segunda-feira, 31 de julho de 2023

ORAÇÃO A JESUS, SALVADOR DO MUNDO

Jesus, Salvador do mundo,
Nós Vos suplicamos, ouvi-nos, Jesus!

Que Vos digneis conservar na santa religião ao soberano Pontífice e as Ordens eclesiásticas, e conceder a todos os cristãos a paz e a unidade da fé.
Nós Vos pedimos, ouvi-nos, Jesus!

Que Vos digneis livrar as nossas almas, as de nossos pais, irmãos, parentes e benfeitores, da condenação eterna.
Nós Vos pedimos, ouvi-nos, Jesus!

Que Vos digneis conceder a todos os fiéis defuntos o descanso eterno,
Nós Vos pedimos, ouvi-nos, Jesus!

Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo,
Perdoai-nos, Senhor!

Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo,
Ouvi-nos, Senhor!

Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo,
Tende piedade de nós!

Pai Nosso... Ave Maria...

Graças e louvores se deem a todo o momento (3x)
Ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!

DOUTORES DA IGREJA (XIX)

 19São Francisco de Sales, Bispo (†1622)

Doutor da Caridade
Concessão do título: 1877 - Papa Pio IX

Celebração: 24 de janeiro (Memória Obrigatória)

 Obras e Escritos 

  • Filoteia ou Introdução à Vida Devota
  • Tratado do Amor de Deus
  • Catecismo das Tentações
  • Palestras Íntimas
  • A Controvérsia Católica
  • Viver em Oração
  • Máximas de Direção Espiritual

domingo, 30 de julho de 2023

EVANGELHO DO DOMINGO

    

'Como eu amo, Senhor, a vossa lei, vossa palavra!(Sl 118)

Primeira Leitura (1Rs 3,5.7-12) - Segunda Leitura (Rm 8,28-30)  -  Evangelho (Mt 13,44-52)
 
 30/07/2023 - Décimo Oitavo Domingo do Tempo Comum

36. O REINO DE DEUS (II)


No Evangelho deste Domingo, contemplamos ainda os ensinamentos de Jesus sobre o verdadeiro sentido do Reino de Deus, por meio de parábolas manifestadas à multidão reunida à sua volta, às margens do mar da Galileia. Nesta temática comum a todo o Capítulo 13 do Evangelho de São Mateus, Jesus já lhes havia dado a conhecer a natureza do Reino por meio das parábolas do campo semeado de trigo e de joio, da semente de mostarda e da porção de fermento. Na continuação de sua pregação, Jesus lhes fala do Reino dos Céus por meio de outras três parábolas.

'O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo' (Mt, 13, 44). Eis a verdadeira riqueza deste mundo: buscar, no anonimato e no escondimento aos rumores e apelos mundanos, a vida da graça em plenitude, nas obras de uma vida simples, na alegria do autêntico exercício da fé cristã, nos pequenos atos de amor, no cotidiano de uma vida entregue e consagrada à Deus.

'O Reino dos Céus é também como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola' (Mt 13, 45 - 46). Eis o mesmo tesouro, que tem valor de eternidade, expresso agora como a pérola mais preciosa. Pérola única, especialíssima, pois a Verdade de Deus é única, definitiva, indivisível. Implica, pois, ao homem, buscá-la, empreendendo todos os esforços e persistência em encontrá-la. E, quando a encontra, passa a possuir a própria Verdade de Deus, a maior riqueza deste mundo.

'O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam' (Mt 13, 47 - 48). A busca da pérola preciosa é possível a todos os homens, e lhes é dado igualmente o 'mapa do tesouro': o caminho de santificação pautado numa vida consagrada à Deus. Mas, como o trigo e o joio, peixes bons e imprestáveis serão ponderados pelos 'pescadores' no dia do Juízo, na definitiva separação dos justos e dos pecadores obstinados. Uns, para o Reino de Deus, que já subsiste nos corações do justos; os outros para a condenação eterna, na fornalha de fogo eterno, onde só 'haverá choro e ranger de dentes' (Mt 13, 50).

sábado, 29 de julho de 2023

TESOURO DE EXEMPLOS (237/240)

  

237. CAIU A PEDRA

No domingo, 22 de dezembro de 1861, em Volterra, alguns jovens se haviam reunido perto de uma muralha, sobre a qual sobressaía uma grande pedra. Um deles, que perdera no jogo, começou a dizer horríveis blasfêmias contra Nossa Senhora. Os companheiros procuraram acalmá-lo, mas ficou ainda pior. Chegada a hora da missa, convidaram-no a entrar com eles na igreja; respondeu-lhes, porém, com a mais horrível das blasfêmias. Apenas tinha fechado a boca, a grande pedra caiu sobre ele e o esmagou.

238. VEREIS COMO ISTO PARA!

Em agosto de 1891, uma aldeia foi açoitada por uma chuva de pedras, que devastou vinhedos e hortas. Vários camponeses reunidos numa taberna se queixavam, blasfemando, da tempestade que os arruinava. O taberneiro, furioso, blasfemava mais do que todos e, tomando uma espingarda, saiu à rua, dizendo: 'Atirarei contra Deus e vereis como isto para já!'

O blasfemo ergueu a espingarda contra o céu... mas, no momento preciso, caiu um raio, matando-o juntamente com um cigano que o acompanhava.

239. COMPADECIAM-SE DELE!

Na cidade de Gênova, em maio de 1902, enquanto os fiéis saíam da igreja de São Teodoro, após as funções sagradas, um indivíduo começou a insultar os que tinham ido à igreja e a blasfemar contra Deus e Nossa Senhora. Os fiéis que passavam, espantados, compadeciam-se dele. De repente, o homem calou-se, empalideceu e caiu como que fulminado por um raio. Toda tentativa para socorrê-lo foi inútil.

240. CEGO PELO RESTO DA VIDA

Um homem voltava da venda depois de ter ouvido ali toda sorte de impiedades. Ao ver o crucifixo à cabeceira da cama, pôs-se a blasfemar e xingar a sagrada imagem. Foi além: tomou uma faca e arrancou sacrilegamente os olhos do crucifixo. No dia seguinte começou a sentir uma dor agudíssima nos olhos. Levaram-no ao hospital, de onde saiu completamente cego, vendo-se obrigado a mendigar até o fim da vida.

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)

sexta-feira, 28 de julho de 2023

COMO ALCANÇAR A SANTA PACIÊNCIA

1. Devemos ter fé

Digo que a primeira coisa é possuir a iluminação da fé. Com a luz desta virtude, conseguiremos todas as outras; sem ela andaremos no escuro como um cego, para quem o dia torna-se noite. Para pessoa sem fé, tudo o que Deus faz por amor na claridade da luz, torna-se escuridão, trevas de ódio, pois a pessoa pensa que é por ódio que Deus permite os sofrimentos e as dificuldades. Vede como precisamos da luz da fé!

2. Devemos pensar que tudo vem de Deus por amor

A segunda coisa é crer firmemente que Deus existe e que tudo vem dele menos o pecado. Não vem de Deus a má vontade do pecador. O restante – quer provenha do fogo, da água, da morte ou de qualquer outra coisa – vem de Deus. Diz Jesus no evangelho que sem a providência Divina não cai uma folha das árvores e diz ainda que os cabelos da nossa cabeça estão todos contados, e que nenhum deles cai sem que Deus o saiba (Mt 10,29). Ora, se Jesus fala assim a respeito das coisas materiais com maior razão cuida de nós criaturas racionais. Em tudo o que nos manda o permite, Deus usa da sua providência. Tudo é feito por Deus com mistério e amor. Jamais por ódio!

