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sábado, 25 de março de 2017

GLÓRIAS DE MARIA - A ANUNCIAÇÃO


'Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!' (Lc 1, 28). A saudação do Anjo Gabriel é dirigida àquela que levou à perfeição nesta terra o amor de Deus. Cheia de graça Maria está desde a sua concepção, cheia de graça Maria passou cada momento de sua vida, cheia de graça Maria praticou cada ação ou pensamento nesta terra. Cheia de graça está, portanto, Maria diante a saudação do Anjo, como templo de santidade e da ciência infusa de todas as virtudes, dons e graças possíveis e imagináveis à natureza humana.

E Maria de todas as graças perturbou-se. As revelações do Anjo, provavelmente muito mais detalhadas que as palavras transcritas nos textos bíblicos, colocava Maria no centro de todas as profecias messiânicas que ela tanto conhecia e em nome das quais tantas orações e súplicas já teria feito a Deus. Num relance, percebeu a extraordinária manifestação daquela revelação angélica, que descortinava séculos de profecias, que inseria naquele lugar e naquele tempo a Natividade de Deus, que a tornava a co-redentora da humanidade, a bendita entre todas as mulheres, a Mãe de Deus: 'Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi' (Lc 1, 31 - 32).

E Maria de todas as graças perturbou-se. Diante do extraordinário mistério da graça e dos desígnios extremos da Providência, a Virgem de toda pureza e castidade e obra prima do Espírito Santo, se inquieta: 'Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?' (Lc 1, 34). A virgindade de Maria é o relicário de Deus. No imaculado corpo de Maria, o Espírito de Deus há de projetar a sua luz, cuja sombra faz nascer o Verbo encarnado. E o Anjo, mensageiro das coisas impossíveis e triviais para Deus, revela ainda a Maria a graça da gravidez tardia de Isabel, no 'sexto mês daquela que era considerada estéril' (Lc 1, 36).

E a Virgem de Nazaré, antes de ser a Mãe, oferece-se como serva e escrava do seu Senhor e do seu Deus: 'Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!' (Lc 1, 38). O Céu e a terra, as miríades dos anjos e dos homens de todos os tempos, hão de bendizer e louvar a glória daquele dia e a consumação daquele 'Fiat!' Sim, porque naquele momento, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro de Deus Verdadeiro se fez, então, carne na carne de Maria e se fez carne a Nossa Salvação.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

GLÓRIAS DE MARIA: O SANTÍSSIMO NOME DE MARIA


A Festa do Santíssimo Nome de Maria é celebrada pela Igreja Católica no dia 12 de setembro. Inicialmente a festa do Santíssimo Nome de Maria era apenas realizada em Cuenca, na Espanha, comemorada no dia 15 de setembro, quando foi instituída em 1513. Posteriormente, em 1671, a festa foi estendida para toda a Espanha. Após a vitória dos cristãos sobre os turcos na Batalha de Viena em 1683, a festa foi estendida a toda a cristandade pelo Papa Inocêncio XI. 

A origem etimológica do nome Maria é incerta, podendo ter raiz no vocábulo egípcio mry que significa 'amada', na palavra siríaca que designa 'senhora' ou, mais provavelmente, da raiz hebraica מִרְיָם (Miryam), que se traduz como 'excelsa', entre vários outros significados, e que deu origem aos nomes gregos Μαριαμ (Mariam) e Μαρια (Maria) - ambas as grafias são equivalentes - transcritas no Novo Testamento. Ao ser incorporado à Mãe de Deus, porém, deixou de ser apenas um nome, e passou a ser o mais bendito dos nomes e o nome de todas as virtudes. Quando tudo o mais parecer perdido, invoque, proclame, suplique o santo nome de Maria.

Na dor,
na adversidade,
nos perigos,
nos contratempos,
na angústia,
na doença,
nas aflições,
no sofrimento,
no medo,
nas dúvidas,
nas tribulações,
na amargura,
na ansiedade,
no abandono,
no desespero,

chame, invoque, proclame o BENDITO NOME DE MARIA.


**********

O NOME DA VIRGEM ERA MARIA

Maria. O anjo Gabriel, ao saudar Nossa Senhora, não a chama imediatamente pelo nome, evidentemente temendo surpreender por tamanha familiaridade vinda de um visitante desconhecido. Contudo em seguida diz: 'Não temas, Maria' (Lc 1, 30). São Lucas não espera o fim do diálogo para informar, o evangelista parece impaciente em fornecer seu nome, logo no início diz: 'o nome da virgem era Maria' (Lc 1, 27).

Quem não fica feliz em repetir com frequência o nome de um ente querido? Recordar o nome provoca um sentimento de presença da pessoa ausente. É muita estu­pidez criticar os católicos por venerar o nome de Maria. A Igreja aprovou tal prática; no século XVI instituiu uma festa em honra deste nome bendito. O costume é muito antigo, anterior ao Cristianismo. No Antigo Testamento, era habi­tual usar nome para se referir à própria pessoa e nos salmos encontramos muitos exemplos. Nosso Senhor ensinou a rezar: 'Santificado seja o teu nome'. O apóstolo São Pedro proclama que o nome de Jesus é o único que pode salvar: 'Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu ­nhum outro nome foi dado aos homens' (At 4,12). Eviden­temente que se refere à pessoa do Salvador.

