma exclamação de alegria; por isso se chama 'Sábado de Aleluia' ao sábado da semana santa, dia em que se comemora a vigília da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

(Verbetes da obra 'Dicionário da Doutrina Católica', do Pe. José Lourenço, 1945)

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

BREVIÁRIO DIGITAL - ILUSTRAÇÕES DE DORÉ (IX)

PARTE IX (1Rs 3 - 2Rs 25)


   [O julgamento de Salomão (IRs 3, 24-27)]

   [O corte de cedros do Líbano para a construção do Templo (IRs 6,20)]

  [A morte do profeta desobediente a Deus por um leão (IRs 13, 24)]

   [A ressurreição do filho da viúva de Sarepta (IRs 17, 23)]

   [A morte dos profetas de Baal (IRs 18,40)]

  [Elias e visão do anjo que o alimenta (IRs 19,5)]

   [A matança dos sírios pelos israelitas (IRs 20,29)]

   [A morte do rei Acab de Israel (IRs 22, 34-35)]

   [Fogo descido do céu aniquila os mensageiros de Ocozias (IIRs 1,10)]

   [Elias ascende aos céus numa carruagem de fogo (IIRs 2,11)]

  [Dois ursos matam os homens que zombaram de Eliseu (IIRs 2,24)]

 [A fome terrível em Samaria (IIRs 6,25-30)]

 [A morte de Jezabel (IIRs 9,33)]

  [Os enviados de Jeú encontram apenas restos do corpo de Jezabel (IIRs 9,35)]


  [Leões devoram os colonos estrangeiros da Samaria (IIRs 17,25)]


  [A destruição do exército de Senaquerib, rei da Assíria, pelo Anjo do Senhor (IIRs 19,35)]


 [A morte dos filhos de Sedecias, em sua presença (IIRs 25, 7)]

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

CAMPANHAS DA FRATERNIDADE 2018 - 2024

55. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2018


Lema: Vós sois todos irmãos (Mt 23, 8).

Tema: Fraternidade e superação da violência

Objetivo Geral: Construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência.


56. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2019


Lema: Serás libertado pelo direito e pela justiça (Is 1, 27).

Tema: Fraternidade e Políticas Públicas

Objetivo Geral: 
Estimular a participação em Políticas Públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade.


57. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2020


Lema: Viu, sentiu compaixão e cuidou dele (Lc 10, 33-34).

Tema: Fraternidade e vida: dom e compromisso.


Objetivo Geral: Despertar para o sentido da vida como dom e compromisso, recriando relações fecundas na família, na comunidade e na sociedade, à luz da palavra de Deus.


58. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2021


Lema: 'Cristo é nossa paz, do que era dividido, fez uma unidade' (Ef 2,14)

Tema: Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor

Objetivo Geral: Através do diálogo amoroso e do testemunho da unidade na diversidade, inspirados e inspiradas no amor de Cristo, convidar comunidades de fé e pessoas de boa vontade para pensar, avaliar e identificar caminhos para a superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual.


59. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2022




Lema: 'Fala com sabedoria, ensina com amor' (Pr 31,26)

Tema: Fraternidade e Educação


Objetivo Geral: Promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil, á luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário




60. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2023


Lema: 'Dai-lhes vós mesmos de comer' (Mt 14,16)

Tema: Fraternidade e Fome


Objetivo Geral: Sensibilizar a sociedade e a Igreja para enfrentarem o flagelo da fome, sofrido por uma multidão de irmãos e irmãs, por meio de compromissos que transformem esta realidade a partir do Evangelho de Jesus Cristo.



61. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2024




Lema: 'Vós sois todos irmãos e irmãs' (Mt 23,8)

Tema: Fraternidade e Amizade Social


Objetivo Geral: Contribuir para nos despertar sobre o valor e a beleza da fraternidade humana, promovendo e fortalecendo a experiência da amizade social.



QUARTA DE CINZAS


Memento, homo, quia pulvis es, et in pulverem reverteris

'Lembra-te, homem, que és pó e ao pó retornarás!' (Gn 3,19). A Quarta-Feira de Cinzas é o primeiro dia do tempo da Quaresma, quarenta dias antes da Páscoa. Neste dia por excelência refletimos sobre a nossa condição mortal nesta vida e a eternidade de nossas almas na vida futura. Num tempo em que se valoriza tanto a dimensão física, a beleza do corpo, a imposição das cinzas nos desvela a dura realidade do nosso corpo mortal: apenas pó que há de se consumir em cinzas.

