quarta-feira, 12 de abril de 2017

VIA CRUCIS (IV)


Via Crucis 

Décima Estação: Jesus é despojado de suas vestes

V. Nós Vos adoramos, Nosso Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. 
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Considerai a violência com que os carrascos despojam as vestes de Jesus; como as vestes estavam coladas ao Seu Corpo dilacerado pela flagelação e como, neste ato de desnudá-lo, arrancam também as suas carnes.

(pequena pausa para considerar brevemente a cena desta estação)

Ó meu Jesus, que sois a mesma inocência: pelo mérito das dores que padecestes, então, ajudai-me a depor toda afeição às coisas da terra, a fim de empregar todo o meu amor em Vós, que sois tão digno de ser amado.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai

Eis a Mãe prostrada diante de tal crueldade /
ver Jesus sendo despido com tanta impiedade

V. Jesus, tende piedade de nós! 
R. Porque somos pecadores!

Jesus, meu Jesus Amado,
no Gólgota, Cordeiro Imolado:
quero seguir Vossos passos
neste caminho de dor
e, com a Cruz nos meus braços,
morrer pelo Vosso amor.

****************

Décima Primeira Estação: Jesus é pregado na Cruz

V. Nós Vos adoramos, Nosso Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. 
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Considerai como Jesus é jogado violentamente sobre a Cruz; como estende as mãos e oferece ao Pai Eterno o sacrifício de sua vida para a nossa salvação; como os algozes o cravam com pregos na Cruz.

(pequena pausa para considerar brevemente a cena desta estação)

Ó meu Jesus, vítima do maior desprezo: prendei o meu coração aos vossos pés, a fim de que aí perpetuamente fique, para Vos amar sempre e que nunca Vos deixe de hoje em diante.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai

Eis a Mãe desesperada, gemendo pelo seu Jesus /
pregado pelas mãos e pés no lenho duro da Cruz

V. Jesus, tende piedade de nós! 
R. Porque somos pecadores!

Jesus, meu Jesus Amado,
no Gólgota, Cordeiro Imolado:
quero seguir Vossos passos
neste caminho de dor
e, com a Cruz nos meus braços,
morrer pelo Vosso amor.

****************

Décima Segunda Estação: Jesus morre na Cruz

V. Nós Vos adoramos, Nosso Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. 
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Considerai Jesus agonizando por três horas na Cruz. Finalmente, extenuado de dores, abandona-se ao peso do seu corpo, inclina a cabeça e morre...

(pequena pausa para considerar brevemente a cena desta estação)

Ó meu Jesus, vítima de amor: eu beijo com ternura esta cruz (fazer este gesto), na qual Vos vejo morrer por mim. Ah! pelos vossos merecimentos, dai-me a graça de morrer, abraçando os Vossos pés e ardendo de amor por Vós. Nas Vossas mãos, ponho a minha alma.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai

Eis a Mãe da Aflição, Nossa Senhora das Dores /
vendo Jesus morrer pela salvação dos pecadores

V. Jesus, tende piedade de nós! 
R. Porque somos pecadores!

Jesus, meu Jesus Amado,
no Gólgota, Cordeiro Imolado:
quero seguir Vossos passos
neste caminho de dor
e, com a Cruz nos meus braços,
morrer pelo Vosso amor.

terça-feira, 11 de abril de 2017

VIA CRUCIS (III)


Via Crucis 

Sétima Estação: Jesus cai pela segunda vez

V. Nós Vos adoramos, Nosso Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. 
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Considerai como esta nova queda torna a dor de Jesus ainda mais aguda, ele que já estava sofrendo tanto, por renovar todas as feridas da Sua cabeça e do Seu Corpo Sagrado.

(pequena pausa para considerar brevemente a cena desta estação)

Ó mansidão do meu Jesus: quantas vezes me tendes perdoado e eu, quantas vezes, tenho renovado as ofensas contra Vós. Ah! pelo mérito desta queda, ajudai-me a perseverar na vossa graça até a morte.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai

Eis a Mãe oprimida pelos rugidos da insensatez /
vendo Jesus desfalecer e cair pela segunda vez

V. Jesus, tende piedade de nós! 
R. Porque somos pecadores!

Jesus, meu Jesus Amado,
no Gólgota, Cordeiro Imolado:
quero seguir Vossos passos
neste caminho de dor
e, com a Cruz nos meus braços,
morrer pelo Vosso amor.

****************

Oitava Estação: Jesus fala às mulheres de Jerusalém

V. Nós Vos adoramos, Nosso Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. 
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Considerai Jesus regando com o Seu Sangue o caminho do Calvário e dizendo às mulheres que dEle se compadeceram: 'Não choreis por Mim, chorai sobre os vossos filhos e os vossos pecados'.

