domingo, 28 de dezembro de 2014

28 DE DEZEMBRO - SANTOS INOCENTES


Santos Inocentes de Deus,
almas cristalinas,
pousai vossos ternos anelos
nas sombras das colinas;
não inquieteis com vosso pranto
as feras sibilinas,
fitai o esgar dos carrascos
com doces retinas;
que a vida que foge breve,
em  adagas repentinas,
renasça em eternos louvores
nas glórias divinas.
(Arcos de Pilares)

Santos Inocentes de Deus, rogai por nós!

sábado, 27 de dezembro de 2014

GALERIA DE ARTE SACRA (XVII): NOSSA SENHORA E O MENINO

(Nossa Senhora e o Menino Jesus, entre os imperadores Constantino e Justiniano, século X, autor anônimo, Istambul)

(A Virgem de Vladimir, século XII, autor anônimo, Moscou)

(Nossa Senhora e o Menino, 1390, de Luca Signorelli, Florença)

(Nossa Senhora e o Menino, 1487, de Hans Memling, Bélgica)

(Madona Litta, 1490-91, de Leonardo da Vinci, São Petersburgo/Rússia)

(Nossa Senhora e o Menino, 1520, de Francesco Granacci, Nova York/EUA)

(Nossa senhora com o Menino e João Batista, 1540, de Francesco d'Ubartini Verdi, Virgínia/EUA)

(Nossa Senhora de Loreto, 1576, autor desconhecido, Utah/EUA)

(Nossa Senhora e o Menino, 1742, de Pompeo Batoni, Roma)

(A Visão de Luís XIII, 1824, de Jean-Auguste Dominique Ingres, Notre Dame /França)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

DA VIDA ESPIRITUAL (78)

A racionalidade dos homens utiliza como critério de nossa eternidade a imagem de uma balança em que Deus pondera, em cada prato, as boas e más ações de cada ser humano... No céu, Deus não brinca com balanças. No espelho de sua Infinita Sabedoria, Ele nos permite um olhar de toda uma vida para dentro de nós mesmos e nos deixa decidir se queremos refletir a nossa imagem de filhos no Coração de sua Infinita Misericórdia ou no Coração de sua Infinita Justiça...

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

FELIZ E SANTO NATAL EM CRISTO!


Desejo a todos os nossos amigos visitantes um Santo e Feliz Natal. 
Deseo a todos los amigos y visitantes Felices Navidades. 
I wish to our friends' visitors an happy and Holy Christmas. 
Je désire à tous nos amis un heureux et joyeux Noel. 
Auguro a tutti gli amici uno Santo ed Felice Natale. 
Ich wunshe to unsere Freude eine Wundabar und Stille Nacht.

IGREJA CATÓLICA: ALMA DO NATAL

(clicar para o vídeo)

AS MAIS BELAS CANÇÕES DE NATAL


(clicar para o vídeo)

NATAL

Jesus nasceu! e na pequena estrebaria
José apressa-se em fazer a manjedoura
ajunta palha e feno, mudo de alegria,
enquanto a Mãe em êxtase se entesoura

Os animais se aproximam cautelosos
inebriados diante a luz que transfigura
e os pastores de joelhos, jubilosos,
louvam o Criador agora criatura!

Há uma paz imensa nesta noite fria
todos os anjos cantam a doce melodia
que une céu e terra em amor profundo;

É Natal, a Mãe embala seu pequeno filho
e a luz que inunda a gruta tem o brilho
da salvação que libertou o mundo!

                                                                              (Arcos de Pilares)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O NASCIMENTO DE JESUS

Maria sentiu um leve estremecimento no ventre. Estremecimento e não dor. Percebera-o nitidamente em meio ao movimento harmônico do trote do burrico pela estrada poeirenta. No recolhimento de sua oração profunda, sua mão busca tocar levemente o ventre como uma resposta imediata da Mãe ao sinal enviado pelo Filho: a longa preparação do Tempo dos Profetas há de ser realidade em breve naquele tempo da história e Deus feito homem vai nascer no mundo. É o primeiro sinal. Suave estremecimento, perceptivel apenas por Maria, naquele momento da longa travessia que perpassa agora os campos abertos que levam mais adiante à Belém de todas as profecias.