3. Devemos crer que até na dor Deus nos quer felizes

O desejo de Deus é que nos santifiquemos. Tudo o que Ele nos manda ou permite tem esta finalidade. Se duvidarmos disto, erramos. Basta pensar no sangue do humilde e imaculado cordeiro, transpassado pela lança, sofrido, atormentado. Entenderemos que o Pai eterno nos ama. Por causa do pecado, nos tínhamos tornado inimigos de Deus. Amorosamente, o Pai nos deu o Verbo, seu filho Unigênito. Este último entregou por nós sua vida, correndo para uma vergonhosa morte na cruz. Por qual razão? Por amor a nossa salvação. Como vedes o sangue de Jesus dissipa toda a dúvida em nós, de que o Pai possa querer outra coisa que não seja a nossa santificação. Aliás, como poderia Deus querer algo fora do bem? Impossível! Como poderia o supremo Bem descuidar-se de nós? Ele que nos amou antes de existirmos, Ele que, por amor, nos criou à sua imagem e semelhança, não poderia deixar de nos amar de prover às necessidades de nossa alma e do nosso corpo.

Deus permite algumas vezes certas coisas para que nos conheçamos melhor em nossa instabilidade. E também conheçamos a instabilidade deste mundo. Tudo o que temos – vida, saúde, esposa, filhos, riquezas, posições sociais, prazeres – tudo nos é dado por Deus como empréstimo para nosso uso. Não como propriedade. É assim que devemos tratar tais coisas. Tanto é verdade, que não podemos impedir que tais coisas nos sejam retiradas. Quanto à graça divina é diferente. Nem os demônios nem outras criaturas nem as perseguições conseguem retirar de nós, se não dermos nosso consentimento.

O sofrimento que padeceis é de grande utilidade para vós. Deus vos oferece o modo de romper muitas amarras e de aperfeiçoar vossa consciência. Deus vos libertou e vos indicou a estrada, se é que a desejais segui-la. A todos Deus deu a vida eterna e nos convida a alcançá-la também por meio do sofrimento, afim de que conheçamos a bondade divina e nossos defeitos, durante o restante da vossa vida.

4. Devemos meditar sobre os próprios pecados

A quarta coisa necessária para se tornar paciente é esta: refletir sobre os próprios pecados e defeitos, sobre quanto já ofendemos a Deus. Ele é o Bem infinito. Destes pecados e defeitos, grandes ou pequenos que sejam, resultaria para nós um castigo infinito. Infelizes que somos! Ofendemos nosso Criador e merecemos mil infernos. E quem é este Criador ofendido! É a bondade sem limites. E nós, o que somos? Nada! O ser que temos e qualquer outro beneficio a ele acrescentado, tudo veio de Deus. Por nós mesmos, nada somos. Em tal situação e merecendo um castigo eterno, Deus nos purifica aqui na terra. Mais ainda; se aceitamos o sofrimento purificador, alcançamos méritos. Isso não sucede na purificação da vida futura; no purgatório a alma se purifica mas nada merece. Como nos convém, pois tolerar com paciência estas pequenas dores agora.

Pequenas dores repito, por causa da brevidade desta existência. Aqui na terra a dimensão da dor tem a dimensão do tempo. E qual é a extensão do tempo? Assemelha-se à ponta de uma agulha. Assim sendo a dor é pequena. O sofrimento que passou ficou para trás, não o sinto mais; o sofrimento futuro ainda não padeço, e nem tenho certeza de continuar vivo. Posso morrer e não sei quando. Somente o presente existe nada mais. Soframos, então, com alegria. Toda ação boa é remunerada. Toda culpa é punida. São Paulo afirma: 'Os sofrimentos desta vida não se comparam com a glória que receberá a alma paciente' (Rm 8,18).

(Excertos das 'Cartas de Santa Catarina de Siena')

quinta-feira, 27 de julho de 2023

O DOGMA DO PURGATÓRIO (LX)

 

Capítulo LX

Alívio às Santas Almas pelo Santo Sacrifício da Missa - Madre Inês e Irmã Serafina - Rainha Margarida da Áustria e o Arquiduque Alberto - Padre Mancinelli e o Manto da Caridade

Acabamos de falar da eficácia do Santo Sacrifício para aliviar as pobres almas. Uma fé viva neste mistério consolador inflama a devoção dos verdadeiros fiéis e suaviza a amargura da dor da perda. A morte privou-os de um pai, de uma mãe, de um amigo? Voltem os seus olhos lacrimosos em direção ao Altar, que lhes oferece o meio de testemunhar o seu amor e a sua gratidão para com os seus queridos defuntos. Daí resulta as numerosas missas que podem mandar celebrar; daí também esse afã de assistir ao Santo Sacrifício de Propiciação em favor dos defuntos.

A Venerável Madre Inês de Langeac, religiosa dominicana de quem já nos referimos antes, assistia à Santa Missa com a máxima devoção e incentivava as suas religiosas a um fervor semelhante. Dizia-lhes que este Divino Sacrifício era o ato mais santo da religião, a obra de Deus por excelência, e recordava-lhes a Sagrada Escritura: 'Maldito aquele que faz com negligência a obra do Senhor!' (Jr 48,10).

Uma irmã da comunidade chamada Serafina faleceu; ela não tinha prestado atenção suficiente aos conselhos salutares da sua Superiora e foi condenada a um Purgatório severo. Madre Agnes soube disso por revelação. Num êxtase, foi levada em espírito ao lugar da expiação e viu muitas almas no meio das chamas. Entre elas, reconheceu a Irmã Serafina que, por meio de penosos lamentos, implorava a sua ajuda. Tocada pela mais viva compaixão, a caridosa Superiora fez tudo o que estava ao seu alcance: durante oito dias, jejuou, comungou e assistiu à Santa Missa em intenção da querida irmã falecida. Enquanto rezava, entre lágrimas e suspiros, implorando a Divina Misericórdia por meio do precioso Sangue de Jesus, para que Ele tivesse a bondade de livrar a sua querida filha daquelas terríveis chamas e admiti-la ao deleite da sua presença, ela ouviu uma voz que lhe disse: 'Continue a rezar; a hora da libertação dela ainda não chegou'. Madre Agnes perseverou na oração e, dois dias depois, enquanto assistia ao Santo Sacrifício, no momento da elevação, viu a alma da Irmã Serafina elevar-se ao Céu num êxtase de alegria. Esta visão consoladora foi a recompensa da sua caridade e a inflamou ainda mais na devoção pelo Santo Sacrifício da Missa.

As famílias cristãs, que possuem um espírito de fé viva, têm o dever, segundo a sua categoria e os seus meios, de mandar celebrar um grande número de missas pelos defuntos. Na sua santa liberalidade, esgotam os seus recursos para multiplicar os sufrágios da Igreja e assim aliviar as almas santas. Conta-se na Vida da Rainha Margarida de Áustria, esposa de Filipe III que, no dia de suas exéquias, se celebraram na cidade de Madri quase mil e cem missas pelo repouso da sua alma. Esta rainha tinha pedido por mil missas no seu último testamento e o Rei mandou acrescentar este número para vinte mil. Quando o arquiduque Alberto morreu em Bruxelas, a piedosa Isabel, sua viúva, mandou celebrar quarenta mil missas pelo repouso da sua alma e, durante um mês inteiro, ela própria assistiu com a maior piedade às dez missas de cada dia (Padre Mumford, 'Caridade para com os Falecidos').

