terça-feira, 23 de janeiro de 2024

A SABEDORIA FALSA DO MUNDO

1. A sabedoria do mundo é terrestre - os bens da terra. E desta sabedoria fazem secreta profissão os sábios mundanos, quando apegam o coração ao que possuem e se empenham para tornar-se ricos. Quando intentam processos e demandas inúteis para obter dinheiro ou para conservá-los. Quando não pensam, não falam e não agem, senão para alcançar ou conservar qualquer ganho terreno; a confissão ou a oração o fazem superficialmente, como quem se desempenha de um ônus, em raros intervalos e somente para salvar as aparências.

2. A sabedoria do mundo é carnal - o amor ao prazer. E desta sabedoria fazem profissão os sábios mundanos, quando buscam apenas os prazeres dos sentidos. Quando gostam de boa mesa. Quando de si afastam tudo o que poderia mortificar ou incomodar o corpo, como os jejuns e as austeridades. Quando, ordinariamente, não pensam mais do que em comer, beber, divertir-se, rir, passar agradavelmente o tempo. Quando andam em busca de leitos confortáveis, jogos que divirtam, festas agradáveis, companhias mundanas. E depois que sem escrúpulos se deram a todos esses prazeres, vão atrás de um confessor 'o menos escrupuloso que encontrarem', a fim de obter assim, por pouco preço, a paz em sua vida sensual e útil, e a indulgência plenária de todos os pecados.

3. A sabedoria do mundo é diabólica - o amor da estima e das honras. E desta sabedoria fazem profissão os sábios mundanos, quando aspiram, muito embora secretamente, grandezas, honras, dignidades e cargos elevados. Quando se esforçam para serem vistos, estimados, louvados e aplaudidos pelos homens. Quando não colimam em seus estudos, trabalhos, lutas, senão a estima e louvor dos homens, a fim de que sejam tidos por honestos, sábios, grandes líderes, sábios jurisconsultos, pessoas de infinito mérito e grande consideração. Quando não podem suportar o desprezo e a repressão. Quando escondem o que têm de defeituoso e mostram o que possuem de belo.

É preciso, com Jesus Cristo, detestar e condenar estas falsas sabedorias, a fim de obter a verdadeira, que não busca seu interesse, que não é desta terra, nem se encontra no coração dos que vivem em seus domínios e que abomina tudo o que é grande e prestigioso aos olhos dos homens.

(São Luís Maria Grignion de Montfort)

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O DOGMA DO PURGATÓRIO (LXXIII)

Capítulo LXXIII

Alívio às Santas Almas - Orações por Todos os Fieis Defuntos - Santo Andre Avellino e sua Percepção pelo Destino Eterno das Almas - Exortação de São Francisco de Sales

Vimos os recursos e os numerosos meios que a Misericórdia Divina colocou nas nossas mãos para aliviar as almas do Purgatório; mas que almas estão nessas chamas expiatórias e a que almas devemos dar a nossa ajuda? Por quais almas devemos rezar e oferecer os nossos sufrágios a Deus? A estas perguntas devemos responder que devemos rezar pelas almas de todos os fiéis defuntos - omnium fidelium defunctorum -  de acordo com a expressão própria da Igreja. Embora a piedade filial nos imponha deveres especiais em relação aos nossos pais e parentes, a caridade cristã nos manda rezar pelos fiéis defuntos em geral, porque todos eles são nossos irmãos em Jesus Cristo, todos são nossos próximos, a quem devemos amar como a nós mesmos.

Por estas palavras, fiéis defuntos, a Igreja entende todos os que estão efetivamente no Purgatório, isto é, aqueles que não estão no inferno, mas que ainda não são dignos de serem admitidos na glória do Paraíso. Mas quem são essas almas? Podemos conhecê-las? Deus reservou esse conhecimento para si mesmo e, a não ser que Ele queira nos mostrar, devemos permanecer em total ignorância sobre o estado das almas na outra vida. Desta forma, Deus raramente dá a conhecer que uma dada alma está no Purgatório ou na glória do Céu e, mais raramente ainda, revela a condenação de uma alma. Nesta incerteza, devemos rezar em geral como faz a Igreja, por todos os defuntos, sem prejuízo das almas que queremos ajudar em particular.

