domingo, 23 de agosto de 2015

'TU ÉS O SANTO DE DEUS'

Páginas do Evangelho - Vigésimo Primeiro Domingo do Tempo Comum


Jesus acabara de dizer aos seus discípulos: 'Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós' (Jo 6, 53). Na incompreensão dos mistérios da Eucaristia, muitos já haviam se perguntado: 'Como poderá este dar-nos a sua carne para comermos?' (Jo 6, 52) e agora ainda murmuravam: 'Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?' (Jo 6, 60). Sob a luz irradiante de revelações tão profundas, como poderiam homens de fé tão dúbia entender os divinos mistérios?

E o passo seguinte e natural daqueles homens foi a rejeição. Diante de 'palavras tão duras', onde o pensamento racional não conseguia sustento e amparo, os homens de pouca fé se dispersaram, voltaram atrás e não andavam mais com Jesus. Para eles, era inconcebível Jesus se revelar como 'pão', como 'carne' a ser comida, como 'sangue' a ser bebido, como primícias de vida eterna. O milagre da transubstanciação implica não o aceno morno dos sentidos, mas a experiência definitiva da fé em plenitude.

Jesus vai indagar, então, aos que o cercam: 'Isto vos escandaliza?' (Jo 6, 61) e também aos doze apóstolos em particular: 'Vós também quereis ir embora?' (Jo 6, 67). O caminho do livre arbítrio deve mover o coração humano à acolhida da graça e, por isso, já os alertara previamente: 'É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim, a não ser que lhe seja concedido pelo Pai' (Jo 6, 65). Ninguém pode ir a Jesus pela metade, aprisionado às mazelas do mundo, subjugado pelos ditames dos sentidos; a vida em Deus exige a entrega total, conformada pela crença definitiva de que Jesus de Nazaré é realmente a Verdade, o Caminho e a Vida: 'As palavras que vos falei são espírito e vida' (Jo 6, 63).

E a plenitude da Verdade é conclamada por todos os seus verdadeiros discípulos pela voz de Pedro: 'A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus (Jo 6, 68 - 69). Eis aí a profissão da autêntica fé cristã que todos nós, apóstolos e discípulos de Jesus, continuamos a entoar através dos tempos: nós cremos, Senhor, que Vós sois verdadeiramente o Santo de Deus, o Filho de Deus Vivo, a Hóstia da Eterna Salvação, o Corpo, Sangue, Alma e Divindade presentes na Santa Eucaristia, que nos é dada, à luz da fé, para que possamos ser e viver, a cada dia na terra, como novos Cristos a caminho dos Céus.

sábado, 22 de agosto de 2015

LUZ!

Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8, 12)

Tenha Deus piedade de nós e nos abençoe, faça resplandecer sobre nós a luz da sua face (Sl 66, 2)

Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor: comportai-vos como verdadeiras luzes (Ef 5,8)
 
Hás de refulgir qual esplêndida luz, e todos os povos da terra te venerarão (Tb 13, 13)
  
Os que tiverem sido inteligentes fulgirão como o brilho do firmamento, e os que tiverem introduzido muitos (nos caminhos) da justiça luzirão como as estrelas, com um perpétuo resplendor (Dn 12, 3)


Vós, que temeis o Senhor, amai-o, e vossos corações se encherão de luz. (Ecl 2, 10)

Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele (Jo 1,7).

Iluminai meus olhos com vossa luz, para eu não adormecer na morte, para que meu inimigo não venha a dizer: Venci-o. (Sl 12, 5)

 Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus (Mt 5, 16).

Eu te estabeleci para seres luz das nações, e levares a salvação até os confins da terra (Is 49, 6; At 13, 47)

Seu esplendor é deslumbrante como a luz, das suas mãos brotam raios; ali está o véu de seu poder (Hc 3, 4)


 Das trevas brilhe a luz, é também aquele que fez brilhar a sua luz em nossos corações, para que irradiássemos o conhecimento do esplendor de Deus, que se reflete na face de Cristo (II Cor 4, 6)

O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei? O Senhor é o protetor de minha vida, de quem terei medo?  (Sl 26, 1)

BREVIÁRIO DIGITAL - CATECISMO ILUSTRADO DE 1910 (XXIII)







(Catecismo Ilustrado de 1910, parte XXIII)