Esse dia dá início, portanto,  a um tempo de profunda meditação sobre a nossa condição humana diante da grandeza e misericórdia de Deus. Tempo para fazer da nossa absurda fragilidade, sustentáculos da verdade e da fé; tempo para fazer de nossa pequenez e miséria, um templo de oração e um arcabouço de graças; tempo para transformar a argila pálida de nossos feitos e conquistas, em patamares seguros para a glória de Deus. Um tempo de oração, jejum e caridade. Um tempo de oração, desagravo, conversão, reparação. E um tempo de penitência, penitência, penitência...

A penitência é traduzida por atos de mortificação, seja na caridade silenciosa de um pequeno gesto, seja na determinação silenciosa de um pequeno 'não!' Pequenos gestos: uma visita a um amigo doente, uma palavra de conforto a quem padece ausências, um bom dia ainda nunca ofertado; ou um pequeno 'não': à abstinência de carne ou refrigerante ou ao fumo; abrir mão de ter sempre a última resposta ou para aquela hora a mais de sono; simplesmente dizer não a um livro, a uma música, a uma revista, a um programa de televisão. 

Propague o silêncio, sirva-se da modéstia; invista no anonimato, não se ensoberbeça, pratique a tolerância, estanque a frivolidade, consuma-se na obediência. Lembra-te que és pó e todas as tuas ações, aspirações e pensamentos vão reverberar em ti as glórias de Deus.

Abre-se hoje o Tempo da Quaresma: 'convertei-vos e crede no Evangelho'. Pois é no Evangelho (Mt 6, 1-6.16-18) que Jesus nos dá os instrumentos para a realização de uma autêntica renovação interior: oração, jejum e caridade. Com estas três práticas fundamentais, o tempo de penitência da quaresma é convertido em caminho de santificação ao encontro de Jesus Ressuscitado que vem, na Festa da Páscoa.

O índice Leituras para os Tempos da Quaresma, localizado na barra lateral direita do blog, contempla uma seleção de orações e textos específicos para devoção e orientação espiritual durante estes tempos litúrgicos. 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

INDULGÊNCIA PLENÁRIA DAS SEXTAS-FEIRAS DA QUARESMA


Indulgência Plenária: rezar com piedosa devoção a oração En ego, o bone et dulcissime Iesu (Eis-me aqui, ó bom e dulcíssimo Jesus!) nas sextas-feiras da Quaresma, diante de uma imagem de Jesus Crucificado e depois da comunhão.

En ego, o bone et dulcissime Iesu, ante conspectum tuum genibus me provolvo, ac maximo animi ardore te oro atque obtestor, ut meum in cor vividos fidei, spei et caritatis sensus, atque veram peccatorum meorum paenitentiam, eaque emendandi firmissimam voluntatem velis imprimere; dum magno animi affectu et dolore tua quinque vulnera mecum ipse considero ac mente contemplor, illud prae oculis habens, quod iam in ore ponebat tuo1 David propheta de te, o bone Iesu: Foderunt manus meas et pedes meos: dinumeraverunt omnia ossa mea. Amen.

Eis-me aqui, ó bom e dulcíssimo Jesus! De joelhos me prostro em vossa presença e vos suplico com todo o fervor de minha alma que vos digneis gravar no meu coração os mais vivos sentimentos de fé, esperança e caridade, verdadeiro arrependimento de meus pecados e firme propósito de emenda, enquanto vou considerando com vivo afeto e dor as vossas cinco chagas, tendo diante dos olhos aquilo que o profeta Davi já nos fazia dizer, Ó bom Jesus: ‘Transpassaram minhas mãos e meus pés e contaram todos os meus ossos’.

(SI 21,17; cf. Missal Romano, ação de graças depois da missa)

É sempre importante lembrar que a indulgência não é o perdão dos pecados, mas a reparação das penas e danos devidos aos pecados. Para se obter a indulgência plenária é preciso:

1. ter uma disposição interior de afastamento total de todo o pecado, mesmo do pecado venial;
2. ter feito confissão recente;
3. receber a Sagrada Comunhão;
4. rezar em intenção do Santo Padre e da Santa Igreja (orações livres, mas que a Santa Sé recomenda fazer na forma de um 'Pai Nosso' e de uma 'Ave Maria').

