73. RECUPEROU A VISTA
Em Vinovo, aldeia pouco distante de Turim, na Itália, uma moça chamada Maria Stardero teve a desgraça de perder totalmente a vista. Desejando recuperá-la, fez uma visita a São João Bosco, que então construía, com as esmolas do povo de Turim, a magnífica igreja de Maria Auxiliadora.
A moça, depois de ter rezado diante de uma imagem de Nossa Senhora, falou com São João Bosco, que lhe perguntou:
➖ Faz muito tempo que perdeu a vista?
➖ Sim, muito; faz um ano que não vejo nada.
➖ Tens consultado os médicos?
➖ Ah! padre, já não sabem o que receitar-me.
➖ Distingues os objetos grandes ou pequenos?
➖ Não; como disse, não vejo nem pouco nem muito.
➖ Mas não vês a luz desta janela?
➖ Não, senhor; nada.
➖ Queres recuperar a vista?
➖ Sr. padre, sou pobre e preciso dela para ganhar a vida.
➖ Servir-te-ás da vista para proveito de tua alma e não para ofender a Deus?
➖ Prometo-o sinceramente.
➖ Confia, pois, em Nossa Senhora e São José.
E, em tom solene, Dom Bosco acrescentou:
➖ Para a glória de Deus, da Santíssima Virgem e de São José, dize: que é que tenho na mão?
A moça abre os olhos, que antes não viam nada, e diz:
➖ Uma medalha de Nossa Senhora.
➖ E isto, o que é?
➖ Um ancião com uma vara florida; é São José.
Estava operado o milagre. Pode-se imaginar a alegria da moça e dos seus pobres pais!...
74. UM LOBO QUE SE TORNA UM CORDEIRO
Estava no hospital uma infeliz mulher que, há vinte e dois anos, abandonara sua família para se entregar aos vícios mais vergonhosos. Fora, enfim, internada naquela casa pela polícia. A vida que levara, de tal modo a embrutecera que parecia louca; e o médico, não descobrindo nenhuma doença, queria despedi-la do hospital para que não perturbasse os verdadeiros enfermos.
Pediram-lhe as religiosas que a deixasse alguns dias ainda, enquanto recorriam a São José. Bem inspiradas, vestiram-na com o hábito e com o cordão de São José e puseram-se a pedir com fervor que o santo tivesse compaixão daquela pobre alma.
O auxílio de São José não se fez esperar. Poucos dias depois a mulher recobrou a paz, confessou-se com muita dor e arrependimento. Era um verdadeiro lobo e tornou-se tão manso cordeiro que pediu ao seu protetor lhe alcançasse antes a morte que voltar à vida de pecado. Atendeu o santo a tão pios desejos, vindo a convertida a falecer com os mais sinceros sentimentos de dor. Antes da morte, pediu humildemente perdão a todos os que escandalizara com os seus vícios.
75. PADROEIRO DOS IMPOSSÍVEIS
Jazia em seu leito de agonia um infeliz apodrecido de vícios, sem o menor remorso, zombando de Deus e desprezando todos os auxílios da religião para a hora suprema. Vendo-o zombar, com riso satânico, de seus esforços para salvar-lhe a alma, resolveram seus parentes recorrer a São José. Este grande santo havia de fazer com que o misericordioso Coração de Jesus se compadecesse daquele infeliz.
Era o mês de março. O sacerdote, os parentes e amigos dirigiram ao padroeiro da boa morte fervorosas súplicas. Maravilhoso poder o da oração! Na manhã de 19 de março, festa de São José, o próprio doente pediu a confissão e fez questão que chamassem o padre de quem mais zombara até então. Confessou-se com o mais sincero arrependimento e, pouco tempo depois, faleceu...
(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)
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