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

21 DE AGOSTO - SÃO PIO X

Instaurare omnia in Christo

Restaurar todas as coisas em Cristo

Pio X (02/06/1835 - 20/08/1914)

No início do Século XX, inúmeras heresias associadas ao Modernismo (movimento precursor do atual Progressismo Católico) tentavam minar a Igreja. Neste quadro de graves dificuldades, a Providência Divina legou à cristandade um Papa Santo, até muito recentemente o único papa canonizado do Século XX. Em 04 de agosto de 1903, o Cardeal Giusepe Sarto de Veneza foi eleito como Pio X, 259º sucessor de São Pedro, sucedendo a Leão XIII, sendo coroado para o Sumo Pontificado cinco dias depois. No seu pontificado de apenas 11 anos (faleceu em 20/08/1914), Pio X promoveu uma guerra sem tréguas às heresias do Modernismo (que condenou por inteiro na Encíclica Pascendi Dominici Gregis, de 8 de setembro de 1907), coordenou a compilação de um novo Código Canônico, restaurou as bases da música sacra e promulgou várias ações e documentos relacionados a uma melhor e mais perfeita devoção aos sacramentos eucarísticos. Foi canonizado pelo Papa Pio XII em 03/09/1954. Celebra-se a sua festa de santidade em 21 de agosto.

Excertos da Encíclica Pascendi Dominici Gregis - 08/08/1907 (de São Pio X): condenação explícita do Movimento Modernista na Igreja Católica

Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja. Estes, em verdade, como dissemos, não já fora, mas dentro da Igreja, tramam seus perniciosos conselhos; e por isto, é por assim dizer nas próprias veias e entranhas dela que se acha o perigo, tanto mais ruinoso quanto mais intimamente eles a conhecem. Além de que, não sobre as ramagens e os brotos, mas sobre as mesmas raízes que são a fé e suas fibras mais vitais, é que  meneiam eles o machado.

Batida pois esta raiz da imortalidade, continuam a derramar o vírus por toda a árvore, de sorte que coisa alguma poupam da verdade católica, nenhuma verdade há que não intentem contaminar. E ainda vão mais longe; pois pondo em obra o sem número de seus maléficos ardis, não há quem os vença em manhas e astúcias: porquanto, fazem promiscuamente o papel ora de racionalistas, ora de católicos, e isto com tal dissimulação que arrastam sem dificuldade ao erro qualquer incauto; e sendo ousados como os que mais o são, não há consequências de que se amedrontem e que não aceitem com obstinação e sem escrúpulos. Acrescente-se-lhes ainda, coisa aptíssima para enganar o ânimo alheio, uma operosidade incansável, uma assídua e vigorosa aplicação a todo o ramo de estudos e, o mais das vezes, a fama de uma vida austera. Finalmente, e é isto o que faz desvanecer toda esperança de cura, pelas suas mesmas doutrinas são formadas numa escola de desprezo a toda autoridade e a todo freio; e, confiados em uma consciência falsa, persuadem-se de que é amor de verdade o que não passa de soberba e obstinação.

Efetivamente, o orgulho fá-los confiar tanto em si que se julgam e dão a si mesmos como regra dos outros. Por orgulho loucamente se gloriam de ser os únicos que possuem o saber e, dizem desvanecidos e inchados: nós cá não somos como os outros homens. E, de fato, para o não serem, abraçam e devaneiam toda a sorte de novidades, até das mais absurdas. Por orgulho repelem toda a sujeição, e afirmam que a autoridade deve aliar-se com a liberdade. Por orgulho, esquecidos de si mesmos, pensam unicamente em reformar os outros, sem respeitarem nisto qualquer posição, nem mesmo a suprema autoridade. Para se chegar ao modernismo não há, com efeito, caminho mais direto do que o orgulho. Se algum leigo ou também algum sacerdote católico esquecer o preceito da vida cristã, que nos manda negarmos a nós mesmos para podermos seguir a Cristo, e se não afastar de seu coração o orgulho, ninguém mais do ele se acha naturalmente disposto a abraçar o modernismo! 

