VI - COMUNHÃO DE PÉ?
Eis outro elemento indiscutível da dessacralização do maior dos
sacramentos: a eliminação do genuflexório e a introdução da prática nociva da
comunhão em pé. Infelizmente, tornou-se regra generalizada nas missas, a ponto
de um comungante de joelhos passar por ‘rebelde’, para dizer o mínimo. Diante
do Santíssimo exposto, como os fiéis devotos podem estar de pé? Ao passarmos
diante do altar, não se faz um ato de genuflexão em profundo respeito ao
Santíssimo exposto? Por que, então, quando não apenas estamos diante de Jesus,
mas vamos ter parte efetiva com Ele, no nosso próprio corpo e alma, não nos
prostramos de joelhos, como aliás foi a prática comum da Igreja desde os
primórdios da cristandade? Que amor e reverência se prestam mais à criatura diante
o Criador, prostrado de joelhos ou empertigado em pé?
Que argumento, coerente com os princípios de uma bela e verdadeira devoção cristã, poderia justificar esta atitude? Mesmo diante
de autoridades civis ou eclesiásticas, um mero cerimonial não impõe normas
rígidas em termos de atitudes, reverências e vênias diversas? Não é de praxe a
continência do pelotão em posição rígida diante de um presidente em visita a
outro país? Diante do papa, um bispo não se reclina com espírito de obediência
e humildade? E não seriam muito mais rígidos os protocolos solenes diante do
próprio Deus, no momento maior da Santa Eucaristia? De pé, fica-se diante dos
homens; de joelhos em terra, no chão, em qualquer chão, fica-se diante de Deus.
Trata-se precipuamente de um ato intrínseco de humildade. Tal zelo, por certo,
evitaria em muito as comunhões sacrílegas por aqueles que, não estando
preparados para a recepção do sacramento, sentem-se absolutamente à vontade
para participar da procissão eucarística dos que comungam de pé.
Mas a prática piedosa tornou-se motivo de escândalo e rebeldia. Talvez porque
o zelo trocou de lado e refugiou-se nas veleidades do respeito humano por
partes dos sacerdotes, na tola crença de que todo cuidado é pouco para se ferir
susceptibilidades pessoais. E, assim, tornam-se os próprios sacerdotes cúmplices
do estúpido orgulho humano... Talvez seja a necessidade premente de se agilizar
a comunhão? Mas agilizar por quê? Se fosse esse o caso, não seria mais fácil
simplesmente fazer sermões menos prolixos ou, então, limitar a cantoria
excessiva? Mesmo porque distribuir aleatoriamente as sagradas espécies, no meio
de grandes concentrações de fiéis, constitui risco enorme de profanações contra
o Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, vulgarizando-se o sacramento e violando
as premissas da eucaristia como ceia espiritual. Sacerdotes de Cristo: a
sagrada eucaristia precisa ser exclusivamente santa e não servil às limitações
humanas em termos de tempo, lugar ou deslocamento dos fiéis até a mesa
eucarística. E, para isso, que se retorne com urgência santa à prática da
comunhão tradicional e que todo homem se prostre e dobre os seus joelhos
diante de Deus na santa eucaristia.
Eucaristia I: Primeira Parte (Primeiro Domingo de Agosto)
Eucaristia II: Segunda Parte (Segundo Domingo de Agosto)
Eucaristia III: Terceira Parte (Terceiro Domingo de Agosto)
Eucaristia IV: Quarta Parte (Quarto Domingo de Agosto)
Eucaristia V: Quinta Parte (Primeiro Domingo de Setembro)
Eucaristia VI: Sexta Parte (Segundo Domingo de Setembro)
Eucaristia VI: Sexta Parte (Segundo Domingo de Setembro)