segunda-feira, 8 de abril de 2024

OITO MANEIRAS DE UM CATÓLICO PERDER A FÉ (I)

I - Frequentando Escolas Não Católicas

Há diferentes causas que levam à apostasia da fé - à infidelidade. O meio mais bem sucedido empregado por Satanás para provocar gradualmente um afastamento universal de Cristo e de sua religião, é a inplantação do atual sistema de educação pública ou sistema estatal. Nessas escolas, nenhuma menção a Deus e à religião deve ser feita, pois a melhor maneira de abolir a religião é não ensinar nenhuma

Nelas, as crianças devem ser educadas como infieis. Mas há alguns que afirmam que 'não há ensino sectário nas escolas públicas e, consequentemente, um católico pode enviar seus filhos para elas sem expô-los a qualquer perigo'. Agora, mesmo supondo que realmente não houvesse ensino sectário nas escolas comuns, mesmo assim um pai católico não deveria enviar seus filhos para tal escola sem expô-los ao maior perigo. Aqueles que aprovam a escola pública, porque nada sectário é ensinado nela, agem como um certo lavrador que desejava transplantar uma bela árvore jovem para uma certa parte de seu jardim. Ao examinar o novo lugar, porém, descobre que o solo está cheio de espécies venenosos, que colocariam em grande perigo a vida da árvore. Transplanta-a, então, para uma colina arenosa, onde não há, de fato, tais espécies venenosas, mas onde também não há suprimentos adequados para a árvore. Alguém poderá afirmar que a jovem árvore não correrá o risco de perecer nesse novo lugar? E alguém dirá que a fé e a alma de uma criança não correm o risco de serem arruinadas nessas escolas sem Deus? 

... E mesmo que às crianças católicas nem sempre sejam expressamente ensinadas doutrinas opostas à sua religião, os livros escolares que elas usam estão frequentemente contaminados com preconceitos e deturpações anti-católicas... Conhecimento sólido, uma cabeça sã, fé forte e grande graça, tudo isso combinado pode, de fato, preservar alguém que a necessidade de sua posição pode levar a escolas não-católicas; mas ninguém negará que essa literatura anti-católica deve exercer uma influência muitíssima perniciosa sobre todos aqueles que, sem preparação suficiente da natureza ou da graça, mergulham nela, na busca de diversão ou conhecimento. As ideias protestantes não farão com que o católico se torne protestante, não há muito perigo disso, mas tenderão a torná-lo um infiel; destruirão os seus princípios sem colocar outros no seu lugar; relaxarão e amortecerão todo o homem espiritual.

Nessas escolas, as crianças católicas são ensinadas que a Igreja Católica é o berçário da ignorância e do vício; elas são ensinadas que todo o conhecimento, civilização e virtude que o mundo agora possui, são descendentes da chamada 'Reforma'. Não aprendem nada sobre a verdadeira história de Espanha, Portugal, Itália, França, Irlanda, Áustria e outros países católicos da Europa; não aprendem nada sobre a verdadeira história do México e dos vários países católicos da América do Norte e do Sul. Nunca ouvem falar das vastas bibliotecas de conhecimento católico, das ricas dotações da educação católica, em todo o mundo, durante séculos; nunca ouvem falar das inúmeras universidades, faculdades, academias e escolas livres estabelecidas pela Igreja Católica e pelos governos católicos, em toda a cristandade. Onde está o livro da escola comum cujo autor tem honestidade suficiente para reconhecer que mesmo as famosas universidades de Oxford e Cambridge foram fundadas por católicos e saqueadas de seus legítimos possuidores por um governo apóstata?

... Ora, pretendemos que os nossos filhos sejam ensinados a amar e a reverenciar a sua santa Igreja. Queremos ensinar-lhes que essa Igreja tem sido, por mais de mil e oitocentos anos, a fiel guardiã daquela mesma Bíblia da qual os protestantes se gabam tanto, e que eles tanto desonram. Desejamos que os nossos filhos aprendam que a Igreja Católica tem sido, em todas as épocas, a amiga e fiel servidora da verdadeira liberdade, isto é, a liberdade unida à ordem e à justiça. Queremos que eles saibam que a Igreja Católica tem sido sempre a zelosa guardiã da santidade do matrimônio; que ela sempre o defendeu contra a luxúria brutal e os tribunais pagãos de divórcio. Desejamos que os nossos filhos, em suma, considerem a Igreja como a única esperança da sociedade, a única salvação do seu país, o único meio de preservar intactas todas as bênçãos da liberdade.

... Um certo amigo meu, homem de grande saber e experiência, escreveu-me, um dia, que ele próprio tinha sido, na sua juventude, submetido a uma formação universitária; que, seja por natureza ou por graça, ou ambas combinadas, a ela resistiu e escapou. 'Mas' - acrescenta ele - 'pela minha observação e experiência, eu diria que foi necessário um milagre para a minha juventude católica escapar dos efeitos condenáveis de uma educação não-católica'... Afirmo que um menino católico de tenra idade, e talvez de formação descuidada, pode ser preservado da contaminação moral, em escolas públicas e mistas por nada menos que um milagre. Não vou discutir lógica com ninguém sobre isso. É uma questão de fato. Por conseguinte afirmo-o, como um resultado comprovado que, na maioria dos casos, uma escola sem religião levará a maioria dos alunos católicos a uma total negligência da sua religião.

(Excertos da obra 'Apostles' Creed', do Pe. Muller, 1889, tradução do autor do blog)