José, puxando o burrico, olha para trás e se preocupa. O vento começa a soprar mais forte e mais frio e a jornada agora é mais lenta e penosa, nos declives mais acentuados da estrada que serpenteia pelo vale e pelos contrafortes de formações rochosas. E há muitas pessoas e alarido em torno deles. De tempos em tempos, são obrigados a parar e dar passagem a outros viajantes em marcha mais apressada ou para superarem com extremo cuidado os trechos mais íngremes. Quase todos os peregrinos têm o mesmo destino e o mesmo objetivo: apresentarem-se às autoridades em Belém e cumprirem as normas do novo recenseamento imposto pelas autoridades romanas. 

Em meio a um acontecimento regional e específico da história humana, está prestes a ocorrer o mais extraordinário evento da humanidade. Em meio ao burburinho e à agitação de toda aquela gente, Maria recebeu o primeiro sinal da manifestação da vinda do Messias prometido. Um murmúrio de humanidade no sagrado ventre consubstancia em definitivo o Mistério da Anunciação. Um leve estremecimento acaba de prenunciar o nascimento de Deus. 


As ruas estreitas se consomem de tanta gente. Há um cenário de mercado livre por toda a Belém daqueles dias. Eles acabaram de cumprir os registros formais do recenseamento e agora buscam ansiosamente uma pousada para o pernoite. Não é apenas o albergue principal da cidade que está com a lotação esgotada; as casas se transformaram em emaranhados de pessoas e utensílios, num entra e sai sem fim de gente ruidosa e apressada. Há o burburinho comum das crianças e o festim grotesco das ofertas gritadas e dos negócios de ocasião. No vaivém das ruas apinhadas e confusas, Maria e José buscam refúgio fora da cidade, além das casas mais ermas e mais afastadas. Aqui e ali ainda se veem acampamentos rústicos, improvisados, à guisa de refúgio de grupos mais ou menos numerosos. Além, mais além, as formações calcárias formam reintrâncias e cavernas, que muitas vezes são utilizadas como estrebarias pelos mercadores das grandes rotas até Jerusalém.

José leva o burrico na direção destas cavernas. Ele não sente no rosto o vento frio da tarde que se desvanece, nem o cansaço da longa jornada. Seu pensamento é todo, totalmente por Maria. A preocupação em encontrar um lugar digno para ela o consome por completo. A ânsia de dar descanso e refúgio a Maria tolhe todos os seus sentidos e atividades. A dimensão do mistério insondável o atordoa e o aniquila: a humanidade de José sente o peso incomensurável dos desígnios da Providência.

Passa adiante da primeira entrada, que não passa de um buraco estreito e irregular na rocha. A seguinte é pouco melhor do que isso. As demais mostram-se maiores e limpas, mas já estão todas ocupadas. As pessoas amontoam-se nos espaços exíguos em silêncio, homens na sua grande maioria, cercados por animais, feno e capim. São estrebarias que agora acomodam pessoas. José se inquieta ainda mais. Não há possibilidade aparente de privacidade para o nascimento de Jesus, não há lugar nenhum para um abrigo ainda que provisório. 

Avançado o paredão rochoso, José agora se depara com um cinturão de amendoeiras que margeiam o caminho adiante, que se abre, então, para campos e vales ao longe. Bem distante, na encosta suave do outro lado do vale, consegue divisar um pastor empurrando o seu rebanho. Nesse momento, sente os ombros dolorosamente pesados e seu andar vacilante. Seu olhar havia percorrido cada entrada rochosa e cada rosto humano em busca de recepção e de um gesto de boa vontade. E nada. Agora volve o seu olhar para Maria, como que pedindo perdão pela sua incapacidade e incerteza daquele momento. A humanidade inteira geme as suas ânsias pelo olhar desconsolado de José. 

Ao passar pela terceira gruta, Maria sentiu, como uma vibração percorrendo todo o seu corpo, o sopro do Espírito de Deus. Desde o primeiro sinal, recolhera-se, ainda com maior devoção, à oração de dar glórias ao Pai pelo que estava prestes a acontecer. Como serva da Anunciação, era agora a mesma serva como Mãe de Deus. E, nesse momento, pressentira o segundo sinal. A Divina Promessa iria dispensar a Redenção em breve à humanidade pecadora. Ao olhar para José, compreendendo a sua aflição e seu desapontamento, fitou-o com os olhos da perseverança e da fé inquebrantáveis e o brilho deste olhar emanava a própria luz de Deus.