A leitura da Bíblia leva a uma outra consideração. Observa­mos que os nomes também indicam características das pes­soas. Eva significa mãe dos viventes; Deus muda o nome de Jacó para Israel, que significa mais forte que Deus. Por ordem divina, o precursor do Senhor deverá receber o nome de João, que significa Deus foi favorável. José recebe a ordem de colocar no menino o nome de Jesus, que significa Deus salva.

Joaquim e Ana escolheram chamar a filha de Mariam, nome muito comum naquele tempo. Pela providência podemos acreditar que o nome escolhido foi de inspiração divina. Um excelente autor espiritual escreveu: 'Somente Deus podia escolher um nome para sua mãe. Como no batismo, quando a criança é nomeada em voz alta é gerada para a vida da graça, assim também aconte­ceu no instante em que Deus criou a alma da Virgem San­tíssima, a augusta Trindade nomeou Maria em voz alta diante do coro dos anjos. Deus já havia nomeado-a desde a eternidade. Para Deus, conceber ou nomear é a mesma coisa'. O padre Broise concorda com a ideia: 'Vemos muitos exemplos na Escritura em que Deus nomeia seus servidores, então podemos piamente acreditar que o nome de sua mãe não foi escolhido aleatoriamente ou por vontade humana'

O nome é pouco utilizado na história antiga de Israel. Na forma mais primitiva o nome Myriam é encontrado ape­nas na irmã de Moisés. Seria de origem egípcia, e significaria Amada de Deus. Na pronúncia Mariam, tanto no aramaico como no sírio tem vários significados. Um sábio jesuíta ale­mão recorreu pacientemente a todas as etimologias que se derivaram da palavra e encontrou 67 variações. As inter­pretações comumente aceitas harmonizam-se com a mis­são da Santíssima Virgem. 

No aramaico primitivo Mariam significa a iluminadora, que procede do invisível. Mariam evoca também a ideia de amargura. O sentido seria: amar­go, mirra. A tradução proposta por São Jerônimo teve muita receptividade: gota do mar. Depois Stilla marís (gota do mar) se transformou em Stella maris (estrela do mar) por um erro de copista ou porque os camponeses romanos pronunciavam as vezes desta forma. A ligeira confusão valeu um dos títulos mais clássicos da piedade mariana e um dos hinos mais belos Ave maris stella, composto por São Bernardo.

Outra tradução seria soberana, princesa, senhora. Este último é o mais utilizado pela tradição cristã. Jesus é Nosso Senhor, Maria é Nossa Senhora. As explicações do nome de Mariam correspondem aos mistérios do Rosário, colocando em destaque as três principais funções que Deus confiou a Maria. Nos cinco mistérios gozosos, Maria aparece como a iluminadora de uma terra pecadora. Nela, o Verbo, luz dos homens, se encarnou; através dela santifica João Batista; então, no meio da noite, a luz se levanta sobre o mundo; depois, Maria apresenta no Templo aquele que deve ilu­minar todos os povos. A primeira parte da missão esta concluída: Jesus agora deve dedicar-se aos assuntos do Pai. Passam-se os anos. Voltamos a encontrar Maria traspassada pela espada da dor, associando-se ao sacrifício de Nosso Redentor. A dor é a gota mais amarga do cálice que Jesus recebe no Getsêmani e que oferece na cruz pela redenção da humanidade.

Porém seu Filho não podia permanecer cativo da morte. Na Igreja nascente, que canta a glória do ressus­citado, Nossa Senhora reza com os discípulos, que aguar­dam a descida do Espírito Santo. Então, devolve a Deus o Filho que havia lhe sido confiado; em breve, como Rainha do Céu, compartilhará ao seu lado o triunfo, intercedendo por cada um de nós. Ave Maria. Que seu nome seja nossa luz quando a dúvida envolve e a tentação ataca! Que a recordação da paixão do calvário alivie as dores, quando estamos deses­perados! Devemos invocar o nome de Maria em nossas an­gústias, porque ela é nossa soberana protetora. No caminhar de cada dia, elevemos o olhar para a Estrela do Mar.

'Quando se levantam os ventos das tentações, quando se tropeça nas pedras da tribulação, olhe para a estrela e chame por Maria. Quando se agitam as ondas da soberba, da ambição e da inveja, olhe para a estrela e chame por Maria. Quando a ira, a avareza e a impureza assaltam violentamente a alma, olhe para Maria. Quando perturbado pela memória dos pecados, confuso pela fealdade da consciência, temeroso pela ideia do Juízo, mergulhado no abismo do desespero, pense em Maria, invoque Maria. Nunca afaste Maria dos lábios e do coração; nunca se afaste dos exemplos e das virtudes de Nossa Senhora. Não se extravia quem a segue, não se desespera quem pede sua ajuda, não se perde quem pensa nela. Ninguém cai quando está segurando a mão de Maria. Quando se está sob a proteção da Virgem Santíssima, nada se pode temer. Não se cansa quem a tem por guia; quem é amparado por ela chega felizmente ao porto seguro. Assim se compreende pela própria experiência o que foi escrito: o nome da virgem era Maria' (São Bernardo de Claraval)

(Excertos da obra ' Ave Maria: história e meditação', de Georges Chevrot)

sexta-feira, 8 de abril de 2016

GALERIA DE ARTE SACRA (XXI)

AS COROAS DA VIRGEM MARIA

Deus pôs sobre a Cabeça de Maria uma coroa de preço infinito, ou melhor, pôs um privilégio que lhe e próprio: Maria tem direito a todas as coroas.