Um dos modelos mais perfeitos de devoção ao Santo Sacrifício da Missa e da caridade para com as almas do Purgatório, foi o Padre Júlio Mancinelli, da Companhia de Jesus. As missas oferecidas por este digno religioso - diz L. Rossignoli (Merv 23) -  pareciam ter uma eficácia toda especial para o alívio dos fiéis defuntos. As almas apareciam-lhe frequentemente para implorar o favor de uma única Missa. 

César Costa, tio do Pe. Mancinelli, era arcebispo de Cápua. Um dia, encontrando o seu santo sobrinho muito mal vestido, apesar do mau tempo, deu-lhe, com a maior caridade, uma esmola para que comprasse um manto. Pouco tempo depois, o arcebispo faleceu; e o padre, ao sair para visitar os doentes, envolto no seu novo manto, encontrou o seu falecido tio a vir em sua direção, envolto em chamas e a pedir-lhe que lhe emprestasse o seu manto. Assim que o padre concedeu e o arcebispo vestiu o manto, as chamas extinguiram-se de imediato. O Pe. Mancinelli compreendeu que aquela alma estava a sofrer no Purgatório e que pedia a sua ajuda, em troca da caridade que tivera para com ele. Pegando então o manto, prometeu rezar pela pobre alma sofredora com todo o fervor possível, especialmente junto do altar.

Este fato foi noticiado internacionalmente e produziu uma impressão tão salutar que, após a morte do padre, foi representado em uma pintura que se conserva no Colégio de Macerata, a sua terra natal. O Padre Júlio Mancinelli é visto no altar, vestido com as vestes sagradas, um pouco elevado acima dos degraus do altar, para significar o arrebatamento com que foi favorecido por Deus. Da sua boca saem faíscas, emblema das suas orações ardentes e do seu fervor durante o Santo Sacrifício. Sob o altar, vê-se o Purgatório e as almas que recebem o benefício dos seus sufrágios. Por cima dele, dois anjos derramam de vasos esplendorosos uma chuva de ouro, significando as bênçãos, as graças e os privilégios concedidos às pobres almas em virtude do Santo Sacrifício. Vemos também o manto e uma inscrição em verso, que traduzida diz assim: 'Ó veste milagrosa, dada como proteção contra a severidade do frio e que depois serviu para temperar o calor do fogo. É assim que a caridade atua, dando calor ou refrigério, segundo os sofrimentos que alivia'.

Tradução da obra: 'Le Dogme du Purgatoire illustré par des Faits et des Révélations Particulières', do teólogo francês François-Xavier Schouppe, sj (1823-1904), 342 p., tradução pelo autor do blog.

quarta-feira, 26 de julho de 2023

26 DE JULHO - SÃO JOAQUIM E SANTA ANA

 

Sagrada Família com São Joaquim e Santa Ana (Nicolás Juarez, 1699)

De acordo com a Tradição Católica e documentos apócrifos antigos, os pais de Maria foram São Joaquim e Santa Ana. Ana, em hebraico Hannah, significa 'Graça' e Joaquim equivale a 'Javé prepara ou fortalece'. Ambos os nomes indicam, portanto, a  missão divina de realização das promessas messiânicas, com o nascimento da Mãe do Salvador. Segundo a mesma Tradição, os pais de Maria teriam nascido na Galileia, transferindo-se depois para Jerusalém, onde Maria nasceu e onde ambos morreram e foram enterrados.

O culto aos pais de Maria Santíssima é antiquíssimo na Igreja Oriental (como revelados nos escritos de São Gregório de Nissa e Santo Epifânio, em hinos gregos e em homilias dos Santos Padres). Os túmulos de São Joaquim e Santa Ana em Jerusalém foram honrados até o final do Século IX, numa igreja construída no local onde viveram. No Ocidente, o culto de Santa Ana é muito mais recente, com sua festa litúrgica tendo início na Idade Média, sendo formalizada no Missal Romano apenas em 1584, no tempo de Gregório XIII. A devoção a São Joaquim foi ainda mais tardia no Ocidente.

Como pais de Nossa Senhora, São Joaquim e Santa Ana são nossos avós espirituais e o calendário litúrgico instituiu a festa conjunta destes dois santos em 26 de julho, que ficou também conhecida como 'dia dos avós'. Eles são também os santos protetores da Ordem dos Carmelos Descalços (fundada no Século XVI por Santa Teresa de Ávila). No dia dos avós, o blog presenteia os nossos irmãos mais velhos com estas duas orações.

Oração a Santa Ana

Santa Ana, mãe da Santíssima Virgem, pela intercessão da Vossa Filha e do Meu Salvador, dai-me obter a graça que Vos peço, o perdão dos meus pecados, a força para cumprir fielmente os meus deveres de cristão e a perseverança eterna no amor de Jesus e de Maria. Amém.

Oração a São Joaquim

Senhor! Pela intercessão de São Joaquim, pai da Santíssima Virgem, velai pelos Vossos filhos idosos, especialmente... (nomes) que, tendo cumprido na Terra uma vida longa, possa(m) merecer de Vós a Vida Eterna no Céu. Senhor, dai-lhes o conforto de uma idade avançada, saúde do corpo e da alma, a sabedoria de envelhecer e um coração inquieto enquanto não repousar em Vós. Amém.  

terça-feira, 25 de julho de 2023

O CAMINHO DA SANTIFICAÇÃO PERFEITA


O caminho da santificação perfeita passa pela Escola de Maria, passa pela Presença de Maria, passa pelo Segredo de Maria!

Viver a Escola de Maria é estar sempre em intimidade com Deus: 'onde eu estou, Deus aí está'. Na intimidade com Deus, a alma não tem anelos para si própria, tudo emana e evolui para cumprir em tudo, com todos, o tempo todo, a Santa Vontade de Deus.

'Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra' 

(Lc 1, 38)

Viver a Presença de Maria é estar sempre em intimidade com ela: 'eu vou onde Nossa Senhora iria'. Como um filho que segue com docilidade o chamamento da Mãe; como um filho que confia plenamente na companhia segura da sua mãe; como um filho que recorre a sua mãe em todos os seus anelos e necessidades. 

'Como a respiração é sinal inconfundível de que o corpo não está morto, o pensamento assíduo e a invocação amorosa de Maria é um sinal certo de que a alma não está morta pelo pecado'

(São Luís Maria Grignion de Monfort)
'
Viver o Segredo de Maria é passar por esta vida com o olhar na eternidade com Deus: 'eu vivo à espera do Céu que me espera'. Nas pequenas coisas, no anonimato, no silêncio, no escondimento, no 'eu comigo mesmo' da alma que confia, que ama e que persevera em fazer todas as coisas não para proveito próprio mas para a maior glória de Deus.

'Senhor, Deus meu, Criador e Redentor meu! desejo receber-vos hoje com tal afeto e reverência, com tal louvor e honra, com tal agradecimento, dignidade e pureza, com tal fé, esperança e amor, como vos desejou e recebeu vossa Mãe Santíssima, a gloriosa Virgem Maria, quando, ao anjo que lhe anunciou o mistério da encarnação, humilde e devotamente respondeu: Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra!'