Podemos evidentemente limitar a nossa intenção àqueles que, de entre os mortos, ainda precisam da nossa ajuda, se Deus nos conceder o privilégio que concedeu, por exemplo, a Santo André Avellino, de conhecer a condição das almas na outra vida. Quando este santo religioso da Ordem dos Teatinos, segundo o seu piedoso costume, rezava com angélico fervor pelos defuntos, acontecia-lhe por vezes sentir dentro de si uma espécie de resistência, um sentimento de invencível repulsa; outras vezes, pelo contrário, era uma sensação de grande consolação e particular atração. Logo compreendeu o significado dessas diferentes impressões: a primeira significava que sua oração era inútil, pois a alma que desejava socorrer era indigna de misericórdia e estava condenada ao fogo eterno; a outra, no entanto, indicava que sua oração era eficaz para o alívio da alma no Purgatório. O mesmo acontecia quando desejava oferecer o Santo Sacrifício por um defunto. Sentia-se, ao sair da sacristia, como que retido por uma mão invisível e compreendia que aquela alma estava no inferno; mas, quando se encontrava inebriado de alegria, de luz e de devoção, tinha a certeza de estar contribuindo para a libertação de uma alma. Este santo caridoso rezava, pois, com o maior fervor pelos defuntos que sabia estarem a sofrer, e não cessava de aplicar os seus sufrágios enquanto as almas não lhe viessem agradecer, dando-lhe a certeza da sua libertação. 

Quanto a nós, que não temos estas luzes sobrenaturais, devemos rezar por todos os defuntos, mesmo pelos maiores pecadores e pelo cristão mais virtuoso. Santo Agostinho conhecia a grande virtude de sua mãe, Santa Mônica; no entanto, não contente em oferecer a Deus os seus próprios sufrágios por ela, pedia aos seus leitores que não deixassem de recomendar a sua alma à Misericórdia Divina. Quanto aos grandes pecadores, que morrem sem se reconciliarem exteriormente com Deus, não podemos excluí-los dos nossos sufrágios, porque não temos a certeza da sua impenitência interior. A fé nos ensina que todos os homens que morrem em estado de pecado mortal incorrem na condenação eterna; mas quem são aqueles que na realidade morrem nesse estado? Só Deus, que reserva para si o julgamento dos vivos e dos mortos, sabe disso. Quanto a nós, só podemos tirar uma conclusão conjectural das circunstâncias exteriores, e mesmo disso devemos abster-nos. Mas é preciso confessar que há tudo a temer para aqueles que morrem despreparados para a morte, e toda a esperança parece desaparecer para aqueles que se recusam a receber os sacramentos. 

Estes últimos deixam esta vida com sinais exteriores de condenação. No entanto, devemos deixar o julgamento para Deus, de acordo com as palavras, Dei judicium est - A Deus pertence o julgamento (Dt, 1,17). Há mais a esperar para aqueles que não são positivamente hostis à religião, que são benevolentes para com os pobres, que conservam alguma prática de piedade cristã ou que pelo menos aprovam e favorecem a piedade; há mais, digo ainda, a esperar para tais pessoas quando acontece que elas morrem subitamente, sem terem tido tempo de receber os últimos sacramentos da Igreja.

São Francisco de Sales não quer que desesperemos da conversão dos pecadores até ao seu último suspiro e, mesmo depois da sua morte, proíbe-nos de julgar mal aqueles que levaram uma vida má. Com exceção dos pecadores, cuja reprovação é claramente manifestada pelas Sagradas Escrituras, não podemos, diz ele, concluir que uma pessoa está condenada, mas devemos respeitar os desígnios de Deus. A sua principal razão é que, como a primeira graça é gratuita, assim também é a última, que é a perseverança final ou uma boa morte. É por isso que devemos ter esperança na salvação dos fieis defuntos, por mais triste que tenha sido a sua morte, porque as nossas conjecturas baseiam-se apenas em constatações exteriores que podem ser, portanto, completamente equivocadas.

