(O Desbravador, julho/agosto de 1996)
sexta-feira, 5 de janeiro de 2018
quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
SUMA TEOLÓGICA EM FORMA DE CATECISMO (V)
XVI
DAS FACULDADES AFETIVAS: O LIVRE ARBÍTRIO
Há no homem faculdades distintas das cognoscitivas?
Sim, Senhor; as afetivas.
Que entendeis por faculdades afetivas?
O poder que o homem tem de propender para o que as faculdades cognoscitivas lhe apresentam como bom e de fugir do que como mau lhe põem diante dos olhos.
Quantas classes de faculdades afetivas há no homem?
Duas, correspondentes às duas espécies de conhecimento que estudamos.
Que nome recebe a primeira?
O de apetite sensitivo (LXXXI)*.
E a segunda?
A segunda chama-se vontade (LXXXII).
Recebe também a vontade o nome de apetite?
Sim, Senhor; porém em sentido mais nobre e espiritual.
Qual das duas faculdades é mais perfeita?
A vontade.
Se o homem possui livre arbítrio, é devido à vontade?
Sim, Senhor; porque, sendo o bem em geral (bonum commune) o único que a vontade ama necessariamente, quando solicitada por bens particulares permanece senhora de seus atos, podendo por consequência, inclinar-se a querer ou a não querer (LXXXVIII).
A liberdade humana reside exclusivamente na vontade?
Não Senhor; na vontade unida à inteligência.
O homem dotado de livre arbítrio, em virtude da inteligência e da vontade, é o rei da criação neste mundo corpóreo?
Sim, Senhor; porque os outros seres materiais são inferiores a ele, por natureza, e todos foram criados para que o servissem na peregrinação que há de empreender, até que volte ao seio de Deus, de cujas mãos saiu.
XVII
ORIGEM DIVINA DO HOMEM
Descendem dos mesmos pais todos os homens que existem e têm existido no mundo?
Sim, Senhor.
Como se chamavam os primeiros pais da linhagem humana?
Adão e Eva.
E eles, por sua vez, donde procediam?
Foram criados por Deus.
Como Deus os criou?
Dando-lhes corpo e alma.
Como produziu Deus as suas almas?
Por criação.
E os corpos?
O mesmo Deus nos revelou que modelou com barro o corpo de Adão e, de uma das suas costelas, formou o corpo de Eva (XCI, XCII).
O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus?
Sim, Senhor (XCIII).
Que quer dizer que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus?
Que a natureza e operações mais elevadas do homem lhe permitem entrever a natureza divina e a vida íntima da Augusta Trindade e imitam de certo modo a perfeição das pessoas divinas (XCIII, 5).
Por que se reflete, na natureza e nas operações mais nobres do homem, a natureza divina?
Porque também a nossa alma é espiritual e as suas operações mais perfeitas, entender e amar, têm por objeto a primeira Verdade e o Bem supremo, que é o mesmo Deus (XCII, 5-7).
Por que nos atos de entender e amar podemos ver uma semelhança da vida íntima da Augusta Trindade?
Porque o nosso Espírito, ao pensar em Deus, concebe um verbo interior que lhe serve de objeto e, sob a influência do pensamento produtor do Verbo, brota o ato de amar o objeto concebido pelo espírito (XCIII, 6).
De que modo podemos imitar a perfeição própria das Pessoas divinas?
Podemos, à sua semelhança, ter como primeiro objeto e último fim de nossos pensamentos e afetos a Deus, concebido no entendimento e adorado no coração (XCIII, 6).
Não há no mundo corpóreo, além do homem, algum outro ser feito à imagem e semelhança de Deus?
Não, Senhor; porque somente o homem possui natureza espiritual (XCIII, 2).
Logo, nas criaturas inferiores, nada há por onde venhamos ao conhecimento de Deus?
Sim, Senhor; porque, em razão das perfeições materiais de que foram dotadas, são como impressões ou vestígios da mão de Deus, seu criador (XCIII, 6).
XVIII
DO ESTADO FELIZ EM QUE FOI CRIADO O HOMEM
Criou Deus o homem perfeito?
Sim, Senhor.