(Da Imitação de Cristo, de Thomas de Kempis)

segunda-feira, 24 de julho de 2023

FRASES DE SENDARIUM (V)

'A prova de que Deus está conosco não está em não cair,
mas no levantar após a queda'

(Santa Teresa de Ávila)

Nas tuas pequenas e grandes alegrias, louva o Pai pela graça de perceber que és capaz de alcançar objetivos e metas; nos teus pequenos ou grandes fracassos, louva o Pai ainda mais por te mostrar que sem Ele tu és nada...

domingo, 23 de julho de 2023

EVANGELHO DO DOMINGO

   

'Ó Senhor, vós sois bom, sois clemente e fiel!(Sl 85)

Primeira Leitura (Sb 12,13.16-19) - Segunda Leitura (Rm 8,26-27)  -  Evangelho (Mt 13,24-43)
 
 23/07/2023 - Décimo Sétimo Domingo do Tempo Comum

35. O REINO DE DEUS (I)


No Evangelho deste Décimo Sexto Domingo do Tempo Comum, Jesus encontra-se ainda numa barca, às margens do mar da Galileia, falando à multidão. E vai se utilizar de três diferentes parábolas para descrever o Reino de Deus aos homens.

A primeira parábola é a do campo semeado de trigo e de joio: 'O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo' (Mt 13, 24). No campo do Senhor, ou seja, o mundo, Deus planta sempre a boa semente, plena de fertilidade e capaz de produzir muitos frutos. Mas o Maligno interveio e 'enquanto todos dormiam' (Mt 13, 25), contaminou o campo com a erva inútil. O mal sempre triunfa quando o bem não se manifesta ou se recolhe. No mundo dos homens, ambas as plantas germinam igualmente e convivem igualmente, os Filhos da Luz (o trigo) e os herdeiros do Mal (o joio). E não serão separados nas vinhas do Senhor, mas apenas na colheita final: 'Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e amarrai-o em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro!' (Mt 13, 30). Pois o bem é a prática da virtude que há de superar o mal e o mal pode ser sempre reparado antes da colheita.

A segunda parábola compara o Reino dos Céus a uma minúscula semente de mostarda: 'O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo' (Mt 13, 31). De fertilidade ímpar, a pequena semente produz um vigoroso arbusto, tão alto que as aves podem fazer ninhos em seus ramos. O Reino de Deus se desenvolve tal como a pequena semente: no escondimento, quase imperceptível na sua evolução, mas vigoroso e extraordinário na grandeza e dimensão dos seus frutos! O caminho da santificação é essencialmente simples e tranquilo, mas impelido por uma torrente de bênçãos e graças.

A terceira parábola compara o Reino dos Céus a uma porção de fermento: 'O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado' (Mt 13, 33). A mistura do bem e do mal no mundo é resultado do campo semeado pelas boas e más sementes; a ação do bem é a de fomentar os ensinamentos evangélicos, atuando como fermento de transformação e transfiguração das almas semeadas nas vinhas do Senhor.

sábado, 22 de julho de 2023

DOUTORES DA IGREJA (XVIII)

18Santo Afonso Maria de Ligório, Bispo (†1787)

Doutor Zelantíssimo

Concessão do título: 1871 - Papa Pio IX

Celebração: 01 de agosto (Memória Obrigatória)

 Obras e Escritos 

  • Teologia Moral
  • As Glórias de Maria
  • A Prática do Amor a Jesus Cristo
  • A Oração
  • A Selva
  • O Caminho da Cruz
  • A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo
  • Preparação para a Morte
  • História das Heresias e suas Refutações
  • Encarnação, Nascimento e Infância de Jesus Cristo
  • Meditações para Todos os Dias do Ano
  • Tratado da Castidade
  • Tratado da Conformidade com a Vontade de Deus
  • O Sagrado Coração de Jesus
  • A Vocação Religiosa
  • Uma Estrada de Salvação
  • Visitas ao Santíssimo Sacramento
  • A Verdadeira Esposa de Cristo
  • Novena do Divino Espírito Santo
  • Reflexões Úteis aos Bispos
  • Cartas 
  • Hinos

sexta-feira, 21 de julho de 2023

453 ANOS DA BULA DE PIO V

'Da mesma forma, decretamos e declaramos que os Prelados, Administradores, Cônegos, Capelães e todos os outros Padres seculares, designados com qualquer denominação, ou Regulares, de qualquer Ordem, não sejam obrigados a celebrar a Missa de outro modo que o por nós ordenado; nem sejam coagidos e forçados, por quem quer que seja, a modificar o presente Missal, e a presente Bula não poderá jamais, em tempo algum, ser revogada nem modificada, mas permanecerá sempre firme e válida, em toda a sua força'.



SÃO PIO V, ROGAI POR NÓS!

E livrai a Santa Igreja do modernismo, do islamismo ressurgente, do ecumenismo, do indiferentismo e do mundanismo. Intercedei junto a Deus pelos vossos sucessores, pela conversão dos pecadores, pela restauração da liturgia, pela santificação dos sacerdotes, pelo triunfo do Reino de Maria! 

Em 07 de fevereiro de 1571, as forças da cristandade, reunidas pelo Papa São Pio V no golfo de Lepanto, derrotaram a esquadra muçulmana em muito maior poderio (que já tomara Constantinopla e a ilha de Creta e se encontrava às portas da Europa), levando à frente um estandarte do Santo Rosário, enquanto o mesmo era rezado em Roma e em vários lugares e paróquias, na intenção da vitória de Cristo. A estupenda e histórica batalha de Lepanto barrou a ascensão do Islã sobre a Europa cristã e deu origem à devoção de Nossa Senhora do Rosário, cuja festa é celebrada no dia 07 de outubro de cada ano.


Nas fontes brancas dos pátios do sol as águas escoam,
E o Sultão de Bizâncio sorri enquanto esboroam;
Há risos qual fontes na face por todos temida
Agitando a selva escura, sua barba escurecida,
Curvando a rubra lua crescente, crescente nos lábios bravios,
Pois o mar mais íntimo da terra treme com seus navios.
Às repúblicas brancas foram pelos cabos da Itália a desafiar,
Mosquearam o Adriático em torno ao Leão do Mar,
E o Papa abriu os braços ante a perda e a ansiedade,
E invocou sob a Cruz as espadas dos reis da Cristandade.

(Lepanto, G.K. Chesterton)

quinta-feira, 20 de julho de 2023

OS GRANDES DOCUMENTOS DA IGREJA (XXI)

Bula QUO PRIMUM TEMPORE 

 [14 de julho de 1570]

Papa São Pio V (1566 - 1572)

sobre a Santa Missa de sempre


1. Desde que fomos elevados ao ápice da Hierarquia Apostólica, de bom grado aplicamos nosso zelo e nossas forças e dirigimos todos os nossos pensamentos no sentido de conservar na sua pureza tudo o que diz respeito ao culto da Igreja; o que nos esforçamos por preparar e, com a ajuda de Deus, realizar com todo o cuidado possível.

2. Ora, entre outros decretos do Santo Concílio de Trento, cabia-nos estabelecer a edição e correção dos livros santos: Catecismo, Missal e Breviário.