Tradução da obra: 'Le Dogme du Purgatoire illustré par des Faits et des Révélations Particulières', do teólogo francês François-Xavier Schouppe, sj (1823-1904), 342 p., tradução pelo autor do blog.

domingo, 21 de janeiro de 2024

EVANGELHO DO DOMINGO

   

'Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, vossa verdade me oriente e me conduza!' (Sl 24)

Primeira Leitura (Jn 3,1-5.10) - Segunda Leitura (1Cor 7,29-31)  -  Evangelho (Mc 1,14-20)

 21/01/2024 - Terceiro Domingo do Tempo Comum 

8. PESCADORES DE HOMENS


Com a prisão e morte de João Batista, tem fim a Era dos Profetas e começa a pregação pública de Jesus sobre o Reino de Deus. O reino de Deus é o reino dos Céus, e não um império firmado sobre as coisas deste mundo. Cristo, rei do universo, começa a sua grande jornada pelos reinos do mundo para ensinar que a pátria definitiva do homem é um reino espiritual, que se projeta para a eternidade a partir do coração humano.

E esta proclamação vai começar por Cafarnaum e nos territórios de Zabulon e Neftali, localizada na zona limítrofe da Síria e da Fenícia, e povoada, em sua larga maioria, por povos pagãos. Em face disso, esta região era a chamada 'Galileia dos Gentios', e seus habitantes, de diferentes raças e credos, eram, então, objeto de desprezo por parte dos judeus da Judeia. E é ali, entre os pagãos e os desprezados, que o Senhor vai dar início à sua pregação pública da Boa Nova do Evangelho do Reino de Deus: 'O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!' (Mc 1,15).

Nas margens do Mar da Galileia, Jesus vai escolher os seus primeiros discípulos, Simão e André e, logo depois, Tiago e João, filhos de Zebedeu, num chamamento imperativo e glorioso: 'Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens' (Mc 1, 17). Aqueles pescadores, acostumados à vida dura de lançar redes ao mar para buscar o seu sustento, seriam agora os primeiros a entrarem na barca da Santa Igreja de Cristo para se tornarem pescadores de homens, na gloriosa tarefa de conduzir as almas ao Reino dos Céus.

Eis a resposta pronta e definitiva dos primeiros apóstolos ao chamado de Jesus: 'E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus' (Mc 1, 18) e 'Eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados, e partiram, seguindo Jesus' (Mc 1, 20). Seguir a Jesus implica a conversão, pressupõe o afastamento do mundo, pois Jesus nos fala do Reino dos Céus. No 'sim' ao chamado de Jesus, nós passamos a ser testemunhas e herdeiros deste reino 'que não é desse mundo', e nos abandonamos por completo na renúncia a tudo que é humano para amar, servir e viver, prontamente e cotidianamente, o Evangelho de Cristo.

sábado, 20 de janeiro de 2024

20 DE JANEIRO - SÃO SEBASTIÃO

São Sebastião foi um oficial romano, do alto escalão da Guarda Pretoriana do imperador Diocleciano (imperador de Roma entre 284 e 305 de nossa era e responsável pela décima e última grande perseguição do Império Romano contra o Cristianismo), que pagou com a vida sua devoção à fé cristã. Denunciado ao imperador por ser cristão e acusado de traição, foi condenado a morrer de forma especial: seu corpo foi amarrado a um tronco servindo de alvo a flechas disparadas por diferentes arqueiros africanos.

Primeiro Martírio: São Sebastião flechado

Abandonado pelos algozes que o julgavam morto, foi socorrido e curado e, de forma incisiva, reafirmou a sua convicção cristã numa reaparição ao próprio imperador. Sob o assombro de vê-lo ainda vivo, São Sebastião foi condenado uma vez mais sendo, nesta sua segunda flagelação, brutalmente açoitado e espancado até a morte. O seu corpo foi atirado num canal de esgotos, de onde foi depois retirado e levado até as catacumbas romanas. Suas relíquias estão preservadas na Basílica de São Sebastião, na Via Apia, em Roma. É venerado por toda a cristandade como modelo de vida cristã, mártir da Igreja e defensor da fé e padroeiro de diversas cidades brasileiras, incluindo-se o Rio de Janeiro. Sua festa é comemorada a 20 de janeiro, data de sua morte no ano 304.

