sexta-feira, 7 de junho de 2013

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS


A Grande Revelação do Sagrado Coração de Jesus foi feita a Santa Margarida Maria Alacoque  durante a oitava da festa de Corpus Christi  de 1675...

         “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares ... Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra”.


... e as doze Promessas:
  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.
  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.
  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

    ATO DE DESAGRAVO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 
    (rezai-o sempre, particularmente nas primeiras sextas-feiras de cada mês)

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados, diante do vosso altar, para vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o vosso dulcíssimo Coração.

Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós, mais de uma vez, cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as nossas próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não vos querendo como pastor e guia, ou, conspurcando as promessas do batismo, renegam o jugo suave da vossa santa Lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente das licenças dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra vós e vossos santos, dos insultos ao vosso vigário e a todo o vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino Amor, e enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh, se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades! Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação que vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre os nossos altares.

Ajudai-nos, Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nossos próximos, impedir, por todos os meios, novas injúrias à vossa divina Majestade e atrair ao vosso serviço o maior número possível de almas.

Recebei, ó Jesus de Infinito Amor, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até a morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à Pátria bem-aventurada, onde vós, com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

LITURGIA DA MORTE CRISTÃ


V. Requiem aeternam dona eis, Domine.
R. Et lux perpetua luceat in eis.
V. Requiescant in pace.
R. Amen.

A liturgia cristã dos funerais é uma celebração do mistério pascal de Cristo. Nas Exéquias, a Igreja pede que os seus filhos, incorporados pelo Batismo em Cristo morto e ressuscitado, com Ele passem da morte à vida e, devidamente purificados na alma, sejam associados aos santos e eleitos no Céu, enquanto o corpo aguarda a bem-aventurada esperança da vinda de Cristo e a ressurreição dos mortos. Por isso, a Igreja oferece pelos defuntos o Sacrifício Eucarístico, memorial da Páscoa de Cristo, eleva orações e faz sufrágios por eles, para que, pela comunhão de todos os membros de Cristo, todos aproveitem os frutos desta liturgia: auxílio espiritual para os defuntos, consolação e esperança para os que choram a morte.

Senhor Jesus Cristo,
que, repousando três dias no sepulcro,
santificastes com a esperança da ressurreição
os túmulos daqueles que creem em Vós,
fazei que o corpo do vosso servo
durma e descanse em paz nesta sepultura,
até ao dia em que Vós, que sois a ressurreição e a vida,
o façais resplandecer com a luz da ressurreição,
para que possa contemplar, no esplendor do vosso rosto,
a luz eterna do Céu.
Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo. Amém.


Levem-te os Anjos ao Paraíso,
à tua chegada recebam-te os Mártires
e te conduzam à cidade santa de Jerusalém.

Receba-te o coro dos Anjos
e, com Lázaro, pobre na terra,
tenhas descanso eterno no Céu.

Eu sou a ressurreição e a vida.
Quem crê em Mim, ainda que tenha morrido, viverá.
Quem vive e crê em Mim viverá eternamente.



Senhor, dia sem ocaso e fonte de misericórdia infinita, 
fazei-nos recordar sempre como é breve a nossa vida
e incerta a hora da morte.
O vosso Espírito Santo dirija os nossos passos,
para que vivamos em santidade e justiça,
todos os dias da nossa peregrinação sobre a terra,
para que, depois de Vos servirmos
em comunhão com a vossa Igreja,
iluminados pela fé, confortados pela esperança
e unidos pela caridade,
entremos todos na alegria do vosso reino.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

(Da Liturgia Católica)

quarta-feira, 5 de junho de 2013

LEIA-ME OU LAMENTA-O (III)



Capítulo V - Como podemos ajudar as benditas almas do Purgatório

I. A primeira medida é unir-se à Associação das Santas Almas. As condições são simples: (i) Ter teu nome registrado no livro da Associação; (ii) Ouvir Missa uma vez por semana (basta a Missa do domingo) pelas Santas Almas; (iii) Rezar e promover a devoção às almas Benditas; (iv) Contribuir uma vez ao ano com um donativo à Associação, o qual permite a Associação ter Missas perpétuas cada mês (se desejam Missas especiais pelas almas Benditas, é importante mencionar quantas Missas se querem).

II. Aqueles que desejam unir-se e não têm a Associação em suas Paróquias, podem enviar seus nomes, intenções e esmolas anuais à Associação das Santas Almas, Irmãs Dominicanas do Perpétuo Rosário, Monastério Pio XII, Rua do Rosário 1, 2495, Fátima, Portugal. Esta Associação está aprovada pelo Cardeal Arcebispo de Lisboa.

III. A segunda medida para ajudar as almas Benditas é pedindo Missas oferecidas por elas. Esta é certamente a mais eficaz das medidas para liberá-las. Aqueles que não possam oferecer Missas, deveriam assistir a quantas Missas for possível por sua intercessão. Um homem jovem que ganhava um salário muito modesto contou ao autor deste livro: 'Minha esposa morreu há alguns anos.Tenho 10 Missas oferecidas por ela. Não posso fazer mais por ela, mas ouvi 1.000 Missas por sua querida alma.

IV. A recitação do Santo Rosário (com suas grandes indulgências) e fazer a Via Crucis (a qual é ricamente doadora de indulgências), são excelentes vias de ajuda às almas. São João Macias, como vimos, liberou do Purgatório mais de um milhão de almas, principalmente recitando o Santo Rosário e oferecendo suas indulgências por elas. Outra fácil e eficaz forma de ajuda é a recitação constante de orações breves que contenham indulgências (aplicando ditas indulgências em favor das almas do Purgatório). Muita gente tem o costume de dizer 500 ou 1000 vezes, cada dia, a pequena jaculatória 'Sagrado Coração de Jesus, eu confio em em Vós', ou apenas a palavra 'Jesus'.

V. Estas são as mais consoladoras devoções; elas trazem oceanos de graças a quem as praticam e dão imenso alivio às Santas Almas. Aqueles que dizem as jaculatórias 500 ou 1.000 vezes ganham 300.000 dias de indulgências (oitocentos e vinte um anos de indulgências)! Que multidão de almas podemos liberar!!! Quanto não será a quantidade de almas liberadas ao cabo de um mês, de um ano, de cinqüenta anos? E aos que não dizem as jaculatórias... Que imenso número de graças e favores haverão perdido! É bastante possível que não seja fácil dizer essas jaculatórias 1.000 vezes ao dia. Mas, se não se pode dizer 1.000, pelo menos digas 500, ou 200 vezes ao dia.

VI. Todavia outra poderosa oração é: 'Pai Eterno, te ofereço o Preciosíssimo Sangue de Jesus, com todas as Missas ditas no mundo neste dia, pelas Almas do Purgatório'. Nosso Senhor mostrou a Santa Gertrudes um vasto número de almas deixando o Purgatório (cerca de 1.000 a cada vez que a se recitava!) e indo ao Céu como resultado desta oração, a qual a Santa costumava dizer frequentemente durante o dia.