3. Com a graça de Deus, já foi publicado o Catecismo, destinado à instrução do povo, e corrigido o Breviário, para que se tributem a Deus os devidos louvores. Outrossim, para que ao Breviário correspondesse o Missal, como é justo e conveniente (já que é soberanamente oportuno que, na Igreja de Deus, haja uma só maneira de salmodiar e um só rito para celebrar a Missa), parecia-nos necessário providenciar, o mais cedo possível, o restante desta tarefa, ou seja, a edição do Missal.

4. Para tanto, julgamos dever confiar este trabalho a uma comissão de homens eruditos. Estes começaram por cotejar cuidadosamente todos os textos com os antigos de nossa Biblioteca Vaticana e com outros, quer corrigidos, quer sem alteração, que foram requisitados de toda parte. Depois, tendo consultado os escritos dos antigos e de autores aprovados, que nos deixaram documentos relativos à organização destes mesmos ritos, eles restituíram o Missal propriamente dito à norma e ao rito dos Santos Padres.

5. Este Missal assim revisto e corrigido, nós, após madura reflexão, mandamos que seja impresso e publicado em Roma, a fim de que todos possam tirar os frutos desta disposição e do trabalho empreendido, de tal sorte que os padres saibam de que preces devem servir-se e quais os ritos, quais as cerimônias, que devem observar doravante na celebração das Missas.

6. E a fim de que todos, e em todos os lugares, adotem e observem as tradições da Santa Igreja Romana, Mãe e Mestra de todas as Igrejas, decretamos e ordenamos que a Missa, no futuro e para sempre, não seja cantada nem rezada de modo diferente do que esta, conforme o Missal publicado por nós, em todas as Igrejas: nas Igrejas Patriarcais, Catedrais, Colegiais, Paroquiais, quer seculares quer regulares, de qualquer Ordem ou Mosteiro que seja, de homens ou de mulheres, inclusive os das Ordens Militares, igualmente nas Igrejas ou Capelas sem encargo de almas nas quais a Missa conventual deve, segundo o direito ou por costume, ser celebrada em voz alta com coro, ou em voz baixa, segundo o rito da Igreja Romana, ainda quando estas mesmas Igrejas, de qualquer modo isentas, estejam munidas de um indulto da Sé Apostólica, de costume, de um privilégio, até de um juramento, de uma confirmação apostólica ou de quaisquer outras espécies de faculdades. A não ser que, ou por uma instituição aprovada desde a origem pela Sé Apostólica ou então em virtude de um costume, a celebração destas Missas nessas mesmas Igrejas tenha um uso ininterrupto superior a 200 anos. A estas Igrejas nós, de maneira nenhuma, suprimimos nem a referida instituição, nem seu costume de celebrar a Missa; mas, se este Missal que acabamos de editar lhes agrada mais, com o consentimento do Bispo ou do Prelado, junto com o de todo Capítulo, concedemos-lhes a permissão, não obstante quaisquer disposições em contrário, de poder celebrar a Missa segundo este Missal.

7. Quanto a todas as outras sobreditas Igrejas, por nossa presente Constituição, que será valida para sempre, nós decretamos e ordenamos, sob pena de nossa indignação, que o uso de seus missais próprios seja supresso e sejam eles radical e totalmente rejeitados; e, quanto ao nosso presente Missal recentemente publicado, nada jamais lhe deverá ser acrescentado, nem supresso, nem modificado. Ordenamos a todos e a cada um dos Patriarcas, Administradores das referidas Igrejas, bem como a todas as outras pessoas revestidas de alguma dignidade eclesiástica, mesmo Cardeais da Santa Igreja Romana, ou dotados de qualquer outro grau ou preeminência, e em nome da santa obediência, rigorosamente prescrevemos que todas as outras práticas, todos os outros ritos, sem exceção, de outros missais, por mais antigos que sejam, observados por costume até o presente, sejam por eles absolutamente abandonados para o futuro e totalmente rejeitados; cantem ou rezem a Missa segundo o rito, o modo e a norma por nós indicados no presente Missal, e na celebração da Missa, não tenha a audácia de acrescentar outras cerimônias nem de recitar outras orações senão as que estão contidas neste Missal.

8. Além disso, em virtude de nossa Autoridade Apostólica, pelo teor da presente Bula, concedemos e damos o indulto seguinte: que, doravante, para cantar ou rezar a Missa em qualquer Igreja, se possa, sem restrição seguir este Missal com permissão e poder de usá-lo livre e licitamente, sem nenhum escrúpulo de consciência e sem que se possa incorrer em nenhuma pena, sentença e censura, e isto para sempre.

9. Da mesma forma, decretamos e declaramos que os Prelados, Administradores, Cônegos, Capelães e todos os outros Padres seculares, designados com qualquer denominação, ou Regulares, de qualquer Ordem, não sejam obrigados a celebrar a Missa de outro modo que o por nós ordenado; nem sejam coagidos e forçados, por quem quer que seja, a modificar o presente Missal, e a presente Bula não poderá jamais, em tempo algum, ser revogada nem modificada, mas permanecerá sempre firme e válida, em toda a sua força.

10. Não obstante todas as decisões e costumes contrários anteriores, de qualquer espécie: Constituições e Ordenações Apostólicas, ou Constituições e Ordenações, tanto gerais como especiais, publicadas em Concílios Provinciais e Sinodais; não obstante também o uso das Igrejas acima enumeradas, ainda que autorizado por uma prescrição bastante longa e imemorial, mas que não remonte a mais de 200 anos.

11. Queremos e, pela mesma autoridade, decretamos que, depois da publicação de nossa presente Constituição e deste Missal, todos os padres sejam obrigados a cantar ou celebrar a Missa de acordo com ele: os que estão na Cúria Romana, após um mês; os que habitam aquém dos Alpes, dentro de três meses; e os que habitam além das montanhas, após seis meses ou assim que encontrem este Missal à venda.

12. E para que em todos os lugares da Terra este Missal seja conservado sem corrupção e isento de incorreções e erros, por nossa Autoridade Apostólica e em virtude das presentes, proibimos a todos os impressores domiciliados nos lugares submetidos, direta ou indiretamente, à nossa autoridade e à Santa Igreja Romana, sob pena de confiscação dos livros e de uma multa de 200 ducados de ouro, pagáveis à Câmara Apostólica, bem como aos outros domiciliados em qualquer outro lugar do mundo, sob pena de excomunhão ipso facto e de outras penas a nosso alvitre, se arroguem, por temerária audácia, o direito de imprimir, oferecer ou aceitar esta Missa, de qualquer maneira, sem nossa permissão, ou sem uma licença especial de um Comissário Apostólico por nós estabelecido, para estes casos, nos países interessados, e sem que antes, este Comissário ateste plenamente que confrontou com o Missal impresso em Roma, segundo a impressão típica, um exemplar do Missal destinado ao mesmo impressor, que lhe sirva de modelo para imprimir os outros, e que este concorda com aquele e dele não difere absolutamente em nada.

13. E como seria difícil transmitir a presente Bula a todos os lugares do mundo cristão e levá-la imediatamente ao conhecimento de todos, ordenamos que, segundo o costume, ela seja publicada e afixada às portas da Basílica do Príncipe dos Apóstolos e da Chancelaria Apostólica, bem como no Campo de Flora. Ordenamos igualmente que aos exemplares mesmo impressos desta Bula, subscritos pela mão de um tabelião público e munidos, outrossim, do selo de uma pessoa constituída em dignidade eclesiástica, seja dada, no mundo inteiro, a mesma fé inquebrantável que se daria à presente, caso mostrada ou exibida.

