quinta-feira, 3 de agosto de 2023

FRASES DE SENDARIUM (VI)

 

'A medida do amor é amar sem medida' 

                                                                                                                     (Santo Agostinho)


Buscai a perfeição, vivei para a tua completa santificação. Isto não é uma utopia: Deus quer tão somente o teu firme propósito em ser instrumento dócil do amor divino no mundo 

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

SOBRE AS SECURAS E TENTAÇÕES ESPIRITUAIS

São Francisco de Sales nos diz que a verdadeira devoção e o verdadeiro amor de Deus não consistem em sentir consolações espirituais nos exercícios de piedade, mas em ter uma vontade resoluta de só querer e fazer aquilo que Deus quer. É só para este fim que devemos orar, comungar, praticar a mortificação e qualquer outra virtude que agrada a Deus, muito embora façamos isso sem satisfação alguma e no meio de mil tentações e aborrecimentos de espírito. 'Pelas securas e tentações' -  diz Santa Teresa - 'o Senhor experimenta os que o amam. Posto que a secura continue durante toda a vida, não deixe a alma de fazer oração; virá tempo em que será bem paga por tudo'.

Segundo o aviso dos mestres da vida espiritual devemos, no tempo da desolação, exercitar-nos principalmente em fazer atos de humildade e de resignação. Não há tempo mais próprio para conhecermos a nossa fraqueza e miséria como quando na oração estamos áridos, aborrecidos, distraídos e desgostosos, sem fervor sensível, mesmo sem desejo sensível de progredirmos no amor divino. Então a alma diz: 'Senhor, tende compaixão de mim! Vede como sou incapaz de fazer qualquer ato de virtude'. Ela deve também praticar a resignação e dizer: 'Meu Deus, deixai-me ficar nesta escuridão e aflição; seja sempre feita a vossa vontade! Não desejo consolações; basta-me estar aqui para vos agradar'. E assim ela deve perseverar na oração todo o tempo determinado.

A maior pena, porém, das almas amantes da oração, não é tanto a secura, como a escuridão, na qual a alma se vê privada de toda a boa vontade, e tentada contra a fé e contra a esperança. Eis porque nesse tempo a solidão lhe é um horror e a oração lhe parece um inferno. Então ela deve criar coragem e lembrar-se que esses temores de ter consentido na tentação ou na desconfiança, não são senão temores vãos e tormentos da alma, mas não atos da vontade e por isso são isentos de pecado.

No tempo da desolação e escuridão não quer a alma assegurar-se de que está na graça de Deus e isenta de pecado. Tu então queres saber e estar certo de que Deus te ama; mas Deus nesse tempo não o quer fazer conhecer. Quer que te apliques à humildade, à confiança na sua bondade, e à resignação à sua vontade. Tu então queres ver, e Deus não quer que vejas. A este respeito diz São Francisco de Sales que a resolução que tens (ao menos com uma ponta da vontade) de amar a Deus e de não lhe dar deliberadamente o menor desgosto, te afiança que estás na graça de Deus. Nesse tempo, abandona-te todo nos braços da misericórdia divina, protesta que não queres outra coisa senão Deus e sua santa vontade, e não temas. Ó quanto agradam a Deus os atos de confiança e de resignação feitos no meio dessas trevas pavorosas!

Santa Joana de Chantal sofreu por um espaço de 41 anos penas interiores, acompanhadas de tentações horrorosas e do temor de estar em pecado e abandonada por Deus. Pelo que dela dizia São Francisco de Sales, que a sua bendita alma era como um músico surdo, que canta bem, mas não pode gozar da voz, porque a não ouve.  A alma que é provada pelas securas, por mais densas que sejam no sangue de Jesus Cristo, resigne-se à vontade divina e diga: 'Ó Jesus, minha esperança e único amor da minha alma, eu não mereço as vossas consolações. Guarde-as para aqueles que Vos têm amado sempre; eu só mereci o inferno, abandonado para sempre de Vós e sem esperança de Vos poder ainda amar. Privai-me de todas as coisas, mas não de Vós. Amo-vos, miserável como sou. Jesus, meu Deus, eu vos amo sobre todas as coisas; consagro-me todo a Vós e não quero mais viver para mim mesmo. Dai-me força para vos ser sempre fiel. Ó Virgem Santíssima, esperança dos pecadores, tenho confiança na vossa intercessão; fazei que eu ame sempre o meu Deus, meu Criador e Redentor. 

(Excertos da obra 'Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano', de Santo Afonso Maria de Ligório)

terça-feira, 1 de agosto de 2023

A IMAGEM DE DEUS


O telescópio espacial James Webb, lançado ao espaço no Natal de 2021, é uma das mais extraordinárias façanhas da ciência humana. Com um espelho principal medindo cerca de 6,5 metros de diâmetro e visão infravermelha, o telescópio permite desvendar as regiões mais profundas do universo conhecido, destacando galáxias, estrelas e sistemas planetários que se mostram totalmente invisíveis à luz natural. A própria jornada do telescópio ao seu ponto de observação no espaço constitui uma epopeia memorável, por superar sem problemas 344 pontos de falha potencialmente impactantes ao sucesso da chamada 'missão impossível'.