A coroa do mérito e da virtude, laurea virtutis, porque é a única criatura humana que nunca contraiu e nem cometeu pecado, ultrapassando em santidade aos anjos e serafins. 

A coroa da ciência e da doutrina, laurea doctoralis, porque Ela conheceu todos os segredos do verbo e o livro da vida lhe foi revelado.

A coroa do combate e da vitória, corona triunphalis, porque conquistou as legiões do inferno e exterminou todas as heresias.

A coroa do mérito e da coragem, corona muralis, porque defendeu os muros da cidade santa contra o furor dos salteadores, preservando da ruína os assediados e por Ela conquistamos o direito de cidadãos do Céu.

A coroa de núpcias e de esposa, corona nuptialis, porque, sem perder o seu diadema de Virgem, ela foi associada por um matrimônio inefável à fecundidade da divina natureza.

A coroa real e sacerdotal, corona regni, infuia sacerdotii, porque, tendo dado à vida a quem é Rei e Sacerdote por excelência, participou e participará eternamente da autoridade do seu Reinado, mérito da sua imolação.

Mas... que profundezas nos metemos a sondar, ó filhos meus? Se em nós refulgem raios, em Maria descansa o sol. Se para uns correm as águas das fontes, em Maria se despeja o mar. Se alguns tem a participação medida, Maria tem a soberania absoluta, de tal modo que as coroas de graças que cingem a sua fronte correspondem à esplêndida manifestação da coroa de glória que a esperou no Céu.
(São Pio X)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

GLÓRIAS DE MARIA - NOSSA SENHORA DE LOURDES

Em Lourdes, Nossa Senhora apareceu à Bernadette Soubirous, para confirmar o dogma de sua imaculada conceição e para ratificar os valores incomensuráveis da oração, da penitência e da verdadeira vida de devoção a Deus. Nas palavras da própria vidente, eis o relato da primeira de um total de 18 aparições:

'A primeira vez que fui à gruta, era quinta-feira, 11 de fevereiro [quinta-feira anterior à quarta-feira de cinzas]. Após o jantar, saí para recolher galhos secos [a lenha para aquecer a casa simples de sua família havia acabado, durante um período de tempo particularmente frio] com a minha irmã Toinette e uma vizinha chamada Jeanne Abadie. Após procurarmos lenha em outros lugares sem sucesso, nos deparamos com o canal do moinho. Perguntei, então a elas se queriam ver onde a água do canal se encontrava com o Gave [rio Gave]. Elas me responderam que sim. Seguimos o canal do moinho até que nos encontramos diante de uma gruta [gruta de Massabielle], não podendo mais prosseguir.

Jeanne e minha irmã tiraram rapidamente os seus tamancos e atravessaram o fluxo que não era intenso. Após atravessarem o canal, começaram a esfregar os pés, dizendo que a água estava gelada. Isso aumentou a minha preocupação [Bernadette sofria de asma e não podia se expor à friagem]. Chegou a pedir a Jeanne [maior e mais forte que ela] para levá-la nos ombros, no que não foi atendida: 'Se você não consegue vir, fique aí então!' Apanhando galhos secos ali perto, as duas se afastaram e eu as perdi de vista. Tentei ainda buscar uma passagem mais embaixo sem ter que tirar os sapatos, colocar pedras no canal, mas não consegui passar. 

(gruta à época das aparições; em primeiro plano, o canal que Bernadette não conseguiu atravessar)

Então, regressei diante da gruta e comecei a tirar os sapatos, para fazer a travessia como elas fizeram. Tinha acabado de tirar a primeira meia, quando ouvi um barulho como de uma ventania. Então girei a cabeça para um lado e para o outro e não vi nada, nem nenhum movimento das folhas das árvores. Continuei a tirar os sapatos e nisso ouvi, mais uma vez, o mesmo barulho. Olhando em direção à gruta, vi um arbusto - um único arbusto encravado nas aberturas da rocha - balançando fortemente. Quase no mesmo tempo, saiu do interior da gruta uma nuvem de cor dourada e, logo depois, uma senhora, jovem e muito bonita, como eu nunca tinha visto antes, veio e se colocou na entrada da abertura, suspensa sobre uma roseira [mais tarde, instada a descrever a aparição, Bernadette a descreveu assim: 'Ela tinha a aparência de uma jovem de dezesseis ou dezessete anos e estava vestida com uma túnica branca, um véu também branco, uma cinta azul e os pés desnudos e ornados com uma rosa dourada em cada pé, ambos encobertos pelas últimas dobras do seu manto. Ela segurava na mão direita  um rosário de contas brancas com uma corrente de ouro brilhando como as duas rosas em seus pés]. 


