quarta-feira, 11 de junho de 2014

A CANONIZAÇÃO DE PIO X


Pio X faleceu em 20 de agosto de 1914 e, rapidamente, teve início uma série de relatos de graças miraculosamente alcançadas devido à sua intercessão. De tal monta que, em fevereiro de 1923, os cardeais então residentes em Roma postularam pelo início do seu processo de beatificação, sendo indicado como postulador da causa, o Procurador Geral dos Beneditinos de Vallambroso, Dom Benedetto Pierami. Em 28 de junho de 1923, na Catedral de São Pedro no Vaticano, Pio XI inaugurou uma estátua de mármore em honra a Pio X, com os braços estendidos e os olhos voltados para o céu. Na base do monumento, oito painéis de bronze representam os pilares de seu pontificado: 1. O Pontífice da Eucaristia; 2. O defensor da fé; 3. O apoiador da França Católica; 4. O Patrono das Artes; 5. O Guardião dos Estudos Bíblicos; 6. O reorganizador do Direito Canônico; 7. O Reformador da Música Sacra; 8. O Pai dos Órfãos e dos Abandonados.


Processos diocesanos foram abertos em Treviso (1923-1926), Mântua (1924-1927), Veneza (1924-1930) e Roma (1923-1931, dioceses em que Pio X exercera funções episcopais, que resultaram na elaboração de um Relatório sobre a introdução da causa (Positio super introductione causae), que foi publicado em 1941. Em 1943, a Congregação dos Ritos ratificou o Relatório, dando início à postulação formal pela Igreja da causa de beatificação e canonização de Pio X. Novos processos foram iniciados e culminaram com a publicação de relatórios formais em 1949 e 1950. 

No contexto do processo, promoveu-se a exumação dos restos mortais de Pio X em 19 de maio de 1944, sendo o esquife trazido para a Capela do Santo Crucifixo (uma das capelas da Basílica Vaticana) e aberto na presença dos membros do Tribunal do Processo Apostólico, sendo caracterizado, então, o excelente estado de preservação do corpo, descrito, por uma testemunha, nos seguintes termos:

'Abrindo o caixão, encontraram o corpo intacto, vestido com as insígnias papais tal como fôra enterrado 30 anos antes. Sob a firme pele que cobria a face, o contorno do crânio era claramente reconhecível. As cavidades dos olhos pareciam escuras, mas não vazias; estavam cobertas pelas pálpebras muito enrugadas e afundadas. O cabelo era branco e cobria o topo da cabeça completamente. A cruz peitoral e o anel pastoral brilhavam reluzentes. Em seu último testamento, Pio X pediu particularmente que seu corpo não fosse tocado e que o tradicional embalsamento não fosse realizado. Apesar disso, seu corpo estava excelentemente preservado. Nenhuma parte do esqueleto estava descoberta, nenhum osso exposto. Enquanto o corpo estava rígido, os braços, cotovelos e ombros estavam totalmente flexíveis. As mãos eram belas e magras, e as unhas nos dedos estavam perfeitamente preservadas'.

Após o exame canônico, os restos mortais de Pio X permaneceram na capela do Santo Crucifixo, em exposição pública à veneração dos fiéis, até 3 de julho daquele ano.


Em 3 de setembro de 1950, Pio X foi reconhecido pela Igreja como Venerável Servo de Deus, pela prática heroica das virtudes teologais da fé, esperança e caridade e das virtudes cardeais da prudência, justiça, fortaleza e temperança. 

Para se completar o processo de beatificação, foram confirmados e reconhecidos pela Igreja dois milagres realizados diretamente pela intercessão de Pio X, em 11 de fevereiro de 1951: as curas definitivas de  um câncer no fêmur esquerdo da freira francesa Marie-Françoise Deperras e um tumor maligno no abdome de uma outra religiosa italiana chamada Benedetta de Maria. Em 3 de junho de 1951, Pio XII presidiu a solene cerimônia de beatificação de Pio X, declarado, então, 'Papa da Eucaristia'. Depois de sua beatificação, o corpo de Pio X foi transferido para a Capela da Apresentação na Basílica Vaticana.


Menos de três anos depois, em 29 de maio de 1954, Pio X foi elevado à glória dos altares, após a confirmação de duas outras curas sobrenaturais de doenças terminais sofridas por Francesco Belsami, advogado de Nápoles, e pela freira italiana Irmã Maria Ludovica Scorcia, ambas associadas à sua intercessão direta. O Papa Pio XII conduziu também a cerimônia de canonização de Pio X em missa solene realizada na Basílica de São Pedro, tornando-se o primeiro papa a ser canonizado desde Pio V (canonizado em 1712). Sua festa litúrgica é comemorada no dia 21 de agosto.


SANTO PAPA PIO X, ROGAI POR NÓS!