VII. O ato heroico consiste em oferecer a Deus em favor das Almas do Purgatório todos os trabalhos de satisfação que praticamos em nossa vida e todos os sufrágios que serão oferecidos para nós depois de nossa morte. Se Deus premia tão abundantemente a mais insignificante esmola dada por um pobre homem em Seu nome, que imensa recompensa Ele não dará a aqueles que oferecem seus trabalhos de satisfação em vida e morte pelas Almas que Ele ama tanto. Este ato não evita que os sacerdotes ofereçam Missas pelas intenções que desejem, ou que os laicos não rezem por algumas pessoas ou outras intenções.

As esmolas ajudam as Santas Almas

I. São Martin deu a metade de seu manto a um pobre mendigo, apenas para dar-se conta depois que se o havia dado a Cristo. Nosso Senhor apareceu ao Santo e lhe agradeceu. O Beato Jordan da Ordem Dominicana nunca podia recusar dar esmolas quando se o pediam em nome de Deus. Um dia havia esquecido seu moedeiro. Um pobre homem implorava uma esmola pelo amor de Deus. Em vez de descartá-lo, Jordan, então um estudante, deu-lhe o seu mais apreciado cinto, o qual apreciava muito. Pouco tempo depois, entrou em uma Igreja e encontrou seu cinto circundando a cintura de uma imagem de Cristo Crucificado. Ele também havia dado suas esmolas a Cristo. Todos damos esmolas a Cristo.

II. Conclusão: Dar todas as esmolas que possamos. Pedir todas as Missas que estejam em nosso poder. Escutar todas as Missas; quantas mais, melhor. Oferecer todas nossas penas e sofrimentos pela liberação das Almas do Purgatório. Liberaremos incontável quantidade de Almas do Purgatório, as quais nos pagarão 10.000 vezes mais.





Capítulo VI - O que fazem as almas benditas por aqueles que as ajudam

I. Santo Afonso Maria de Liguori dizia que, ainda que as santas Almas não podem já lograr méritos para si mesmas, podem obter para nós grandes graças. Não são formalmente falando, intercessores, como o são os Santos mas, através da doce Providência de Deus, podem obter para nós assombrosos favores e livrar-nos dos demônios, enfermidades e perigos de toda classe. Está mais além de toda dúvida, como já temos dito, que nos devolvem milhões de vezes cada coisa que façamos por eles. Os seguintes feitos, um dos poucos de todos os que poderíamos mencionar, são suficientes para mostrar quão poderosas e generosas amigas são estas Almas.

Como uma menina encontrou a sua mãe

II. Uma pobre menina empregada como serviçal na França, chamada Jeanne Marie, escutou uma vez um sermão sobre as Santas Almas, o qual deixou uma impressão indelével em sua mente. Foi profundamente movida pelo pensamento do intenso e incessante sofrimento que suportavam as pobres Almas, e se horrorizava ao ver quão cruelmente eram esquecidas e deixadas de lado por seus amigos da Terra. Outra coisa que a impressionou profundamente foi ouvir que há muitas almas que estão tão perto de sua libertação, que uma só Missa seria suficiente para elas; mas que são retidas longo tempo, até anos, apenas porque este último e necessário sufrágio foi esquecido ou negado! 

III. Com uma fé simples, Jeanne Marie resolveu que, custasse o que custasse, ela ofereceria uma Missa pelas Pobres Almas a cada mês, especialmente pelas mais próximas ao Céu. Ela ganhava pouco, e mesmo às vezes com dificuldade, nunca faltou em sua promessa. Em uma ocasião foi a Paris com sua patroa e  caiu enferma, pelo qual se viu obrigada a ir a um hospital. Desafortunadamente, a enfermidade precisou de longo tratamento, e sua patroa teve que regressar para casa, desejando que sua empregada logo se reunisse com ela. 

IV. Quando ao final a pobre empregada pôde deixar o hospital, ali havia deixado todos os seus recursos, de maneira que apenas lhe restava nas mãos um franco. Que fazer? Aonde ir? De repente, um pensamento cruzou sua mente e se lembrou que não havia oferecido nesse mês uma Missa em favor das Pobres Almas. Mas tinha apenas um franco! Apenas lhe bastaria para comer. Como tinha confiança que as Almas do Purgatório lhe ajudariam, foi até uma Igreja e pediu para falar com um sacerdote, para oferecer uma Missa em favor das Almas do Purgatório. Ele aceitou ainda que jamais imaginasse que a modesta soma que a menina ofereceu era o único dinheiro que a pobre menina possuía. Ao terminar o Santo Sacrifício, nossa heroína deixou a Igreja. Uma certa tristeza nublou seu rosto e se sentiu totalmente perplexa. 

V. Um jovem cavaleiro, tocado por sua evidente decepção, perguntou a ela qual era o problema e se podia ajudá-la. Ela lhe contou sua historia brevemente, e finalizou dizendo quanto desejava trabalhar. De alguma maneira se sentiu consolada pela forma com que o jovem a escutava, e recobrou a confiança. 'Será um prazer ajudar-te' ele disse 'Conheço uma dama que neste momento está buscando uma servente. Vem comigo' e, dito isto, lhe guiou até uma casa não muito longe e lhe pediu que ela tocasse o sino, assegurando-lhe que ali encontraria trabalho.

VI. Em resposta ao toque de sino, a dama da casa abriu ela mesma a porta e perguntou a Jeanne Marie o que queria.'Madame" disse ela, "me disseram que você está buscando uma empregada. Não tenho trabalho e me agradaria ter o posto'. A dama ficou perplexa e replicou: 'Quem poderia haver dito que necessitava de uma empregada? Faz apenas um par de minutos que acabo de despedir a que tinha, acaso te encontrou com ela?' 'Não, Madame, a pessoa que me informou que você necessitava de uma empregada foi um jovem cavaleiro'. 'Impossível!, exclamou a senhora, 'Nenhum jovem, de fato ninguém, poderia saber que eu necessitava de uma empregada'. 

VII. 'Mas madame', disse a menina, apontando um quadro na parede 'esse é o homem que falou comigo'. 'Não, minha menina, esse é meu único filho, que é morto há  mais de um ano!' 'Morto  não' assegurou a menina, 'foi ele quem me trouxe até aqui, e ainda me guiou até a porta. Vi a cicatriz na fronte. Eu o reconheceria onde fosse'. Logo, lhe contou toda a história, do seu último franco, e de como ela obtinha Missas pelas Santas Almas, especialmente pelas mais próximas ao Céu. Convencida ao final da veracidade da história de Jeanne Marie, a dama a recebeu com os braços abertos. 'Vem, mas não como minha empregada, mas como minha querida filha. Tu enviastes meu queridíssimo filho ao Céu. Não tenho dúvida que foi ele quem te trouxe a mim'.

Como um menino pobre chegou a bispo, a cardeal e a santo.