Nada, portanto, Veneráveis Irmãos, se pode dizer estável ou imutável na Igreja, segundo o modo de agir e de pensar dos modernistas. Para o que também não lhes faltaram precursores, esses de quem o nosso predecessor Pio IX escreveu: 'estes inimigos da revelação divina, que exaltam com os maiores louvores o progresso humano desejariam, com temerário e sacrílego atrevimento, introduzi-lo na religião católica, como se a mesma não fosse obra de Deus, mas obra dos homens, ou algum sistema filosófico, que se possa aperfeiçoar por meios humanos' (Encíclica Qui pluribus, de 9 de novembro de 1846). 

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

FOTO DA SEMANA



Ruínas da catedral de Urakami, em Nagasaki/Japão arrasada, cerca de dois meses depois do lançamento da bomba atômica pelos EUA (em 9 de agosto de 1945)

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

SÃO DOMINGOS E A ORAÇÃO DO ROSÁRIO


I. Dom Pero, primo de São Domingos, levava uma vida muito devassa. Sabendo que muitos ouviam os sermões de seu santo primo, resolveu ouvi-lo também. Ao vê-lo, durante o sermão, São Domingos empenhou-se para fazer ver ao primo o estado lamentável em que este se encontrava. Empedernido no pecado, este não se converteu.

No dia seguinte, São Domingos vendo-o entrar novamente, para tocar seu coração endurecido resolveu fazer algo de extraordinário. E gritou em alta voz: 'Senhor Jesus, fazei ver a todos desta igreja o estado em que se encontra este homem que acaba de entrar'. Os fieis, voltando-se para Dom Pero, viram-no rodeado de uma multidão de demônios em formas de animais horríveis, que o prendiam a correntes de ferro. Horrorizados, tentaram fugir, mas, impedidos por São Domingos, permaneceram na igreja.

Ele então prosseguiu: 'Conhece, desgraçado, o deplorável estado em que te encontras. Ajoelha-te aos pés da Santíssima Virgem, toma este Rosário e reza-o com arrependimento e devoção, e muda a tua vida'. Ele se pôs de joelhos, rezou o Rosário e sentiu o desejo de confessar-se. O santo o atendeu em confissão e instou-o a rezar o Rosário todos os dias. Na saída, da cara assustadora com que antes entrara, nem resquícios havia. Pelo contrário, brilhava como a de um anjo. E assim morreu.

II. Em Roma havia uma fervorosa senhora cuja piedade edificava até os mais austeros monges. Certa vez foi confessar-se com São Domingos, que lhe impôs como penitência rezar um Rosário, e depois aconselhou-a rezá-lo todos os dias de sua vida. Ela resmungou que rezava muitas outras orações, que não gostava do Rosário, e que já fazia muitas penitências.

São Domingos insistiu até que, irritada, ela saiu do confessionário. Um dia, estando em oração, ela foi arrebatada em êxtase, e sua alma foi obrigada a comparecer diante do supremo Juiz. São Miguel apresentou uma balança, onde de um lado colocou todas as suas penitências e outras orações, e de outro lado seus pecados e imperfeições. O prato das boas obras não conseguiu contrabalançar o outro. Alarmada, recorreu a Nossa Senhora, pedindo misericórdia. A Santíssima Virgem colocou sobre a balança das boas obras um único Rosário, o que ela havia rezado por penitência.

Foi tão grande o peso, que venceu o dos pecados. Foi repreendida então pela Santíssima Virgem por não haver seguido o conselho do seu servidor Domingos, de rezar o Santo Rosário todos os dias. Quando voltou a si, foi ajoelhar-se diante de São Domingos, contou o ocorrido, pediu-lhe perdão pela sua incredulidade e prometeu rezar o Rosário todos os dias. Chegou por este meio à perfeição cristã, à glória eterna.

III. São Domingos, ao visitar Santa Branca de Castela, Rainha de França, casada havia doze anos, mas ainda sem filhos, aconselhou-a a rezar o Rosário. Ela assim o fez, e nasceu Felipe, seu primogênito, que cedo morreu. Além de redobrar as orações, ela distribuiu rosários por todo o Reino. Deus a cumulou de graças e, no ano de 1215, veio ao mundo São Luís, glória da Cristandade e modelo dos reis católicos.

(excertos de texto publicado originalmente em oracoesemilagresmedievais.blogspot.com.br)

terça-feira, 18 de agosto de 2015

ORAÇÃO DO ANJO DE PORTUGAL


'Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e Vos amo. Peço-Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.

Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os Sacrários da terra, em reparação aos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores'.