Diante do olhar de Maria, a humanidade de José se detém e suas dúvidas se dissipam. Então, ele avança mais vinte, mais cinquenta metros, contorna as árvores e avista a gruta que emerge da continuação do maciço rochoso à esquerda. É e será sempre a visão do paraíso. Não é exatamente uma gruta, mas uma escavação que avança em profundidade na rocha e é protegida por uma murada frontal de pedras mal alinhadas, trançadas com restos de vigas de madeira, espalhados em desordenada profusão, que fecham de maneira irregular a entrada do lugar, protegendo-o dos ventos e das intempéries. Escondida, erma, isolada, bendita seja a gruta de Belém! 

Ela está suja, úmida, mal cuidada, mas não de todo desconhecida ou abandonada, porque um boi ali se encontra, com bastante feno e água. Há sujeira e palha solta em todos os lugares. Num canto, um arranjo de pedras enegrecidas indica o lugar de costume de se acender o fogo. Aliviado e feliz, José se consome nos arranjos práticos do refúgio improvisado. Ajuda Maria a entrar na gruta e se apressa a alimentá-la e a acomodá-la o melhor possível; dá feno e água ao burrico que é levado para junto do boi, monta um tablado de feno no chão, dispondo cuidadosamente os fardos; com paus e pedras, faz um arremedo de cercado em torno da Maria e o cobre com a sua manta grossa de viagem; empilha num canto os troncos e os pedaços de madeira espalhados; limpa as pedras e o chão com feixes de palhas e, com gravetos e pedaços de madeira seca, acende o fogo. A pequena luz se espalha pela escondida, erma, isolada, bendita gruta de Belém! 


O silêncio da gruta é quebrado apenas pelo crepitar das últimas chamas. O fogo aqueceu o espaço limitado e agora existe mais penumbra do que claridade. O fogo emoldura em repentes luminosos o rosto de José enquanto, pelas aberturas das muradas de pedras, o luar desenha feixes de luzes prateadas que cortam a escuridão que envolve toda a gruta. De repente, Maria põe-se de joelhos em contrita oração. Prostra-se com o rosto no chão e José percebe, apesar de toda a escuridão, o que está para acontecer. Coloca-se também de joelhos, também em fervorosa oração, louvando a Deus por ser testemunha e personagem de mistério tão extraordinário. Em muda expectativa, contempla o perfil de Maria apenas esboçado na escuridão da gruta.

A princípio, supõe ver os feixes de luar convergirem para o rosto de Maria ou auréolas de luz provenientes do fogo a envolverem completamente. Mas sabe que é muito mais que isso: uma luz, de claridade e brilho espantosos, nasce, emana e flui dela, enchendo a gruta de uma tal iridescência, que todas as coisas perdem a forma, o volume e a natureza material. Maria não se transfigura em luz, ela é a própria luz! O rosto de Maria é luz, as vestes de Maria são luz, as mãos de Maria são luz. Mas não é uma luz deste mundo, nem o brilho do cristal mais polido, nem o resplendor do diamante mais lapidado, nem a etérea luminosidade dos átomos em fissão; tudo isso seria uma mera pátina de luz. Maria torna-se um espelho do próprio Deus, da qual emana a luz do Céu!

José se transfigura neste redemoinho de luz sem ser a luz. Seus olhos puderam contemplar o terceiro e definitivo sinal da Natividade de Deus. E trêmulo, mudo, pasmado, contempla o recém-nascido acolhido entre os braços de Maria, recebendo o primeiro carinho e o primeiro beijo da Mãe Imaculada. Pressuroso e em êxtase, prepara a humilde manjedoura, o primeiro altar de Jesus na terra. O Filho do Deus Vivo já habita entre nós!

(Adaptação livre do autor do blog sobre os eventos prévios ao nascimento de Jesus)

domingo, 21 de dezembro de 2014

A ANUNCIAÇÃO

Páginas do Evangelho - Quarto Domingo do Advento


'Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!' (Lc 1, 28). A saudação do Anjo Gabriel é dirigida àquela que levou à perfeição nesta terra o amor de Deus. Cheia de graça Maria está desde a sua concepção, cheia de graça Maria passou cada momento de sua vida, cheia de graça Maria praticou cada ação ou pensamento nesta terra. Cheia de graça está, portanto, Maria diante a saudação do Anjo, como templo de santidade e da ciência infusa de todas as virtudes, dons e graças possíveis e imagináveis à natureza humana.

