sexta-feira, 13 de outubro de 2023

O PAPA DO ROSÁRIO


Pela estrada que ia de Anagni em direção a um castelo de Carpineto, na Itália, seguia um carro de luxo, levando um jovem distinto da nobreza romana e seu preceptor. Ouviram gemidos e pararam. Encontraram um pobre pastorzinho a gemer com um dos pés todo ferido e ensanguentado.

O pobre menino chorava e, com o terço nas mãos, implorava a proteção de Nossa Senhora do Rosário.
➖ O que te aconteceu?
➖ Um carro passou por cima do meu pé e sofro horrorosamente aqui, atirado à beira da estrada...

O moço fidalgo, muito comovido, desceu do carro, foi a um regato ali próximo, trouxe água no chapéu, banhou as feridas e as envolveu com um lenço umedecido.
 E onde moras meu pequeno?
➖ Lá, naquele morro...
➖ Não poderás caminhar até lá, vamos levar-te primeiro a Carpineto onde farás o tratamento desse pé ferido e depois te levaremos à tua casa.

O pequeno foi transportado ao carro com todo cuidado e carinho.
 Joaquim, disse o preceptor, o que vai fazer rapaz?
➖ O que todo cristão deve fazer. Por acaso hei de abandonar aqui este pobrezinho?!

Ao chegar ao castelo, a mãe de Joaquim alegrou-se ao ver o bom coração do filho. Recebeu nos braços o pastorzinho e lhe deu logo um bom quarto. Foi chamado o médico da família. Algumas horas mais tarde o carro do Castelo transportava o ferido à sua choupana.

Joaquim foi levá-lo e já lhe havia dado uma boa esmola e alguns presentes. A pobre camponesa, mãe do pequeno ferido, chorava comovida e profundamente grata.
➖Ó meu bom moço, que hei de fazer para vos provar o meu agradecimento? Nossa Senhora do Rosário vos abençoe e vos pague! Só tenho o meu Rosário, só este Rosário e eu o rezarei muitas vezes na vossa intenção. É a minha gratidão: meu Terço vos há de tornar feliz!

O moço fidalgo caridoso era Joaquim Pecci, mais tarde o Padre Joaquim Pecci; depois o Cardeal Pecci e finalmente Leão XIII, o Papa do Rosário, o papa que instituiu na Igreja o mês do Rosário.

(Excertos da obra 'O Mês do Rosário', do Monsenhor Ascânio Brandão)