quinta-feira, 8 de junho de 2017

UMA CARTA DO PADRE PIO

Meu caríssimo Padre,

Na sexta-feira pela manhã, eu ainda estava na cama quando Jesus me apareceu. Estava todo maltratado e desfigurado. Ele me mostrou uma grande multidão de sacerdotes regulares e seculares, entre os quais vários dignitários eclesiásticos; destes, uns estavam celebrando, outros falando, e outros se despindo das vestes sagradas.

Como a visita de Jesus angustiado causava-me muita dor, eu quis lhe perguntar por que Ele sofria tanto. Não obtive resposta. Contudo, seu olhar recaiu sobre aqueles sacerdotes; mas, pouco depois, quase como se estivesse horrorizado e cansado de ver, Ele retirou o olhar e, quando o pousou sobre mim, com grande horror observei duas lágrimas que lhe sulcavam o rosto. Ele se afastou daquela multidão de sacerdotes com uma grande expressão de desgosto em seu rosto, gritando: 'açougueiros!'

E voltando-se para mim, disse: 'Meu filho, não creia que minha agonia durou apenas três horas; não, Eu estarei, por causa das almas mais beneficiadas por mim, em agonia até o fim do mundo. Durante o tempo de minha agonia, meu filho, não se deve dormir. Minha alma vai à procura de qualquer gota de piedade humana, mas ai daqueles que me deixam sozinho sob o peso da indiferença. A ingratidão e o sono dos meus ministros tornam mais aguda a minha agonia.

Ai daqueles que correspondem mal ao meu amor! E o que mais me aflige e custa é que, à indiferença, eles somam o desprezo, a incredulidade. Quantas vezes estive para fulminá-los, se não fosse impedido pelos anjos e pelas almas que me veneram. Escreva ao seu diretor espiritual e narra-lhe tudo o que viu e ouviu de mim esta manhã. Diga a ele que mostre sua carta ao Padre provincial...'

Jesus ainda continuou, mas o que me disse jamais poderei revelar a nenhuma criatura deste mundo. Esta aparição causou-me tanta dor no corpo, e mais ainda na alma, que durante todo o dia fiquei prostrado e achei que ia morrer, se o dulcíssimo Jesus já não me tivesse revelado. Jesus tem infelizmente razão de lamentar de nossa ingratidão! Quantos de nossos irmãos desgraçados não correspondem ao amor de Jesus lançando-se de braços abertos na infame seita da maçonaria! Oremos para que o Senhor ilumine suas almas e toque seus corações.

(Lettera di Padre Pio al suo padre spirituale P. Agostino' transcrita em 'Padre Pio da Pietrelcina', 2002)