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

SETENÁRIO DAS DORES DE NOSSA SENHORA


O rito apresentado a seguir é meramente um modelo deste rito litúrgico, que possui muitas variantes e que é celebrado pela Igreja ao longo das sextas-feiras da Quaresma, iniciando sempre pela sexta-feira anterior a Quarta-Feira de Cinzas. O rito, de tradição lusitana, é celebrado no Brasil desde a segunda metade do século XVIII e incorpora comumente um acervo musical de repertório variado e singular.

CORTEJO DE ENTRADA

Ao se aproximar o horário de início da celebração, após o toque de uma campainha ou tintinábulo (no caso de uma igreja basílica), a orquestra de coro executa um instrumental (minueto). O sacerdote oficiante, devidamente paramentado com estola e capa pluvial roxa, entra pela porta principal da igreja, precedido pelos ministros auxiliares, acólitos e membros da irmandade de Nossa Senhora das Dores. Diante do altar-mor e, em seguida, diante o altar lateral de Nossa Senhora das Dores, fazem-se as devidas referências.

PRIMEIRA PARTE: RITOS INICIAIS

ORAÇÃO APERI, DOMINE

Oficiante: Aperi, Dómine, os meum ad benedicéndum nomen sanctum tuum: munda quoque cor meum ab ómnibus vanis, pervérsis et aliénis cogitatiónibus; intelléctum illúmina, afféctum inflámma, ut digne, atténte ac devóte hoc Offícium recitáre váleam, et exaudíri mérear ante conspéctum divínæ Majestátis tuæ. Per Christum Dóminum nostrum.

Coro: Amen.

Oficiante: Abri, Senhor, os meus lábios para bendizer o vosso santo nome. Purificai o meu coração de todos os pensamentos vãos, desordenados e estranhos. Iluminai o meu entendimento e inflamai minha vontade para que eu possa rezar digna, atenta e devotadamente este Ofício, e mereça ser atendido na presença de vossa divina Majestade. Por Cristo, nosso Senhor.

Coro: Amém.

INVITATÓRIO

Oficiante: Deus in adjutorium meum intende.
Coro: Domine, ad adjuvandum me festina.
Oficiante: Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto.
Coro: Sicut erat in principio, et nunc, et semper et in saecula saeculorum. Amen.

Todos: Veni Sancte Spiritus, reple tuorum corda fidelium et tui amoris in eis ignem accende.

Oficiante: Emitte Spiritum tuum et creabuntur.
Coro: Et renovabis faciem terrae.
Oficiante: Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
Coro: Senhor, apressai-vos em me socorrer.
Oficiante: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Coro: Como era no princípio, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Todos: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo do vosso amor.

Oficiante: Envia vosso Espírito e tudo será criado.
Coro: E renovareis a face da terra.

Oremos: Ó Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

ORAÇÃO DOS FIEIS (todos os dias do setenário)

Ó Virgem sem mancha, cheia de amargura, aqui prostrados diante de vossa soberana presença, vos pedimos e suplicamos que ilustreis o nosso entendimento e inflameis a nossa vontade para que, com espírito fervoroso e compassivo, contemplemos neste exercício as vossas dores e, por meio delas, consigamos os prêmios que Deus tem prometido aos que as meditam. Amém.

OU

Virgem e Mãe Maria, vós que acolhestes o Verbo da Vida na profundidade da vossa fé humilde, ajudai-nos a dizer o nosso 'sim' perante a urgência de fazer ressoar a Boa-Nova de Jesus. Vós, que permanecestes firme diante da Cruz, com fé inabalável, recebestes a jubilosa consolação da ressurreição e reunistes os discípulos à espera do Espírito para que nascesse a Igreja evangelizadora, alcançai-nos agora um novo ardor de ressuscitados para levar a todos o Evangelho da vida que vence a morte. Amém.

ANTÍFONA

Salve Virgem Dolorosa, amparo dos desamparados: dai-nos, pelas vossas dores, a dor de nossos pecados.