E Maria de todas as graças perturbou-se. As revelações do Anjo, provavelmente muito mais detalhadas que as palavras transcritas nos textos bíblicos, colocava Maria no centro de todas as profecias messiânicas que ela tanto conhecia e em nome das quais tantas orações e súplicas já teria feito a Deus. Num relance, percebeu a extraordinária manifestação daquela revelação angélica, que descortinava séculos de profecias, que inseria naquele lugar e naquele tempo a Natividade de Deus, que a tornava a co-redentora da humanidade, a bendita entre todas as mulheres, a Mãe de Deus: 'Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi' (Lc 1, 31 - 32).

E Maria de todas as graças perturbou-se. Diante do extraordinário mistério da graça e dos desígnios extremos da Providência, a Virgem de toda pureza e castidade e obra prima do Espírito Santo, se inquieta: 'Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?' (Lc 1, 34). A virgindade de Maria é o relicário de Deus. No imaculado corpo de Maria, o Espírito de Deus há de projetar a sua luz, cuja sombra faz nascer o Verbo encarnado. E o Anjo, mensageiro das coisas impossíveis e triviais para Deus, revela ainda a Maria a graça da gravidez tardia de Isabel, no 'sexto mês daquela que era considerada estéril' (Lc 1, 36).

E a Virgem de Nazaré, antes de ser a Mãe, oferece-se como serva e escrava do seu Senhor e do seu Deus: 'Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!' (Lc 1, 38). O Céu e a terra, as miríades dos anjos e dos homens de todos os tempos, hão de bendizer e louvar a glória daquele dia e a consumação daquele 'Fiat!' Sim, porque naquele momento, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro de Deus Verdadeiro se fez, então, carne na carne de Maria e se fez carne a Nossa Salvação.

sábado, 20 de dezembro de 2014

SÍMBOLOS DO NATAL CRISTÃO


PRESÉPIO

O presépio, como símbolo máximo do natal católico, deve ser simples, sem adereços e enfeites sofisticados; pelo contrário, a montagem deve ser a mais despojada possível, de forma a lembrar a grande simplicidade e as dificuldades materiais enfrentadas pela Virgem Maria e São José no nascimento de Jesus. A montagem deve incluir os personagens básicos convencionais (gruta, animais, pastores, etc), mas as imagens da Virgem Maria, São José e do Menino Jesus somente devem ser inseridos no presépio na época mais próxima à Noite de Natal.

ÁRVORE DE NATAL

A árvore de Natal representa o símbolo da perseverança e da preparação cristã diante o nascimento do Menino Deus. Perseverança porque é réplica do pinheiro, única árvore que não perde as folhas no inverno e preparação porque deve ser adornada aos poucos, de forma continuada, durante todo o tempo do Advento. Assim, numa primeira etapa, o símbolo deve ficar limitado à própria árvore, sem quaisquer adereços, como expressão da perseverança cristã. Posteriormente (por exemplo, a partir de 17 de dezembro), a árvore deve ir ganhando luzes, cores, enfeites, beleza, para nos recordar a necessidade de uma preparação crescente de cada um diante o Natal em Cristo.

COROA DO ADVENTO 

A coroa do Advento, comumente afixada na porta de entrada das residências, possui forma circular e deve ser feita com ramos verdes. Simboliza a unidade e a perfeição; nasce Jesus, filho do Deus vivo, Deus sem começo e sem fim, na unidade de um tempo firmado pelos homens. Em cada Domingo do Advento, acende-se uma vela  em vigília pelo Natal, que vão sendo somadas nos domingos seguintes, até quatro velas acesas; eis a luz que se difunde e aumenta de intensidade gradualmente no tempo de preparação para o Natal.


Todos estes símbolos são mantidos após o Natal, para celebrar que a mensagem de Cristo avança para além dos tempos dos homens de outrora até o tempo dos homens finais. Na Data de Reis, 6 de janeiro, são, então, desmontados, dando início ao Tempo Comum da Igreja de Deus.