14. Assim, portanto, que a ninguém absolutamente seja permitido infringir ou, por temerária audácia, se opor à presente disposição de nossa permissão, estatuto, ordenação, mandato, preceito, concessão, indulto, declaração, vontade, decreto e proibição. Se alguém, contudo, tiver a audácia de atentar contra estas disposições, saiba que incorrerá na indignação de Deus Todo-poderoso e de seus bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

SERMÕES DO CURA D'ARS (XI)

 SOBRE A NOSSA ALMA

'Aproximando-se ainda mais, Jesus contemplou Jerusalém e chorou sobre ela' (Lc 19,41)

Quando Jesus estava prestes a entrar na cidade de Jerusalém, chorou sobre ela, dizendo: 'Se ao menos tivesses compreendido a graça que te trago, e dela tivesses tirado proveito, ainda terias obtido o perdão; mas não, a tua cegueira foi tão longe que todas essas graças serviram apenas para te endurecer e aumentar a tua desgraça; mataste os profetas e os filhos de Deus, e agora chegarás ao ápice dos teus crimes, matando o próprio Filho de Deus'. Foi isso, meus caros amigos, que fez com que Jesus derramasse copiosas lágrimas quando estava prestes a entrar na cidade. Na calamidade assim anunciada, Ele previu e deplorou a perda de tantas almas, muito mais culpadas, porque favorecidas com muito mais graças, do que a de outros judeus. O que o comoveu profundamente foi o fato de que, apesar dos seus méritos e da sua amarga paixão, que teriam sido suficientes para redimir mais de mil mundos, a maior parte da humanidade se perderia. De fato, mesmo entre nós, Ele percebeu aqueles que desprezam as suas graças e as utilizam apenas para a sua própria destruição. Quem não tremeria, ao pensar seriamente que pode perder a sua alma? Estaremos nós, porventura, entre o número desses infelizes? Estaria Jesus Cristo a referir-se a nós quando, em lágrimas, disse: 'Se a minha morte e o meu sangue não servirem para a vossa salvação, despertarão a ira eterna de meu Pai, que cairá sobre vós por toda a eternidade!': Deus perdido, uma alma condenada, o Céu rejeitado...

É concebível, meus amigos, que, apesar de tudo o que Jesus fez pela salvação da nossa alma, possamos ser tão indiferentes? Com o propósito de expulsar esta indiferença dentre nós, deixem-me tentar mostrar-vos: (i) o que é uma alma; (ii) o que custa nossa alma a Jesus Cristo; (iii) o que o demônio faz para perder a nossa alma.

I

Meus caros amigos, se apreciássemos realmente o valor da nossa alma, com que cuidado e zelo não a tentaríamos salvar! Mas nunca compreendemos realmente o seu valor. Mostrar o grande valor de uma alma é impossível ao homem mortal. Só Deus conhece as belezas e perfeições com que adornou uma alma. Deixai-me dizer-vos que Deus criou o céu e a terra, e tudo o que eles contêm, e todas estas maravilhas foram criadas para o benefício da alma. O nosso catecismo dá-nos uma indicação da magnificência da alma. Se perguntardes a uma criança: 'O que é que se entende quando se diz que o homem é uma criatura cuja alma é feita à imagem e semelhança de Deus?', ela responderá: 'Que a alma, como Deus, possui as faculdades de raciocinar, de amar e de agir por sua livre vontade'. Este, meus amigos, é o maior testemunho das qualidades com que Deus adornou a alma, que foi criada pelas três pessoas da Santíssima Trindade à sua própria semelhança. Um espírito semelhante a Deus, capaz de reconhecer, para toda a eternidade, as sublimidades e as perfeições de Deus; uma alma que é objeto do amor das três pessoas divinas, uma alma capaz de adorar Deus em todas as suas obras; uma alma cujo destino será cantar os louvores do Todo-Poderoso; uma alma que tem liberdade nas suas ações, de modo a poder dar o seu afeto e o seu amor onde quiser. Ela é livre para amar a Deus ou não amá-lo, mas quando tem a sorte de se voltar para Deus em amor, então o próprio Deus parece se comprazer em fazer a vontade de tal alma. Podemos mesmo afirmar que, desde a criação do mundo, nunca houve nada recusado a uma alma se ela se entregasse inteiramente ao amor de Deus. Deus incutiu em nossas almas desejos que não encontram sua gratificação neste mundo. Dai a uma alma todas as alegrias e tesouros deste mundo, e ela não ficará satisfeita, pela simples razão de que Deus criou a alma para si. Só Ele é capaz de satisfazer todos os seus desejos.

Sim, meus amigos, a nossa alma é capaz de amar a Deus, e só o amor de Deus constitui a sua felicidade. Se o amamos, todos os bens e prazeres que podemos desejar na terra ou no céu são nossos. Além disso, somos capazes de servir a Deus, isto é, de o glorificar nas nossas obras e ações. Não há nada, até a mais insignificante ação, pela qual não seja possível glorificarmos o Senhor, desde que a façamos por amor a Ele. As nossas ocupações na Terra são diferentes das ocupações dos anjos no Céu apenas na medida em que ainda não podemos contemplar o Senhor com os nossos olhos humanos, mas apenas com os olhos da fé. Nossa alma é tão nobre, adornada com tão belas qualidades, que Deus confiou cada alma aos cuidados de um príncipe de sua casa celestial, a um anjo da guarda. A nossa alma é tão preciosa aos olhos de Deus que, na sua sabedoria, Ele não poderia encontrar alimento mais digno para ela do que o seu próprio corpo divino, do qual a alma pode participar como o seu pão cotidiano, se assim o desejar. Santo Ambrósio diz que Deus estima tanto a nossa alma, que, se houvesse uma só alma no mundo, não teria considerado demasiado grande sacrifício morrer por essa alma. Disse a Santa Teresa: 'Tu és tão agradável a mim que, se não houvesse um céu, eu teria criado um só para ti'.

'Ó corpo, como és feliz!' - exclama São Bernardo - 'por abrigar uma alma adornada com tão belas graças!' A nossa alma é algo tão grande e tão precioso, que só Deus é maior do que ela. Um dia, Deus mostrou uma alma a Santa Catarina. Achou-a tão bela que exclamou: 'Oh, meu Senhor, se a minha fé não me ensinasse que só há um Deus, eu acreditaria que esta alma é outro Deus. Agora compreendo que tenhas morrido por uma alma tão bela!' A nossa alma, meus caros amigos, será tão imortal como o próprio Deus. Podemos, pois, admirar-nos que Deus, conhecendo tão bem o valor de uma alma, chore lágrimas tão amargas pela perda de uma alma assim?