SEGUNDA PARTE: MEMÓRIA DAS DORES

PRIMEIRA DOR: A PROFECIA DE SIMEÃO

Evangelho: (Lc 2,25-35) 

Oficiante: Em Memória da Primeira Dor, da aflição que teve Maria, quando apresentando o seu Filho no templo de Jerusalém, ouviu dos lábios de Simeão que uma espada de dor haveria de transpassar a sua alma. 

Oração: Ó Maria, Mãe de Jesus, vós que entregastes ao Pai o vosso Filho e ao ouvir as palavras proféticas de Simeão, tivestes a alma ferida pela espada e assim vos unistes intimamente à Paixão do Senhor, concedei-nos acolher o grande mistério da nossa existência neste mundo, onde se entrecruzam morte e vida, tristeza e alegria, fracasso e vitória.

Ave Maria... (rezada ou cantada)

SEGUNDA DOR: A FUGA PARA O EGITO

Evangelho: (Mt 2,13-15) 

Oficiante: Em Memória da Segunda Dor, dos temores que teve Maria, fugindo para o Egito, perseguida por Herodes.

Oração: Ó Maria, Mãe do Evangelho, fugistes para o Egito, sob a proteção desvelada de José, e assim protegestes o menino Jesus. Ajudai-nos a cuidar do precioso dom da vida que recebemos de Deus. Intercedei pelas nossas famílias, protegei os recém nascidos e encorajai os pais para que cuidem com carinho de seus filhos. 

Ave Maria... (rezada ou cantada)

TERCEIRA DOR: JESUS PERDIDO NO TEMPLO

Evangelho: (Lc 2,41-50) 

Oficiante:  Em Memória da Terceira Dor, da tristeza e perturbação que teve Maria, perdendo seu amado Filho no templo de Jerusalém.

Oração: Ó Maria, Mãe Peregrina, fostes a Jerusalém para celebrar a Páscoa e levastes consigo o menino Jesus. Em meio àquela multidão perdestes o vosso Filho, mas vós o procurastes incansavelmente e depois de três dias o encontrastes no templo. Conduzi-nos ao encontro do Senhor presente na Igreja, nos sacramentos e nos irmãos sofredores.

Ave Maria... (rezada ou cantada)

QUARTA DOR: ENCONTRO COM JESUS NO CALVÁRIO

Evangelho: (Lc 23,26-29) 

Oficiante: Em Memória da Quarta Dor, da amargura que teve Maria encontrando seu divino Filho com a pesada cruz nas costas.

Oração: Ó Maria, Mãe Dolorosa, vós que encontrastes o vosso Filho esmagado sob o peso da cruz a caminho do calvário e dirigistes a Ele o vosso olhar maternal e cheio de amor, olhai compassiva os vossos filhos e ajudai-os a suportar os sofrimentos e fadigas da vida. 

Ave Maria... (rezada ou cantada)

QUINTA DOR: JESUS MORRE NA CRUZ

Evangelho: (Jo 19, 25-30) 

Oficiante:  Em Memória da Quinta Dor, da agonia que teve Maria por ver morrer seu Filho crucificado entre dois ladrões.

Oração: Ó Maria, Mãe Consoladora, vós que permanecestes aos pés da cruz, quando Cristo suportava em sua carne o dramático encontro entre o pecado do mundo e a misericórdia divina, ensinai-nos a percorrer a estrada do amor até o fim. Concedei a carícia da vossa consolação materna aos homens e mulheres deste mundo que, na hora suprema da nova criação, vos foram entregues como filhos e filhas. 

Ave Maria... (rezada ou cantada)

SEXTA DOR: JESUS MORTO NAS MÃOS DE MARIA

Evangelho: (Lc 23, 50-53) 

Oficiante:  Em Memória da Sexta Dor, da angústia que teve Maria quando despregaram da cruz o corpo de seu Filho e o colocaram em seus braços.

Oração: Ó Maria, Mãe Piedosa, vós que sustentastes e acalentastes nos braços o corpo do vosso Filho acolhei-nos quando formos surpreendidos pela dor e pelos sofrimentos. Não permitais que sejamos dominados pelo medo, mas renovai-nos a cada dia na esperança e na fé.

Ave Maria... (rezada ou cantada)

SÉTIMA DOR: JESUS É SEPULTADO

Evangelho: (Jo 19, 38-42) 

Oficiante:  Em Memória da Sétima Dor, da soledade que teve Maria ficando sem Filho nem vivo nem mesmo morto.

