sábado, 20 de janeiro de 2024

20 DE JANEIRO - SÃO SEBASTIÃO

São Sebastião foi um oficial romano, do alto escalão da Guarda Pretoriana do imperador Diocleciano (imperador de Roma entre 284 e 305 de nossa era e responsável pela décima e última grande perseguição do Império Romano contra o Cristianismo), que pagou com a vida sua devoção à fé cristã. Denunciado ao imperador por ser cristão e acusado de traição, foi condenado a morrer de forma especial: seu corpo foi amarrado a um tronco servindo de alvo a flechas disparadas por diferentes arqueiros africanos.

Primeiro Martírio: São Sebastião flechado

Abandonado pelos algozes que o julgavam morto, foi socorrido e curado e, de forma incisiva, reafirmou a sua convicção cristã numa reaparição ao próprio imperador. Sob o assombro de vê-lo ainda vivo, São Sebastião foi condenado uma vez mais sendo, nesta sua segunda flagelação, brutalmente açoitado e espancado até a morte. O seu corpo foi atirado num canal de esgotos, de onde foi depois retirado e levado até as catacumbas romanas. Suas relíquias estão preservadas na Basílica de São Sebastião, na Via Apia, em Roma. É venerado por toda a cristandade como modelo de vida cristã, mártir da Igreja e defensor da fé e padroeiro de diversas cidades brasileiras, incluindo-se o Rio de Janeiro. Sua festa é comemorada a 20 de janeiro, data de sua morte no ano 304.

Segundo Martírio: São Sebastião espancado até a morte

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

OITO CONSELHOS DO PADRE PIO PARA UM NOVO ANO


1. A palma da glória está reservada apenas para aqueles que lutam bravamente até o fim. Portanto, vamos começar nossa batalha sagrada neste ano. Deus nos ajudará e nos coroará com o triunfo eterno.

2. Estamos pela Graça Divina no amanhecer de um novo ano. Como só Deus sabe se chegaremos ao seu fim, devemos vivê-lo em reparação pelo passado e em preparação para o futuro. Boas obras andam de mãos dadas com boas intenções.

3. Digamos a nós mesmos, com plena convicção de dizer a verdade: 'Minha alma: comece hoje a praticar as boas obras que até agora não praticaste'. Deixemo-nos envolver pela presença de Deus. 'Deus me vê' - digamos muitas vezes a nós mesmos - 'e pelas minhas ações Ele me julgará'. Tenhamos certeza de que Ele sempre verá apenas bondade em nós.

4. Se tiver tempo, não espere o tempo. Não deixemos para amanhã o que podemos fazer hoje. Os túmulos estão cheios de boas intenções que nunca aconteceram. Além disso, que garantia temos de que estaremos vivos amanhã? Escutemos a voz da nossa consciência, como disse o profeta: 'Hoje, se ouvirdes a voz do Senhor, não façais ouvidos moucos'. Vamos sair e valorizar o momento fugaz que é o que temos. Não confiemos no tempo que vai de um momento para outro, porque este ainda não é nosso.

5. Quando perdemos tempo, desprezamos o dom de Deus - o presente - que Ele, na sua infinita bondade, entrega ao teu amor e à tua generosidade.

6. 'Comecemos hoje, meus irmãos, a fazer o bem, porque até agora não fizemos nada'. Estas palavras, que São Francisco, na sua humildade, aplicou a si mesmo, deverão ser nossas no início do novo ano. Temos vivido irrefletidamente, como se o Eterno Juiz não fosse um dia nos chamar e nos pedir contas de nossas obras e de como gastamos nosso tempo.

7. O amor não tolera atrasos, e os reis magos, logo à chegada, fizeram tudo o que estava ao seu alcance para dar a conhecer Aquele que havia conquistado os seus corações por meio de um influxo de graça. Encheu-os com aquela caridade que deve transbordar, porque não pode estar contida na pequena moldura do coração e, portanto, deve ser extravasada.

8. Em suas ações, não busque para si nem o maior nem o menor mérito, mas pura e simplesmente a maior honra e glória de Deus.