A foto acima (divulgada em julho de 2022) constitui a primeira imagem colorida do telescópio divulgada pela NASA, mostrando, ao que aparentemente seria apenas um ponto negro no universo,  um aglomerado de galáxias chamado SMACS 0723, exatamente como era há cerca de 4,6 bilhões de anos. O feito, naturalmente, foi comemorado com entusiasmo louvável por toda a comunidade científica mundial. Todos viram - ou buscaram ver - nesta foto detalhes cosmológicos de estrelas e galáxias distantes e perdidas nos tempos.  

E, surpreendentemente, não veem - ou não querem ver - que esta foto é simplesmente uma imagem de Deus. No absurdo anonimato dos espaços e dos tempos, num buraco negro do universo feito de milhões de anos-luz, existem milhões de estrelas ordenadas e distribuídas sistematicamente no espaço exíguo de uma foto e descomunal em termos de universo. Ver para crer. A ciência precisa ver para crer ou confirmar a crença que ali existam ou possam existir galáxias. No buraco negro das mentes científicas, não há um telescópio da fé que possa lhes fazer entender que simplesmente encontraram Deus e não o viram. 

segunda-feira, 31 de julho de 2023

ORAÇÃO A JESUS, SALVADOR DO MUNDO

Jesus, Salvador do mundo,
Nós Vos suplicamos, ouvi-nos, Jesus!

Que Vos digneis conservar na santa religião ao soberano Pontífice e as Ordens eclesiásticas, e conceder a todos os cristãos a paz e a unidade da fé.
Nós Vos pedimos, ouvi-nos, Jesus!

Que Vos digneis livrar as nossas almas, as de nossos pais, irmãos, parentes e benfeitores, da condenação eterna.
Nós Vos pedimos, ouvi-nos, Jesus!

Que Vos digneis conceder a todos os fiéis defuntos o descanso eterno,
Nós Vos pedimos, ouvi-nos, Jesus!

Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo,
Perdoai-nos, Senhor!

Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo,
Ouvi-nos, Senhor!

Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo,
Tende piedade de nós!

Pai Nosso... Ave Maria...

Graças e louvores se deem a todo o momento (3x)
Ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!

DOUTORES DA IGREJA (XIX)

 19São Francisco de Sales, Bispo (†1622)

Doutor da Caridade
Concessão do título: 1877 - Papa Pio IX

Celebração: 24 de janeiro (Memória Obrigatória)

 Obras e Escritos 

  • Filoteia ou Introdução à Vida Devota
  • Tratado do Amor de Deus
  • Catecismo das Tentações
  • Palestras Íntimas
  • A Controvérsia Católica
  • Viver em Oração
  • Máximas de Direção Espiritual

domingo, 30 de julho de 2023

EVANGELHO DO DOMINGO

    

'Como eu amo, Senhor, a vossa lei, vossa palavra!(Sl 118)

Primeira Leitura (1Rs 3,5.7-12) - Segunda Leitura (Rm 8,28-30)  -  Evangelho (Mt 13,44-52)
 
 30/07/2023 - Décimo Oitavo Domingo do Tempo Comum

36. O REINO DE DEUS (II)


No Evangelho deste Domingo, contemplamos ainda os ensinamentos de Jesus sobre o verdadeiro sentido do Reino de Deus, por meio de parábolas manifestadas à multidão reunida à sua volta, às margens do mar da Galileia. Nesta temática comum a todo o Capítulo 13 do Evangelho de São Mateus, Jesus já lhes havia dado a conhecer a natureza do Reino por meio das parábolas do campo semeado de trigo e de joio, da semente de mostarda e da porção de fermento. Na continuação de sua pregação, Jesus lhes fala do Reino dos Céus por meio de outras três parábolas.

'O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo' (Mt, 13, 44). Eis a verdadeira riqueza deste mundo: buscar, no anonimato e no escondimento aos rumores e apelos mundanos, a vida da graça em plenitude, nas obras de uma vida simples, na alegria do autêntico exercício da fé cristã, nos pequenos atos de amor, no cotidiano de uma vida entregue e consagrada à Deus.

'O Reino dos Céus é também como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola' (Mt 13, 45 - 46). Eis o mesmo tesouro, que tem valor de eternidade, expresso agora como a pérola mais preciosa. Pérola única, especialíssima, pois a Verdade de Deus é única, definitiva, indivisível. Implica, pois, ao homem, buscá-la, empreendendo todos os esforços e persistência em encontrá-la. E, quando a encontra, passa a possuir a própria Verdade de Deus, a maior riqueza deste mundo.

'O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam' (Mt 13, 47 - 48). A busca da pérola preciosa é possível a todos os homens, e lhes é dado igualmente o 'mapa do tesouro': o caminho de santificação pautado numa vida consagrada à Deus. Mas, como o trigo e o joio, peixes bons e imprestáveis serão ponderados pelos 'pescadores' no dia do Juízo, na definitiva separação dos justos e dos pecadores obstinados. Uns, para o Reino de Deus, que já subsiste nos corações do justos; os outros para a condenação eterna, na fornalha de fogo eterno, onde só 'haverá choro e ranger de dentes' (Mt 13, 50).