A CRUZ
Ó cruz de pesado madeiro
cravada no Calvário;
que mistério gerar teus lenhos
o último sacrário!
Que a Santa Cruz me conforte
nas sombras dos vales da morte!
Ó cruz de tão cruel abandono
exposta à turba de escórias;
que mistério prover teus lenhos
de uma coroa de glórias!
Que a Santa Cruz me conforte
nas sombras dos vales da morte!
Ó cruz de silêncio infinito
que cala todo pecado previsto;
que mistério doar por teus lenhos
o doce sangue de Cristo!
Que a Santa Cruz me conforte
nas sombras dos vales da morte!
Ó Cruz nascida dos homens
sem rasgos de humanidade;
que mistério abrir por teus lenhos
a porta da eternidade!
Que a Santa Cruz me conforte
nas sombras dos vales da morte!
(Arcos de Pilares)