Sorrindo para mim, fez um sinal para que eu me aproximasse. Eu pensei estar sendo vítima de uma ilusão. Esfreguei os olhos; porém, ao olhar outra vez, ela continuava ali e, sorrindo, me deu a entender que eu não estava enganada. Tirei o meu terço do bolso e, caindo de joelhos, tentei rezá-lo. Queria fazer o sinal da cruz, mas não conseguia sequer levar a mão à testa. A senhora fez com a cabeça um sinal de aprovação e, tomando o seu próprio terço, começou a oração e, somente então, pude fazer o mesmo. Assim que fiz o sinal da cruz, desapareceu o grande medo que sentia e fiquei tranquila. Deixou-me rezar o terço sozinha, somente acompanhando as contas com os dedos, em silêncio; somente rezando oralmente o Gloria  comigo, ao final de cada dezena. Ao final da recitação do terço, a senhora voltou ao interior da gruta e a nuvem dourada desapareceu com ela.

Assim que a senhora desapareceu, Jeanne e a minha irmã regressaram, encontrando-me de joelhos no mesmo lugar onde tinham me deixado, fazendo troça da minha covardia. Mergulhei os pés no canal e a água estava bem aquecida e elas aparentemente não se importaram com isso. Perguntei às duas se não haviam visto algo na gruta: 'Não'. Me disseram, então: 'Por que nos pergunta isso?' 'Ó, por nada, por nada', respondi tentando mostrar indiferença. Pensava sem parar em tudo o que tinha acabado de ver. No retorno à casa, diante da grande insistência delas, contei-lhes tudo o que acontecera, pedindo que não dissessem nada a ninguém.


À noite, em casa, durante a oração familiar, fiquei tão perturbada que comecei a chorar. Minha mãe me perguntou qual era o problema. Minha irmã começou a responder por mim e eu fui obrigada a contar os acontecimentos daquele dia. 'São ilusões' - respondeu minha mãe - 'tire essas coisas da cabeça e não volte mais à Massabielle'. Fui dormir, mas eu não conseguia tirar da memória o rosto e o sorriso doce da senhora. Era impossível acreditar que eu podia estar enganada'.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

GLÓRIAS DE MARIA: NOSSA SENHORA DAS DORES


Nossa Senhora das Dores ou Mater Dolorosa (Mãe Dolorosa) é o título dado à Virgem Maria em relação às dores que Nossa Senhora sofreu ao longo de sua vida, principalmente nos momentos da Paixão de Cristo: 1. A profecia de Simeão sobre Jesus (Lc 2, 34-35); 2. A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mt 2, 13-21); 3. O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lc 2 41-51); 4. O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lc 23, 27-31); 5. O sofrimento e morte de Jesus na Cruz (Jo 19, 25-27); 6. Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mt 27, 55-61); 7. O sepultamento do corpo do filho no Santo Sepulcro (Lc 23, 55-56). Você pode ver em SENDARIUM as reflexões sobre as sete dores de Nossa Senhora pelo Arcebispo Fulton Sheen aqui e por São Josemaria Escrivá aqui.

O culto a Nossa Senhora das Dores teve início no ano 1221 no Mosteiro de Schönau, na Germânia (atual Alemanha) e sua festa foi instituída inicialmente em Florença (Itália), no ano de 1239, por meio da chamada Ordem dos Servos de Maria. A festa é comemorada no dia 15 de setembro, para ser associada diretamente às dores de Jesus Cristo na Festa da Exaltação da Cruz


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

GLÓRIAS DE MARIA: FESTA DA NATIVIDADE DE MARIA


Com o nascimento de Maria, Deus dá ao mundo a aurora que anuncia a vinda do Messias, o início histórico da obra da Redenção. Maria, 'bendita entre todas as mulheres' e rainha dos anjos, foi privilegiada pelos desígnios da Providência com as graças mais sublimes para ser elevada à excelsa dignidade de Mãe do Nosso Salvador Jesus Cristo, Mãe de Deus. 

'Deus onipotente, antes que o homem caísse, previu a sua queda e decidiu, antes dos séculos, a redenção humana. Decidiu Ele encarnar-se em Maria... Hoje é o dia em que Deus começa a pôr em prática o seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a casa, antes que o Rei descesse para habitá-la. Casa linda, porque, se a Sabedoria constrói uma casa com sete colunas trabalhadas, este palácio de Maria está alicerçado nos sete dons do Espírito Santo. Salomão celebrou de modo soleníssimo a inauguração de um templo de pedra. Como celebraremos o nascimento de Maria, templo do Verbo encarnado?'

(Homilia sobre a Natividade de Maria, de São Pedro Damião)

A Festa da Natividade de Maria (celebrada no dia 8 de Setembro, pelo calendário tridentino) era celebrada no Oriente Católico muito antes de ser instituída no Ocidente e tem sua origem provavelmente em Jerusalém, pelos meados do século V. De acordo com a Tradição, Maria nasceu de pais virtuosos e avançados em idade, Joaquim e Ana, que cumpriam fielmente os seus preceitos cristãos em Jerusalém, resignados e pacientes diante a esterilidade do casal. Contemplados com a gravidez tardia, nasceu-lhes pela Divina Providência a filha que seria a Mãe de Deus, evento singular da história da humanidade que não foi objeto nem de profecias e nem de sinais extraordinários antes, durante ou depois da natividade de Maria.