II

Agora, consideremos quanto cuidado devemos empregar para preservar em nossa alma suas grandes belezas. Ó, meus amigos, Deus está tão triste com a perda de uma alma, que até chorou por ela. Já nos seus profetas, Ele chora e lamenta a perda de almas. Podemos ver isso claramente na pessoa do profeta Amós. O profeta diz: 'Quando me retirei para a solidão e meditei no número terrível de crimes que o próprio povo de Deus cometia todos os dias, e quando vi que a ira de Deus estava prestes a descer sobre eles, e que o abismo do inferno estava prestes a abrir-se e a devorá-los, então reuni-os e disse-lhes, com lágrimas amargas: Ó, meus filhos, sabeis qual é a minha ocupação, de dia e de noite? É lembrar-me, na amargura do meu coração, de todos os vossos pecados. Se adormeço de cansaço, desperto imediatamente e grito, com os olhos banhados em lágrimas e o coração dilacerado pela dor: Ó, meu Deus, meu Deus! Há ainda alguma alma em Israel que não Te ofenda? E então, com a mente cheia deste triste e deplorável estado de coisas, falo com o Senhor e, suspirando amargamente na sua presença, digo: Ó, meu Deus, que devo fazer para obter o perdão para eles? E agora ouve o que o Senhor me disse: Profeta, se queres obter o perdão para este povo ingrato, vai às suas ruas e lugares públicos e deixa-os ressoar com as tuas lamentações; vai às lojas dos comerciantes e às oficinas; vai aos tribunais; vai às casas dos ricos e às cabanas dos pobres, diz a todos, onde quer que os encontres dentro ou fora das portas da cidade: Ai de vós, ai de vós, que pecastes contra o Senhor'.

O profeta Jeremias, caros irmãos, vai ainda mais longe. Para nos mostrar como a perda de uma alma é dolorosa para Deus, ele exclama num momento em que foi inspirado pelo espírito de Deus: 'Ah, meu Deus, que será de mim? Confiaste aos meus cuidados um povo rebelde, uma nação ingrata, que não vos ouve nem se sujeita à vossa tua orientação. Que hei de fazer? Que resolução hei de tomar?' E o Senhor respondeu-me: 'Para lhes mostrar como me entristece a perda das suas almas, toma o teu cabelo, arranca-o da tua cabeça e atira-o para longe de ti, porque os pecados deste povo obrigaram-me a abandoná-lo, e a minha cólera acendeu-se no mais íntimo das suas almas'. Quando a ira de Deus se acende por causa do pecado, essa é a maior doença do coração. 'Mas, ó Senhor' - disse o profeta - 'que farei eu para vos induzir a desviar do vosso povo o vosso olhar irado? 'Toma um saco como vestimenta' - disse-me o Senhor - 'espalha cinzas sobre a tua cabeça e chora sem cessar e em tal abundância que as tuas lágrimas cubram o teu rosto, e chora tão amargamente que os pecados deles sejam afogados nas tuas lágrimas'.

Percebem, queridos irmãos, como é dolorosa a perda das vossas almas para Deus? Vedes como somos miseráveis quando destruímos uma alma que Deus amou tanto que Ele, quando ainda não tinha olhos para chorar, pediu emprestados os olhos do profeta para derramar lágrimas amargas pela sua perda. O Senhor diz pelo seu profeta Joel: 'Chorai a perda das almas, como uma jovem esposa que acaba de perder o marido, que era a sua única consolação, e que está exposta agora a toda a espécie de desgraças'. Se considerarmos então o que custou a Cristo salvar as nossas almas; se considerarmos toda a sua vida, desde o seu humilde nascimento até o seu último suspiro no Calvário, todo este sofrimento de um Homem-Deus, infinito em valor, dir-nos-á o valor da nossa alma, porque tudo o que Ele fez foi redimir essa alma, foi pagar o preço pelas nossas almas.

III

Santo Agostinho nos pergunta: 'Quereis saber quanto vale a vossa alma? Ide perguntar ao diabo e ele vos dirá. O demônio anseia tanto pela nossa alma que, mesmo que vivêssemos quatro mil anos, se depois desses quatro mil anos de tentação nos conseguisse conquistar, consideraria o seu trabalho bem feito'. Este santo homem, que sofreu as tentações do demônio de uma forma tão especial, diz-nos que a nossa vida é uma tentação contínua. O próprio demônio disse um dia, pela boca de um possesso, que enquanto houvesse um homem na terra, ele estaria lá para o tentar. Porque, dizia ele, não posso suportar que os cristãos, mesmo depois de tantos pecados, possam ainda esperar o céu que perdi de uma só vez, sem nunca mais o poder recuperar.

Mas, infelizmente, sim, podemos experimentar em nós mesmos que, em quase todas as nossas ações, somos tentados, seja pela soberba, seja pela vaidade, seja por pensar na opinião que os outros farão de nós, seja por conceber a inveja, o ódio, o desejo de vingança... Outras vezes, o demônio vem até nós para nos apresentar as imagens mais imundas e impuras. Vede como, quando rezamos, ele agita o nosso espírito, transportando-o de uma parte para outra. E, além disso, desde Adão até nós, não encontrareis um santo que não tenha sido tentado de uma forma ou de outra; e os maiores santos foram precisamente aqueles que experimentaram as maiores tentações. O próprio Jesus Cristo quis ser tentado, para nos dar a entender que também nós seríamos tentados: é necessário, portanto, que tenhamos consciência disso. Se me perguntardes qual é a causa das nossas tentações, responder-vos-ei que é a beleza e o valor da nossa alma, que o demônio ama e deseja tanto que se contentaria em sofrer dois infernos, se necessário, para a poder arrastar com ele para partilhar as suas penas.

Devemos, pois, estar sempre vigilantes, com medo de que, no momento menos esperado, o demônio nos possa enganar. Para repelir as tentações, diz-nos Santo António, devemos usar as mesmas armas do demônio: assim, quando ele nos tenta com a soberba, devemos logo humilhar-nos e rebaixar-nos diante de Deus; se nos quer tentar contra a santa virtude da pureza, devemos esforçar-nos por mortificar o nosso corpo e os nossos sentidos, vigiando-nos mais do que nunca. Se nos quiser tentar com aborrecimentos na hora da oração, devemos redobrar as nossas orações e prestar mais atenção; e quanto mais o demônio nos induzir a abandonar as nossas orações habituais, tanto mais perseveramos em rezá-las. 

Se vemos então o que o demônio faz para destruir a nossa alma, então a nossa alma deve ser muito valiosa, se ele usa todas as suas forças para a destruir. Não vamos, no entanto, debruçar-nos sobre este triste quadro. Basta saber que ele é o nosso maior inimigo, que devemos lutar contra ele e que, com a graça de Cristo, podemos vencê-lo. Como são verdadeiras, portanto, as palavras da Escritura: 'Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?' Ó amados irmãos, o conhecimento do valor da vossa alma deve levar-vos a guardá-la como o vosso maior tesouro. Não permitais que o pecado a manche ou destrua. Como sabeis que o pecado causará a perda da vossa bela alma, guardai-a, e que esta seja a vossa resolução nesta manhã, não só para evitar todo o pecado mortal, mas também todo o pecado venial voluntário, de modo a salvar a vossa alma para o Céu, e permitir que ela alcance o seu destino, o seu lar, e a sua recompensa, a visão eterna da grande glória de Deus. Amém.

terça-feira, 18 de julho de 2023

DECÁLOGO SOBRE A DESESPERAÇÃO

1. Nada é mais execrável que o desespero. Aquele que nele cai perde o fruto de todos os seus trabalhos e, o que é mais terrível, perde também o valor de defender-se e de combater em defesa da fé (Venerável Beda)

2. Cometer um pecado é matar a alma; porém, desesperar é descer ao Inferno (Santo Agostinho)

3. A esperança anima porque é o manancial da paciência e o princípio da vitória; dilata e fortifica a alma, manifestando-lhe o prêmio e o triunfo da virtude. Porém, a desesperação tonteia e empequenece o coração, extingue o seu vigor, e aumenta as tentações e os combates (São Tomás de Aquino)

4. Aquele que se enforca não pode respirar; tampouco aquele que se entrega nos braços da desesperação pode receber o sopro vivificador do Espírito Santo (Santo Agostinho).

