terça-feira, 1 de agosto de 2023

A IMAGEM DE DEUS


O telescópio espacial James Webb, lançado ao espaço no Natal de 2021, é uma das mais extraordinárias façanhas da ciência humana. Com um espelho principal medindo cerca de 6,5 metros de diâmetro e visão infravermelha, o telescópio permite desvendar as regiões mais profundas do universo conhecido, destacando galáxias, estrelas e sistemas planetários que se mostram totalmente invisíveis à luz natural. A própria jornada do telescópio ao seu ponto de observação no espaço constitui uma epopeia memorável, por superar sem problemas 344 pontos de falha potencialmente impactantes ao sucesso da chamada 'missão impossível'.

A foto acima (divulgada em julho de 2022) constitui a primeira imagem colorida do telescópio divulgada pela NASA, mostrando, ao que aparentemente seria apenas um ponto negro no universo,  um aglomerado de galáxias chamado SMACS 0723, exatamente como era há cerca de 4,6 bilhões de anos. O feito, naturalmente, foi comemorado com entusiasmo louvável por toda a comunidade científica mundial. Todos viram - ou buscaram ver - nesta foto detalhes cosmológicos de estrelas e galáxias distantes e perdidas nos tempos.  

E, surpreendentemente, não veem - ou não querem ver - que esta foto é simplesmente uma imagem de Deus. No absurdo anonimato dos espaços e dos tempos, num buraco negro do universo feito de milhões de anos-luz, existem milhões de estrelas ordenadas e distribuídas sistematicamente no espaço exíguo de uma foto e descomunal em termos de universo. Ver para crer. A ciência precisa ver para crer ou confirmar a crença que ali existam ou possam existir galáxias. No buraco negro das mentes científicas, não há um telescópio da fé que possa lhes fazer entender que simplesmente encontraram Deus e não o viram.