(pequena pausa para considerar brevemente a cena desta estação)

Ó Jesus, tão acabrunhado de dores: eu choro amargamente as ofensas que Vos tenho feito, não somente por causa dos castigos que hei merecido, mas sobretudo por causa do desgosto que Vos tenho causado, a Vós que tanto me amais.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai

Eis a Mãe suplicante, vítima oferente também, /
vendo Jesus se compadecer das filhas de Jerusalém

V. Jesus, tende piedade de nós! 
R. Porque somos pecadores!

Jesus, meu Jesus Amado,
no Gólgota, Cordeiro Imolado:
quero seguir Vossos passos
neste caminho de dor
e, com a Cruz nos meus braços,
morrer pelo Vosso amor.

****************

Nona Estação: Jesus cai pela terceira vez

V. Nós Vos adoramos, Nosso Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. 
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Considerai a enorme fraqueza de Jesus agora e a nem um pouco menor crueldade dos Seus carrascos, que O obrigam a forçar o passo, quando, a muito custo, ainda consegue permanecer de pé.

(pequena pausa para considerar brevemente a cena desta estação)

Ah! meu Jesus, calcado aos pés: pela fraqueza que quisestes ficar reduzido no Calvário, dai-me a força de vencer o respeito humano e todos os maus pendores, que me levaram outrora a desdenhar a Vossa amizade.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai

Eis a Mãe das tristezas, Senhora da desolação,/
vendo Jesus, pela terceira vez, tombar ao chão

V. Jesus, tende piedade de nós! 
R. Porque somos pecadores!

Jesus, meu Jesus Amado,
no Gólgota, Cordeiro Imolado:
quero seguir Vossos passos
neste caminho de dor
e, com a Cruz nos meus braços,
morrer pelo Vosso amor.

11 DE ABRIL - SANTA GEMMA GALGANI



Mística, contemplativa, estigmatizada, Santa Gemma Galgani foi contemplada por Deus com um enorme acervo de privilégios, graças e carismas, como os estigmas da Paixão, a coroa de espinhos, a flagelação e o suor de sangue, êxtases frequentes, espírito de profecia, discernimento dos espíritos e visões de Nosso Senhor, de sua Mãe Santíssima, de São Gabriel e uma incrível familiaridade com o seu Anjo da Guarda. Nasceu em  12 de março de 1878 em Camigliano, um vilarejo situado perto de Lucca, na Itália, de família católica tradicional e faleceu, com apenas 25 anos, no Sábado Santo de 11 de Abril de 1903. Foi canonizada a 2 de março de 1940, apenas trinta e sete anos depois da sua morte.

Palavras do Anjo da Guarda à Santa Gemma:

'Lembra, filha, que aquele que ama verdadeiramente Jesus fala pouco e suporta muito. Eu te ordeno, em nome de Jesus, de nunca dar a tua opinião a menos que ela seja pedida; de nunca insistir na tua opinião, mas a ficar em silêncio imediatamente. Quando tiveres cometido qualquer erro, acusa-te a ti mesma dele imediatamente sem esperar que os outros o façam... Lembra-te de guardar os teus olhos e considera que os olhos mortificados possuirão as belezas do Céu.'

Santa Gemma Galgani, rogai por nós!

VIA CRUCIS (II)


Via Crucis 

Quarta Estação: Jesus encontra a Sua Mãe

V. Nós Vos adoramos, Nosso Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. 
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Considerai o encontro de Jesus com Maria, neste caminho de dores. O Filho olha para a Sua Mãe e esta olha para o Filho. Estes olhares de um para o outro transpassam, como outras tantas setas, dois corações que amam tão ternamente.

(pequena pausa para considerar brevemente a cena desta estação)

Ó meu terno Jesus: concedei-me a graça de ser verdadeiro servo de Vossa Mãe Santíssima. E Vós, minha Rainha das dores, alcançai-me, pela vossa intercessão, uma contínua e terna lembrança da paixão de Vosso Filho.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai

Eis a Mãe lacrimosa, vergada em tremores / 
transpassada de dor no caminho das dores

V. Jesus, tende piedade de nós! 
R. Porque somos pecadores!

Jesus, meu Jesus Amado,
no Gólgota, Cordeiro Imolado:
quero seguir Vossos passos
neste caminho de dor
e, com a Cruz nos meus braços,
morrer pelo Vosso amor.