'Ó Joaquim e Ana, casal bem-aventurado e verdadeiramente sem mancha! Pelo fruto do vosso seio fostes reconhecidos, segundo a palavra do Senhor: 'Pelos seus frutos os reconhecereis'. A vossa conduta foi agradável a Deus e digna daquela que nasceu de vós. Tendo levado uma vida casta e santa, engendrastes a joia da virgindade, aquela que deveria permanecer Virgem antes, durante e depois do parto, a única sempre Virgem de espírito, de alma e de corpo. Convinha, de fato, que a virgindade saída da castidade produzisse a Luz única e monógena, corporalmente, pela benevolência d’Aquele que A gerou sem corpo – o Ser que não gera, mas que é eternamente gerado, para Quem ser gerado é a única qualidade própria da Sua Pessoa. Ó que maravilhas, e que alianças estão neste menino! Ó Filha da esterilidade, virgindade que engravida, nela se unirão divindade e humanidade, sofrimento e impassibilidade, vida e morte, para que em todas as coisas o menos perfeito seja vencido pelo melhor! E tudo isto para minha salvação, ó Mestre! Amas-me tanto que não realizaste esta salvação nem pelos anjos, nem por nenhuma outra criatura, mas tal como já a minha criação, também a minha regeneração foi Tua obra pessoal. Assim, eu exulto, faço despertar a minha alegria e o meu júbilo, volto à fonte das maravilhas, e embriagado de uma torrente de alegria, toco de novo a cítara do espírito e canto o hino divino da natividade'.

(Homilia sobre a Natividade de Maria, de São João Damasceno)

Nasce Maria, dádiva de Deus, santíssima em sua concepção, santíssima no seio de sua mãe, santíssima desde o primeiro instante de sua vida. Pois não convinha que o santuário de Deus, a mansão da sabedoria, o relicário do Espírito Santo, a urna do maná celestial, tivesse em si a menor mácula. Antes de receber sua alma santíssima, sua carne foi completamente purificada até do menor resíduo de toda mancha, sem a mais ínfima inclinação para o pecado.

'A gloriosa Virgem não apenas foi preservada do pecado original em sua concepção, como foi também adornada da justiça original e confirmada em graça desde o primeiro momento de sua vida, segundo muitos eminentes teólogos, a fim de ser mais digna de conceber e dar à luz o Salvador do mundo. Privilégio que jamais foi concedido à criatura alguma, nem humana nem angélica, pertencendo somente à Mãe do Santo dos Santos, depois de seu Filho Jesus ... Todas as virtudes, com todos os dons e frutos do Espírito Santo, e as oito bem-aventuranças evangélicas se encontram no coração de Maria desde o momento de sua concepção, tomando inteira posse e estabelecendo n'Ela seu trono num grau altíssimo e proporcionado à eminência de sua graça'.

(Homilia, São João Eudes)


Maria Santíssima é a nova Eva, a mãe espiritual dos homens; é Judite que será vitoriosa sobre o inimigo do povo de Deus; é Ester que alcançará misericórdia para o seu povo. Foi Maria que Adão entreviu quando Deus lhe disse que uma mulher esmagaria a cabeça da serpente. Deus a tinha em vista quando prometeu a Abraão, aos patriarcas e a Davi, que o Salvador brotaria da sua estirpe. Ela é o tronco de Jessé que havia de dar a flor escolhida, conforme a profecia de Isaías. 

Genealogia de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão: 2Abraão gerou Isaac;Isaac gerou Jacob; Jacob gerou Judá e seus irmãos; 3Judá gerou, de Tamar, Peres e Zera; Peres gerou Hesron; Hesron gerou Rame; 4Rame gerou Aminadab; Aminadab gerou Nachon; Nachon gerou Salmon; 5Salmon gerou, de Raab, Booz; Booz gerou, de Rute, Obed; Obed gerou Jessé;6Jessé gerou o rei David. David, da mulher de Urias, gerou Salomão; 7Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa gerou Josafat; Josafat gerou Jorão; Jorão gerou Uzias; 9Uzias gerou Jotam; Jotam gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias; 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, na época da deportação para Babilónia.12Depois da deportação para Babilónia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel;13Zorobabel gerou Abiud. Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azur; 14Azur gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; 15Eliud gerou Eleázar; Eleázar gerou Matan; Matan gerou Jacob. 16Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo.18Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido pelo poder do Espírito Santo.19José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente.20Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: 'José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados'. 22Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: 23Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho; e hão-de chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus conosco.


(Evangelho: Mateus, 1, 1-16.18-23)

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

GLÓRIAS DE MARIA: NOSSA SENHORA DE GUADALUPE

12 de dezembro - Solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe  Padroeira da América Latina


(Arcos de Pilares)

                             
 'Canção para Nossa Senhora de Guadalupe' (em inglês), cantada por Molly Chesna, então com 11 anos (com a melodia da música 'Pescadores de Homens'), com muitas imagens da história destas aparições.

Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!

domingo, 8 de dezembro de 2013

IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA

Páginas do Evangelho - Segundo Domingo do Advento 


'Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina de que a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em atenção aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de culpa original; essa doutrina foi revelada por Deus, e deve ser, portanto, firme e constantemente crida por todos os fiéis'.