(Excertos da obra 'Buona Giornata' - Tenha um Bom dia, compilação de reflexões do Santo Padre Pio)

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

O SONO DO MENINO JESUS

I. O sono de Jesus Menino foi demasiadamente breve e doloroso. Servia-lhe de berço uma manjedoura, a palha de colchão e de travesseiro. Assim o sono de Jesus foi muitas vezes interrompido pela dureza daquela caminha excessivamente dura e molesta, e pelo rigor do frio que reinava na gruta. De vez em quando, porém, a natureza sucumbia à necessidade e o Menino querido adormecia. Mas o sono de Jesus foi muito diferente do das outras crianças. O sono destas é útil à conservação da vida; não, porém, quanto às operações da alma, porque esta, privada do uso dos sentidos, fica reduzida à inatividade. Não foi assim o sono de Jesus Cristo: Ego dormio et cor meum vigilat. O Corpo repousava; velava, porém, a Alma, que em Jesus era unida à Pessoa do Verbo, que não podia dormir nem ficar dominada pela inatividade dos sentidos.

Dormia, pois, o Santo Menino, mas enquanto dormia, pensava em todos os padecimentos que teria de sofrer por nosso amor, no correr de toda a sua vida e na hora da sua morte. Pensava nos trabalhos pelos quais havia de passar no Egito e em Nazaré, levando uma vida extremamente pobre e desprezada. Pensava particularmente nos açoites, nos espinhos, nas injúrias, na agonia e na morte desolada, que afinal devia padecer sobre a Cruz. Tudo isso Jesus oferecia ao Pai Eterno enquanto estava dormindo, a fim de obter para nós o perdão e a salvação. Assim nosso Salvador, durante o sono, estava merecendo por nós, reconciliava conosco o seu Pai e nos alcançava graças.

Roguemos agora a Jesus que, pelos merecimentos do seu sono santo, nos livre do sono mortal dos pecadores, que dormem miseravelmente na morte do pecado, esquecidos de Deus e do seu amor. Peçamos-lhe que nos dê, ao contrário, o sono feliz da sagrada Esposa, da qual dizia: 'Eu vos conjuro... que não perturbeis à minha amada o seu descanso, nem a façais despertar, até que ela mesma queira'. É este o sono que Deus dá às almas suas diletas e que, no dizer de São Basílio, não é senão o supremo olvido de todas as coisas - summa verum omnium oblivio. Então a alma abandona todas as coisas terrestres, para só pensar em Deus e nos interesses da glória divina.

II. Ó meu querido e Santo Menino, Vós estais dormindo, mas esse vosso sono como me abrasa em amor! Para nós o sono é figura da morte; mas em Vós é símbolo de vida eterna porque, enquanto repousais, estais merecendo para mim a eterna salvação. Estais dormindo, porém o vosso coração não dorme, senão pensa em padecer e morrer por mim. Durante o vosso sono rogais por mim e me impetrais de Deus o descanso eterno do Paraíso. Mas enquanto não me levardes, como espero, para repousar junto de Vós no Céu, quero que repouseis sempre em minha alma.

Houve um tempo, ó meu Deus, em que Vos expulsei da minha alma. Vós, porém, tanto batestes à porta do meu coração, ora por meio do temor, ora com graças especiais, ora com convites amorosos, que tenho a esperança de que já entrastes nele. Assim espero, porque sinto em mim uma grande confiança de que já me perdoastes. Sinto também uma grande aversão e arrependimento das ofensas que vos tenho feito; um arrependimento que me causa grande dor, mas uma dor pacífica, uma dor que me consola e me faz esperar que a vossa bondade já me perdoou. Graças Vos dou, ó meu Jesus, e peço-vos que não vos aparteis mais da minha alma. Sei que Vós não vos apartareis de mim enquanto eu não vos repelir. 

É esta exatamente a graça que vos peço e que, com vosso auxílio, espero pedir-vos sempre: não permitais que vos torne a repelir de meu coração. Fazei que eu me esqueça de todas as coisas, a fim de só pensar em Vós, que sempre pensastes em mim e na minha salvação. Fazei que vos ame sempre nesta vida, a fim de que a minha alma, expirando unida convosco e em vossos braços, possa repousar eternamente em Vós sem receio de jamais vos perder. Ó Maria, assisti-me na minha vida, assisti-me na hora da minha morte, para que Jesus sempre repouse em mim e eu repouse sempre em Jesus. 