Oração: Ó Maria, Mãe da Esperança, vós que acreditastes esperando contra toda a esperança e assim cooperastes na obra do Salvador, livrai-nos do desânimo, do medo e do desespero. Ajudai-nos a caminhar na estrada da confiança e concedei-nos a graça de esperar unicamente em Deus.

Ave Maria... (rezada ou cantada)

Oração Final: Ó Senhora, Mãe de Deus e também dos pecadores, humildemente vos ofereço estas Sete Ave Marias em reverência de todas as vossas dores, para que me alcanceis do vosso Amado Filho resignação com a sua Vontade e um vivo sentimento dos tormentos de sua Paixão e Morte de Cruz. Amém.

LADAINHA DE NOSSA SENHORA

Senhor, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, tende piedade de nós. Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos. Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos. Jesus Cristo, atendei-nos.

Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Santa Maria, rogai por nós.
Santa Mãe de Deus, rogai por nós.
Santa Virgem das Virgens, rogai por nós.

Mãe de Jesus Cristo, rogai por nós.
Mãe da divina graça, rogai por nós.
Mãe puríssima, rogai por nós.
Mãe castíssima, rogai por nós.
Mãe imaculada, rogai por nós.
Mãe intacta, rogai por nós.
Mãe amável, rogai por nós.
Mãe admirável, rogai por nós.
Mãe do bom conselho, rogai por nós.
Mãe do Criador, rogai por nós.
Mãe do Salvador, rogai por nós.

Virgem prudentíssima, rogai por nós.
Virgem venerável, rogai por nós.
Virgem louvável, rogai por nós.
Virgem poderosa, rogai por nós.
Virgem clemente, rogai por nós.
Virgem fiel, rogai por nós.

Espelho de justiça, rogai por nós.

Sede de sabedoria, rogai por nós.
Causa da nossa alegria, rogai por nós.
Vaso espiritual, rogai por nós.
Vaso honorífico, rogai por nós.
Vaso insigne de devoção, rogai por nós.
Rosa mística, rogai por nós.
Torre de David, rogai por nós.
Torre de marfim, rogai por nós.
Casa de ouro, rogai por nós.
Arca da aliança, rogai por nós.
Porta do céu, rogai por nós.
Estrela da manhã, rogai por nós.
Saúde dos enfermos, rogai por nós.
Refúgio dos pecadores, rogai por nós.
Consoladora dos aflitos, rogai por nós.
Auxílio dos cristãos, rogai por nós.

Rainha dos anjos, rogai por nós.
Rainha dos patriarcas, rogai por nós.
Rainha dos profetas, rogai por nós.
Rainha dos apóstolos, rogai por nós.
Rainha dos mártires, rogai por nós.
Rainha dos confessores, rogai por nós.
Rainha das virgens, rogai por nós.
Rainha de todos os santos, rogai por nós. por nós.
Rainha elevada ao céu em corpo e alma, rogai por nós.
Rainha do sacratíssimo Rosário, rogai por nós.
Rainha da paz, rogai por nós.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.

V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos: Senhor Deus, nós Vos suplicamos que concedais aos vossos servos perpétua saúde de alma e de corpo e que, pela gloriosa intercessão da bem-aventurada sempre Virgem Maria, sejamos livres da presente tristeza e gozemos da eterna alegria. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

TERCEIRA PARTE: EXPOSIÇÃO E BÊNÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

O sacerdote oficiante, com estola e capa fluvial branca, faz a exposição do Santíssimo Sacramento, enquanto o coro executa um canto apropriado.

ORAÇÃO A JESUS SACRAMENTADO

Bendito seja Deus.
Bendito seja seu santo nome.
Bendito seja Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. 
Bendito seja o Nome de Jesus. 
Bendito seja o seu Sacratíssimo Coração. 
Bendito seja o seu preciosíssimo Sangue.
Bendito seja Jesus no Santíssimo Sacramento do Altar.
Bendito seja o Espírito Santo Paráclito.
Bendita seja a grande Mãe de Deus, Maria Santíssima.
Bendita seja sua Santa Imaculada Conceição.
Bendita seja sua gloriosa Assunção.
Bendito seja o Nome de Maria Virgem e Mãe.
Bendito seja São José, seu castíssimo Esposo.
Bendito seja Deus, nos seus Anjos e nos seus Santos.