(Beato Papa Pio IX, na proclamação do dogma da Imaculada Conceição, em 08 de dezembro de 1854)

O Segundo Domingo do Advento de 2013 coincide com a festa da solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Nossa Senhora, criatura superior a tudo quanto já foi criado, e inferior somente à humanidade santíssima de Nosso Senhor Jesus Cristo, recebeu de Deus o privilégio incomparável da Imaculada Conceição. 

Desta forma, Maria foi preservada de qualquer pecado desde que foi concebida, porque recebeu naquele instante o Espírito Santo de Deus. O 'sim' de sua entrega incondicional à vontade de Deus, 'Eis aqui a serva do senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!' (Lc 1, 38), não teria sido possível se, mesmo livre de qualquer  pecado durante toda a sua vida, Maria tivesse, a exemplo de toda a humanidade, a mancha do pecado original. Deus, ao cumular Maria de tantas graças extraordinárias, não permitiu que ela estivesse separada dele em nenhum segundo de sua existência e, assim, Maria não conheceu o pecado desde a sua concepção.

A Santa Igreja ensina que Maria Santíssima foi preservada do pecado original, em previsão aos futuros méritos da Vida, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo que, assim, a pré-redimiu desde o primeiro instante da sua existência. Sendo concebida sem pecado original, Maria ficou também preservada de qualquer tendência para o mal decorrente do pecado original. Não é crível que Deus Pai onipotente, podendo criar um ser em perfeita santidade e na plenitude de inocência, não fizesse uso de seu poder a favor da Mãe de seu Divino Filho. Como explicitou, de forma definitiva, o beato franciscano João Duns Scoto (1265-1308), em sua exposição quando da defesa da Imaculada Conceição na Universidade de Paris: 'Potuit, decuit, ergo fecit' (Deus podia fazê-lo, convinha que o fizesse, logo o fez).

O fundamento deste privilégio mariano está na absoluta oposição existente entre Deus e o pecado. Ao homem concebido no pecado, contrapõe-se Maria, concebida sem pecado. Santa e imaculada conforme a saudação do Anjo da Anunciação: 'Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!' (Lc 1, 28). E, assim, a primeira a se regozijar das infinitas graças da redenção de Cristo, primícias de nossa fé cristã.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

GLÓRIAS DE MARIA - NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS


'Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós'


'Este globo que vês representa o mundo inteiro e, em especial, a França e cada pessoa em particular. Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem'

'Estes raios são o símbolo das graças que a Santíssima Virgem alcança para as pessoas que lhe pedem...'.

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS

Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades (em silêncio e devoção, pedir a graça desejada).

Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas.
E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.

Rezar 3 Ave-Marias e, após cada ave-maria, a jaculatória: 'Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós'.

Oração Final - Santíssima Virgem, eu creio e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculada e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado Filho a humildade, a caridade, a obediência, a castidade, a santa pureza de coração, de corpo e espírito, a perseverança na prática do bem, uma santa vida e uma boa morte. Amém.


'Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem ao pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança'

SÍMBOLOS DAS FACES DA MEDALHA MILAGROSA

Uma mulher Vestida de Luz:
Nossa Senhora resplandecente, envolvida por luz e graças, significando a glória total. 

A inscrição: 
Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. 


Mãos abertas: 
Gesto de distribuição de inúmeras Graças para o mundo, Maria, medianeira e co-redentora. 

Raios:
'Os raios que vês são símbolos das Graças que derramo sobre quem as pede'.

Globo branco sobre os pés que pisam a serpente:
Maria é a antítese e o refúgio aos pecados do mundo.


Letra M:
A letra M, que sustém uma Cruz sobre uma barra horizontal entrelaçada nos braços do M , provém de Maria, Mãe de Deus, altar da encarnação divina e participante das dores de Jesus na cruz; Mãe de todos nós. 

A Cruz sobre a barra:
Altar da redenção, sinal da Salvação.


Dois corações:
O coração de Jesus, coroado de espinhos; O coração de Maria atravessado por uma espada, pela sua participação ativa e eminente na obra da Redenção. 

Doze estrelas: 
Recordam o texto do Apocalipse: ... e na sua cabeça uma coroa de doze estrelas que simbolizam as doze tribos de Israel, os doze apóstolos, os doze pilares da Fé.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

GLÓRIAS DE MARIA: NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

A palavra Rosário vem do latim Rosarium, que significa 'Coroa de Rosas'. Nossa Senhora é a Rosa das rosas, Rainha das rainhas, sendo chamada, então, Rosa Mística (como é invocada na Ladainha Lauretana), Rainha das Rosas de todas as devoções, Nossa Senhora do Rosário. Se, a cada Ave Maria, adorna-se a Mãe de Deus com uma rosa espiritual, o Rosário adorna Maria com uma Coroa de todas as Rosas.

O Santo Rosário é a oração mais perfeita e o instrumento mais poderoso que nos é concedido pela Divina Providência para vencer o pecado e as tentações diabólicas. Com o rosário, recordamos o memorial da Paixão de Jesus Cristo e meditamos os mistérios de gozo, dor e glória de Jesus e Maria. Pelo Rosário, a terra se une aos céus, e nós a Nossa Senhora, no louvor ao Senhor nosso Deus. Com o Rosário, alcançamos a paz de coração e a salvação eterna da alma. Pelo Rosário, obtemos a remissão pela culpa e pela pena dos nossos pecados, tornamo-nos herdeiros dos méritos infinitos da Paixão de Jesus e invocamos sobre nós e nossas famílias as graças extraordinárias da Misericórdia Divina. 

