segunda-feira, 27 de julho de 2020

DICIONÁRIO DA DOUTRINA CATÓLICA (VIII)


CONGREGAÇÃO RELIGIOSA

É uma sociedade aprovada pela legítima autoridade eclesiástica, na qual os associados se regem por leis próprias da mesma sociedade, tendendo à perfeição evangélica por meio dos votos simples, quer perpétuos quer temporários. Há congregações de direito pontifício, são as que obtêm aprovação ou ao menos decreto de louvor da Santa Sé e há congregações de direito diocesano, as que, eretas pelo bispo, não obtiveram aquele decreto de louvor. Qualquer congregação religiosa, ainda que somente diocesana, uma vez legitimamente estabelecida, não pode ser suprimida senão pela Santa Sé.

CONSAGRAÇÃO

É o ato litúrgico por virtude do qual uma pessoa ou uma coisa ica dedicada ao serviço de Deus. A consagração é função reservada ao bispo ou a quem tenha Indulto Apostólico para isso. As coisas consagradas devem ser tratadas com reverência, e não podem servir para usos profanos ou impróprios, embora pertençam a pessoas particulares. Quando já não servem ao fim para que foram consagradas, devem ser queimadas e lançadas as cinzas em lugar decente, por causa da consagração. Os lugares sagrados são isentos da jurisdição da autoridade civil e a legítima autoridade da Igreja exerce neles livremente a sua jurisdição. A consagração é também a parte da Missa em que o sacerdote consagra a hóstia e o vinho para ficar sobre o altar o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo.

CONSELHOS EVANGÉLICOS 

São incitamentos contidos no santo Evangelho, induzindo à prática mais perfeita da religião cristã em ordem ao fim último. São assim chamados estes três: pobreza voluntária, que consiste em renunciar à posse dos bens materiais; obediência inteira, que consiste em renunciar ao império da própria vontade; castidade perpétua, que consiste em renunciar ao gozo dos prazeres da carne. Os conselhos não obrigam como os preceitos, mas são necessários para viver com maior perfeição.

CONSISTÓRIO

É a Assembléia dos cardeais residentes em Roma, sob a presidência do papa. É secreto, se só os cardeais assistem. É público, se, além dos cardeais, podem também assistir outros prelados e representantes dos chefes das nações.

CONTINÊNCIA 

É a abstenção de toda a deleitação venérea. Para conservar a continência, é eficaz a mortificação da carne com a abstinência da comida e da bebida e com o trabalho corporal.

CONTRIÇÃO

É o arrependimento e detestação do pecado cometido, com o propósito de não tornar a pecar. A contrição é um ato de vontade, uma impressão desagradável de ter ofendido a Deus. A contrição é perfeita quando a causa do arrependimento é ser o pecado uma ofensa a Deus, Bondade infinita, nosso Pai e Benfeitor e, nesse caso, obtém-se o perdão dos pecados, mesmo sem a confissão sacramental, se há impossibilidade de a fazer; é imperfeita quando a causa do arrependimento é o pecador merecer o castigo do inferno ou a privação do Céu. Para obter o perdão dos pecados na confissão sacramental, basta a contrição imperfeita, também chamada atrição. A contrição é de tal modo necessária para obter o perdão dos pecados que sem ela, diz Santo Tomás, nem mesmo o pecado venial pode ser perdoado. Que a contrição é necessária para obter o perdão ensina-o a Sagrada Escritura, dizendo: 'Arrependei-vos e convertei-vos para que os vossos pecados sejam perdoados' (At 3, 19).

CORO

É a parte da capela-mor, onde o clero assiste às funções litúrgicas. Deve estar separado do corpo da igreja por uma balaustrada que, coberta com uma toalha branca, serve de mesa de comunhão para os fiéis. Também se dá o nome de coro a uma espécie de palanque elevado à entrada da igreja, para os músicos tocarem ou um grupo de fiéis cantar nas solenidades religiosas.

CORPO MÍSTICO DE CRISTO 

É a Igreja, de que são membros todos os fiéis, de que é Cabeça Jesus Cristo e de que é alma o Espírito Santo, cujos dons misteriosos circulam nas veias dos membros unidos entre si e à única cabeça que é Jesus Cristo, representado na terra pelo seu vigário, o Papa. De sorte que a Igreja não é um mero agregado moral como qualquer outra sociedade natural; é o corpo místico de Jesus Cristo.

CREDÊNCIA

É uma pequena mesa que deve estar ao lado do altar — lado da epístola — sobre a qual se colocam os objetos necessários para o serviço do altar (galhetas, etc). Deve estar coberta com uma toalha branca sem renda e descida até ao chão.


CRISTIANISMO

É a religião que Jesus Cristo instituiu e confiou à sua Igreja, cujo chefe é o papa, sucessor do Apóstolo São Pedro. É a Igreja Católica que conserva e ensina o Cristianismo como Jesus Cristo o deixou no mundo para os homens o conhecerem e o viverem, e por meio dele se salvarem do inferno e poderem gozar o Céu.

CÚRIA DIOCESANA 

É constituída por pessoas que o bispo nomeia para o auxiliarem no governo da diocese, dando despacho e solícita expedição aos negócios eclesiásticos. Fazem parte da cúria: os censores de livros, o conselho de vigilância doutrinal, a comissão de vigilância para a pregação, o conselho de administração diocesana, os examinadores sinodais, os párocos consultores e a comissão disciplinar do seminário.

CÚRIA ROMANA 

É constituída pelas Sagradas Congregações, Tribunais e Ofícios, aos quais compete tratar dos negócios eclesiásticos que são determinados pelo Direito Canônico.

CUSTÓDIA 

É um objeto de metal, em que se coloca a sagrada Hóstia na meia lua ou lúnula, de ouro ou de prata dourada, para a exposição solene do Santíssimo Sacramento.

(Verbetes da obra 'Dicionário da Doutrina Católica', do Pe. José Lourenço, 1945)