5. Lançai para longe de vós a desesperação, e não aflijais ao Espírito, o qual em vosso coração habita. Se vos desesperais, Ele retirar-se-á porque o Espírito de Deus não suporta o desespero. O desespero é o mais danoso dos ventos que ressecam a alma. Uma oração feita por meio do desespero não sobe ao trono de Deus (Cornélio à Lápide)

6. Por que te deprimes, ó minha alma, e te inquietas dentro de mim? Espera em Deus, porque ainda hei de louvá-lo; ele é minha salvação e meu Deus (Sl 41,6-7)

7. Pelo desesperoo homem deixa de esperar de Deus a sua salvação pessoal, os socorros para a atingir, ou o perdão dos seus pecados. Opõe-se à bondade de Deus, à sua justiça (porque o Senhor é fiel às suas promessas) e à sua misericórdia (Catecismo da Igreja Católica, 2091) 

8. Entre o último suspiro e a eternidade, há um abismo de misericórdia (São Francisco de Sales)

9. Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa, Deus não muda, a paciência tudo alcança; quem a Deus tem, nada lhe falta: só Deus basta (Santa Teresa de Ávila)

10. Onde houver desespero, que eu leve a esperança; onde houver tristeza, que eu leve a alegria; onde houver trevas, que eu leve a luz (Oração de São Francisco)

segunda-feira, 17 de julho de 2023

ESCUTAI ESTAS PALAVRAS!

Escutai estas palavras! Foram escritas para os nossos tempos, foram escritas para você e eu, criados e escolhidos como criaturas de Deus para viver durante estes tempos terríveis!

'O maior sinal da ira de Deus sobre um povo e a mais terrível punição que sobre ele pode descarregar neste mundo é permitir que, em castigo dos seus crimes, venha a cair nas mãos de pastores que mais o são de nome do que de fato, que mais exercitam contra ele a crueldade de lobos famintos que a caridade de solícitos pastores, e que, em lugar de o alimentar cuidadosamente, o dilacera e devora com crueldade; que, em vez de levar o povo a Deus, o vende a Satanás; que em lugar de o encaminhar para o Céu, o arrasta com eles para o inferno; e, em vez de serem o sal da terra e a luz do mundo, são o seu veneno e as suas trevas'.

 (São João Eudes)

Para que olhar em volta e buscar escudos ou consolos humanos? Para tão graves e tremendos pecados da humanidade, como buscar solução no homem? Na política, na economia, na cultura, nas artes, nos exércitos, nas instituições, nas ordens e nas universidades: tempos de homens medíocres, covardes, amestrados, homens sem Deus. Tempos tremendos de muitíssimos maus sacerdotes, maus bispos, maus clérigos no vértice da hierarquia da Igreja, produzindo maus frutos, destilando veneno, corrompendo a santa Vinha do Senhor. 

Diante o triunfo da iniquidade na terra, na terra não há remédio ou solução possível. Não há solução humana. A ira divina nos impõe os castigos que merecemos com relação ao clero. A Igreja e a legião dos justos padecem do mesmo Calvário, e vão gemer e compartilhar das dores e sofrimentos da Paixão do Senhor. Se não há a quem recorrer, para onde fugir, onde se esconder? Nas cavernas, nos altos dos montes, em lugar ermo e perdido, no fundo do mar?

Não, não há lugar possível para onde fugir ou onde esconder. O nosso lugar é onde estamos, onde Deus nos colocou nestes tempos. Um lugar que deve ser moldado pelo recolhimento e pela oração, junto com uma legião de outros homens como nós e com os bons sacerdotes, como juntos estavam os Apóstolos, as santas mulheres e a Virgem Maria. Um lugar forjado aos pés da Cruz. Com o terço na mão e a certeza absoluta do glorioso triunfo do imaculado coração de Maria, quando tudo parecer irremediavelmente perdido.

domingo, 16 de julho de 2023

GLÓRIAS DE MARIA: MÃE E FORMOSURA DO CARMELO

   


No dia 16 de julho de 1251, São Simão Stock suplicava a intercessão de Nossa Senhora para resolver problemas da Ordem Carmelita quando teve uma visão da Virgem que, trazendo o Escapulário nas mãos, lhe disse as seguintes palavras:

"Filho diletíssimo, recebe o Escapulário da tua Ordem, sinal especial de minha amizade fraterna, privilégio para ti e todos os carmelitas. Aqueles que morrerem com este Escapulário não padecerão o fogo do Inferno. É sinal de salvação, amparo e proteção nos perigos, e aliança de paz para sempre". 


Imposição e Uso do Escapulário

- Qualquer padre pode fazer a bênção e imposição do Escapulário à pessoa.

2 - A bênção e a imposição valem para toda a vida e, portanto, basta receber o Escapulário uma única vez.

- Quando o Escapulário se desgastar, basta substituí-lo por um novo.

- Mesmo quando alguém tiver a infelicidade de deixar de usá-lo durante algum tempo, pode simplesmente retomar o seu uso, não sendo necessária outra bênção.

5 - Uma vez recebido, o Escapulário deve ser usado em todas as ocasiões (inclusive ao dormir), preferencialmente no pescoço.

6 - Em casos de necessidade de retirada do Escapulário, como no caso de doenças e/ou internações em hospitais, a promessa de Nossa Senhora se mantém, como se a pessoa o estivesse usando.

7 - Mesmo um leigo pode fazer a imposição do Escapulário a uma pessoa em risco de morte, bastando recitar uma oração a Nossa Senhora e colocar na pessoa um escapulário já bento por algum sacerdote.

8 - O Escapulário pode ser substituído por uma medalha que tenha, de um lado, o Sagrado Coração de Jesus e, do outro, uma imagem de Nossa Senhora (por autorização do Papa São Pio X).
Oração a Nossa Senhora do Carmo
     Ó Virgem do Carmo e mãe amorosa de todos os fiéis, mas especialmente dos que vestem vosso sagrado Escapulário, em cujo número tenho a dita de ser incluído, intercedei por mim ante o trono do Altíssimo. 

          Obtende-me que, depois de uma vida verdadeiramente cristã, expire revestido deste santo hábito e, livrando-me do fogo do inferno, conforme prometestes, mereça sair quanto antes, por vossa intercessão poderosa, das chamas do Purgatório.

        Ó Virgem dulcíssima, dissestes que o Escapulário é a defesa nos perigos, sinal do vosso entranhado amor e laço de aliança sempiterna entre Vós e os vossos filhos. Fazei, pois, Mãe amorosíssima, que ele me una perpetuamente a Vós e livre para sempre minha alma do pecado. 

       Em prova do meu reconhecimento e fidelidade, ofereço-me todo a Vós, consagrando-Vos neste dia os meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração e todo o meu ser. E porque Vos pertenço inteiramente, guardai-me e defendei-me como filho e servidor vosso. Amém.