A origem do Rosário é antiga, mas se formalizou por meio de uma famosa aparição de Nossa Senhora a São Domingos de Gusmão. No seu ferrenho combate e conversão dos seguidores da seita herética dos albigenses, São Domingos defrontou-se com terríveis dificuldades e perseguições, devido à dureza espiritual daquelas almas. Retirou-se, então, em oração, para um lugar ermo situado nos arredores de Toulouse e suplicou a intercessão da Virgem Maria para os bons propósitos de tão dura missão. 

As suas preces extremadas foram atendidas e o santo recebeu uma aparição de Nossa Senhora que lhe entregou o Rosário (também chamado Saltério de Maria, em referência aos 150 salmos de Davi), ensinando-o como rezá-lo e assegurando ser esta a arma mais poderosa para se ganhar as almas para o Céu. Este evento, respaldado por numerosos documentos pontifícios, é narrado na obra 'Da Dignidade do Saltério', do Bem-Aventurado Alain de la Roche (1428 – 1475), célebre pregador da Ordem Dominicana. Com o Rosário em punho, São Domingos pregou incansavelmente na França, Itália e Espanha a devoção que a própria Senhora do Rosário lhe havia ensinado, convertendo os hereges e os tíbios, e erradicando por completo naqueles países a heresia albigense.


Graças, louvores e indulgências sem conta estão associadas à oração devota do Santo Rosário. Rezai-o sempre, rezai-o todos os dias! O maior milagre que o Rosário pode nos proporcionar é nos fazer plenamente dignos das promessas de Cristo e nos elevar de criaturas humanas na terra a herdeiros diretos do Céu ainda nesta vida.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

GLÓRIAS DE MARIA: NOSSA SENHORA DAS MERCÊS


Na coroa de glórias dadas à Nossa Senhora, a Virgem das Mercês é celebrada em 24 de setembro. Mercês significa 'graças', 'favores', 'bênçãos' mas, acima de tudo, 'misericórdia'. A devoção teve origem na Espanha, durante a dura perseguição e prisão imposta aos cristãos numa Europa então invadida pelos mouros.

Na noite de primeiro pra 2 de agosto de 1218, Nossa Senhora se manifestou em sonho para São Pedro Nolasco, para São Raimundo de Peñaforte,  seu confessor, e para o rei Dom Jaime I de Aragão, dando-se a conhecer com o título de Mercês, e pedindo a fundação de uma ordem religiosa para o resgate dos cristãos cativos dos mouros. A ordem religiosa dos Mercedários foi, então, fundada em 10 de agosto de 1218, em Barcelona, na Espanha, tendo São Pedro Nolasco como primeiro diretor geral. A devoção logo se difundiu por toda a Europa e chegou ao Brasil, pelas mãos dos frades mercedários, dando origem a várias confrarias no país. Em 1696, o Papa Inocêncio XII estendeu a festa de Nossa Senhora das Mercês para toda a Igreja estabelecendo a data de 24 de setembro para a sua celebração.


Oração a Nossa Senhora das Mercês

Virgem Maria, Mãe das Mercês,
com humildade acorremos a Vós,
certos de que não nos abandonais
por causa de nossas limitações e faltas.
Animados pelo vosso amor de Mãe,
oferecemo-vos nosso corpo para que o purifiqueis,
nossa alma para que a santifiqueis,
o que somos e o que temos, consagrando tudo a Vós.
Amparai, protegei, bendizei e guardai
sob a vossa maternal bondade a todos
e a cada um dos membros desta família
que se consagra totalmente a Vós.
Ó Maria, Mãe e Senhora nossa das Mercês,
apresentai-nos ao vosso Filho Jesus,
para que, por vosso intermédio
alcancemos, na terra, a sua Graça
e depois a vida eterna.
Amém!

sábado, 18 de maio de 2013

GLÓRIAS DE MARIA: O QUINTO DOGMA

O culto que damos à Nossa Senhora (veneração de cunho especialíssimo chamado hiperdulia e que não corresponde ao culto de adoração ou latria, que é destinado somente a Deus) é amplamente aprovado e divulgado pelo magistério da Igreja em função de sua pessoa singular como Filha de Deus Pai (criada por Deus), Mãe de Deus Filho (Mãe de Jesus Cristo) e Esposa de Deus Espírito Santo (pois o Espírito Santo formou o corpo de Jesus no ventre puríssimo de Maria). Em relação à Santíssima Virgem Maria, a Igreja prescreve os seguintes dogmas:
  • A Maternidade Divina
Todos os títulos e todas as grandezas de Maria dependem do dogma essencial de sua maternidade divina. Desde a Antiguidade, Maria é chamada 'Mãe de Deus', do grego Theotokos, título ratificado pelo Concílio de Éfeso, de 22 de junho de 431.
  • A Imaculada Conceição
A 'Imaculada Conceição' da Virgem Maria foi proclamada como Dogma de Fé pelo Papa Pio IX, em 8 de dezembro de 1854, pela Bula Ineffabilis Deus e declara que a Virgem foi preservada imune da mancha do pecado original desde o primeiro instante de sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus.

'Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina de que a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeira instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em atenção aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de culpa original; essa doutrina foi revelada por Deus, e deve ser, portanto, firme e constantemente crida por todos os fiéis'.

              (Beato Papa Pio IX, na proclamação do dogma da Imaculada Conceição, em 08 de dezembro de 1854)
  • A Virgindade Perpétua
O Dogma da 'Virgindade Perpétua' de Maria, ou seja, o privilégio pelo qual Nossa Senhora conservou plenamente a sua virgindade antes do parto, durante o parto e perpetuamente depois do parto, é assim declarada pela Igreja desde os tempos do Credo Apostólico ('nascido da Virgem Maria') e no Concílio Romano do ano de 649.
  • A Assunção aos Céus
A solenidade da Assunção da Virgem Maria existe desde os primórdios do catolicismo e, desde então, tem sido transmitida pela tradição oral e escrita da Igreja, tendo sido formalmente proclamado pelo Papa Pio XII, na Constituição Munificentissimus Deus, de 1º de novembro de 1950. O Dogma da 'Assunção aos Céus' declara que Nossa Senhora, uma vez cumprido o curso de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória celestial. 

'Pronunciamos, declaramos e de­finimos ser dogma de revelação divina que a Imaculada Mãe de Deus sempre Virgem Maria, cumprido o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à Glória celeste'.

(Papa Pio XII, na Constituição Dogmática Munificentissimus Deus, de 1º de novembro de 1950)

Adicionalmente, a Virgem Maria tem dezenas de títulos como Nossa Senhora de muitos nomes, além de muitos outros títulos específicos como Mãe dos homens, Mãe da Igreja, Advogada Nossa, Corredentora do gênero humano, Medianeira Universal, Rainha da Paz, Rainha dos Apóstolos, Senhora de todos os Povos, etc. O Quinto Dogma de Maria corresponderia, portanto, à elevação de algum (ou alguns destes títulos) à prescrição dogmática da Igreja. 

Nestes tempos de absoluta apostasia e indiferentismo religioso, em que o mal parece grassar sobre todos os  autênticos valores da fé cristã, a melhor resposta da Igreja seria se ancorar nas colunas das glórias de Maria,  adornando-a com o quinto dogma de Medianeira, Advogada Nossa e Corredentora da Humanidade, modelo de todas as virtudes que nos conduz, nos protege e invoca sem cessar sobre nós a misericórdia divina, em súplicas de Mãe aflita e extremada, para a salvação eterna de todos os seus filhos. Eis a resposta definitiva da civilização cristã às crendices e infâmias deste mundo da impiedade: o triunfo final do Imaculado Coração de Maria, Senhora de Todos os Povos, Rainha do Céu e da Terra.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

GLÓRIAS DE MARIA: NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Fátima é o acontecimento sobrenatural mais extraordinário de Nossa Senhora e a mais profética das aparições modernas (que incluíram a visão do inferno, 'terceiro segredo', consagração aos Primeiros Cinco Sábados, orações ensinadas por Nossa Senhora às crianças,  milagre do sol e as aparições do Anjo de Portugal), constituindo a proclamação definitiva das mensagens prévias dadas pela Mãe de Deus em Lourdes e La Salette. Por Fátima, o mundo poderá chegar à plena restauração da fé e da vida em Deus, conformando o paraíso na terra. Por Fátima, a humanidade será redimida e salva, pelo triunfo do Coração Imaculado de Maria. Se os homens esquecerem as glórias de Maria em Fátima e os tesouros da graça, também serão esquecidos por Deus.















Audiências: P. Philippe, Comissário do S.O., que me traz a carta que contém a terceira parte dos segredos de Fátima. Reservo-me de a ler com o meu Confessor (Do diário de João XXIII, de 17 de Agosto de 1959)


Texto original do 'Terceiro Segredo', divulgado publicamente pelo Vaticano em 26 de junho de 2000.

'A terceira parte do segredo refere-se às palavras de Nossa Senhora: “Se não, [a Rússia] espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas” (13-VII-1917).

A terceira parte do segredo é uma revelação simbólica, que se refere a este trecho da Mensagem, condicionada ao facto de aceitarmos ou não o que a Mensagem nos pede: “Se atenderem a meus pedidos, a Rússia converter-se-á e terão paz; se não, espalhará os seus erros pelo mundo, etc”.

Porque não temos atendido a este apelo da Mensagem, verificamos que ela se tem cumprido, a Rússia foi invadindo o mundo com os seus erros. E se não vemos ainda, como facto consumado, o final desta profecia, vemos que para aí caminhamos a passos largos. Se não recuarmos no caminho do pecado, do ódio, da vingança, da injustiça atropelando os direitos da pessoa humana, da imoralidade e da violência, etc.

E não digamos que é Deus que assim nos castiga; mas, sim, que são os homens que para si mesmos se preparam o castigo. Deus apenas nos adverte e chama ao bom caminho, respeitando a liberdade que nos deu; por isso os homens são responsáveis'.


Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!