ORAÇÃO UNIVERSAL

Deus Pai de misericórdia, protegei a vossa Igreja, dai-lhe santos pastores e dignos ministros. Derramai vossas bênçãos sobre o Papa (N.); o nosso Arcebispo (N.), o nosso Pároco e sobre todo o clero. Conduzi, com vossa sabedoria, nossos governantes e todas as pessoas constituídas em dignidade, para que governem com justiça. Dai ao povo brasileiro e à nossa cidade paz constante e prosperidade completa. Favorecei com os efeitos contínuos da vossa bondade, o Brasil, nossa Arquidiocese, a nossa Paróquia, cada um de nós em particular e por todas as pessoas pelas quais devemos rezar ou que se recomendaram às nossas orações. Tende misericórdia das almas dos fiéis, que padecem no purgatório: dai-lhes, Senhor, o descanso e a luz eterna.

Pai Nosso, Ave Maria, Glória...

ORAÇÃO TANTUM ERGO

Tantum ergo sacraméntum, veneremur cérnui, et antiquum documéntum novo cedat rituí; praestet fides suppleméntum sénsuum deféctui. Genitori Genitóque laus et iubilátio, salus, honor, virtus quoque sit et benedíctio; procedénti ab utroque compar sit laudatio. Amen.


Ministro: Panem de Caelo praestitísti eis. 
Todos: Omne delectaméntum in se habentem

Oremus: Deus, qui nobis sub sacramento mirabili, passionis tuae memoriam reliquisti: tribue, quaesumus, ita nos corporis et sanguinis tui sacra mysteria venerari, ut redemptionis tuae fructum in nobis iugiter sentiamus. Qui vivis et regnas in saecula saeculorum. Amen.

Tão sublime Sacramento, adoremos neste altar. Pois o Antigo Testamento deu ao novo o seu lugar. Venha a fé, por suplemento, os sentidos completar. Ao Eterno Pai cantemos, e a Jesus o Salvador. Ao Espírito exaltemos, na Trindade eterno amor. Ao Deus Uno e Trino demos, a alegria do louvor. Amém!


Ministro: Do céu lhes destes o pão. 
Todos: Que contém todo o sabor.

Oremos: Deus, que neste admirável Sacramento nos deixastes o memorial da vossa Paixão. Concedei-nos tal veneração pelos mistérios de vosso Corpo e de Vosso Sangue, que experimentemos sempre em nós sua eficácia redentora. Vós, que viveis e reinais Deus pelos séculos dos séculos. Amém.

Neste momento, segurando o ostensório com o véu umeral, o sacerdote oficiante abençoa a todos com o Santíssimo Sacramento, que é então incensado. Após incensado, o Santíssimo retorna em procissão para a capela, enquanto o coro executa um canto apropriado.

QUARTA PARTE: INCENSAÇÃO DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA DAS DORES E CANTO STABAT MATER

O sacerdote oficiante, de estola e capa pluvial roxa, incensa a imagem de Nossa Senhora das Dores, enquanto o coro executa um canto apropriado. Na sequência, um acólito incensa o sacerdote oficiante, os demais presbíteros e toda a assembleia reunida.

CANTO STABAT MATER

Stabat mater dolorosa
iuxta Crucem lacrimosa,
dum pendebat Filius.

Cuius animam gementem,
contristatam et dolentem
pertransivit gladius.

O quam tristis et afflicta
fuit illa benedicta,
mater Unigeniti!

Quae maerebat et dolebat,
pia Mater, dum videbat
nati poenas inclyti.

Quis est homo qui non fleret,
matrem Christi si videret
in tanto supplicio?

Quis non posset contristari
Christi Matrem contemplari
dolentem cum Filio?

Pro peccatis suae gentis
vidit Iesum in tormentis,
et flagellis subditum.

Vidit suum dulcem Natum
moriendo desolatum,
dum emisit spiritum.

Eia, Mater, fons amoris
me sentire vim doloris
fac, ut tecum lugeam.

Fac, ut ardeat cor meum
in amando Christum Deum
ut sibi complaceam.

Sancta Mater, istud agas,
crucifixi fige plagas
cordi meo valide.