Segundo Martírio: São Sebastião espancado até a morte

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

OITO CONSELHOS DO PADRE PIO PARA UM NOVO ANO


1. A palma da glória está reservada apenas para aqueles que lutam bravamente até o fim. Portanto, vamos começar nossa batalha sagrada neste ano. Deus nos ajudará e nos coroará com o triunfo eterno.

2. Estamos pela Graça Divina no amanhecer de um novo ano. Como só Deus sabe se chegaremos ao seu fim, devemos vivê-lo em reparação pelo passado e em preparação para o futuro. Boas obras andam de mãos dadas com boas intenções.

3. Digamos a nós mesmos, com plena convicção de dizer a verdade: 'Minha alma: comece hoje a praticar as boas obras que até agora não praticaste'. Deixemo-nos envolver pela presença de Deus. 'Deus me vê' - digamos muitas vezes a nós mesmos - 'e pelas minhas ações Ele me julgará'. Tenhamos certeza de que Ele sempre verá apenas bondade em nós.

4. Se tiver tempo, não espere o tempo. Não deixemos para amanhã o que podemos fazer hoje. Os túmulos estão cheios de boas intenções que nunca aconteceram. Além disso, que garantia temos de que estaremos vivos amanhã? Escutemos a voz da nossa consciência, como disse o profeta: 'Hoje, se ouvirdes a voz do Senhor, não façais ouvidos moucos'. Vamos sair e valorizar o momento fugaz que é o que temos. Não confiemos no tempo que vai de um momento para outro, porque este ainda não é nosso.

5. Quando perdemos tempo, desprezamos o dom de Deus - o presente - que Ele, na sua infinita bondade, entrega ao teu amor e à tua generosidade.

6. 'Comecemos hoje, meus irmãos, a fazer o bem, porque até agora não fizemos nada'. Estas palavras, que São Francisco, na sua humildade, aplicou a si mesmo, deverão ser nossas no início do novo ano. Temos vivido irrefletidamente, como se o Eterno Juiz não fosse um dia nos chamar e nos pedir contas de nossas obras e de como gastamos nosso tempo.

7. O amor não tolera atrasos, e os reis magos, logo à chegada, fizeram tudo o que estava ao seu alcance para dar a conhecer Aquele que havia conquistado os seus corações por meio de um influxo de graça. Encheu-os com aquela caridade que deve transbordar, porque não pode estar contida na pequena moldura do coração e, portanto, deve ser extravasada.

8. Em suas ações, não busque para si nem o maior nem o menor mérito, mas pura e simplesmente a maior honra e glória de Deus.

(Excertos da obra 'Buona Giornata' - Tenha um Bom dia, compilação de reflexões do Santo Padre Pio)

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

O SONO DO MENINO JESUS

I. O sono de Jesus Menino foi demasiadamente breve e doloroso. Servia-lhe de berço uma manjedoura, a palha de colchão e de travesseiro. Assim o sono de Jesus foi muitas vezes interrompido pela dureza daquela caminha excessivamente dura e molesta, e pelo rigor do frio que reinava na gruta. De vez em quando, porém, a natureza sucumbia à necessidade e o Menino querido adormecia. Mas o sono de Jesus foi muito diferente do das outras crianças. O sono destas é útil à conservação da vida; não, porém, quanto às operações da alma, porque esta, privada do uso dos sentidos, fica reduzida à inatividade. Não foi assim o sono de Jesus Cristo: Ego dormio et cor meum vigilat. O Corpo repousava; velava, porém, a Alma, que em Jesus era unida à Pessoa do Verbo, que não podia dormir nem ficar dominada pela inatividade dos sentidos.