I. São Pedro Damião perdeu seu pai e sua mãe ao nascer. Um de seus irmãos o adotou, mas o tratava com aspereza, forçando-o a trabalhar muito duro e alimentando-o muito mal e com escassa roupa. Um dia, ele encontrou uma moeda de prata que representava para ele uma pequena fortuna. Um amigo lhe aconselhou que a usasse para si mesmo, pois o dono não poderia ser achado. Para Pedro, era difícil estabelecer em que a gastaria, já que tinha todo tipo de necessidades. Depois de muito pensar, decidiu que o melhor que podia fazer era oferecer uma Missa pelas Almas do Purgatório, em especial pelas almas de seus queridos pais.

II. À custa de um grande sacrifício, transformou seu pensamento em feito e as Missas foram oferecidas. As almas do Purgatório devolveram seu sacrifício muito mais generosamente. Desde esse dia em diante notou uma grande mudança em seu destino. Seu irmão mais velho chegou à casa onde ele vivia e, horrorizado pelos maus tratos que padecia, o levou a viver consigo.Tratou-o como a seu próprio filho e o educou e cuidou com o  mais puro afeto.

III. Bênção sobre bênção, os mais maravilhosos talentos de Pedro vieram à luz e foi rapidamente conduzido ao sacerdócio; algum tempo depois, foi elevado à dignidade de bispo e, finalmente, à cardeal. Além do que, muitos milagres atestam sua santidade, tanto que, após sua morte, foi canonizado e declarado Doutor da Igreja. Estas maravilhosas graças vieram a ele depois de uma Missa oferecida pelas Santas Almas.

Uma aventura nos Apeninos

I. Um grupo de sacerdotes foi convocado à Roma para tratar de um assunto de gravidade. Eram portadores de importantes documentos e uma grande soma de dinheiro lhes foi confiada para o Santo Padre. Atentos ao fato de que os Apeninos, que haviam de cruzar, estavam infestados de foragidos, elegeram um guia de confiança. Não havia, então, túneis nem trens para cruzar as montanhas. Encomendaram-se à proteção das almas Benditas do Purgatório e decidiram recitar o De Profundis a cada hora por elas.

II. Quando chegaram ao coração das montanhas, o que ia mas adiante de todos deu a voz de alarme para que colocassem os cavalos a todo galope. Olhando ao redor, os sacerdotes viram de ambos os lados da montanhas bandos de foragidos fortemente armados. Viram-se em uma emboscada e estavam a completa mercê dos delinquentes. Depois de uma hora de temerário avanço, o guia parou e olhando os sacerdotes, disse: 'Não posso entender como escaparam. Esta gente nunca perdoa a ninguém'.

III. Os padres estavam convencidos que deviam sua segurança às Santas Almas, como logo se confirmaria com um feito que dizimaria toda dúvida. Quando concluíram a missão em Roma, um deles foi destinado à Cidade Eterna, como capelão de uma prisão. Não muito depois, um dos mais ferozes bandidos da Itália foi capturado, e condenado a morte por uma larga série de assassinatos e esperava a execução em sua cela.

IV. Ansioso por ganhar sua confiança, o capelão lhe contou suas aventuras, entre elas a dos Apeninos. O criminoso manifestou grande interesse na história. Quando terminou o seu relato, o assassino exclamou: 'Eu fui o líder desse bando! Estávamos seguros de que vocês portavam dinheiro e estávamos decididos a matá-los e saqueá-los. Mas uma força invisível nos impediu de disparar, pois queríamos fazê-lo mas não podíamos'. O capelão contou ao delinquente como se tinham encomendado à proteção das Almas do Purgatório, o que eles atribuíam sua liberação e proteção. O bandido não teve dificuldade em crer. De fato, fez sua conversão muito mais fácil. Morreu com arrependimento.

Como Pio IX curou-se de sua má memória

I. O venerável Pontífice Pio IX designou a um santo e prudente religioso chamado Tomaso como Bispo da Diocese. O sacerdote, alarmado pela responsabilidade posta sobre ele, começou encarecidamente a tentar evitá-la. Seus protestos foram em vão. O Santo Padre sabia de seus méritos. Agoniado pela apreensão, o humilde religioso solicitou uma audiência com o Santo Padre e lhe confessou que tinha má memória, o que resultava ser um grave impedimento no alto oficio encomendado a ele.

II. Pio IX respondeu com uma sorriso 'Sua diocese é muito pequena em comparação com a Igreja universal, a qual eu levo sobre meus ombros. Teus cuidados são poucos em comparação com os meus' e complementou: 'Eu também sofria um grave defeito da memória, mas prometi dizer uma fervorosa oração diária pelas almas Benditas, as quais , em retribuição, têm obtido para mim uma excelente memória. Você deveria fazer o mesmo, estimado padre, e terá em que regozijar-se'.

Quanto mais damos, mais recebemos.

I. Um homem de negócios em Boston uniu-se à Associação das Santas Almas e deu uma alta soma de dinheiro anual para Missas e orações em favor destas. O Diretor da Associação se surpreendeu da generosidade do cavaleiro, pois sabia que não era um homem rico e lhe perguntou amavelmente um dia se as esmolas que ele generosamente davam eram completamente suas ou eram coletas que o realizava de outros. 

II. O homem respondeu: 'Tudo o que dou é minha própria oferenda. Não se alarme. Não sou rico, você pensa que dou mais do que tenho. Não é assim, longe de perder com minha caridade, as almas Benditas sabem que ganho consideravelmente mais do que dou; delas ninguém ganha em generosidade'.

O impressor de Colônia

I. Wiliam Freyssen dá seu testemunho de como seu filho e esposa recobraram a saúde graças às Almas do Purgatório. Um dia lhe encarregaram de imprimir um livreto sobre o Purgatório. Quando realizava as tarefas de correção do texto, seu atenção foi captada pelos feitos narrados no livro. E aprendeu pela primeira vez as maravilhas que as Santas Almas podem fazer por seus amigos. Por aquele tempo seu filho caiu gravemente enfermo, e pronto seu estado tornou-se desesperador.

II. Recordando o que havia lido acerca do poder das Santas Almas, Freyssen fez a promessa solene de imprimir mil livros à sua própria despesa, com sua própria empresa de impressão. Foi à igreja e lá dentro fez um voto solene. Nesse momento uma sensação de paz e confiança inundou a sua alma. A seu retornar à casa, seu filho, que não podia tragar nenhuma gota de água, pediu algo de comer. No dia seguinte estava fora de perigo e logo completamente curado.

III. Ao mesmo tempo, Freyssen ordenou imprimir os livros do Purgatório para ser distribuídos, sabendo que a melhor forma de obter ajuda para as almas sofredoras era fazendo muita gente interessar-se pelo tema. Ninguém que sabe sobre o sofrimento destas pobres almas, nega uma oração a elas. O tempo passou, e uma nova tristeza se acercou deste impressor. Desta vez sua amada esposa caiu enferma e, apesar de todos os cuidados, ficava cada vez pior. Perdeu o uso de razão e ficou quase completamente paralisada, de modo que os médicos não lhe deram muitas esperanças.