Que bens compreendia o primitivo estado de felicidade em que o homem foi criado?
Ciência claríssima e universal, justiça original unida à prática de todas as virtudes, império absoluto da alma sobre o corpo e domínio sobre todas as criaturas (XCIV, XCV, XCVI).
Possuía o primeiro homem estes bens, na qualidade de privilégio exclusivo e intransferível?
Em relação à ciência, sim Senhor; porém, a justiça original e os dons de integridade se transmitiriam por geração a todos os seus descendentes, porque eram inseparáveis da natureza humana enquanto deles não fosse o homem despojado pelo pecado (XCIV, 1).
Estava o homem sujeito à morte?
Não, Senhor (XCVI, 2).
Estava isento de sofrimento e de dor?
Sim, Senhor; visto que a alma, por especial privilégio, protegia o corpo contra todo o mal e ela por sua vez de coisa alguma podia receber dano, enquanto a vontade permanecesse submissa a Deus (XCVII, 2).
Logo, o homem foi criado em estado de verdadeira felicidade?
Sim, Senhor.
E aquela felicidade era a última e suprema a que podia aspirar?
Não, Senhor; era temporal e a ela devia seguir-se outra mais alta e definitiva (XCIV, 1, ad 1).
Como poderíamos chamá-la?
A primeira felicidade inicial, durante a qual o homem contrairia méritos para alcançar, a titulo de recompensa, o estado de felicidade último e perfeito (XCIV, 1,2, 2; XCV, 4).
Onde receberia o homem o galardão que havia de coroar a sua felicidade?
No céu da glória, em companhia dos anjos, para onde seria levado por Deus, depois de algum tempo de prova e méritos no primitivo estado (XCIV. 1, ad 1).
Onde habitaria o homem, enquanto contraía méritos para ser levado á glória?
Num jardim de delicias, expressamente preparado por Deus (CII).
Como se chamou aquele lugar de delícias?
Paraíso terreal.
* referências aos artigos da obra original
('A Suma Teológica de São Tomás de Aquino em Forma de Catecismo', de R.P. Tomás Pègues, tradução de um sacerdote secular).
terça-feira, 2 de janeiro de 2018
VERSUS: ANO NOVO X ANO LITÚRGICO
03/12/2017
Neste dia, teve início um novo ano litúrgico da Santa Igreja com o Tempo do Advento, período que os cristãos são conclamados a viver em plenitude as graças da expectativa, da conversão e da esperança, à espera do Senhor Que Vem. A liturgia da Igreja Católica divide os anos em A, B e C, em função da referência da proclamação dos textos bíblicos sinóticos nas missas a cada um dos evangelistas: Mateus no ano A, Marcos no ano B e Lucas no ano C. O Ano Litúrgico 2017-2018 é o Ano B, no qual os exemplos e ensinamentos de Jesus Cristo são proclamados a cada domingo pelas leituras do Evangelho de São Marcos. A concepção católica do tempo tem dimensão passado-presente-futuro, tendo a eternidade como meta final e referência absoluta no advento e na ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sagrada.
‘Eu estarei convosco todos os dias até a consumação do mundo’
(Mt 28,20)
(Mt 28,20)
01/01/2018
Neste dia, teve início o ano civil de 2018. O Ano-Novo civil é a comemoração de um novo ano que se inicia, e que é celebrado na passagem de 31 de dezembro para o dia 1º de janeiro, passagem comumente denominada pelo termo francês 'reveillon', que significa 'despertar'. As comemorações invocam roupas brancas, comidas especiais, shows de fogos de artifícios. Muito barulho para ocupar quase sempre um enorme vazio espiritual. O conceito do tempo civil é cíclico, repetitivo, amparado na esperança de que um novo período anual será melhor que o precedente, perspectiva esta sempre imbuída das melhores promessas de renovação dos votos de paz, alegria, amor e fraternidade universal. Ainda assim, promessa de uma nova vida, quase automática, social, polida. Profana.