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Quinta Estação: Jesus é ajudado por Cireneu

V. Nós Vos adoramos, Nosso Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. 
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Considerai que Jesus está tão desfalecido que os seus inimigos obrigam Simão de Cirene a ajudá-lo a carregar a cruz.

(pequena pausa para considerar brevemente a cena desta estação)

Ó meu dulcíssimo Jesus: longe de mim recusar, como Simão Cireneu, a levar a cruz; eu a aceito e a abraço, aceito em particular a que me é reservada, com todas as penas que hão de acompanhá-la; eu a uno à Vossa morte e vo-la ofereço em sacrifício: ajudai-me com a Vossa Graça.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai

Eis a Mãe esmagada pelo sacrifício pungente /
ao qual Jesus se oferece como vítima inocente

V. Jesus, tende piedade de nós! 
R. Porque somos pecadores!

Jesus, meu Jesus Amado,
no Gólgota, Cordeiro Imolado:
quero seguir Vossos passos
neste caminho de dor
e, com a Cruz nos meus braços,
morrer pelo Vosso amor.

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Sexta Estação: Verônica enxuga o rosto de Jesus 

V. Nós Vos adoramos, Nosso Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. 
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Considerai como Verônica, vendo Jesus extenuado, toma uma toalha e com ela enxuga o rosto de Jesus, banhado de suor e sangue.

(pequena pausa para considerar brevemente a cena desta estação)

Ó meu Jesus, meu amor: éreis antes o mais belo dos filhos dos homens; as feridas e o sangue Vos desfiguraram todo. Ah! minha alma também era bela, mas não tardei manchá-la pelos meus pecados; só Vós, ó meu Redentor, podeis restituir-me a primeira beleza; concedei-me este favor, eu Vo-lo peço pela Vossa Paixão.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai

Eis a Mãe abismada, do Filho tão querido, /
agora ensanguentado e em chagas consumido

V. Jesus, tende piedade de nós! 
R. Porque somos pecadores!

Jesus, meu Jesus Amado,
no Gólgota, Cordeiro Imolado:
quero seguir Vossos passos
neste caminho de dor
e, com a Cruz nos meus braços,
morrer pelo Vosso amor.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

VIA CRUCIS (I)


Via Crucis 

(Concessão de INDULGÊNCIA PLENÁRIA a todo cristão que rezá-la em caráter devoto e penitencial, nos termos prescritos pela Igreja - item 63 do Manual das Indulgências)

ORAÇÃO INICIAL

Meu Senhor Jesus Cristo, Vós percorrestes com tão grande amor este caminho para morrer por mim e eu vos tenho ofendido tantas vezes apartando-me de Vós pelo pecado. Mas eu vos amo de todo o meu coração e, porque vos amo, me arrependo sinceramente de todas as ofensas que vos tenho feito. Perdoai-me, Senhor, e permiti que eu vos acompanhe nesta caminho. Se vais morrer por meu amor, eu também quero viver e morrer pelo Vosso amor, meu amado Redentor. Sim, meu Jesus, eu quero sempre viver e morrer unido a Vós.

Primeira Estação: Jesus é condenado à morte

V. Nós Vos adoramos, Nosso Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. 
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Considerai como Jesus, depois de ter sido açoitado e coroado de espinhos, foi injustamente condenado por Pilatos à morte na Cruz.

(pequena pausa para considerar brevemente a cena desta estação)

Ó meu adorável Jesus: não foi Pilatos, mas sim os meus pecados que vos condenaram à morte. Ah! pelo merecimento deste doloroso caminho, peço-Vos assistais a minha alma na viagem para a eternidade.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai

Eis a Mãe dolorosa, aos pés da Cruz / 
com a alma em agonia, vendo dela pender Jesus.

V. Jesus, tende piedade de nós! 
R. Porque somos pecadores!

Jesus, meu Jesus Amado,
no Gólgota, Cordeiro Imolado:
quero seguir Vossos passos
neste caminho de dor
e, com a Cruz nos meus braços,
morrer pelo Vosso amor.

****************

Segunda Estação: Jesus carrega a Cruz 

V. Nós Vos adoramos, Nosso Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. 
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Considerai como Jesus, caminhando para o Calvário com a cruz nos seus ombros; Ele pensa em Vós e oferece a Deus, pela vossa salvação, a morte que vai padecer.