IV. O marido, recordando tudo o que as Almas do Purgatório haviam feito a seu pequeno filho, correu outra vez à igreja e prometeu solenemente, como outrora, imprimir 200 livros do Purgatório, em principio, como urgente socorro das almas benditas. Impossível de relatar. A aberração mental de sua esposa cessou e ela começou a mover a língua e as extremidades.Em um curto período, estava perfeitamente curada.

A cura do câncer

I. Uma mulher estava sofrendo de um câncer na perna e imersa em uma profunda dor. Recordando o que havia ouvido sobre o poder das Almas do Purgatório, ela resolveu por toda seu confiança nelas e oferecer nove Missas por elas. Prometeu publicar no diário seu cura, se esta se realizasse. Gradualmente o tumor e o câncer desapareceram.

Fuga de um assalto

I. O padre Luis Manaci, um zeloso missionário, tinha grande devoção às Almas do Purgatório. Encontrou-se uma vez realizando uma viajem perigosa; com muita confiança, pediu às Almas Benditas que o protegessem dos perigos que poderia encontrar. Seu caminho bordeava uma zona desértica, na qual se sabia que estava infestada de perigosos bandidos.

II. Quando estava rezando o Santo Rosário pelas Almas, qual não foi sua surpresa ao ver-se rodeado de uma escolta de espíritos benditos. Logo descobriu a razão. Havia passado por uma emboscada, mas as Santas Almas o rodearam e o esconderam, tornando-o invisível para os miseráveis que atentavam contra a sua vida. Elas o acompanharam até que estivesse seguro e fora de perigo.

Voltar à Vida

I. O Prior de Cirfontaines nos conta sua história: 'Um jovem de minha paróquia caiu enfermo de febre tifoide. Seus pais, vencidos pela pena, pediram-me que encomendasse as orações aos membros da Associação de Santas Almas. Era um sábado. O menino estava às portas da morte. Os médicos provaram todos os recursos, todos os remédios. Foi em vão. Não podiam fazer nada para melhorá-lo.

II. Eu era o único que tinha esperança. Sabia o poder das Santas Almas que tinha visto e o que poderiam fazer. No domingo, eu roguei aos associados das Santas Almas para que orassem fervorosamente por nosso amigo doente. Na segunda-feira, o perigo havia passado. O menino estava curado.'




Leia-o e Despertai

I. 'Em minha longa vida', escreve um sacerdote, 'vi muitas manifestações de generosidade dos católicos pelos pobres e necessitados, de acordo com o que Nosso Senhor nos mandou fazer. Também notei que alguns católicos são por certeza, muito generosos e bons. Alguns se preocupam pelos pobres, outros pelos enfermos.Leprosos, pacientes de câncer, deficientes mentais, todos têm amigos. Alguns preferem ajudar aos jovens, os corações de outros preferem os anciãos'.

II. 'O mais estranho de todas as coisas, é que nunca encontrei nem um homem, nem uma mulher que se tenha dedicado por completo, de todo coração, à maior das caridades, pelos mais necessitados, isto é, pelas santas Almas do Purgatório. Deve ter alguns que o fazem, mas em minha longa e vasta experiência, não encontrei nenhum'.

III. E as palavras deste sacerdote são pura verdade! Apelamos àqueles que não se têm dedicado a alguma forma particular de caridade, para que se dediquem com todas as suas energias às Almas Benditas. Façam todo o que possam pessoalmente e induzam a outros a fazer o mesmo. A melhor maneira é praticar os conselhos incluídos neste livreto, e espalhar centenas de cópias e fazer centenas de Almas Amigas no Purgatório e logo no Céu. Quem poderá lê-lo e recusar-se a ajudá-las?


('Léeme o laméntalo', livreto de autoria do Pe. Sullivan, que assina-o como EDM - Enfant De Marie)

terça-feira, 4 de junho de 2013

LEIA-ME OU LAMENTA-O (II)


Capítulo III - Quanto tempo as almas permanecem no Purgatório?

I. A extensão em tempo pela qual as almas permanecem no Purgatório depende de: (i) o número de suas faltas; (ii) a malícia e a deliberação com que essas foram realizadas; (iii) a penitência feita, ou não, a satisfação feita, ou não, pelos pecados cometidos durante a vida; (iv) dos sufrágios oferecidos por eles depois de suas mortes. O que se pode dizer com segurança é que o tempo que as almas passam no Purgatório é, por regra geral, muito mais longo que a gente possa imaginar. Extraímos algumas citações de livros que falam da vida e as revelações dos Santos.

II. São Luis Bertrand: seu pai era um exemplar cristão, como naturalmente se podia esperar, sendo o pai de tão grande Santo. Em um tempo desejou ser um Monge Cartuxo, até que Deus lhe fez ver que não era Sua vontade. Quando morreu, ao logo de largos anos de praticar cada virtude cristã, seu filho completamente ao cuidado dos rigores da justiça Divina, ofereceu algumas Missas e elevou as mais ferventes súplicas pelo alma do qual o amou tanto. Uma visão de seu pai no Purgatório o obrigou a multiplicar centenas de vezes seus sufrágios. Agregou as mais severas penas e largos jejuns às suas Missas e orações. Assim oito anos completos passaram antes que obtivesse a liberação da alma do seu pai.

III. São Malaquias tinha uma irmã no Purgatório, o qual fez que redobrasse seus esforços, e assim mesmo, apesar das Missas, orações e heroicas mortificações oferecidas pelo Santo, permaneceu vários anos retida! Conta-se que uma santa monja em Pamplona, a qual conseguiu liberar várias Carmelitas do Purgatório, as quais permaneceriam ali pelo término de 30 a 40 anos! Monjas Carmelitas no Purgatório por 40, 50 o 60 anos! Qual será o destino daqueles que vivem imersos nas tentações do Mundo e com suas fortes debilidades?

IV. São Vicente Ferrer, depois da morte de sua irmã, orou com incrível fervor por sua alma e ofereceu várias Missas por sua libertação. Ela apareceu ao Santo ao final de seu Purgatório, e lhe contou que se não fosse por sua poderosa intercessão ante Deus, ela haveria estado ali por tempo indeterminado. Na Ordem Dominicana, é regra geral orar pelos Superiores no aniversário de suas mortes. Alguns deles morreram vários séculos atrás! Eles foram homens eminentes por sua piedade e sabedoria. Esta regra não seria aprovada pela Igreja se não fosse necessária e prudente.

V. Não queremos significar com isto que todas as almas estão retidas por tempos iguais nos fogos expiatórios. Algumas cometem faltas leves e fazem penitência em vida. Portanto, seu castigo será muito menos severo. Todavia, os exemplos que temos posto aqui são muito oportunos. Se essas almas, que gozaram do trato, que viram, seguiram, e tiveram a intercessão de grandes santos, são retidas por tanto tempo no Purgatório, que será de nós que não gozamos de nenhum desses privilégios?