segunda-feira, 1 de janeiro de 2018
GLÓRIAS DE MARIA: MÃE DE DEUS E RAINHA DA PAZ
No primeiro dia do Ano Novo, a Igreja exalta Maria como Mãe de Deus; o calendário dos santos é aberto com a solenidade da maternidade daquela que Deus escolheu para mãe do Verbo Encarnado. Trata-se da primeira festa mariana proposta pela Igreja Ocidental, moldada sob as palavras eternas de Isabel: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre' (Lc 1,42). Todos os títulos e todas as grandezas de Maria dependem do dogma essencial de sua maternidade divina. Desde a Antiguidade, Maria é chamada 'Mãe de Deus', do grego 'Theotokos', título ratificado pelo Concílio de Éfeso, de 22 de junho de 431. Em 1968, o Papa Paulo VI dedicou o 1° dia do ano como Dia Mundial da Paz. Assim, Maria é louvada também neste dia como Rainha da Paz.
São Cirilo de Alexandria (370-442), na homilia pronunciada no Concílio de Éfeso contra Nestório, que negava ser Maria Mãe de Deus:
'Contemplo esta assembléia de homens santos, alegres e exultantes que, convidados pela santa e sempre Virgem Maria e Mãe de Deus, prontamente acorreram para cá. Embora oprimido por uma grande tristeza, a vista dos santos padres aqui reunidos encheu-me de júbilo. Neste momento vão realizar-se entre nós aquelas doces palavras do salmista Davi: ‘Vede como é bom, como é suave os irmãos viverem juntos bem unidos!’ (Sl 132,1). Salve, ó mística e santa Trindade, que nos reunistes a todos nós nesta igreja de Santa Maria Mãe de Deus. Salve, ó Maria, Mãe de Deus, venerável tesouro do mundo inteiro, lâmpada inextinguível, coroa da virgindade, cetro da verdadeira doutrina, templo indestrutível, morada daquele que lugar algum pode conter, virgem e mãe, por meio de quem é proclamado bendito nos santos evangelhos ‘o que vem em nome do Senhor’ (Mt 21,9).
Salve, ó Maria, tu que trouxeste em teu sagrado seio virginal o Imenso e Incompreensível; por ti; é glorificada e adorada a Santíssima Trindade; por ti, se festeja e é adorada no universo a cruz preciosa; por ti, exultam os céus; por ti, se alegram os anjos e os arcanjos; por ti, são postos em fuga os demônios; por ti, cai do céu o diabo tentador; por ti, é elevada ao céu a criatura decaída; por ti, todo o gênero humano, sujeito à insensatez dos ídolos, chega ao conhecimento da verdade; por ti, o santo batismo purifica os que creem; por ti, recebemos o óleo da alegria; por ti, são fundadas igrejas em toda a terra; por ti, as nações são conduzidas à conversão.
E que mais direi? Por Maria, o Filho Unigênito de Deus veio ‘iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte’ (Lc 1,77); por ela, os profetas anunciaram as coisas futuras; por ela, os apóstolos proclamaram aos povos a salvação; por ela os mortos ressuscitam; por ela, reinam os reis em nome da Santíssima Trindade. Quem dentre os homens é capaz de celebrar dignamente a Maria, merecedora de todo louvor? Ela é mãe e virgem. Que coisa admirável! Este milagre me deixa extasiado. Quem jamais ouviu dizer que o construtor fosse impedido de habitar no templo que ele próprio construiu? Quem se humilhou tanto a ponto de escolher uma escrava para ser a sua própria mãe? Eis que tudo exulta de alegria! Reverenciemos e adoremos a divina Unidade, com santo temor veneremos a indivisível Trindade, ao celebrar com louvores a sempre Virgem Maria! Ela é o templo santo de Deus, que é seu Filho e esposo imaculado. A ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.'