(pequena pausa para considerar brevemente a cena desta estação)

Ó meu amabilíssimo Jesus: abraço todas as penas que me enviardes até a morte; peço-Vos, pelo merecimento das dores que sofrestes, quando levastes nos ombros a Vossa Cruz, ajudai-me a levar a minha com paciência e resignação perfeita.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai

Eis a Mãe consternada, transpassada pela dor / 
vendo Jesus se imolar por infinito Amor

V. Jesus, tende piedade de nós! 
R. Porque somos pecadores!

Jesus, meu Jesus Amado,
no Gólgota, Cordeiro Imolado:
quero seguir Vossos passos
neste caminho de dor
e, com a Cruz nos meus braços,
morrer pelo Vosso amor.

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Terceira Estação: Jesus cai pela primeira vez

V. Nós Vos adoramos, Nosso Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. 
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Considerai que as carnes do Seu Corpo estão rasgadas pelos açoites; a sua cabeça está coroada de espinhos; o Seu Sangue corre em abundância. Sua fraqueza é tão grande que é muito difícil dar sequer um passo...

(pequena pausa para considerar brevemente a cena desta estação)

Ó meu amadíssimo Jesus: não é o peso da Vossa Cruz, mas os meus pecados que Vos fazem sofrer tantas penas. Ah! pelo mérito desta primeira queda, livrai-me de cair em pecado mortal.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai

Eis a Mãe piedosa, em tormentosa aflição / 
vendo seu Filho Amado, prostrado ao chão 

V. Jesus, tende piedade de nós! 
R. Porque somos pecadores!

Jesus, meu Jesus Amado,
no Gólgota, Cordeiro Imolado:
quero seguir Vossos passos
neste caminho de dor
e, com a Cruz nos meus braços,
morrer pelo Vosso amor.

domingo, 9 de abril de 2017

'HOSANA AO FILHO DE DAVI!'

Páginas do Evangelho - Domingo de Ramos


No Domingo de Ramos, tem início a Semana Santa da paixão, morte e ressurreição de Nosso senhor Jesus Cristo. Jesus entra na cidade de Jerusalém para celebrar a Páscoa judaica com os seus discípulos e é recebido como um rei, como o libertador do povo judeu da escravidão e da opressão do império romano. Mantos e ramos de oliveira dispostos no chão conformavam o tapete de honra por meio do qual o povo aclamava o Messias Prometido: 'Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas'.

Jesus, montado em um jumento, passa e abençoa a multidão em polvorosa excitação. Ele conhece o coração humano e pode captar o frenesi e a euforia fácil destas pessoas como assomos de uma mobilização emotiva e superficial; por mais sinceras que sejam as manifestações espontâneas e favoráveis, falta-lhes a densidade dos propósitos e a plena compreensão do ministério salvífico de Cristo. Sim, eles querem e preconizam nEle o rei, o Ungido de Deus, movidos pelas fáceis tentações humanas de revanche, libertação, glória e poder.

Mas Jesus, rei dos reis, veio para servir e não para reinar sobre impérios forjados pelos homens. '... meu reino não é deste mundo' (Jo 18, 36). Jesus vai passar no meio da multidão sob ovações e hosanas de aclamação festiva; mais tarde, Jesus vai ser levado sob o silêncio e o desprezo de tantos deles, para o cimo de uma cruz no Gólgota. Dos hosanas de agora ao 'Seja crucificado!' (Mt 27, 22 e 23) de mais além, o desvario humano fez Deus morrer na cruz. 

Neste Domingo de Ramos, o Evangelho evoca todas as cenas e acontecimentos que culminam no calvário de Nosso Senhor Jesus Cristo: os julgamentos de Pilatos e Herodes, a condenação de Jesus, a subida do calvário, a crucificação entre dois ladrões e a morte na cruz...'Eli, Eli, lamá sabactâni?' (Mt 27, 46). Na paixão e morte de cruz, Jesus revela seu amor desmedido pela criação do Pai e desnuda a perfídia, a ingratidão, a falsidade e a traição dos que se propõem a amar apenas com um amor eivado pelos privilégios e concessões aos seus próprios interesses e vantagens. Os valores passageiros do mundo não valem nada; os mistérios da graça têm a Cruz de Cristo como caminho, verdade, vida e medida para a eternidade!