(Excertos da obra 'Meditações para todos os dias do ano', de Santo Afonso Maria de Ligório)

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

PALAVRAS DA SALVAÇÃO


'Aqueles que amam a Deus, vivem sempre satisfeitos, porque todo o seu prazer é cumprir a divina vontade, mesmo nas coisas que lhe são desagradáveis tanto que as inquietações se mudam em deleites, pelo pensamento de que, aceitando-as voluntaria­mente, agradam ao seu amado Senhor. E com efeito, que maior felicidade pode o homem expe­rimentar, do que o cumprimento de seus desejos? Então, quando se deseja o que Deus quer, tem cada um tudo quanto deseja, pois que (exceto o pecado) tudo quanto suceder no mundo é pela vontade de Deus'.

(Santo Afonso Maria de Ligório)

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

O DOM DA INTELIGÊNCIA

O sexto dom do Espírito Santo faz a alma entrar em uma via superior a que ela se encontrava até aqui. Os cinco primeiros dons tendem todos para a ação. O Temor de Deus remete o homem ao seu lugar humilhando-o, a Piedade abre seu coração às afeições divinas, a Ciência ensina-o a discernir entre a via da salvação e a via da perdição, a Fortaleza o arma para o combate e o Conselho dirige o homem em seus pensamentos e em suas obras; agora, então, ele pode agir e seguir pela estrada, com a esperança de chegar ao termo. 

Mas a bondade do Espírito divino lhe reserva ainda outros favores, fazendo-lhe desfrutar desde este mundo, de um antegozo da felicidade que lhe reserva na outra vida. Este será o meio de fortalecer sua marcha, de animar sua coragem e de recompensar seus esforços. A via da contemplação lhe será, de agora em diante, aberta e o Espírito divino nela o introduzirá por meio da inteligência. Muitas pessoas, talvez, se inquietem com a palavra contemplação, persuadidas erradamente de que as condições para isso só poderão ser encontradas na rara condição de uma vida passada no recolhimento e longe do contato dos homens. É um grave e perigoso erro que, muitas vezes, freia o impulso das almas. 

A contemplação é o estado para o qual é chamado, em certa medida, toda alma que procura a Deus. Não consiste nos fenômenos pelos quais o Espírito Santo gosta de manifestar em algumas pessoas privilegiadas e que são destinados a provar a realidade da vida sobrenatural. Ela é, simplesmente, uma relação mais íntima que se estabelece entre Deus e a alma que lhe é fiel na ação; se esta alma não põe obstáculos, são-lhe reservados dois favores, entre os quais, o primeiro é o dom de inteligência, que consiste na iluminação do espírito esclarecido desde então por uma luz superior. Esta luz não retira a fé, mas clareia os olhos da alma, fortificando-os e dando-lhes uma visão mais extensa sobre as coisas divinas. Muitas nuvens provenientes da fraqueza e da grosseria da alma ainda não iniciada, se desvanecem. 

A beleza cheia de encantos dos mistérios, a qual era vagamente sentida, se revela; inefáveis harmonias que nem eram suspeitadas, aparecem. Não é a visão face a face, reservada para o dia eterno; mas já não é mais aquela fraca luminosidade que dirigia seus passos. Um conjunto de analogias e de concordâncias mostram-se sucessivamente aos olhos do espírito, trazendo uma certeza cheia de doçura. A alma se dilata com essas claridades que enriquecem a Fé, aumentam a Esperança e desdobram o Amor. Tudo parece novo; e quando a alma olha para trás, compara e vê claramente que a verdade, sempre a mesma, agora é alcançada por ela de maneira incomparavelmente mais completa. A leitura dos Evangelhos a impressiona mais; encontra um sabor nas palavras do Salvador desconhecido para ela até então. Compreende melhor o fim a que Ele se propôs instituindo os sacramentos. A santa Liturgia a emociona por suas fórmulas tão augustas e seus ritos tão profundos. A leitura da vida dos santos a atrai, nada a espanta nos seus sentimentos e nos seus atos; aprecia seus escritos mais do que quaisquer outros e sente um aumento de bem estar espiritual, tratando com esses amigos de Deus. 

