'Pedis e não recebeis, porque pedis mal, com o fim de satisfazerdes as vossas paixões' (Tg 4,3)
Pedimos mal porque rezamos mal. Rezamos e pedimos por bênçãos temporais que nos sejam atraentes e vantajosas. Queremos isso e aquilo para nosso agrado e interesse. No espelho das nossas miragens, Deus perscruta a nossa alma. Todo bem e toda graça provêm de Deus e nos é dada, na magnitude dos desígnios divinos, para o bem da nossa alma e para maior glória de Deus. Nada além disso. 'Pedis e não recebeis' porque pedis apenas para vós. A nossa oração de súplica pode ter qualquer boa intenção temporal, mas implica pedi-la sempre com o complemento: ... 'desde que seja para o bem da minha alma e para maior glória de Deus!'
'Até agora não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja perfeita' (Jo 16,24)
'Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração (Rm 12,12)
De todas as graças espirituais possíveis, pedi insistentemente a graça da perseverança final pois é, por meio dela, que se pode alcançar a vida eterna em Deus. A preservação do estado de graça até o último suspiro do homem nessa terra é um milagre de amor divino porque tal graça só é possível por uma especial concessão divina às almas eleitas, que se alimentam o tempo inteiro com os frutos de uma oração contínua. Oração feita pela mente, pelos lábios, pelas mãos, no descanso ou na labuta diária, em cada gesto concreto da criatura que se molda à santa vontade do Criador.
'pois vos é necessária a perseverança para fazerdes a vontade de Deus e alcançardes os bens prometidos' (Hb 10,36)