terça-feira, 16 de abril de 2024
É PRECISO SER FERMENTO NA MASSA
segunda-feira, 15 de abril de 2024
DECÁLOGO SOBRE A DESCONFIANÇA
domingo, 14 de abril de 2024
EVANGELHO DO DOMINGO
20. TESTEMUNHAS DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR
sábado, 13 de abril de 2024
ORAÇÃO AO ANJO DA GUARDA DA BOA MORTE
sexta-feira, 12 de abril de 2024
PALAVRAS DE SALVAÇÃO

quinta-feira, 11 de abril de 2024
TESOURO DE EXEMPLOS (316/320)
quarta-feira, 10 de abril de 2024
OITO MANEIRAS DE UM CATÓLICO PERDER A FÉ (III)
IV - PELO MUNDANISMO E PAIXÕES DESREGRADAS
Outra causa que leva à perda da fé é a corrupção do coração e a escravidão das paixões. Encontrareis homens que negam a imortalidade da alma, que negam a eternidade do inferno, que negam a infalibilidade da Igreja. Encontrareis homens que negam a origem divina da confissão. Mas por quê, meus irmãos, por quê? É porque essas verdades salutares põem um freio às suas paixões. Eles não podem acreditar nessas verdades e, ao mesmo tempo, satisfazer seus desejos criminosos.
Um homem honesto e virtuoso jamais pensaria em duvidar ou contradizer essas verdades sagradas. Apesar do seu orgulho inato, a mente é escrava do coração. Se o coração se eleva ao céu nas asas do amor divino, a mente também se eleva com ele. Mas, se o coração se enterra na lama das paixões imundas, logo exala vapores escuros e fétidos, que obscurecem o intelecto. A razão do infiel é a fraude que carrega no coração.
Há um homem que já foi um bom católico, que costumava ir regularmente à missa e à confissão. Agora já não se confessa, é um infiel. Mas por quê? Terá, porventura, ficado mais esclarecido? Terá recebido algum conhecimento novo? Não; o único conhecimento novo que recebeu foi o triste conhecimento do pecado. Ele acreditou enquanto foi virtuoso. Só começou a duvidar quando começou a ser imoral; só se tornou um infiel quando se tornou um libertino. A história da sua vida é logo contada. Desejoso de satisfazer as suas paixões sem restrições e sem remorsos, tentou livrar-se de uma religião que o teria perturbado no meio dos seus prazeres ilícitos. A religião apareceu-lhe como a mão na parede, escrevendo a sua desgraça no meio da sua folia sem sentido. O respeito humano e a satisfação de suas paixões são as únicas causas que o levaram a tornar-se um infiel.
V - PELO CONVÍVIO COM OS ESCARNECEDORES DA RELIGIÃO
Frequentar a sociedade dos ímpios, dos zombadores da religião é, para muitos, outra causa de perda da fé. Um zombador da religião é um homem sem princípios, um homem afundado na mais grosseira ignorância do que é a religião. Ele blasfema contra o que não entende. Ele zomba das doutrinas da Igreja, sem saber realmente o que são essas doutrinas. Escarnece das doutrinas e práticas da religião, porque não as pode refutar. Fala com a maior gravidade das belas artes, das modas e até dos assuntos mais triviais, e ridiculariza os assuntos mais sagrados. No meio do seu próprio círculo social, profere os seus conceitos superficiais com toda a segurança pomposa de um pedante.
Imagine-se um jovem que foi educado como católico. Frequentou todos os dias uma escola católica até fazer a primeira comunhão. Aprendeu bem o catecismo. Mas os pais queixam-se de que já não reza as orações da manhã e da noite, que já não se confessa, não comunga e não vai à missa ao domingo. Por quê? Porque frequenta a sociedade das más companhias, que ridicularizam a religião e zombam de tudo o que é sagrado. 'As más companhias corrompem os bons costumes'. Na companhia de jovens pervertidos, ele logo sente vergonha de sua religião, torna-se completamente indiferente a ela, abandona toda prática de piedade e, finalmente, torna-se um infiel e também ele um zombador da religião.