Tui Nati vulnerati,
tam dignati pro me pati,
poenas mecum divide.

Fac me tecum pie flere,
crucifixo condolere,
donec ego vixero.

Iuxta Crucem tecum stare,
et me tibi sociare
in planctu desidero.

Virgo virginum praeclara,
mihi iam non sis amara,
fac me tecum plangere.

Fac, ut portem Christi mortem,
passionis fac consortem,
et plagas recolere.

Fac me plagis vulnerari,
fac me Cruce inebriari,
et cruore Filii.

Flammis ne urar succensus,
per te, Virgo, sim defensus
in die iudicii.

Christe, cum sit hinc exire,
da per Matrem me venire
ad palmam victoriae.

Quando corpus morietur,
fac, ut animae donetur
paradisi gloria. Amen.

Estava a mãe dolorosa
chorando junto à cruz
da qual seu Filho pendia.

Sua alma soluçante,
inconsolável e angustiada
era atravessada por um punhal.

Ó, quão triste e aflita
estava a bendita mãe
do Filho Unigênito!

Transpassada de dor,
chorava, vendo
o tormento do seu Filho.

Quem poderia não se entristecer
ao contemplar a Mãe de Cristo
sofrendo tanto suplício?

Quem poderia conter as lágrimas
vendo a mãe de Cristo
dolorida junto ao seu Filho?

Pelos pecados do seu povo
Ela viu Jesus no tormento,
flagelado por seus súditos.

Viu seu doce Filho
morrendo desolado
ao entregar seu espírito.

Ó mãe, fonte de amor,
faz-me sentir toda a tua dor
para que eu chore contigo.

Faz com que meu coração arda
no amor a Cristo Senhor
para que possa consolá-lo.

Santa Mãe, marca profundamente
no meu coração
as chagas do teu Filho crucificado.

Por mim, teu Filho coberto de chagas
quis sofrer seus tormentos,
quero compartilhá-los.

Faz com que eu chore
e que carregue com Ele a sua cruz
enquanto dure a minha existência.

Quero estar em pé
ao teu lado, junto à cruz
chorando junto a ti.

Virgem das virgens notável,
não sejas rigorosa comigo,
deixa-me chorar junto a ti.

Faz com que eu compartilhe a morte de Cristo
que participe da sua paixão
e que rememore suas chagas.

Faz com que me firam suas feridas,
que sofra o padecimento da cruz
pelo amor do teu Filho.

Inflamado e elevado pelas chamas,
seja defendido por ti, ó Virgem,
no dia do Juízo Final.

Faz com que eu seja custodiado pela cruz,
fortalecido pela morte de Cristo
e confortado pela graça.

Quando o corpo morrer,
faz com que minha alma alcance
a glória do Paraíso. Amém.
QUINTA PARTE: RITOS FINAIS

Oficiante: Tuam ipsíus animam doloris gladius pertransívit.
Todos: Ut revelentur ex multis córdibus cogitatiónes.

Oremus: Deus, in cujus passione, secundum Simeonis prophetiam, dulcissimam animam gloriosæ Virginis et Matris Mariæ doloris gladius pertransivit: concede, propitius; ut qui dolores ejus venerando recólimus, passionis tuæ effectum felicem consequámur. Qui vivis et regnas in sǽcula sæculórum. Amen.

Oficiante: uma espada de dor te traspassará a alma.
Todos: Para que sejam revelados os pensamentos de muitos corações.

Oremos: Ó Deus, em cuja Paixão, segundo a profecia de Simeão, uma espada de dor transpassaria a alma de Maria, Virgem Gloriosa e Mãe, concedei-nos propícios, a nós que veneramos as vossas dores, que recebamos os frutos de vossa Paixão. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém.
Oração Salve Rainha (rezada em intenção aos devotos de Nossa Senhora das Dores, vivos ou falecidos)

Oficiante: Divinum auxilium maneat semper vobiscum.
Todos: Amen.
Oficiante: O auxílio divino permaneça sempre convosco.
Todos: Amém.

Com a Cruz à frente, tem início a procissão final do ato litúrgico, em que o sacerdote oficiante, precedido pelos ministros auxiliares, demais acólitos e membros da Irmandade de Nossa Senhora das Dores, dirige-se à Sacristia, enquanto o coro executa o instrumental (minueto).