quinta-feira, 7 de setembro de 2017

VERSUS: ANJOS DA GUARDA X ALMA HUMANA

São Jerônimo: 'ó como é grande a dignidade das almas confiadas, desde o primeiro instante do seu nascimento, a um anjo, especialmente delegado para guardá-la!' Como é grande a sua dignidade e como é grande a sua preciosidade! Pela dignidade e posição da guarda se pode avaliar a preciosidade do objeto guardado... A ti, jovem cristão, cabe aproveitar dessas precauções e ajudar-te desses auxílios. Não ignoras quanto é preciosa a tua alma. Pois bem, se por ti só não podes salvá-la, salvá-la-ás se quiseres aproveitar dos meios que Deus te oferece para isto. Dentre estes, um dos mais sólidos e profícuos é a devoção ao teu anjo da guarda, que sabes estar constantemente junto de ti. 


São Bernardo: 'os nossos anjos da guarda são fiéis, são prudentes, são poderosos'. Ou, melhor, são fidelíssimos, prudentíssimos, poderosíssimos. É necessário ainda insistir sobre isto? Não basta, para disto nos convencermos recordar o que já dissemos sobre a natureza angélica, o seu amor para conosco, a solicitude com que nos guardam, o amor que têm a Deus, de quem somos criaturas e imagens? Nas jornadas perigosas, um bom pai só entrega o seu filho ao melhor, ao mais prudente, ao mais poderoso dos guardas. Assim o Pai celeste. Os perigos desta vida terrena exigiam de seu paterno Coração um guarda tal que de fato nos valesse, nos defendesse, nos dirigisse. Confiou-nos então ao Santo Anjo da Guarda.


São Pedro Damião: 'todos os dias, e de muitas maneiras, ofendemos aos nossos Anjos da Guarda e à ofensa, acrescentamos muitas vezes, a negligência em arrepender-nos. Eles, porém, ainda que frequentemente sofram de nós tantas injúrias, toleram-nos, não obstante, e de nós se compadecem'. O médico paciente sabe tolerar as injúrias do doente que não se quer deixar tratar, e a ele volta muitas vezes, apesar das afrontas, até vê-lo de todo curado. Assim procede para conosco o santo Anjo da Guarda: assiste-nos, exorta-nos, move-nos interiormente, e jamais se aparta do nosso lado, agenciando diante de Deus a nossa salvação: 'ó prodígio de caridade', exclama o mesmo São Pedro Damião, 'prodígio de todo inaudito entre os homens!…'


Santo Agostinho: 'os Santos Anjos nos amam por três motivos ou causas: por causa de Deus, por nossa causa, e por causa de si próprios. Por causa de Deus, porque Deus nos ama também, e com tais extremos; por nossa causa, porque lhes somos semelhantes na natureza racional; por causa deles próprios, porque nos querem sentados naqueles tronos supernos dos Anjos que prevaricaram'. A estas razões do seu amor, ainda outras lhes podemos juntar. Amam-nos, porque é grande a aversão que sentem pelos demônios, capitais inimigos da natureza humana; amam-nos porque nos veem tão amados por Maria Santíssima, Rainha dos Anjos; amam-nos, porque intensamente nos ama Jesus, nosso Redentor e Salvador.

(Excertos da obra 'Os Santos Anjos da Guarda' do Pe. Augusto Ferretti)