E que mais direi? Por Maria, o Filho Unigênito de Deus veio ‘iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte’ (Lc 1,77); por ela, os profetas anunciaram as coisas futuras; por ela, os apóstolos proclamaram aos povos a salvação; por ela os mortos ressuscitam; por ela, reinam os reis em nome da Santíssima Trindade. Quem dentre os homens é capaz de celebrar dignamente a Maria, merecedora de todo louvor? Ela é mãe e virgem. Que coisa admirável! Este milagre me deixa extasiado. Quem jamais ouviu dizer que o construtor fosse impedido de habitar no templo que ele próprio construiu? Quem se humilhou tanto a ponto de escolher uma escrava para ser a sua própria mãe? Eis que tudo exulta de alegria! Reverenciemos e adoremos a divina Unidade, com santo temor veneremos a indivisível Trindade, ao celebrar com louvores a sempre Virgem Maria! Ela é o templo santo de Deus, que é seu Filho e esposo imaculado. A ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.'
domingo, 31 de dezembro de 2017
SAGRADA FAMÍLIA
Páginas do Evangelho - Festa da Sagrada Família
Neste último domingo do ano, o Evangelho evoca o culto à Sagrada Família, síntese da vida cristã autêntica e primeira igreja na terra. Na humilde casa de Nazaré, três pessoas: pai, mãe e filho, viviam em natureza sobrenatural exatamente inversa à ordem natural: São José, patriarca e pai de família devotado, com direitos naturais legítimos sobre a esposa e o filho, era o menor em perfeição; Nossa Senhora, esposa e mãe, era Mãe de Deus e de todos os homens; Jesus, a criança indefesa e submissa aos pais, é o Deus feito homem para a salvação do mundo. Portentoso mistério que revela a singular santidade da família humana, moldada sobre clara hierarquia divina, moldada por Deus para ser escola de santificação, amor, renúncia e salvação.
Neste modelo de submissão perfeita ao amor de Deus e em obediência estrita à Lei de Moisés, 'quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho' (Lc 2, 22), José e Maria se dirigem ao Templo de Jerusalém para a consagração do seu primogênito e oferenda do sacrifício penitencial. E será ali, apenas 40 dias após o nascimento de Jesus, que Nossa Senhora vai experimentar, pela profecia do velho Simeão, a primeira grande ferida de sua alma imaculada nesta terra, que a tornaria Nossa Senhora de todas as dores: 'Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma' (Lc 2, 35).
O velho Simeão, sacerdote piedoso e justo, dirigiu-se ao Templo por um impulso sobrenatural e, para se cumprir plenamente a grande promessa que recebera de que não morreria sem ter contemplado o Messias, agora O tinha entre os braços: 'Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meu olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel' (Lc 2, 29 - 31). Eis que se conclui naquele momento o tempo dos profetas, nas palavras do velho Simeão e da profetisa Ana: Deus se fez homem e a redenção e a salvação da humanidade estava entre nós! Nesta sagrada família, Jesus 'crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele' (Lc 2 , 40).
Eis o legado da Sagrada Família às famílias cristãs: a oração cotidiana santifica os pais e os filhos numa obra incomensurável do amor de Deus e a fortalece contra todos as tribulações. Sim, que os maridos amem profundamente suas esposas, que as esposas sejam solícitas a seus maridos, que os pais não intimidem os seus filhos, que os filhos sejam obedientes em tudo a seus pais. Mas que rezem juntos, que louvem a Deus juntos, que se santifiquem juntos, como família de Deus. Em Nazaré, Deus tornou a família modelo e instrumento de santificação; que em nossas casas e em nossas famílias, a Sagrada Família seja o modelo e instrumento para a nossa vida e para nossa santificação de todos os dias!
ORAÇÃO PARA O ÚLTIMO DIA DO ANO
Obrigado, Senhor,
pelo ano que termina,
porque estou aqui, junto Convosco e com minha família (com meus amigos),
vivendo a alegria de ter vivido um ano mais
em Vossa Santa Presença.
Obrigado, Senhor,
por mais um ano de vida,
por ter tido ainda este tempo para viver
as santas alegrias do Natal e deste Ano Novo.
Por estar com pessoas que amo
e que compartilham comigo
a mesma fé e o sincero propósito
de viver o Evangelho a cada dia.
Obrigado, Senhor,
por tantas graças recebidas neste ano que passa;
eu Vos ofereço hoje o meu nada
e, dentro do meu nada, todo o meu amor humano possível,
como herança de Vossa Ressurreição.
No meio das luzes do mundo nesse dia de festa,
eu me recolho à sombra da Vossa Misericórdia;
e Vos honro e Vos dou glória nesse tempo
pelos tempos que estarei Convosco para sempre.
