quinta-feira, 27 de agosto de 2020

DICIONÁRIO DA DOUTRINA CATÓLICA (X)


ECUMÊNICO

Termo que significa universal, e diz-se particularmente de um Concílio, quando se quer dar a entender que é reconhecido por toda a Igreja.

EMOLUMENTOS PAROQUIAIS 

São os lucros eventuais que o pároco tem direito a receber dos seus paroquianos pelos serviços que lhes presta, segundo o costume aprovado, ou legítima taxação. Não deve, em regra, o pároco deixar de receber o que lhe pertence como pároco, nem fazer favores que possam vir a prejudicar o seu sucessor. Os emolumentos temporais recebidos pelo pároco não são salários do seu ministério, que é espiritual; são simplesmente subsídios para a sua sustentação, e a eles tem direito ainda que possua outros bens. É obrigado, porém, a distribuir o supérfluo pelos pobres ou por obras pias. Àqueles que não puderem pagar por falta de meios, não deve o pároco negar o seu ministério gratuito.

ENCÍCLICA 

É uma Carta Circular dirigida pelo Papa a todos os bispos, ou aos bispos de uma determinada nação, versando algum assunto de interesse geral para a comunidade cristã.

EPIFANIA 

É a festa que a Igreja celebra no dia 6 de janeiro, para comemorar a manifestação de Jesus Cristo aos gentios, nas pessoas dos reis de nações pagãs. Esses Reis que segundo a tradição eram três — Melchior, Gaspar e Baltazar — viram aparecer no Oriente uma estrela de extraordinário brilho. Resolveram seguir a direção da estrela e, guiados por ela, foram a Belém, onde tinha nascido e ainda estava o Menino Jesus. Adoraram Jesus, ofereceram-lhe valiosos presentes — ouro, mirra e incenso — e voltaram para os seus países anunciando que tinha nascido Jesus, o Filho de Deus, que era esperado como Salvador do mundo. O dia da Epifania é dia Santo de Guarda.

EPISCOPADO 

É uma ordem sagrada e suprema, que confere a quem a recebe o poder de confirmar os fiéis, ordenar os ministros do altar e consagrar as coisas pertencentes ao culto religioso. Os bispos na sua ordenação recebem a plenitude do Poder Sacerdotal: Poder de Ordem, para ordenarem os ministros do altar; Poder de Jurisdição, para governarem a Igreja. Embora o Papa seja o Chefe da Igreja Católica e superior aos bispos, não é dele que recebem a jurisdição e sim do Espírito Santo, que os estabeleceu bispos para governarem a Igreja de Deus como sucessores dos Apóstolos. Também se entende por Episcopado o Corpo Episcopal, isto é, os bispos considerados como um corpo moral.

EREMITAS 

Eram ascetas cristãos que aspiravam a uma vida mais perfeita no Cristianismo, e que se separavam da convivência social para viverem no deserto. Faziam voto de castidade, abstinham-se do uso de carnes e de vinho, repartiam os seus bens com os pobres, e viviam pobremente.

ESCAPULÁRIO

Para os religiosos, é uma tira larga de pano que estes trazem sobre o hábito e que, dos ombros, desce ao longo do peito e das costas. Para os simples fiéis, o escapulário consta de dois bocados de pano unidos por dois cordões que se suspendem ao pescoço, ficando uma parte para o lado do peito e outra para o lado das costas. O escapulário é um distintivo para os fiéis que entram em alguma Ordem Terceira ou Confraria que concede esse privilégio, e ao seu uso andam anexas muitas indulgências. Para lucrá-las é necessário receber nos ombros o escapulário, benzido por um sacerdote que tenha a faculdade de benzê-lo, trazê-lo ao pescoço dia e noite, e ter o nome inscrito no Registro da Ordem Terceira ou da Confraria. Só o primeiro escapulário — o da imposição — tem de ser benzido; qualquer outro que o substitua não carece de benção, exceto o das Ordens. O escapulário de algumas Associações pode ser substituído por uma medalha de metal, tendo de um lado a imagem do Coração de Jesus, e do outro lado a imagem de Nossa Senhora. A medalha tem de ser benzida por quem tem o privilégio de benzer o escapulário. Aquele que tendo recebido o escapulário o tivesse deixado, mesmo por tempo considerável, não carece de nova imposição (a não ser que o tivesse repelido por desprezo ou impiedade), para tornar a trazê-lo e lucrar as indulgências. Estando deteriorado o escapulário ou tendo-se perdido, é preciso substituí-lo por outro igual, quer benzido quer não. A medalha que substitui o escapulário pode trazer-se ao pescoço ou de outro modo qualquer e, se for perdida, deve ser substituída por outra, que há de ser benzida.

ESTOLA 

Entre os romanos, constituía um pano de linho muito fino e muito limpo, que as pessoas de distinção usavam em volta do pescoço. Como ornamento sacerdotal, é uma longa faixa de seda com uma cruz no meio e duas nas extremidades, que o sacerdote usa, caindo dos ombros sobre o peito, quando exerce alguma função sagrada. Em regra não deve ser usada senão nos atos litúrgicos em que é exigida pelas rubricas. É permitida, mas não é preceituada ao sacerdote para pregar, se esse for o costume.

EXCOMUNHÃO 

É uma censura eclesiástica ou pena canônica, pela qual o cristão delinquente e contumaz é privado dos bens espirituais de que a Igreja é dispensadora. Disse Jesus: 'Se teu irmão pecar contra ti... diga-o à Igreja, e se não ouvir a Igreja, tenham-no por um pagão ou um publicano', isto é, como um separado da Igreja (Mt 18, 17). A excomunhão é a maior pena que a Igreja impõe aos seus súditos. Os bens espirituais de que o excomungado fica privado são: a) a participação das orações públicas que a Igreja faz por todos os fiéis: b) administrar e receber os sacramentos; c) assistir aos ofícios divinos, exceto aos sermões; d) ser sepultado com honras litúrgicas. A Igreja excomunga ou afasta os indignos, não para que se percam, mas para que se convertam e se salvem; para que se conserve a disciplina eclesiástica, e para que os fiéis não se corrompam com os maus exemplos do excomungado. Só os bispos e prelados maiores podem excomungar, porque só eles têm jurisdição no foro judicial.

EXÉQUIAS 

São as honras litúrgicas que a Igreja presta àquele que faleceu em paz com Deus. 

EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS 

São práticas, por meio de exames de consciência, de oração vocal e mental, e de outros atos de vida espiritual, que têm por fim preparar e dispor a alma para tirar de si todas as afeições desordenadas e, depois de tiradas, procurar conhecer a vontade divina para segui-la, conformando com ela a vida. Os exercícios espirituais são feitos no silêncio do recolhimento, onde não cheguem as notícias mundanas, nem as ocasiões de dissipação do espírito. São os meios mais aptos para cada um se conhecer e conhecer a vontade de Deus a seu respeito. Quem os faz, com as devidas disposições, ganha sempre em perfeição espiritual.

EXORCISMOS

São orações que o sacerdote reza, invocando o nome de Deus, para expulsar o demônio do corpo dos obsessos. Ninguém, nem mesmo o sacerdote, pode ler os exorcismos aos obsessos sem licença expressa do bispo e essa licença só é concedida depois de ter averiguado, por meio de uma investigação cuidadosa e prudente, que a pessoa esteja realmente obsessa.

(Verbetes da obra 'Dicionário da Doutrina Católica', do Pe. José Lourenço, 1945)