Por que uma expiação tão prolongada? 

I. As razões não são difíceis de entender. A malícia do pecado é muito grande; o que a nós nos parece uma pequena falta, em realidade seria uma ofensa contra a infinita bondade de Deus. É suficiente ver como os Santos se condoeram sobre suas faltas. Somos fracos, é nossa tendência. É verdade, mas então Deus nos oferece generosamente abundantes graças para fortalecermos; nos dá a luz para ver a gravidade de nossas faltas, e a força necessária para vencer a tentação. Todavia, se somos fracos, a falta é toda nossa. Não usamos a luz e a fortaleza que Deus nos oferece generosamente; não rezamos, não recebemos os Sacramentos como deveríamos.

II. Um eminente teólogo assinala que, se as almas são condenadas ao Inferno por toda a eternidade pelo pecado mortal, não há que se assombrar que outras almas devam ser retidas por longo tempo no Purgatório por terem cometido deliberadamente incontáveis pecados veniais, alguns dos quais são tão graves que, ao tempo de cometê-los, o pecador escassamente distingue se são mortais ou veniais. Também, eles podem ter cometido alguns pecados mortais pelos quais tiveram pouco arrependimento e fizeram pouca ou nenhuma penitência.

III. A culpa tem sido remitida pela absolvição, mas a pena devida pelos pecados terá que ser paga no Purgatório. Nosso Senhor nos ensina que deveremos render contas por cada palavra que dizemos e que não deixaremos a prisão até que tenhamos pago até o último centavo. Os Santos cometeram poucos e leves pecados, e todavia eles sentem muito e fazem severas penas. Nós cometemos muitos e gravíssimos pecados, e nos arrependemos pouco e fazemos pouca ou nenhuma penitência.

Pecados Veniais

I. Seria difícil calcular o imenso número de pecados veniais que um católico comete: Há um infinito número de faltas no amor, egoísmo, pensamentos, palavras, atos de sensualidade, também em formas variantes, como faltas de caridade no pensamento, palavra, obra, e omissão. Preguiça, vaidade, inveja, tibieza e outras inumeráveis faltas. 

II. Há pecados por omissão que não pagamos. Amamos tão pouco a Deus, e Ele clama centenas de vezes por nosso amor. Nós O tratamos friamente, indiferentemente e até com ingratidão. Ele morreu por cada um de nós. Temos-lhe agradecido como se deve? Ele permanece dia e noite no Santíssimo Sacramento do Altar, esperando por nossas visitas, ansioso de ajudar-nos. Quão pouco vamos a Ele ? Ele ânsia vir a nós na Santa Comunhão, e o recusamos. Se oferece a Si mesmo por nós cada dia no Altar na Missa e dá oceanos de graças a aqueles que assistem ao Santo Sacrifício. Ainda alguns são tão preguiçosos de ir a Seu Calvário! Que desperdício de graças!

III. Nossos corações estão cheios de amor a nós mesmos, duros. Temos casas felizes, esplêndida comida, vestido, e abundância de todas as coisas. Muitos de nossos próximos vivem na fome e a miséria, e lhe damos tão pouco, enquanto que vivemos no desperdício e gastamos com nós mesmos sem necessidade.

IV. A vida nos foi dada para servir a Deus, para salvar nossas almas. Muitos cristãos, sem dúvida, estão satisfeitos de rezar cinco minutos a manhã e cinco à noite! O resto das 24 horas estão dedicados ao trabalho, descanso e prazer. Dez minutos a Deus, a nossas almas imortais, ao grande trabalho de nossa salvação. Vinte e três horas e cinquenta minutos a esta vida transitória! É justo para Deus? 

V. Nossos trabalhos, nossos descansos e sofrimentos deveriam ser feitos para Deus! Assim deveria ser, e nossos méritos seriam com certeza grandes. A verdade é que hoje em dia poucos pensam em Deus durante o dia. O grande objetivo de seus pensamentos são eles mesmos. Eles pensam e trabalham e descansam para satisfazer a si mesmos. Deus ocupa um pequeníssimo espaço em seus dias e suas mentes.Isto é uma tristeza a Seu Amantíssimo Coração, o qual sempre pensa em nós.

E agora, os Pecados Mortais

I. Muitos cristãos cometem, desafortunadamente, pecados mortais durante suas vidas, mas ainda que os levem ao Sacramento da confissão, não fazem penitência por eles, como já temos dito. São Brida, o Venerável, opina que aqueles que passam grande parte de sua vida cometendo graves pecados e confessando-os apenas em seu leito de morte, podem chegar a ser retidos no Purgatório até o Dia Final.

II. Santa Gertrudes em suas revelações, disse que aqueles que cometem muitos pecados graves e que não tenham feito penitência, não gozam de nenhum sufrágio da Igreja por um considerável tempo! Todos esses pecados, mortais ou veniais, acumulam-se por 20,30,40,60 anos de nossas vidas. Todos e cada um deverão ser expiados depois da morte. Então, é espantoso que algumas almas tenham que estar no Purgatório por tanto tempo? 

Capítulo IV - Por que e para que rezar pelas almas benditas do Purgatório?



I. O grande Mandamento de Nosso Senhor Jesus Cristo é que nos amemos uns aos outros, genuína e sinceramente. O Primeiro grande Mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas. O Segundo, e melhor dito, a continuação do Primeiro, é amar ao próximo como a nós mesmos. Não é um conselho ou um mero desejo do Todo-poderoso. É Seu grande Mandamento, a base e essência de Sua Lei. É tanta a verdade encerrada nisto que o toma como doação tudo aquilo que fazemos por nosso próximo, e como uma recusa a Ele quando recusamos a nosso próximo.

II. Lemos no Evangelho de São Mateus (Mt 25:34-46), as palavras que Cristo irá dirigir a cada um no Dia do Juízo Final.  Alguns católicos parecem pensar que sua Lei tem caído em desuso, pois nestes dias existe o egoísmo, o amor a si mesmo, e cada um pensa em si mesmo e em seu engrandecimento pessoal. 'E inútil observar a Lei de Deus nestes dias', dizem, 'cada um deve olhar por si mesmo'. Não há tal coisa! A lei de Deus é grandiosa e para sempre terá força de lei. Por isso, é mais do que nunca necessária, mais do que nunca de nosso dever e de nosso maior interesse.

Estamos moralmente obrigados a rogar pelas almas benditas

I. Sempre estamos obrigados a amar e ajudar ao outro; mas, quanto maior é a necessidade de nosso próximo, maior e mais estrita é nossa obrigação. Não é um favor que podemos ou não fazer, é nosso dever; devemos ajudar-nos uns aos outros. Seria um monstruoso crime, por acaso, recusar a tomar e desprezar o alimento necessário para manter-se vivo. Seria espantoso recusar a ajuda a alguém em uma grande necessidade, passar de longe e não estender a mão para salvar a um homem que está pedindo.