Rodeada de deveres de toda natureza, a chama divina guia essa alma para satisfazer a cada um deles. As diversas virtudes que deve praticar conciliam-se em sua conduta; uma nunca é sacrificada pela outra, porque vê a harmonia que deve reinar entre elas. Está longe do escrúpulo como do relaxamento e sempre atenta para logo reparar os danos que pôde cometer. Algumas vezes, o próprio Espírito a instrui por uma palavra interior que, quando ouvida, ilumina sua situação com uma nova luz. De agora em diante, o mundo e seus vãos equívocos, são tomados por aquilo que são e a alma se purifica do resto de vínculos e complacências que ainda poderia conservar por eles. Aquilo que só tem grandeza e beleza segundo a natureza parece insignificante e miserável para esses olhos que o Espírito Santo abriu para as grandezas e belezas divinas e eternas. Só uma coisa redime a seus olhos esse mundo exterior que ilude o homem carnal: é que a criatura visível, que possui a marca da beleza de Deus, é susceptível de servir à glória de seu Autor. A alma aprende a fazer uso dela com ação de graças, tornando-a sobrenatural, glorificando Àquele que imprimiu as marcas de sua beleza nessa multidão de seres, que muitas vezes servem apenas para a perdição do homem, mas que são dadas para se tornarem degraus que o conduzem a Deus. 

O dom da inteligência derrama também na alma o conhecimento de sua própria via. Faz com que ela compreenda o quanto são sábios e misericordiosos os desígnios do alto que, muitas vezes, a quebra e a transporta para onde não contava ir. Vê que se ela fosse senhora de si mesma, para dispor de sua existência, teria perdido o seu fim e que Deus nele a fez chegar, escondendo primeiramente os desígnios de sua paternal sabedoria. Agora ela está feliz, pois goza da paz e seu coração não cabe de ações de graças para agradecer a Deus que a conduziu ao termo sem consultá-la. Se acontecer de ser chamada para dar conselhos, para exercer uma direção por dever ou por motivo de caridade, pode-se confiar nela; o dom de inteligência a esclarece para os outros como para ela própria. 

No entanto não se intromete, dando lições àqueles que não lhe pedem; mas se é interrogada, responde e suas respostas são luminosas como a chama que a ilumina. Este é o dom de inteligência, verdadeira luz da alma cristã e que se faz sentir nela em proporção à sua fidelidade aos outros dons. Este dom se conserva pela humildade, moderação dos desejos e recolhimento interior. Uma conduta dissipada detém o seu desenvolvimento e pode mesmo abafá-lo. Essa alma fiel pode se conservar recolhida mesmo em uma vida ocupada e cheia de deveres, e até no meio de distrações obrigadas às quais a alma se presta sem se prender. Que ela seja simples a seus próprios olhos e o que Deus esconde aos soberbos e revela aos pequenos lhe será manifestado e nela permanecerá. 

Não há dúvida de que tal dom seja um imenso socorro para a salvação e a santificação da alma. Devemos implorá-lo ao divino Espírito com todo ardor de nossos desejos, convencidos de que o atingiremos mais seguramente pelo impulso do nosso coração do que pelo esforço de nosso espírito. Na verdade é na inteligência que se derrama a luz divina, objeto desse dom; mas sua efusão provém, sobretudo, da vontade aquecida pelo fogo da caridade, segundo a palavra de Isaías: 'Crede, e tereis a inteligência'. Vamos nos dirigir ao Espírito Santo nos servindo das palavras de Davi, dizendo: 'Abri nossos olhos e contemplaremos as maravilhas dos vossos preceitos; dai-nos a inteligência e teremos a vida'. Instruídos pelo Apóstolo, manifestaremos nosso pedido de maneira ainda mais insistente, nos apropriando da oração que ele dirige ao Pai celeste em favor dos fiéis de Éfeso, quando implora 'o espírito da sabedoria e da revelação pelo qual se conhece a Deus, os olhos iluminados do coração que descobrem o objeto de nossa esperança e as riquezas da gloriosa herança que Deus preparou para seus santos'.

(Excertos da obra 'Os Dons do Espírito Santo', de Dom P. Gueranger)

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

FRASES DE SENDARIUM (XX)

 

'Vinde, ó pecadores, e refugiai-vos no Coração de Cristo, onde a espada da justiça não pode entrar!' 

(Santa Gema Galgani)


Do coração compassivo de Jesus jorram as torrentes da insondável misericórdia divina, que aniquilam todas as misérias humanas e plasmam no fogo e no cadinho os herdeiros do céu. Ó Sangue e Água emanados do oceano de graças do Coração de Jesus, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro!

DOUTORES DA IGREJA (XXXVI)

  36São Gregório de Narek, Abade (†1003)

Místico Armênio

(951 - 1003)

Concessão do título: 2015 - Papa Francisco

Celebração: 27 de fevereiro (Memória Facultativa)
 
Obras e Escritos
  • Livro de Orações ou Livro de Lamentações
  • Comentário sobre o Cântico dos Cânticos
  • Homilias
  • Orações
  • Hinos