VIII - AÇÃO DE GRAÇAS
A Eucaristia significa, acima de tudo, uma ação de graças (da
palavra grega eucharistia ou “ação de graças”). É o sacrifício
de louvor e reconhecimento ao Pai pela criação, redenção e santificação de
todos os homens, ação de graças esta somente possível de ser oferecida por Cristo
e com Cristo e para ser aceita em Cristo. Neste sentido, a ação de graças da comunhão possui um caráter de
renovação das nossas promessas de louvor, reconhecimento e gratidão a Jesus
Sacramentado. Trata-se de um tempo especialmente precioso em que estamos em
íntima união com Cristo e em unidade com todos os outros membros do seu Corpo
Místico. Nesta presença íntima com Nosso Senhor e Nosso Deus, façamos nossa
ação de graças de joelhos, em espírito de profundo silêncio, recolhimento,
humildade e adoração. Que não nos perturbem as preocupações mundanas ou as
divagações dos pensamentos: ofereçamos estes preciosos minutos a Jesus com todo
o nosso amor humano, para a nossa salvação e de toda a humanidade.
As graças inerentes a cada comunhão são infinitas pela presença de Jesus
que é infinito, mas a aquisição destas graças por nós é restrita e finita à
nossa condição humana. Assim, nenhuma alma tem condições de absorver todas as
graças colocadas à sua disposição na ceia eucarística. É preciso entender que,
sendo alimento espiritual, Deus concede as graças necessárias, nas sucessivas
comunhões, para um crescimento gradual e imperceptível da santidade de cada
homem, similarmente ao desenvolvimento orgânico de um corpo em crescimento.
Essa maior ou menor santificação vai depender de nossa capacidade de eliminar
os obstáculos que se contrapõem à ação das graças disponíveis e à nossa frequência
à Santa Eucaristia.
Estes obstáculos se traduzem no apego a pecados veniais e às
imperfeições do nosso amor para com Deus e, também, nas etapas de preparação,
participação e ação de graças a cada comunhão. Quantas graças se perdem, a cada
comunhão, pela dessacralização e banalização do banquete eucarístico, com
tantas distorções, profanações e abusos da cerimônia, por tantas ações de
graças mal feitas ou simplesmente não realizadas! Em quantas missas,
não se oferece um ambiente propício e acolhedor a esta interação de graças
entre o Criador e suas criaturas? É preciso silêncio e tempo de recolhimento
para a ação de graças atuar como um bálsamo sobre as almas consagradas. E
quantos destes insensatos reclamam ou questionam o valor das graças recebidas
por não perceberem uma “emoção especial” ou uma melhoria acentuada no seu modo
de ser e de agir como cristãos num mundo cada vez menos cristão.
Para aqueles que, mesmo cientes de suas limitações e da fragilidade da
natureza humana, têm especial empenho na participação digna e na sacralização
da Santa Eucaristia e que sentem, eventualmente, estes mesmas inquietações, a
resposta poderia induzir outras duas perguntas: “Estou assim insatisfeito não é
exatamente porque estou no caminho certo de uma santificação que somente terá
fim no momento da minha morte?” Ou então: “Se me sinto assim insatisfeito, como
estaria então sem tantas comunhões?”.
Eucaristia I: Primeira Parte (Primeiro Domingo de Agosto)
Eucaristia II: Segunda Parte (Segundo Domingo de Agosto)
Eucaristia III: Terceira Parte (Terceiro Domingo de Agosto)
Eucaristia IV: Quarta Parte (Quarto Domingo de Agosto)
Eucaristia V: Quinta Parte (Primeiro Domingo de Setembro)
Eucaristia VI: Sexta Parte (Segundo Domingo de Setembro)
Eucaristia VII: Sétima Parte (Terceiro Domingo de Setembro)
Eucaristia VI: Sexta Parte (Segundo Domingo de Setembro)
Eucaristia VII: Sétima Parte (Terceiro Domingo de Setembro)