Obrigado, Senhor,
por estar aqui na Vossa Presença,
no tempo que conta mais um ano que se vai,
na gratidão da alma confiante
que aprendeu o caminho do Pai.
Das coisas boas que fiz, dou-Vos tudo,
porque as recebi de Vosso Santo Espírito.
E Vos suplico curar com Vosso Corpo e Sangue
as cicatrizes dos meus pecados.
Obrigado, Senhor,
pela caminhada diária com Maria,
que nos ensina no cotidiano de nossa vidas
a ir ao Vosso encontro todos os dias.
Pelo meu Santo Anjo da Guarda,
pelos meus santos de devoção,
pelo papa, e pela Vossa Igreja,
eu Vos agradeço, Senhor, e Vos louvo,
neste último dia do ano.
Obrigado, Senhor,
pelo ano que termina.
Que eu não me lembre nesse tempo
das dores e sofrimentos que passei,
das tristezas e angústias que vivi:
que todo mal seja olvidado agora
na alegria de eu estar aqui Convosco,
e pela resignação à Santa Vontade de Deus.
E que nesta última hora do tempo que se vai,
do ano que chega ao fim:
mais uma vez, não seja eu que viva,
mas o Cristo que vive em mim.
Amém.
pelo ano que termina,
porque estou aqui, junto Convosco e com minha família (com meus amigos),
vivendo a alegria de ter vivido um ano mais
em Vossa Santa Presença.
Obrigado, Senhor,
por mais um ano de vida,
por ter tido ainda este tempo para viver
as santas alegrias do Natal e deste Ano Novo.
Por estar com pessoas que amo
e que compartilham comigo
a mesma fé e o sincero propósito
de viver o Evangelho a cada dia.
Obrigado, Senhor,
por tantas graças recebidas neste ano que passa;
eu Vos ofereço hoje o meu nada
e, dentro do meu nada, todo o meu amor humano possível,
como herança de Vossa Ressurreição.
No meio das luzes do mundo nesse dia de festa,
eu me recolho à sombra da Vossa Misericórdia;
e Vos honro e Vos dou glória nesse tempo
pelos tempos que estarei Convosco para sempre.
Obrigado, Senhor,
por estar aqui na Vossa Presença,
no tempo que conta mais um ano que se vai,
na gratidão da alma confiante
que aprendeu o caminho do Pai.
Das coisas boas que fiz, dou-Vos tudo,
porque as recebi de Vosso Santo Espírito.
E Vos suplico curar com Vosso Corpo e Sangue
as cicatrizes dos meus pecados.
Obrigado, Senhor,
pela caminhada diária com Maria,
que nos ensina no cotidiano de nossa vidas
a ir ao Vosso encontro todos os dias.
Pelo meu Santo Anjo da Guarda,
pelos meus santos de devoção,
pelo papa, e pela Vossa Igreja,
eu Vos agradeço, Senhor, e Vos louvo,
neste último dia do ano.
Obrigado, Senhor,
pelo ano que termina.
Que eu não me lembre nesse tempo
das dores e sofrimentos que passei,
das tristezas e angústias que vivi:
que todo mal seja olvidado agora
na alegria de eu estar aqui Convosco,
e pela resignação à Santa Vontade de Deus.
E que nesta última hora do tempo que se vai,
do ano que chega ao fim:
mais uma vez, não seja eu que viva,
mas o Cristo que vive em mim.
Amém.
(Arcos de Pilares)
sábado, 30 de dezembro de 2017
PALAVRAS DE SALVAÇÃO
Dois incrédulos, visitando certo dia um mosteiro, entraram na cela de um anacoreta. Diante do ambiente singelo e dos instrumentos de oração e penitência, indagaram a ele a razão para uma vida de tanta austeridade.
- 'Para merecer o Paraíso', respondeu o anacoreta, sem levantar os olhos do seu livro de orações.
- 'Perdão senhor', disse um dos homens sorrindo, 'mas tereis logrado uma vida sem sentido se não existir nada além da morte'.
O santo homem, movido pela compaixão, virou-se para ambos e disse:
- 'Qual terá sido o sentido de vossas vidas se após a morte existir alguma coisa?'
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