II. Não devemos ajudar apenas quando é fácil e conveniente, mas sim que devemos fazer qualquer sacrifício para socorrer a nosso irmão em dificuldades. Agora, quem pode estar mais necessitado de caridade que as almas do Purgatório? Que fome ou sede ou sofrimento nesta Terra pode comparar-se com seus mais terríveis sofrimentos? Nem o pobre, nem o enfermo, nem o sofredor que vemos a nosso redor necessitam de tal urgente socorro.

III. Ainda encontramos gente de bom coração que se interessa nos sofredores desta vida, mas, escassamente encontramos gente que trabalha pelas Almas do Purgatório! E quem pode necessitar mais? Entre eles, além do que, podem estar nossas mães, nossos pais, amigos e seres queridos. 

Deus deseja que as ajudemos. Elas são os amigos mais queridos. Ele deseja ajudá-los; deseja muito tê-los próximos d´Ele no Céu. Elas nunca mais o ofenderão, e estão destinadas a estar com Ele por toda a Eternidade. Verdade, a Justiça de Deus demanda expiação pelos pecados mas, por uma assombrosa disposição de Sua Providencia, põe em nossas mãos a possibilidade de assisti-los, ou nos dá o poder de aliviá-las e ainda de liberá-las. Nada agrada mais a Deus que Lhe ajudemos. Estará tão agradecido como se lhe ajudássemos a Ele.


Nossa Senhora quer que as ajudemos. Nunca, nunca uma mãe desta terra amou tão ternamente a seus filhos falecidos, nunca ninguém consola como Maria busca consolar seus sofredores filhos no Purgatório, e tê-los com Ela no Céu. Daremos a ela grande regozijo cada vez que tirássemos uma alma do Purgatório .

As benditas almas do Purgatório nos devolvem a mil por um

I. Mas o que poderemos dizer dos sentimentos das Santas Almas? Seria praticamente impossível de descrever a ilimitada gratidão para aqueles que as ajudam! Cheias de um imenso desejo de pagar os favores feitos por elas, rogam por seus benfeitores com um fervor tão grande, tão intenso, tão constante, que Deus não lhes pode negar nada.

II. Santa Catarina de Bologna disse: 'Tenho recebido muitos e grandes favores dos Santos, mas muito maiores das Santas Almas (do Purgatório)'. Quando, finalmente são liberadas de suas penas e desfrutam da beatitude do Céu, longe de esquecer os seus amigos da Terra, sua gratidão não conhece limites. Prostradas frente ao Trono de Deus, não cessam de orar por aqueles que as ajudaram. Por suas orações, elas protegem seus amigos dos perigos e os protegem dos demônios que os atacam. Não cessam de orar até ver  seus benfeitores seguros no Céu e serão para sempre seus mais queridos, sinceros e melhores amigos. Se os católicos soubessem quão poderosos protetores são assegurados apenas em ajudar as almas benditas, não seriam tão omissos de orar por eles. 

As almas benditas do Purgatório podem encurtar nosso próprio Purgatório 

I. Outra grande graça que obteremos por orar por elas é um curto e fácil Purgatório, ou sua completa remissão! São João Macias, sacerdote dominicano, tinha uma maravilhosa devoção as Almas do Purgatório. Obteve por suas orações (principalmente pela recitação do Santo Rosário) a liberação de um milhão e quatrocentas mil almas! Em retribuição, obteve para si mesmo as mais abundantes e extraordinárias graças e essas almas vieram consolá-lo em seu leito de morte, e a acompanhá-lo até o Céu. Este feito é tão certo que foi inserido pela Igreja na bula que decretava sua beatificação.

II. O Cardeal Barônio recorda um evento similar. Foi chamado a assistir a um moribundo. De repente, um exército de espíritos benditos apareceram no leito de morte, consolaram ao moribundo e dissiparam os demônios que gemiam, em um desesperado intento por lograr sua ruína. Quando o cardeal lhes perguntou quem eram, lhe responderam que eram oito mil almas que este homem havia liberado do Purgatório graças às suas orações e boas obras. Foram enviadas por Deus, segundo explicaram, para levá-lo ao Céu sem passar um só momento no Purgatório.

III. Santa Gertrudes foi ferozmente tentada pelo demônio quando estava por morrer. O espírito demoníaco nos reserva uma perigosa e sutil tentação para os nossos últimos minutos. Como não pôde encontrar um assalto suficientemente inteligente para esta Santa, pensou em molestar a sua beatifica paz, sugerindo-lhe que ia a passar muitíssimo tempo no Purgatório, posto que ela desperdiçou suas próprias indulgências e sufrágios em favor de outras almas.

IV. Mas Nosso Senhor, não contente em enviar Seus Anjos e as milhares de almas que ela havia liberado, foi em Pessoa para afastar a Satanás e confortar a sua querida Santa. Ele disse a Santa Gertrudes que, em troca do que ela havia feito pelas almas benditas, a levaria direto ao Céu e multiplicaria cem vezes todos seus méritos.

V. O Beato Enrique Suso, da Ordem Dominicana, fez um pacto com outro irmão da Ordem pelo qual, quando o primeiro deles morresse, o sobrevivente ofereceria duas Missas cada semana por sua alma, e outras orações também. Sucedeu que seu companheiro morreu primeiro e o Beato Enrique começou imediatamente a oferecer as prometidas Missas. Continuou dizendo-as por um largo tempo. Ao final, suficientemente seguro que seu santamente morto amigo havia alcançado o Céu, cessou de oferecer as Missas. Grande foi seu arrependimento e consternação quando o irmão morto lhe apareceu sofrendo intensamente e reclamando que não havia celebrado as Missas prometidas.

VI. O Beato Enrique replicou, com grande arrependimento, que não havia continuado com as Missas, pois acreditava que o amigo seguramente já estaria desfrutando da Visão Beatifica, mas que sempre o recordava em suas orações. 'Ó irmão Enrique, por favor dai-me as Missas, pois é o Preciosíssimo Sangue de Jesus o que eu mais necessito', chorava a sofredora alma. O Beato recomeçou a oferecê-las, e com redobrado fervor, ofereceu Missas e rogos por seu amigo até que recebeu absoluta certeza de sua liberação. Logo foi  a sua vez de receber graças e bênçãos de toda ordem por parte de seu querido irmão liberado, e muito mais do que as que teria esperado.

('Léeme o laméntalo', livreto de autoria do Pe. Sullivan, que assina-o como EDM - Enfant De Marie)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

'LEIA-ME OU LAMENTA-O' (I)

Prefácio

O titulo é algo alarmante. Assim, estimado leitor, se tu lês este pequeno livro, verás por ti mesmo quão merecido é. O livro nos conta como salvar a nós mesmos e a outros de um sofrimento inenarrável. Alguns livros são bons e alguns outros podem ser de proveito. Outros são melhores e devem ser lidos sem falta. Há, sem dúvida, livros de excelente mérito por razão de seus conselhos, a convicção que acarretam e a ação urgente a que nos impulsionam. 

