quinta-feira, 5 de junho de 2025

FRASES DE SENDARIUM (LIII)

'Lembra-te de guardar os teus olhos e considera que os olhos mortificados possuirão as belezas do Céu' 

(Palavras do Anjo da Guarda a Santa Gemma Galgani)

Hoje, meu Deus, eu queria vos consagrar os meus olhos. Não estes olhos acostumados a ver apenas a pintura dourada de coisas sem vida ou  hipnotizados pelas imagens foscas e distorcidas de filmes ou da televisão. Eu consagro a Vós, neste dia, meus olhos concebidos para  contemplar as maravilhas do vosso amor, em cada um dos meus irmãos e em todas as obras da vossa criação. Que, no dia de hoje, o meu firme propósito seja o de fechar os meus olhos aos prazeres e imagens do mundo e torná-los, verdadeiramente, espelhos de minha alma destinada a ser reflexo cristalino da Luz que emana do vosso Amantíssimo Coração.

quarta-feira, 4 de junho de 2025

QUESTÕES SOBRE A DOUTRINA DA SALVAÇÃO (XVI)

P. 35 - O que devemos dizer sobre os membros da Igreja de Cristo que abandonam a sua religião e renunciam à sua fé?

Como o próprio Deus deu uma resposta completa e clara a esta pergunta em três passagens diferentes das suas Sagradas Escrituras, seria presunção responder com outras palavras que não as suas. Primeiro, Ele diz, pela boca do seu santo apóstolo São Paulo: 'É impossível que aqueles que uma vez foram iluminados, provaram também o dom celestial e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram, além disso, a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e aindaa ssim se afastaram, sejam renovados novamente em penitência, crucificando novamente para si mesmos o Filho de Deus e zombando dele. Porque a terra que bebe a chuva que frequentemente cai sobre ela e produz ervas úteis para aqueles que a cultivam, recebe bênção de Deus; mas aquela que produz espinhos e sarças é rejeitada e está muito perto de uma maldição, cujo fim é ser queimada' (Hb 6,4). 

Sobre essa passagem, o falecido erudito e piedoso editor do Novo Testamento de Reims diz, na nota, 'que é impossível para aqueles que caíram após o batismo serem batizados novamente; e muito difícil para aqueles que apostataram da fé, depois de terem recebido muitas graças, retornarem novamente ao estado feliz do qual caíram'. Mais uma vez, 'se pecarmos voluntariamente', diz o mesmo santo apóstolo, 'depois de termos recebido o conhecimento da verdade, não resta nenhum sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectativa terrível de julgamento e a fúria de um fogo que consumirá os adversários' (Hb 10,26). Sobre o que o mesmo autor erudito diz: 'Ele fala do pecado da apostasia voluntária da verdade conhecida; depois disso, como não podemos ser batizados novamente, não podemos esperar ter aquela remissão abundante dos pecados, que Cristo comprou com a sua morte, aplicada às nossas almas de maneira tão ampla como no batismo; mas temos, antes, todos os motivos para esperar um julgamento terrível; tanto mais porque os apóstatas da verdade conhecida raramente ou nunca têm a graça de voltar a ela'. 

Por fim, pela boca do santo apóstolo São Pedro, Deus declara assim o estado dessas pessoas: 'Pois, se, fugindo das contaminações do mundo, pelo conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, eles se envolvem novamente nelas e são vencidos, o seu estado posterior torna-se pior do que o anterior. Pois teria sido melhor para eles nunca terem conhecido o caminho da justiça do que, depois de o terem conhecido, se afastarem do santo mandamento que lhes foi entregue. Pois o verdadeiro provérbio aconteceu-lhes: O cão voltou ao seu vômito, e a porca lavada voltou a revolver-se na lama' (2Pd 2,20-22).

P. 36 - O senhor disse acima que só recentemente essa maneira descuidada de pensar e falar sobre a necessidade da verdadeira fé e de estar em comunhão com a Igreja de Cristo, que temos examinado, surgiu entre os membros da Igreja; essa mesma linguagem não era usada pelos cristãos em todas as épocas anteriores?

Longe disso; e esse é um dos maiores motivos para sua condenação. É uma novidade, é uma nova doutrina; era algo inédito desde o início; aliás, é diretamente oposto à doutrina uniforme de todas as grandes luzes da Igreja em todas as épocas anteriores. Esses homens grandes e santos, as testemunhas mais irrepreensíveis da fé cristã em seus dias, não conheciam outra linguagem sobre esse assunto além daquela que viram ser falada diante deles por Cristo e seus apóstolos; eles sabiam que seu Mestre Divino havia declarado: 'Aquele que não crer será condenado'; ouviram o seu apóstolo proclamar um terrível anátema contra qualquer um, mesmo que fosse um anjo do céu, que ousasse alterar o Evangelho que Ele havia pregado (cf Gl 1,8); ouviram-no afirmar em termos expressos que 'sem fé é impossível agradar a Deus' e mantiveram constantemente a mesma linguagem. E como não viam na Escritura o menor fundamento para pensar que aqueles que estavam fora da Igreja poderiam ser salvos por ignorância invencível, essa cogitação enganosa não aparece nem uma única vez em todos os seus escritos.

(Excertos da obra 'The Sincere Christian', V.2, do bispo escocês George Hay, 1871, tradução do autor do blog)

OS PAPAS DA IGREJA (XII)

 


terça-feira, 3 de junho de 2025

ORAÇÃO PARA OS SETE DONS DO ESPÍRITO SANTO


Ó Senhor Jesus Cristo, que antes de ascender ao céu, prometestes enviar o Espírito Santo para completar a vossa obra nas almas de vossos Apóstolos e discípulos, dignai-vos conceder-me o mesmo Espírito Santo para que ele aperfeiçoe na minha alma o trabalho da vossa graça e do vosso amor. 

Concedei-me o Espírito de Sabedoria para que eu possa desprezar as coisas deste mundo que perecem e aspirar somente às coisas que são eternas.

Concedei-me o Espírito de Entendimento para iluminar minha mente com a luz da vossa verdade divina.

Concedei-me o Espírito de Conselho para que possa sempre escolher o caminho mais seguro para agradar a Deus e ganhar o Céu.

Concedei-me o Espírito de Fortaleza para que possa levar minha cruz convosco e vencer com coragem todos os obstáculos que se oponham à minha salvação.

Concedei-me o Espírito de Ciência para que possa conhecer a Deus e conhecer-me a mim mesmo e crescer perfeitamente na ciência dos santos.

Concedei-me o Espírito de Piedade para que possa ter o serviço de Deus como doce e amável.

Concedei-me o Espírito do Temor de Deus para encher-me de reverência a Deus e que possa temer desagradá-lo de qualquer modo. 

Marcai-me, amado Senhor, com o sinal de vossos verdadeiros discípulos e animai-me em todas as coisas com vosso Espírito. