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quarta-feira, 30 de julho de 2025

O REFÚGIO DOS TEMPOS FINAIS


Hoje, quero conduzir-vos pela mão como uma mãe; quero conduzir-vos cada vez mais profundamente nas profundezas do meu Imaculado Coração. O meu coração deve ser um refúgio para vós, no qual deveis viver e a partir do qual deveis contemplar todos os acontecimentos deste mundo. Se viver cada momento neste refúgio, será sempre aquecido pelo meu amor e pelo amor do meu Filho Jesus. A cada dia que passa, este mundo mergulhará cada vez mais profundamente na frieza do egoísmo, da sensualidade, do ódio, da violência, da infelicidade. Diante da grande escuridão, a noite do ateísmo que envolverá tudo descerá sobre o mundo. É especialmente então que meu Imaculado Coração será seu refúgio e sua luz. Não temam nem o frio nem a escuridão, porque vocês estarão no Coração de sua Mãe, e de lá vocês indicarão o caminho a uma grande multidão de meus pobres filhos errantes (05/01/74).

Meu Coração Imaculado é o seu refúgio mais seguro e o meio de salvação que, neste momento, Deus dá à Igreja e à humanidade (08/12/75).

Entrem no meu Imaculado Coração: é o refúgio que a Mãe lhes oferece. Nele encontrarão tudo o que preparei para vocês, a fim de atravessarem as terríveis horas de purificação que agora estão vivendo... ... Quem não entrar neste refúgio será levado pela grande tempestade que já começou a se formar (03/06/78).

Existem males de ordem social, tais como divisões e ódio, fome e pobreza, exploração e escravidão, violência, terrorismo e guerra. Para se protegerem de todos esses males, convido-os a se colocarem sob o abrigo do refúgio seguro do meu Imaculado Coração (07/06/86).

O Senhor me revestiu da sua luz e o Espírito Santo me revestiu de sua potência, assim Eu apareço como um grande sinal no céu, Mulher vestida de sol, porque tenho a missão de subtrair a humanidade do domínio do enorme dragão vermelho... Por isto, Eu formo, para Mim, o exército dos meus filhos... em todas as partes do mundo (14/05/89).

Então, todos os dias, Eu me apresento diante do trono do meu Senhor numa atitude de profunda adoração, abro a porta de ouro do Meu Coração Imaculado e ofereço nos meus braços todos estes filhos... (14/05/89)

Como Noé, em nome do Senhor, convidava a entrar na arca aqueles que deviam ser salvos do dilúvio, assim agora tu, meu mais pequenino menino, em nome de sua Mãe Celeste, deves convidar a entrar no refúgio do meu Coração Imaculado aqueles que devem ser protegidos, defendidos e salvos... (15/03/93)

Agora que a grande prova chegou, sentir-me-eis de maneira extraordinária junto a todos vós, para ser o grande sinal de consolação e de segura esperança, nestes últimos tempos de purificação e da grande tribulação (15/08/93).

(Excertos da obra 'Aos Sacerdotes, Filhos Prediletos de Nossa Senhora', Pe. Gobbi)

'O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus' 

(Nossa Senhora de Fátima)

Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: 'Mulher, eis aí teu filho'. Depois disse ao discípulo: 'Eis aí tua mãe'
(Jo 19,26-27)

sábado, 12 de julho de 2025

BREVIÁRIO DIGITAL - ICONOLOGIA CRISTÃ (VII)

 

A imagem de Nossa Senhora em Czestochowa*, Polônia, conhecida como Nossa Senhora de Jasna Gora [Colina Brilhante], nome do mosteiro onde foi mantida por seis séculos, está incluída no pequeno grupo de Madonas Negras reconhecidas em todo o mundo.

De origem desconhecida, a lenda atribui a sua criação ao evangelista São Lucas, que teria pintado um retrato da 'Virgem diante a mesa de cedro onde fazia as suas refeições'. Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, tendo contato com a imagem durante a sua visita à Terra Santa, a teria levado para Constantinopla no século IV, onde permaneceu por vários séculos, até chegar, muito mais tarde, à Polônia e à posse de São Ladislau no século XV.

São Ladislau, com o propósito de proteger a imagem das repetidas invasões dos tártaros, conduziu-a, então, até Czestochowa. Ainda assim, a imagem foi vandalizada em várias ocasiões por flechas e golpes de espada, e aparentemente foi então pintada praticamente de novo, num formato clássico de um ícone bizantino dos séculos XIII-XIV e preservando a imagem original, incluindo as próprias marcas e danos causados pelos vandalismos ocorridos.

Os milagres atribuídos a Nossa Senhora de Czestochowa são numerosos e espetaculares e registrados nos arquivos de Jasna Gora. A repercussão internacional da imagem foi consideravelmente ampliada pela devoção pessoal do papa João Paulo II, que rezou diante desta imagem da Virgem Maria durante as suas visitas à Polônia. A cor negra da imagem é polêmica e tem sido atribuída desde à pigmentação típica da arte bizantina à época ou até mesmo devido a danos causados pela fuligem e fumaça de incêndio ocorrido num dos templos onde esteve localizada. Outras variantes da imagem apresentam a imagem com tez mais clara ou ainda bem mais escura que a imagem de Czestochowa.

O ícone propriamente dito, com dimensões aproximadas de 122cm x 82 cm, apresenta Nossa Senhora e o Menino Jesus, com tez negra, numa composição clássica bizantina conhecida como odegetria [aquela que mostra o caminho]: Nossa Senhora, revestida com uma vestimenta azul coberta de flores-de-liz, aponta para Jesus com a mão direita como nossa fonte de salvação. O Menino Jesus, por sua vez, estende a mão direita para a frente em uma atitude de bênção, enquanto segura um Livro dos Evangelhos com a mão esquerda. A imagem preserva as marcas e os sinais de vandalismos passados, particularmente na face de Nossa Senhora. O Ícone de Nossa Senhora de Czestochowa, reconhecida como 'peregrina da esperança', está sendo levada na peregrinação 'Do oceano ao Oceano' pelo mundo inteiro em defesa da vida, percorrendo atualmente inúmeras cidades e comunidades católicas de todo o Brasil.

* pronuncia-se tchɛ́z-to-kô-va

sexta-feira, 11 de julho de 2025

ORAÇÃO DAS TRÊS HORAS DA TARDE


Senhor Jesus,
estamos agora espiritualmente aos pés da cruz
junto à vossa Mãe e o discípulo que amastes.
Pedimos-vos perdão pelos nossos pecados
que são a causa da vossa morte.

Agradecemos-vos por lembrardes de nós
naquela hora da salvação
e por nos ter legado Maria como nossa Mãe.

Virgem Santa, acolhei-nos sob a vossa proteção
e abri-nos à ação do Espírito Santo.

São João, alcançai-nos
a graça de acolher Maria em nossas vidas, como vós o fizestes,
e de auxiliá-la em sua missão. Amém.

(oração de tradição carmelita)

terça-feira, 10 de junho de 2025

O SENTIDO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA

É bem possível que o empecilho [à vida espiritual] seja a falta de devoção a Nossa Senhora. Sem esta devoção, a vida interior é impossível, porque não está em conformidade com a vontade de Deus. E esta reside sobretudo em Nossa Senhora. Ela é a solidez da devoção, e não nos lembramos bastante disso. Os principiantes estão com frequência tão ocupados com a parte metafísica da vida espiritual, que não dão a esta devoção a necessária importância. Mencionarei aqui alguns pontos que eles não parecem não levar em consideração.

A devoção à Mãe de nosso Senhor não é um ornamento do sistema católico, uma beleza supérflua, nem mesmo um auxílio, dentre os muitos que podemos ou não empregar, mas é parte integral do cristianismo e, sem ela, nossa religião não é, estritamente falando, cristã. Seria uma religião diferente da que Deus revelou. Nossa Senhora é uma lei distinta de Deus, um meio especial de graça, cuja importância ressalta do ódio instintivo que lhe tem a heresia.

Maria é o pescoço do corpo místico unindo portanto todos os membros à Cabeça, e sendo o canal e o instrumento que dispensa todas as graças. A devoção a nossa Senhor é a verdadeira imitação de Jesus, porque, após a glória do Pai, foi a devoção mais ligada e mais cara ao sagrado Coração. É de uma solidez a toda prova, porque está perpetuamente ocupada como o ódio do pecado e a aquisição de virtudes substanciais. Descuidar-nos dela é desprezar a Deus, pois ela é a sua lei; é ferir a Jesus em sua Mãe.

Deus mesmo a colocou na Igreja, como um poder distinto, e, portanto, o seu culto é eficaz, é fonte de milagres, é parte da nossa religião, que de modo algum podemos pôr de lado. A espiritualidade é necessariamente ortodoxa. Isto é evidente. Ora, a doutrina não seria ortodoxa, se preterisse o ofício e as prerrogativas da Mãe de Deus. Assim, também a espiritualidade não é ortodoxa, em se desviando ou separando duma devoção tão generosa quão justa. Com efeito, um erro de doutrina é duplamente perigoso quando se relaciona com a vida espiritual. Envenena a tudo, e não há prejuízo que não se possa prever para a infortunada alma que lhe é sujeita.

Se, então, tendes os sintomas que indicam algo de errado, algo que vos retarda, verificai primeiro se vossa devoção a Nossa Senhora é o que devia ser, em qualidade e grau, em fé e confiança, em amor e lealdade. A perfeição está sob a sua proteção particular, porque é uma das especiais prerrogativas de que goza como rainha dos santos.

(Excertos da obra 'Progresso na Vida Espiritual', do Pe. Frederick Faber)

sexta-feira, 30 de maio de 2025

BREVIÁRIO DIGITAL - ICONOLOGIA CRISTÃ (VI)

Theophanis Strelitzas ou Theophanes Bathas ou ainda Teófanes, o Cretense (1490? - 1559) foi um artista grego bizantino e um dos maiores pintores de ícones da chamada Escola Cretense de Pintura.

Os quinze ícones abaixo, pintados no Monastério de Stavronikita (localizado no Monte Athos, na Grécia e dedicado a São Nicolau), é um dos trabalhos finais de Teófanes e representa um ápice na história da iconografia eclesiástica. Os personagens são retratados como figuras altas e magras, com vestimentas simples e semblantes severos, distribuídos de forma harmônica e equilibrada nos ícones, que representam a sequência cronológica de eventos da vida pública de Jesus Cristo.





terça-feira, 13 de maio de 2025

108 ANOS DE FÁTIMA

Fátima é o acontecimento sobrenatural mais extraordinário de Nossa Senhora e a mais profética das aparições modernas (que incluíram a visão do inferno, 'terceiro segredo', consagração aos Primeiros Cinco Sábados, orações ensinadas por Nossa Senhora às crianças, consagração da Rússia, milagre do sol e as aparições do Anjo de Portugal), constituindo a proclamação definitiva das mensagens prévias dadas pela Mãe de Deus em Lourdes e La Salette. Por Fátima, o mundo poderá chegar à plena restauração da fé e da vida em Deus, conformando o paraíso na terra. Por Fátima, a humanidade será redimida e salva, pelo triunfo do Coração Imaculado de Maria. Se os homens esquecerem as glórias de Maria em Fátima e os tesouros da graça, serão também esquecidos por Deus.

'por fim, o meu Imaculado Coração triunfará'


Ver Postagem Especial na Biblioteca Digital do Blog:

FÁTIMA EM 100 FATOS E FOTOS

OS VIDENTES DAS APARIÇÕES DE FÁTIMA

6. Quem foram os videntes das aparições?

Nossa Senhora se manifestou em Fátima, em seis aparições consecutivas e sempre no dia 13 de cada mês, no período entre maio e outubro de 1917, a três crianças - Lúcia, Francisco e Jacinta - que tinham idades de 10, 9 e 7 anos, respectivamente, nas datas das aparições. Lúcia dos Santos nasceu em 28 de março de 1907 (o registro foi feito equivocadamente com a data de 22 de março). Francisco Marto nasceu no dia 11 de junho de 1908, tendo sido batizado no dia 20 de junho, enquanto Jacinta Marto nasceu em 11 de março de 1910 e foi batizada em 19 de março de 1910. A foto clássica dos três videntes juntos (mostrada abaixo) foi tirada com eles dispostos na frente de um muro de pedras, situado a pequena distância da casa da Família Marto, na aldeia de Aljustrel.


Excertos da Postagem Especial na Biblioteca Digital do Blog:

sábado, 3 de maio de 2025

BREVIÁRIO DIGITAL - ICONOLOGIA CRISTÃ (V)

O Papa Francisco foi sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, perto de uma imagem de Nossa Senhora, Saúde do Povo Romano - Salus Populi Romani - considerada padroeira de Roma. Esta imagem foi mostrada de forma recorrente em muitas transmissões do funeral do pontífice. A tradição manifesta que este ícone foi pintado por São Lucas e levado a Roma no século VI.

A contextualização da imagem sugere que não se trata de uma abordagem medieval, mas de um conceito muito mais próximo do cristianismo primitivo que data da antiguidade, por não inserir composições típicas da interação entre Mãe e Filho de ícones medievais. A rigor, entretanto, há uma transição óbvia destes diferentes estilos de pintura entre a imagem atual (fruto de restaurações diversas) e a peça original, que passaram a inserir elementos da iconologia medieval como, por exemplo, o formato dos rostos, alterações do contorno da vestimenta azul que envolve o corpo da Virgem e os halos matizados em torno das cabeças dos personagens representados.  

A composição apresenta a Virgem,  com um manto azul escuro em detalhes dourados sobre uma túnica vermelha, olhando diretamente para a frente, com uma pose ereta e imponente de uma rainha. As letras em grego no topo da imagem (ΜHΤHΡ ΘΕΟΥ em maiúsculas) identificam Maria como 'Mãe de Deus'. A posição imperial da Virgem é simbolizada também pela sua mão esquerda segurando um lenço cerimonial bordado (conhecido como mappula), símbolo de poder e realeza. 

A Virgem envolve em seus braços o Menino Jesus, que mantém a mão direita levantada como um sinal de bênção, enquanto a mão esquerda segura um livro (representação da sua doutrina, manifestada nos Evangelhos das Sagradas Escrituras). Maria olha diretamente para os seus filhos e Jesus abençoa aqueles que detêm em si o olhar de Maria. No abraço afetuoso da Mãe, Maria nos ensina a abraçar plenamente o seu Filho, como nosso único Caminho, Verdade e Vida.

terça-feira, 15 de abril de 2025

O SENHOR DOS PASSOS DO ÚLTIMO ENCONTRO

A Procissão do Encontro, em muitas regiões, acontece na Quarta-feira Santa à noite; em outras, é comumente realizada na tarde do Domingo de Ramos.

Neste momento em que o Senhor de todos os passos e caminhos encontra a Senhora de todas as dores, a Terra inteira se detém e os Céus esperam... Potestades e coortes angélicas se calam, os santos e santas de Deus se emudecem, o Purgatório congela, os infernos são calcinados e a humanidade hiberna... neste momento extremo, tudo o mais se retém no mais íntimo dos recolhimentos.

Eis o Homem! O Senhor dos Passos, desfalecido em dores, esmagado pelo horror ao pecado, incensado de misericórdia até a última gota de sangue, ergue os olhos ensanguentados à Mãe de Todas as Dores e estremece de angústia. O coração de Deus pulsa fragilmente dentro do corpo flagelado; o coração de Deus é flagelado pela visão da Mãe de todas as dores. Neste momento de agonia extrema, Jesus sabe que Maria tem que partilhar com Ele esse Calvário de dores. E, ainda assim, o Senhor dos Passos do Último Encontro levanta os olhos aos Céus, num murmúrio de misericórdia infinita pelos homens de todos os tempos: 'Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem' (Lc 23,34 a).

Os gritos, as imprecações, os sentidos nublados e a dor extrema, tudo conspira contra esse olhar entre a Mãe e o seu Filho amado. São agora dois corações dilacerados pelos flagelos humanos e divinos. A angústia física é superada pela miséria dos nossos pecados; as chagas do corpo não exprimem nem de longe as necroses da alma. O Senhor dos Passos do Último Encontro ainda se desvela com o filho resgatado de última hora: 'Hoje estarás comigo no paraíso' (Lc 23,43).

E segue a trilha da última caminhada com a mesma determinação dos tempos de Caná. E Jesus grita, dentro de nossas mentes e almas, que nada nos pode separar do amor de Deus: nem as mãos e os pés ensanguentados, nem as chagas, nem os cravos, nem a coroa de espinhos, nem o flanco aberto, nem a agonia de três horas na Cruz podem fazer Deus, o Senhor dos Passos do Último Encontro, afastar os olhos de sua Mãe e de uma misericórdia infinita pela humanidade pecadora: 'Mulher eis aí o teu filho, filho eis aí a tua mãe' (Jo 19,26-27).

Aos pés da Cruz, está a Mãe de todas as dores, o discípulo amado e as santas mulheres. Maria está de pé aos pés da Cruz para estar mais perto do Filho que lhe escapa ao último abraço. Sangue e lágrimas é o cenário derradeiro do Filho do Homem e daquela que Ele tornou a Mãe de Deus. No silêncio da Terra e do Céu, pasmos diante dos mistérios da graça, parece quebrada a unidade do universo e o Senhor dos Passos do Último Encontro invoca então ao Pai o seu lamento: 'Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonastes?!' (Mc 15,34).

E o silêncio do Céu permanece como uma cortina de chumbo sobre o Calvário. A natureza não ousa um estremecimento qualquer. Tudo se reveste de uma atmosfera estranha e perturbada, que não se pode explicar com palavras. E o tempo dos homens flui devagar entre as testemunhas da Paixão. O estertor da crucificação se molda à realidade dos fatos consumados. Enquanto o riso e o pranto se encolhem, subjugados pelo indiferentismo de homens moldados pela rotina do castigo, o Senhor dos Passos do Último Encontro é agora mortalmente açoitado pelos sentidos: 'Tenho sede' (Jo 19,28 b).

Jesus tem sede de água. Jesus tem sede de almas. Jesus tem sede de conversão e de salvação dos homens de todos os tempos. Por isso, morre pregado numa cruz, humilhado entre dois ladrões, objeto de escárnio e zombaria dos que o sacrificam. Jesus tem sede do amor de cada criatura de Deus, criada para a glória de Deus, criada para ser salva pelo mistério da Cruz! Jesus tem sede de mim, de você, dos homens de ontem e de hoje, Jesus tem sede de amar e de ser amado pela humanidade inteira. E, ciente desta ânsia de amar,  o Senhor dos Passos do Último Encontro conclui então o seu mandato de amor: 'Tudo está consumado' (Jo 19,30 a).

Eis a hora extrema da Paixão e Morte do Senhor. Tudo está feito, tudo está consumado. O senhor de todas as coisas faz-se agora senhor de coisa alguma e apenas se deixa consumir numa morte de cruz para resgatar o homem como criatura eterna do Pai. O Senhor dos Passos do Último Encontro volve os seus olhos turvados pelas sombras da morte ao olhar angustiado de sua Mãe aos pés da Cruz. Na angústia tremenda dos corações despedaçados, a paz de Deus os retém num último abraço e, volvendo os olhos para o Céu, O Senhor dos Passos do Último Encontro exala finalmente o seu último suspiro: 'Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito' (Lc 23,46 b).

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

ORAÇÃO: AVE REGINA CAELORUM

Ave Regina Caelorum (Salve, Rainha dos Céus) é um hino de louvor a Nossa Senhora, exaltando a sua realeza sobre o céu e os anjos, sua beleza e graça incomparáveis e sua condição de medianeira entre os homens e Nosso Senhor Jesus Cristo. De autor desconhecido, o hino constitui uma das quatro antífonas da Liturgia das Horas que se cantam em cada estação do ano litúrgico. 

                                                                                         (LiturgyTools.net)


Salve, Rainha dos Céus,
Salve, Senhora dos Anjos:
Salve, ó Raiz; Salve, ó Porta 
pela qual a luz veio ao mundo.
Rejubila, ó Virgem gloriosa,
Entre todas a mais bela.
Adeus, ó beleza radiante,
e intercede por nós junto ao Cristo.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

BREVIÁRIO DIGITAL - ICONOLOGIA CRISTÃ (III)

A imagem da Sagrada Família, composta pela presença da Virgem Maria, São José e o menino Jesus é bastante conhecida e venerada pelos cristãos.

Embora esta imagem tenha sido pintada por grandes mestres tanto do Ocidente quanto na iconografia ortodoxa e bizantina, este ícone é ainda motivo de polêmica e questionamento. Tal polêmica busca confrontar a representatividade desta imagem familiar, no sentido de que a iconologia ortodoxa não entende São José como o chefe de uma 'Sagrada Família' (o que, nessa interpretação equivocada,  implicaria diretamente em uma percepção enfraquecida da virgindade de Maria), mas apenas como o guardião providencial da Mãe de Deus e do seu Divino Filho. Neste contexto, o apequenamento de São José seria essencial para se compreender a dimensão maior da hierarquia divina da Sagrada Família. Tal visão distorcida confronta-se com a própria natureza e significado da iconografia cristã.


Com efeito, os ícones repreesentam imagens de Nosso Senhor Jesus Cristo, de Nossa Senhora e Mãe de Deus, dos Santos Anjos e dos Homens Santos e Veneráveis. Por meio desta representação por imagens, somos incitados a contemplá-los, a lembrarmo-nos deles como modelos, como objetos de nosso amor e louvor e veneração, e não a verdadeira adoração que, segundo a nossa fé, convém apenas à natureza divina, porque a honra dada à imagem vai direta ao seu modelo e aquele que venera um ícone venera a pessoa que se encontra nele representada. Nestes termos, tem-se como óbvio que tal polêmica, mais do que infantil e distorcida, é absurdamente ímpia no sentido de se buscar impor, como premissa, o apequenamento de São José (a ponto de não se aceitar a sua inserção na representação na família de Nazaré) para a elevação (mais do que conhecida) do papel da Mãe de Deus e do seu Divino Filho no plano da salvação e redenção da humanidade.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

BREVIÁRIO DIGITAL - ICONOLOGIA CRISTÃ (I)


Ícone de Maria, a Theotokos ('Mãe de Deus' ou literalmente 'Portadora de Deus'). Maria é mostrada em trajes típicos das mulheres judias à época, em cor vermelha, a cor da divindade, segurando o Menino Jesus. A palavra em grego sobre seu ombro direito a identifica como 'guia'. Seu olhar é dirigido a nós, pobres pecadores, mas sua mão direita nos guia em direção ao seu Filho Jesus Cristo (identificado pelas letras IC XC), fonte de todas as graças, que nos abençoa com a mão direita e que, com a mão esquerda, segura um pergaminho, símbolo da sabedoria divina.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

FILIUS DEI


'O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso, o santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus'
(Lc 1,35).

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

A SIMBOLOGIA DA MEDALHA MILAGROSA

Hoje, 28 de novembro, a Igreja celebra a santidade de Catarina Labouré, a vidente das aparições de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa (Paris, 1830), cuja simbologia é destacada na figura abaixo.

(figura ampliada: clicar sobre a figura)

sábado, 16 de novembro de 2024

SOBRE A DEVOÇÃO À NOSSA SENHORA

É bem possível que o empecilho [à vida espiritual] seja a falta de devoção a Nossa Senhora. Sem esta devoção a vida interior é impossível, porque não se dá conforme a vontade de Deus. E esta reside sobretudo em Nossa Senhora. Ela é a solidez da devoção, e não nos lembramos bastante disso. Os principiantes estão com frequência tão ocupados com a parte metafísica da vida espiritual, que não dão a esta devoção a necessária importância. Mencionarei aqui alguns pontos que eles não parecem considerar.

A devoção à Mãe de nosso Senhor não é um ornamento do sistema católico, uma beleza supérflua, nem mesmo um auxílio, dentre os muitos que podemos ou não empregar, mas é parte integral do cristianismo e, sem ela, nossa religião não é, estritamente falando, cristã. Seria uma religião diferente daquela que Deus revelou. Nossa Senhora é uma lei distinta de Deus, um meio especial de graça, cuja importância ressalta do ódio instintivo que lhe tem a heresia.

Maria é o pescoço do corpo místico unindo portanto todos os membros à Cabeça, e sendo o canal e o instrumento que dispensa todas as graças. A devoção a Nossa Senhora é a verdadeira imitação de Jesus porque, após a glória do Pai, foi a devoção mais ligada e mais cara ao sagrado Coração. É de uma solidez a toda prova, porque está perpetuamente ocupada com o ódio ao pecado e a aquisição de virtudes substanciais. Descuidar-nos dela é desprezar a Deus, pois ela é a sua lei; é ferir a Jesus em sua Mãe.

Deus mesmo a colocou na Igreja, como um poder distinto e, portanto, o seu culto é eficaz, é fonte de milagres, é parte da nossa religião, que de modo algum podemos colocar de lado. A espiritualidade é necessariamente ortodoxa. Isto é evidente. Ora, a doutrina não seria ortodoxa, se preterisse o ofício e as prerrogativas da Mãe de Deus. Assim, também a espiritualidade não é ortodoxa, em se desviando ou separando de uma devoção tão generosa e tão justa. Com efeito, um erro de doutrina é duplamente perigoso quando se relaciona com a vida espiritual. Envenena a tudo, e não há prejuízo que não se possa prever para a infortunada alma que lhe é sujeita.

Se, então, tendes os sintomas que indicam algo de errado, algo que vos retarda, verificai primeiro se vossa devoção a Nossa Senhora é o que devia ser, em termos de qualidade e grau, em fé e confiança, em amor e lealdade. A perfeição está sob a sua proteção particular porque esta é uma das especiais prerrogativas inerentes à rainha dos santos.

(Excertos da obra 'Progresso na Vida Espiritual', do Pe. F. Faber, 1954)

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

BÊNÇÃOS DO ROSÁRIO (III)


Quando São Domingos estava a pregar o Rosário perto de Carcassone, foi-lhe trazido um albigense que estava possuído pelo demônio. O santo exorcizou-o na presença de uma grande multidão de pessoas; cerca de doze mil pessoas que tinham vindo ouvi-lo falar. Os demônios que estavam na posse deste infeliz homem, foram obrigados a responder às perguntas de São Domingos. Disseram então que havia quinze mil deles no corpo daquele pobre homem, porque porque ele tinha atacado os quinze mistérios do Rosário e que a pregação do santo sobre o Rosário impunha medo e horror nas profundezas do inferno e que, por isso, ele era o homem que mais odiavam em todo o mundo por causa das almas que por causa das almas que lhes eram arrebatadas pela devoção ao Rosário.

São Domingos colocou o seu terço ao pescoço do endemoninhado e perguntou-lhe quem era, de todos os santos do Céu, aquele que, dos santos do Céu, aquele que  mais temiam e que, por isso, devia ser o mais amado e venerado pelos homens. Diante disso, começaram a gritar enlouquecidos, a tal ponto que a maior parte das pessoas presentes caiu por terra, tomada de medo.

Então, usando de toda a astúcia para não responderem diretamente a pergunta, os demônios choravam e lamentavam-se de uma forma tão deprimente que muitos choraram também, por pura piedade natural. Os demônios, falando pela boca do albigense, suplicavam com uma voz de dor: 'Domingos, Domingos, tem piedade de nós, prometemos-te que nunca te faremos mal. Sempre tiveste compaixão dos pecadores e dos aflitos; tem piedade de nós, porque estamos em graves sofrimentos. Se já estamos sofrendo tanto, por que te comprazes em aumentar as nossas dores? Não podeis contentar-vos com as dores que já temos? Tende piedade de nós, tende piedade de nós!' São Domingos não se comoveu nem um pouco com as palavras patéticas daqueles espíritos miseráveis e disse-lhes que não os deixaria em paz, até que respondessem à sua pergunta. 

... ''Escutai então, cristãos. Esta Mãe de Jesus é poderosíssima para salvar os seus servos de caírem no inferno. Ela é como o sol que destrói as trevas das nossas artimanhas e tentações. É Ela que desvenda as nossas tramas ocultas, quebra as nossas armadilhas e torna inúteis e ineficazes as nossas tentações. Devemos dizer, no entanto, com relutância, que nenhuma alma que tenha realmente perseverado no seu serviço se perdeu conosco. Um só suspiro que ela oferece à Santíssima Trindade vale muito mais do que todas as orações, desejos e aspirações de todos os santos. Tememo-la mais do que todos os outros santos do Céu juntos, e não temos sucesso algum com os seus fiéis servidores'.

(Excertos da obra 'O Segredo do Rosário', de São Luís Maria Grignion de Montfort)

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

BÊNÇÃOS DO ROSÁRIO (II)

 

Branca de Castela, rainha da França, encontrava-se em profunda tristeza porque, doze anos após o seu casamento, ela ainda não tinha filhos. Quando São Domingos foi vê-la, ele a aconselhou a rezar o Rosário todos os dias para pedir a Deus a graça da maternidade, e ela fielmente seguiu seu conselho. Em 1213, ela deu à luz seu filho mais velho, Filipe, mas a criança morreu na infância. 

O fervor da rainha não foi de forma alguma entorpecido por essa grande decepção; pelo contrário, ela buscou a ajuda de Nossa Senhora mais do que nunca. Ela fez com que um grande número de Rosários fossem distribuídos a todos os membros da corte e também a pessoas em várias cidades do reino, pedindo que se juntassem a ela para implorar a Deus por uma bênção dos Céus. Assim, em 1214, nasceu São Luís — o príncipe que se tornaria a glória da França e o modelo de todos os reis cristãos.

(Excertos da obra 'O Segredo do Rosário', de São Luís Maria Grignion de Montfort)

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

BÊNÇÃOS DO ROSÁRIO (I)


Gluck, o célebre compositor, era filho de pais muito pobres em Viena. Tinha uma bela voz, mas, quando cantava no coro da catedral, tinha o cuidado de fazê-lo como uma oração, de modo a não chamar a atenção do público sobre si.

Um dia, depois de ter cantado um hino a Maria, em melhor estilo do que o habitual, um monge aproximou-se dele e disse-lhe com emoção: 'Meu filho, fizeste-me derramar hoje as lágrimas mais prazeirosas da minha vida. Não tenho nada para te dar em sinal da minha admiração, a não ser este rosário. Guarda-o em minha memória. Reza pelo menos uma parte dele todos os dias; e se fores fiel a esta prática, serás tão querido por Deus como serás um dia grande entre os homens'.

Gluck permaneceu fiel ao seu Rosário. A sua família era demasiado pobre para lhe permitir prosseguir os estudos. Uma noite, recebeu a visita de um célebre mestre estrangeiro de coro que, percebendo o seu talento, encarregou-se de levar o rapaz consigo, prometendo-lhe completar a sua instrução. A partir daí, Gluck percorreu com passos de gigante o caminho da fama, mas sempre fiel às suas práticas de piedade.

Na Corte de Viena, palco de grandes festas noturnas, o ilustre maestro desaparecia e, como um padre cumprindo o seu ofício estrito, procurava a solidão para rezar o terço. Quando a morte, depois de uma vida gloriosa, veio abatê-lo, encontrou-o preparado. Tinha na mão as contas que o piedoso monge lhe tinha oferecido nos seus dias de juventude.