'Leia-me ou lamenta-o' pertence a essa classe de livros. É para teu maior interesse, estimado amigo, que o leias e o releias, para ponderá-lo bem e profundamente em seus conteúdos. Nunca te arrependerás disto; pelo contrário, grande e amargo será teu arrependimento se tu deixas de estudá-lo em suas substanciosas páginas.

Auxílio, Auxílio, sofremos muito!

I. Nunca chegaremos a compreender suficientemente de modo claro como uma esmola, pequena ou grande, dada em favor das almas sofredoras, é dada diretamente a Deus. Que a aceita e se recorda como se a houvessem dado diretamente a Ele. Assim, tudo o que façamos por elas, Deus o aceita como feito para Ele. É como se o aliviássemos ou liberássemos a Ele mesmo do Purgatório. E de que maneira nos pagará!

II. Não há maior sede, pobreza, necessidade, pena, dor, sofrimento que se compare aos das Almas do Purgatório, por tanto não há esmolas mais merecidas, nem mais agradáveis a Deus, nem mérito mais alto para nós, que rezar, pedir celebrações de Missas, e dar esmolas em favor das pobres Santas Almas. 

III. É muito possível que alguns de nossos mais próximos e queridos parentes estejam, todavia, sofrendo as purificantes penas do Purgatório e lamentando entre lastimosos gemidos para que os ajudemos e aliviemos.

IV. Não é terrível que sejamos tão duros que não possamos pensar neles, nem tampouco possamos ser tão cruéis que deliberadamente os esqueçamos? Pelo amor de Cristo, façamos tudo, mas tudo, o que pudermos por elas. Todo católico deveria unir-se a uma Associação para o bem das Almas do Purgatório.

Purgatório


'Tenham piedade de mim, tenham piedade de mim, pelo menos vocês meus amigos, porque a mão do Senhor me tem tocado" (Job 19:21).

Esta é a comovedora súplica que a Igreja Padecente envia a seus amigos na terra. Terra, comecem, implorem sua ajuda, em resposta a angústia mais profunda. Muitos dependem de suas orações. É incompreensível como alguns católicos, ainda aqueles que de uma ou outra forma são devotos, vergonhosamente desatendem as almas do Purgatório. Parecerá que não creem no Purgatório. Certamente é que suas idéias acerca dele são muito difusas.

Dias, semanas e meses passam sem que eles ofereçam uma Missa em intenção delas (as almas)! Raramente também, ouvem Missa por elas, raramente rezam por elas, raramente pensam nelas! Entretanto, estão gozando a plenitude da saúde e a felicidade, ocupados em seus trabalhos; divertindo-se, enquanto as pobres almas sofrem inenarráveis agonias em seus leitos de chamas.

Qual é a causa desta horrível insensibilidade? Ignorância: inexplicável ignorância. As pessoas não se dão conta do que é o Purgatório. Não concebem as espantosas penas, nem tem ideia dos largos anos que as almas são retidas nessas horríveis chamas. Como resultado, fazem pouco ou nada para evitar a outros e a si mesmos o Purgatório, e ainda pior, cruelmente ignoram as pobres almas que já estão ali e que dependem inteiramente deles para ser auxiliadas. Estimado leitor, lê atentamente este pequeno livro com cuidado e irá bendizer o dia em que ele caiu em tuas mãos.

Capítulo I - O que é o Purgatório?


I. É uma prisão de fogo na qual quase todas as almas salvas são submersas depois da morte e na qual sofrem as mais intensas penas. Aqui está o que os maiores doutores da igreja nos dizem acerca do Purgatório. Tão lastimoso é o sofrimento delas que um minuto desse horrível fogo parece ser um século.

II. Santo Tomás de Aquino, o príncipe dos teólogos, disse que o fogo do Purgatório é igual em intensidade ao fogo do inferno, e que o mínimo contato com ele é mais aterrador que todos os sofrimentos possíveis desta terra! Santo Agostinho, o maior de todos os santos doutores, ensina que, para serem purificadas de suas faltas antes de serem aceitas no Céu, as almas depois de mortas estão sujeitas a um fogo mais penetrante e mais terrível do que nenhum que se possa ver, sentir ou conceber nesta vida. Ainda que este fogo esteja destinado a limpar e purificar a alma, disse o Santo Doutor, ainda é mais agudo que qualquer coisa que possamos resistir na Terra. 

III. São Cirilo de Alexandria não duvida em dizer que 'seria preferível sofrer todos os possíveis tormentos na Terra até o dia final que passar um só dia no Purgatório'. Outro grande Santo disse: 'Nosso fogo, em comparação com o fogo do Purgatório, é uma brisa fresca'. Outros santos escritores falam em idênticos termos desse horrível fogo.

Como é que as penas do Purgatório são tão severas?

I. O fogo que vemos na Terra foi feito pela bondade de Deus para nossa comodidade e nosso bem estar. Às vezes é usado como tormento, e é o mais terrível que podemos imaginar. O fogo do Purgatório, pelo contrário, foi feito pela Justiça de Deus para penar e purificar-nos e é, por conseguinte, incomparavelmente mais severo.

II. Nosso fogo, como máximo, arde até consumir nosso corpo feito de matéria; ao contrário, o fogo do Purgatório atua sobre a alma espiritual, a qual é inexplicavelmente mais sensível à pena. Quanto mais intenso é o fogo, mais rapidamente destrói a sua vitima; a qual, por conseguinte cessa de sofrer; por outro lado, o  fogo do Purgatório inflige a mais aguda e a mais violenta pena, mas nunca mata a alma nem lhe tira a sensibilidade. 

III. Tão severo como é o fogo do Purgatório, é a pena da separação de Deus, a qual a alma também sofre no Purgatório, e esta é a pena mais severa. A alma separada do corpo deseja com toda a intensidade de sua natureza espiritual estar com Deus. É consumida de intenso desejo de voar até Ele. Mas ainda é retida, e não há palavras para descrever a angústia dessa aspiração insatisfeita. 

IV. Que loucura, então, é para um ser inteligente como o ser humano negar qualquer precaução para evitar tal espantoso feito. É infantil dizer que não pode ser assim, que não o podemos entender, que é melhor não pensar ou não falar dele. O fato é que, creiamos ou não, todas as penas do Purgatório são mais elevadas do que podemos imaginar ou conceber. Estas são palavras de Santo Agostinho.

Capítulo II - Sobre o Purgatório: Pode tudo isto ser verdade?



I. A existência do Purgatório é tão certa que nenhum católico tem tido nunca qualquer dúvida acerca dele. Foi ensinado desde os tempos mais remotos pela Igreja e foi aceita com indubitável fé quando a Palavra de Deus foi pregada. A doutrina é revelada na Sagrada Escritura e crida por milhões e milhões de crentes de todos os tempos.