Dormia, pois, o Santo Menino, mas enquanto dormia, pensava em todos os padecimentos que teria de sofrer por nosso amor, no correr de toda a sua vida e na hora da sua morte. Pensava nos trabalhos pelos quais havia de passar no Egito e em Nazaré, levando uma vida extremamente pobre e desprezada. Pensava particularmente nos açoites, nos espinhos, nas injúrias, na agonia e na morte desolada, que afinal devia padecer sobre a Cruz. Tudo isso Jesus oferecia ao Pai Eterno enquanto estava dormindo, a fim de obter para nós o perdão e a salvação. Assim nosso Salvador, durante o sono, estava merecendo por nós, reconciliava conosco o seu Pai e nos alcançava graças.

Roguemos agora a Jesus que, pelos merecimentos do seu sono santo, nos livre do sono mortal dos pecadores, que dormem miseravelmente na morte do pecado, esquecidos de Deus e do seu amor. Peçamos-lhe que nos dê, ao contrário, o sono feliz da sagrada Esposa, da qual dizia: 'Eu vos conjuro... que não perturbeis à minha amada o seu descanso, nem a façais despertar, até que ela mesma queira'. É este o sono que Deus dá às almas suas diletas e que, no dizer de São Basílio, não é senão o supremo olvido de todas as coisas - summa verum omnium oblivio. Então a alma abandona todas as coisas terrestres, para só pensar em Deus e nos interesses da glória divina.

II. Ó meu querido e Santo Menino, Vós estais dormindo, mas esse vosso sono como me abrasa em amor! Para nós o sono é figura da morte; mas em Vós é símbolo de vida eterna porque, enquanto repousais, estais merecendo para mim a eterna salvação. Estais dormindo, porém o vosso coração não dorme, senão pensa em padecer e morrer por mim. Durante o vosso sono rogais por mim e me impetrais de Deus o descanso eterno do Paraíso. Mas enquanto não me levardes, como espero, para repousar junto de Vós no Céu, quero que repouseis sempre em minha alma.

Houve um tempo, ó meu Deus, em que Vos expulsei da minha alma. Vós, porém, tanto batestes à porta do meu coração, ora por meio do temor, ora com graças especiais, ora com convites amorosos, que tenho a esperança de que já entrastes nele. Assim espero, porque sinto em mim uma grande confiança de que já me perdoastes. Sinto também uma grande aversão e arrependimento das ofensas que vos tenho feito; um arrependimento que me causa grande dor, mas uma dor pacífica, uma dor que me consola e me faz esperar que a vossa bondade já me perdoou. Graças Vos dou, ó meu Jesus, e peço-vos que não vos aparteis mais da minha alma. Sei que Vós não vos apartareis de mim enquanto eu não vos repelir. 

É esta exatamente a graça que vos peço e que, com vosso auxílio, espero pedir-vos sempre: não permitais que vos torne a repelir de meu coração. Fazei que eu me esqueça de todas as coisas, a fim de só pensar em Vós, que sempre pensastes em mim e na minha salvação. Fazei que vos ame sempre nesta vida, a fim de que a minha alma, expirando unida convosco e em vossos braços, possa repousar eternamente em Vós sem receio de jamais vos perder. Ó Maria, assisti-me na minha vida, assisti-me na hora da minha morte, para que Jesus sempre repouse em mim e eu repouse sempre em Jesus. 

(Excertos da obra 'Meditações para todos os dias do ano', de Santo Afonso Maria de Ligório)

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

PALAVRAS DA SALVAÇÃO


'Aqueles que amam a Deus, vivem sempre satisfeitos, porque todo o seu prazer é cumprir a divina vontade, mesmo nas coisas que lhe são desagradáveis tanto que as inquietações se mudam em deleites, pelo pensamento de que, aceitando-as voluntaria­mente, agradam ao seu amado Senhor. E com efeito, que maior felicidade pode o homem expe­rimentar, do que o cumprimento de seus desejos? Então, quando se deseja o que Deus quer, tem cada um tudo quanto deseja, pois que (exceto o pecado) tudo quanto suceder no mundo é pela vontade de Deus'.

(Santo Afonso Maria de Ligório)