quarta-feira, 15 de julho de 2020

TESOURO DE EXEMPLOS (10/12)


10. AS MISSAS PELO PAPAI

Relata o Pe. Mateo, apóstolo da devoção ao Sagrado Coração de Jesus que, estando na Inglaterra em tempo de muito frio, preparava para a primeira comunhão um grupo de crianças de seis a nove anos. 'Dizei a vossas mamães que estou pregando o reino do Sagrado Coração e que vós haveis de ser seus missionários'.

Depois que acabei de pregar, chegou-me uma menininha e me disse: 'Padre, meu pai nunca vem à igreja. Vou contar à mamãe o que o senhor nos disse e eu nunca perderei a missa'. Eu lhes havia pregado sobre o Coração de Jesus e pedido que me ajudassem a salvar almas ouvindo uma ou mais missas.

A menina, chegando a casa, disse a sua mãe que todos os dias iria ouvir a missa pelo seu papai.
- De manhã faz muito frio, filhinha.
- Não faz mal, mamãe, preciso fazer algum sacrifício para salvar a alma do meu papai.
-  Bem, faça como quiser.

Três meses depois, encontrei-me com a mesma menina, que me disse:
- Padre, desde então não perdi nem uma missa. Às vezes, fazia muito frio e eu tinha muito sono porque a missa é tão cedo.... mas o senhor sabe o que eu digo a Jesus quando o tenho no meu. coração? Digo-lhe que vou ouvir missa e comungar todas as manhãs por meu papai, para pagar o resgate por ele, para estar em seu lugar diante do Santíssimo, a fim de salvar a sua alma: 'Para isso estou aqui diante do altar, meu bom Jesus'.

Criança admirável! Não fiquei sabendo se Jesus lhe atendeu os pedidos; mas não há dúvida que o o fará a seu tempo. Não pode o bom Jesus permanecer surdo a tais pedidos. Referindo-se a uma criança, disse um poeta: 'Pedidos dos lábios teus podem muito! Os pequeninos sabem segredos divinos e conversam muito com Deus'!

11. UMA MISSA... UM CAVALHEIRO... UM RETRATO...

Saberão as almas quando se fazem rezar missas por elas? Mônica, uma jovem muito boa e piedosa, está convencida que sim. Era ela uma pobre criada, que ganhava o pão servindo nas casas dos ricos, simples, cheia de fé, contente com o tratamento e o pequeno salário que lhe davam, pois Deus a fizera abnegada e sabia que a Ele se ode servir com qualquer ofício.

Mas um dia adoeceu e não teve remédio senão internar-se no hospital dos pobres. Depois de seis semanas deram-lhe alta; perdera, porém, o emprego e não sabia onde refugiar-se, débil e sem recursos. Uma moeda de prata era toda a sua fortuna, mas o seu coração estava cheio de confiança em Deus. Tomando a sua moeda, manda celebrar uma santa missa pelas almas do purgatório, a fim de que elas lhe consigam uma boa colocação.

Ouviu a missa devotamente. E aquela mensagem chegou ao seu destino... Ao sair da igreja, encontrou-se com um senhor que, aproximando-se, a saudou e disse: 'Soube que a senhora procura um emprego; aqui está o endereço de uma casa você será recebida'. Deu-lhe, em seguida, o nome da rua e o número da casa e desapareceu. Mônica ficou perplexa, sem saber o que pensar e nem como explicar tudo aquilo.

Como podia saber aquele senhor que ela procurava um emprego, uma vez que não comunicara a ninguém o seu desamparo? Foi à rua e à casa indicadas. Disse o que desejava e, imediatamente, a dona da casa a contratou para o serviço doméstico. No dia seguinte, estando a fazer a limpeza, pôs-se a contemplar os retratos pendurados nas paredes. De repente, surpreendida, exclamou:
- Senhora, quem é aquele senhor que está ali retratado? É precisamente o senhor que, ao me ver sair da missa, me deu o endereço da senhora.
- Como? exclamou a senhora, esse é o meu filho que há pouco tempo tive a infelicidade de perder!
A notícia da missa chegara tão depressa ao purgatório que, ao sair Mônica da igreja, a resposta pessoal já a esperava à porta. O defunto alcançara de Deus a permissão para vir agradecer à sua benfeitora e pagar pela sua caridade.

12. BRAVOS CRUZADINHOS

Num certo domingo de abril, inúmeras crianças de Liverpool (Inglaterra) compareceram a uma reunião festiva no vasto Salão de São Jorge. Cada paróquia enviara as crianças da Cruzada Eucarística e eram tantas, que muitíssimas tiveram que ficar do lado de fora, na praça. Durante a prática perguntou-lhes o Arcebispo:
- Sois todos cavaleiros e pajens do Santíssimo Sacramento?
- Sim, senhor, gritaram todos
- E quantos comungam a cada mês?
Muitas mãozinhas se levantaram timidamente.
- E quantos comungam a cada semana?
Todos gritaram levantando as mãos.
- E quantos comungam todos os dias ou várias vezes por semana?
Também desta vez se levantaram todas as mãos.

I. Um missionário do longínquo Oriente, vendo um jovenzinho muito recolhido e devoto diante do altar do Santíssimo, perguntou:
- José, que faz aí tanto tempo e que é que diz a Jesus?
- Nada, padre, pois não sei ler nos livros. Somente exponho a minha alma ao Sol.

II. Aos seus mais pequenos Cruzadinhos perguntou um vigário: '
- Quantas vezes se deve comungar?
- Muitas vezes, padre.
- Bem; e quem sabe me dizer por quê?
- Eu, padre, eu sei. Jesus tomou o pão para mostrar que o devemos comer todos os dias; porque, se tivesse tomado a sobremesa, diríamos que só se devia comungar nos dias de festa.

III. Numa rua de Munique, cidade da Baviera, uma menina de sete anos avisa a mamãe que vem se aproximando um sacerdote com o Santíssimo.
- Não é nada demais, responde a mãe - ele vai visitar um enfermo.
- Vamos ajoelhar-nos, mamãe, ele está chegando.
- Que é que tens, tontinha? Anda!
- Mamãe, é o bom Deus, ajoelhe-se suplica a menina, que então se prostra de joelhos!
Onde é que esse anjinho aprendeu tamanho respeito ao Santíssimo, senão na Cruzada Eucarística?

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)

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