II. Ainda, tal como o temos remarcado, as ideias de alguns são tão vagas e superficiais, neste tema tão importante, que são como pessoas que cerram seus olhos e caminham deliberadamente no fio de um precipício. Seria bem em recordar que a melhor maneira de cortar nossa estadia no Purgatório - e ainda mais, evitá-lo - é ter uma clara ideia dele, de pensar bem nele e adotar os remédios que Deus nos oferece para evitá-lo. Não pensar nele é fatal. É cavar para eles mesmos uma fossa, e preparar para eles mesmos um terrível, largo e rigoroso Purgatório.

O Príncipe Polaco

III. Houve um príncipe polaco, que por uma razão política, foi exilado de seu pais natal, e chegado à França, comprou um lindo castelo ali. Desafortunadamente, perdeu a Fé de sua infância e estava ocupado em escrever um livro contra Deus e a existência da vida eterna. Dando um passeio uma noite em seu jardim, encontrou-se com uma mulher que chorava amargamente. Perguntou-lhe o porquê de seu desconsolo.

IV. 'Oh, príncipe', ela replicou, 'sou a esposa de John Marie, seu mordomo, o qual faleceu faz dois dias'. 'Ele foi um bom marido e um devoto servente de Sua Alteza. Sua enfermidade foi larga e gastei todos os recursos em médicos, e agora não tenho dinheiro para ir a oferecer uma Missa por sua alma'. O príncipe, tocado pelo desconsolo desta mulher, lhe disse algumas palavras, e ainda que professava já não crer mais na vida eterna, lhe deu algumas moedas de ouro para se ter a Missa por seu defunto esposo. 

V. Um tempo depois, também de noite, o Príncipe estava em seu estúdio trabalhando febrilmente em seu livro. Escutou um ruidoso tocar a porta, e sem levantar a vista de seus escritos, convidou a quem fosse a entrar. A porta se abriu e um homem entrou e parou frente ao escritório de Sua Majestade. Ao levantar a vista, qual não foi a surpresa do Príncipe ao ver John Marie, seu mordomo morto, que o olhava com um doce sorriso. 'Príncipe', ele lhe disse, 'venho agradecer-lhe pelas Missas que você permitiu que minha mulher encomendasse por minha alma. Graças ao Salvador Sangue de Cristo, oferecido por mim, vou agora ao Céu , mas Deus me permitiu vir aqui e agradecer-lhe por suas generosas esmolas'. Em seguida, o alertou  solenemente 'Príncipe, há um Deus, uma vida futura, um Céu e um Inferno'. Dito isto, desapareceu. O Príncipe caiu de joelhos e recitou um Credo.

Santo Antônio e seu amigo

VI. Aqui há uma narração de diferente classe, mas não menos instrutiva. Santo Antônio, o ilustre Arcebispo de Florença, relata que um piedoso cavaleiro havia morrido, o qual tinha um amigo em um convento dominicano no qual o Santo residia. Varias Missas foram sufragadas por sua alma. O Santo se afligiu muito quando, depois de um prolongado lapso, a alma do falecido lhe apareceu, sofrendo muitíssimo.

VII. 'Oh meu querido amigo' exclamou o Arcebispo, estás todavia no Purgatório, tu, que levaste tal piedosa e devota vida?' 'Assim é, e terei que permanecer aqui por um largo tempo' replicou o pobre sofredor, 'pois em minha vida na terra fui negligente em oferecer sufrágios pelas almas do Purgatório. Agora, Deus por seu justo juízo aplica os sufrágios que deviam ser aplicados por mim, em favor daqueles pelos quais devia ter rezado'.

VIII. 'Mas Deus, também, em sua justiça, me dará todos os méritos de minhas boas obras quando entrar ao Céu ; mas, primeiro de tudo, tenho que expiar minha grave negligência de não me lembrar dos outros'. Tão certas são as palavras de Nosso Senhor: 'Com a vara com que medes serás medido'. Recorda, tu que lês estas linhas, o terrível destino desse piedoso cavaleiro será o daqueles que deixam de orar e recusam a ajudar as Santas Almas.

('Léeme o laméntalo', livreto de autoria do Pe. Sullivan, que assina-o como EDM - Enfant De Marie)

domingo, 2 de junho de 2013

'EU NÃO SOU DIGNO QUE ENTRES EM MINHA CASA'


Neste domingo, a liturgia da Igreja nos faz retomar a caminhada do Tempo Comum, na revelação diária dos tempos de salvação pelas promessas de Cristo e na vivência cotidiana dos mistérios do Senhor (encarnação, vida, morte, ressurreição e ascensão). As palavras e os ensinamentos de Jesus, sempre tomados à luz dos Evangelhos, são proclamados a cada domingo e reverberam por toda a nossa vida ela vida como caminho seguro e pleno de nossa santificação.

Naquele dia, quando 'entrou em Cafarnaum' (Lc, 7,1), logo após ter proclamado o sermão das bem-aventuranças, Jesus vai defrontar-se com uma profunda e sincera manifestação de fé de um oficial romano, o que lhe vai causar admiração. Sim, admiração do próprio Filho de Deus; não pela fé do homem em si, posto que esta é virtude inata ao próprio Deus, mas pela infusão pura e espontânea de tão elevada graça na alma de um gentio (pagão). Tal confissão admirável de fé propiciou o próprio testemunho público do Senhor: 'Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé' (Lc, 7,9) que, imortalizada pelo Evangelho, foi inserida como manifestação corrente na Santa Liturgia da missa como modelo de súplica ao Senhor em face da nossa indignidade humana diante os sagrados mistérios da comunhão eucarística: 'Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo'.

Aquele homem vai ser o primeiro testemunho de que a salvação e o reino de Deus se abre à humanidade inteira, aos judeus e aos gentios, a todos os homens que professem como Única Verdade o Evangelho de Cristo, fora do qual não existe salvação: 'Se alguém vos pregar um evangelho diferente daquele que recebestes (de Jesus), seja excomungado'  (Gl 1, 9). Aquele centurião, homem de posses (pois podia até mesmo construir e doar uma sinagoga pra os judeus) e de grande autoridade (pois tinha muitos soldados e empregados sob suas ordens imediatas), não tem um nome, mas a glória do anonimato se revela nas suas atitudes extremadas de fé, humildade e confiança diante do Senhor. 

E Jesus concede o milagre da cura ao empregado, sem ter entrado na casa do centurião, solícito às súplicas do homem que O encontrara antes pela fé. A mesma fé que nos invoca o Senhor: 'Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o recebereis' (Mt 21, 22) e que reverbera pelo Tempo Comum, como instrumento definitivo da graça divina para a nossa plena conversão e santificação como filhos de Deus.

sábado, 1 de junho de 2013

PRIMEIRO SÁBADO DE JUNHO


Mensagem de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, vidente de Fátima: 
                                                                                                                           (Pontevedra / Espanha)

‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem*, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’
* Com base em aparições posteriores, esclareceu-se que a confissão poderia não se realizar no sábado propriamente dito, mas antes, desde que feita com a intenção explícita (interiormente) de se fazê-la para fins de reparação às blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria no primeiro sábado seguinte.