SENHOR DOS PASSOS


Nosso Senhor dos Passos é a devoção celebrada pela Santa Igreja, desde a Idade Média, em memória à Via Crucis percorrida por Jesus na sua Paixão e Morte no Calvário. Jesus é representado com a cruz às costas, símbolo maior da fé cristã: pela cruz, fomos resgatados do pecado; pela cruz, nos foi legada a salvação da humanidade. A devoção teve início com a visita dos cruzados aos lugares santos do caminho para o Calvário percorrido por Jesus, fixados nas 14 estações da Via sacra, no século XVI:

I. Jesus é condenado à morte
II. Jesus carrega a Cruz às costas
III. Jesus cai pela primeira vez
IV. Jesus encontra a sua Mãe
V. Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a Cruz
VI. Verônica limpa o rosto de Jesus
VII. Jesus cai pela segunda vez
VIII. Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
IX. Terceira queda de Jesus
X. Jesus é despojado de suas vestes
XI Jesus é pregado na Cruz
XII. Morte de Jesus na Cruz
XIII. Descida do corpo de Jesus da Cruz
XIV. Sepultamento de Jesus

Neste tempo da Quaresma e às vésperas da Semana Santa, esta devoção é comumente celebrada sob a forma de duas procissões distintas:

(i) a primeira é a chamada 'Procissão do Depósito' (comumente realizada no 'Sábado dos Passos', que antecede o Domingo de Ramos), em que a imagem velada de Nosso Senhor dos Passos é conduzida até uma determinada igreja (procissão similar é comumente realizada no dia anterior, com a imagem de Nossa Senhora das Dores);

(ii) a segunda é a chamada 'Procissão do Encontro', na qual a imagem do Senhor dos Passos é levada ao encontro de sua Mãe Santíssima (representada em outra procissão, vinda de direção diferente, como Nossa Senhora das Dores), que haviam sido previamente encerradas em igrejas próximas, pelas respectivas procissões de depósito.

A procissão do encontro, em muitas regiões, acontece na Quarta-feira Santa à noite; em outras, é comumente realizada na tarde do Domingo de Ramos. De acordo com uma tradição muito antiga, são as mulheres que devem fazer a procissão que conduz a imagem de Nossa Senhora das Dores, com cantos penitenciais e com figuras bíblicas representando Maria Madalena, Verônica e outras mulheres que acompanharam a caminhada de Jesus para o Calvário. A outra procissão fica ao encargo dos homens, que carregam a imagem do Senhor dos Passos, figura de Jesus Cristo coroado de espinhos e carregando uma cruz. 

As duas procissões, convergem, então, para o local do encontro, onde é proferido o chamado 'Sermão do Encontro', no qual são relembrados os fatos ocorridos na Sexta-feira Santa e se recorda as dores de Nossa Senhora e o sofrimento de Jesus, conclamando o povo à penitência e à conversão. Nesta exortação, o pregador proclama o chamado 'Sermão das Sete Palavras', alusão direta às sete breves frases pronunciadas por Jesus durante a sua crucificação: 

1. 'Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem' (Lc 23,34 a);
2. 'Hoje estarás comigo no paraíso' (Lc 23,43);
3. 'Mulher eis aí o teu filho, filho eis aí a tua mãe' (Jo 19,26-27);
4. 'Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonastes?!' (Mc 15,34);
5. 'Tenho sede' (Jo 19,28 b);
6. 'Tudo está consumado' (Jo 19,30 a);
7. 'Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito' (Lc 23,46 b).

Após o sermão, Verônica entoa um hino e mostra a toalha ensanguentada com a face de Cristo. A parte final da procissão consiste na condução conjunta de ambas as imagens até um destino final, representando os Passos da Paixão no caminho do Calvário. O evento é, então, finalizado, com o chamado 'Sermão do Calvário', que proclama as dores e sofrimentos de Jesus ao longo de sua condenação, paixão, crucificação e morte na cruz.

ORAÇÕES A NOSSO SENHOR DOS PASSOS

'Ó Jesus, relembro tua Paixão, teu Calvário e tuas dores. Olhando as imagens do Senhor carregando a Cruz, imagens com as quais te invocamos sob o título de Nosso Senhor dos Passos e veneramos como símbolos de teu sacrifício e representação de teu ato de amor salvífico, que foi teu sacrifício na cruz, te pedimos como teu discípulo Pedro: Senhor, salva-nos! Salva-nos por tua Cruz, salva-nos por teu sangue; salva-nos por tua misericórdia; salva-nos por teu amor e cura-nos de nossas feridas tanto físicas quanto espirituais, emocionais e psíquicas. Amém'.

'Meu Jesus, Senhor dos Passos, açoitado, coroado de espinhos, escarnecido e cuspido, condenado à morte, carregado com a cruz, caído por terra, pregado no madeiro! Vós sois a Vítima das nossa iniquidades. Eu quero acompanhar os vossos dolorosos passos rumo ao Calvário, em cujo cimo consumiu-se a vossa vida. Mas, do vosso sacrifício, brotou a nossa salvação. Senhor dos Passos, perdoai as minhas maldades e apagai os pecados de todo o mundo. Meu Jesus, Senhor dos Passos, tende piedade de nós. Amém'.