domingo, 4 de dezembro de 2016

'CONVERTEI-VOS, PORQUE O REINO DE DEUS ESTÁ PRÓXIMO!

Páginas do Evangelho - Segundo Domingo do Advento

Neste domingo, segundo domingo do Advento, quem nos fala (e nos mostra o caminho a tomar) são dois profetas: Isaías e João Batista. Isaías é o profeta messiânico por excelência, o precursor dos evangelistas. É Isaías quem declara que Jesus será da estirpe de Davi, é Isaías quem profetiza o nascimento de Cristo através de uma virgem, são de Isaías as profecias sobre a Paixão e Morte do Senhor, sobre a Santa Igreja de Deus e sobre a pregação de João Batista: 'Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas' (Mt 3, 3).

E eis que surge o maior de todos os profetas, aclamado pelo próprio Cristo como 'o maior dentre os nascidos de mulher' (Mt 11,11), precursor do Salvador do mundo, pregando no deserto da Judeia: 'Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo' (Mt 3,2). Eis o primado de João Batista: Jesus vem, a sua Vinda é iminente; alegrai-vos todos porque o céu vai tocar a terra e fazer novas todas as coisas. A voz que clamava no deserto, símbolo dos terrenos estéreis e calcinados das almas tíbias e vazias dos homens daquele tempo, vinha moldar com o espírito de conversão os corações daqueles homens duros e insensatos para receber o Cristo da Redenção, que estava prestes a chegar: ''Eu vos batizo com água para a conversão, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. Eu nem sou digno de carregar suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo' (Mt 3,11).

E o deserto de hoje é ainda mais árido, muitíssimo mais árido do que nos tempos do Profeta João Batista. O deserto tornou-se uma terra de desolação e infortúnio, na qual o pecado é espalhado como adubo e as blasfêmias contra Deus são os arados. Façamos ecoar pelos pântanos e areiais de nova vida costumeira o refrão profético: 'Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo'. Como iconoclastas de nossas própria ruínas, desfaçamos os templos da barbárie, do escândalo, das heresias, das blasfêmias e de tantos pecados contra a glória de Deus, de Cristo e da Santa Igreja! 

Somos a Igreja de Cristo que não se pode sustentar sobre as areias do deserto das almas tíbias, nem sobre as argilas frouxas do ateísmo e da indiferença religiosa. João Batista é tão atual quando da época de sua profecia e sua mensagem ressoa pelos séculos para ser ouvida e vivida pelos soldados de Cristo: tornemos o imenso deserto da nossa humanidade pervertida em terreno fértil para semear com abundância as vinhas do Senhor que está para chegar de novo. Assim seja!

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