VI - PELOS CASAMENTOS MISTOS
A experiência tem demonstrado suficientemente que os casamentos mistos são também uma causa para que muitos tenham perdido a sua fé. Esta é a razão pela qual a Igreja Católica sempre se opôs a eles. A parte católica está geralmente exposta ao perigo de perder a fé ou de se tornar indiferente a ela. A educação católica das crianças é também geralmente negligenciada e muitas vezes tornada impossível.
Há uma congregação, num dos estados americanos, que conta com cerca de duzentas famílias. Há nada menos que cinquenta e sete casamentos mistos nela. O número de convertidos é de apenas seis e o número dos que abandonaram a religião católica é de vinte e dois. Quanto às crianças, encontram-se atualmente cinquenta e quatro que estão a ser instruídas nos rudimentos da nossa religião, e espera-se que adiram à prática das suas doutrinas. Mas há cento e trinta e sete que estão a receber a sua formação religiosa em alguma seita religiosa ou são deixados a crescer na mais completa ignorância. Há mais trinta e um cujo fim último é ainda duvidoso. O número de ex-católicos é de quase quatro para cada catolico nesta congregação. Não há razão para crer que os casamentos mistos sejam menos produtivos de males em outras congregações.
VII - PELA PARTICIPAÇÃO EM SOCIEDADES SECRETAS
O estado de irreligião e infidelidade em que estão mergulhados atualmente milhões de homens que foram católicos é obra das sociedades secretas da maçonaria. Mostrei previamente que o principal objetivo da maçonaria é destruir toda a religião revelada e introduzir o paganismo em seu lugar. Aderir a qualquer uma das sociedades secretas é abandonar a religião católica; pois a Igreja Católica excomungou todos aqueles que aderiram a uma sociedade secreta. No entanto, há milhares que se juntam a essas sociedades satânicas e abandonam Deus e sua santa religião por Satanás e sua obra de impiedade.
VIII - PELO ORGULHO E RAZÃO TÍBIA SOBRE OS MISTÉRIOS DA FÉ
O orgulho e o raciocínio frágil sobre os mistérios da fé é outro meio que o demônio utiliza para fazer as pessoas perderem a fé. Há certos homens orgulhosos que dizem que não podem acreditar em tal artigo ou em tal mistério da fé, porque é muito obscuro, muito incompreensível e contrário à razão; eles não querem acreditar mais nas verdades da religião do que podem entender. Por isso, levantam tantas objeções às verdades reveladas, e assim demonstram uma lamentável falta de razão. Pois, para ser um homem, é necessário ter razão. A razão é a luz do homem. Mas a razão diz-nos que é necessário acreditar no que Deus revelou, porque Deus não pode revelar outra coisa senão a verdade, e que não tem sentido aquele que quer submeter à sua razão o próprio Autor da sua razão; e que querer compreender o que está acima da sua inteligência é não ter inteligência. Imagine-se um jovem católico que sempre acreditou no que Deus nos ensina através da sua Igreja. Associa-se frequentemente a alguém que, de forma perspicaz, argumenta sobre os mistérios da fé. este jovem começa a ouvi-lo com prazer. A consequência é que se expõe a todo o tipo de tentações contra a fé. Começa ele próprio a argumentar sobre os mistérios da fé, depois a duvidar deles e, por fim, a perder toda a fé neles. Morre infiel.
Ai de nós! Quantos são os que foram filhos fervorosos da Igreja Católica, que viveram na graça de Deus, em grande felicidade e paz, mas que, pelas razões que acabamos de expor, levam agora a vida perversa dos infiéis! A sua desgraça deve ser um aviso para todos nós. Portanto, 'aquele que se julga em pé, cuide-se para que não caia' (1 Cor 10,12).
(Excertos da obra 'Apostles' Creed', do Pe. Muller, 1889, tradução do autor do blog)