segunda-feira, 25 de novembro de 2024

A VERDADE DO SENHOR PERMANECE PARA SEMPRE


Trovejas sobre mim, Senhor, teus juízos; sacodes com temor e tremor meus ossos todos e minha alma se apavora. Paro atônito e considero que até os céus não são puros diante de teus olhos (cf. Jó 15,15; 4,18).

Se nos anjos encontraste maldade e não os poupaste, que será de mim? Caíram as estrelas do céu (cf. Ap 6,13) e eu, pó, a que me atrevo? Aqueles, cujas obras pareciam excelentes, tombaram profundamente, e os que comiam o pão dos anjos passaram a se deleitar com as vagens dos porcos.

Não há santidade, Senhor, se retiras tua mão; nenhuma sabedoria será proveitosa, se desistires da tua orientação; força alguma conta, sem a tua conservação. Pois abandonados, afundamos e perecemos; mas visitados, nos erguemos e vivemos.

Somos instáveis, por ti nos firmamos. Tíbios, por ti nos afervoramos. Foi absorvida toda vanglória na profundeza de teus juízos sobre mim. Que é a carne diante de ti? Acaso se gloriará o barro contra quem o plasma? (cf. Is 29,16).

Como poderá erguer-se com jactância o coração daquele que é submisso a Deus de verdade? O mundo inteiro não consegue ensoberbecer aquele que a verdade conseguiu submeter; nem os lábios elogiosos de todos poderão abalar quem toda sua esperança pôde firmar em Deus.

Pois aqueles que falam, nada dizem; passarão com o som das palavras; porém a verdade do Senhor permanece para sempre (Sl 116,2).

(Da Imitação de Cristo, de Thomas de Kempis)