quarta-feira, 17 de julho de 2019

O PENSAMENTO VIVO DE MONSENHOR FULTON SHEEN

O ateu moderno não descrê por causa do seu intelecto, mas por causa da sua vontade. Não é o conhecimento que o torna um ateu, mas a perversidade. A negação de Deus brota de um desejo do homem de não ter um Deus – da sua vontade de que não haja justiça por trás do universo, de modo que as suas injustiças não receiem retribuição; do seu desejo de que não haja lei, de modo que não possa ser julgado por ela; do seu querer que não haja bondade absoluta, para que ele possa continuar a pecar com impunidade. É por isso que o ateu moderno se mostra sempre encolerizado quando ouve dizer alguma coisa a respeito de Deus e da Religião... O ateu pós-cristão sabe que Deus existe, mas deseja que Ele não existisse.

O mundo gosta do que é medíocre e assim é que tanto odeia o que é extremamente bom como o que é demasiadamente mau. O que é muito bom, constitui vergonha para o medíocre, e o que é muito mau afigura-se-lhe aborrecimento e até perigo.

Se as almas não forem salvas, nada se salvará. Não poderá haver paz no mundo, se não houver paz de alma. As guerras mundiais não passam de projeções dos conflitos travados dentro das almas dos homens modernos, pois nada acontece no mundo exterior que não haja primeiro acontecido dentro de uma alma. 

É uma ilusão supor que a guerra é sempre um erro e que o mundo se poderá ver livre dela. Isto é falso. A guerra deve existir sempre; mas não a guerra exterior: a interna. Quando travamos guerra, contra o mal em nós, diminuem ao mesmo tempo as guerras exteriores. A razão por que vivemos num século de guerras exteriores é a de nos descurarmos no travar da batalha interior contra as forças que destroem a mente e a alma. Aquele que não descobrir o inimigo dentro de si, encontrá-lo-á, sem dúvida alguma, fora...Se a mente estiver no erro, então o mundo será uma loucura.

O homem mau fará coisas erradas, tais como enganar, roubar, difamar, matar, violar; mas ainda assim, admitirá a existência da lei... O homem perverso pode não fazer nenhuma destas coisas más... mas o seu desejo é o de destruir completamente a bondade, a religião e a moralidade, com um fanatismo louco... Procura fazer uma transmutação de valores em que a noite pareça dia e o dia pareça noite; o bem pareça o mal e o mal pareça o bem.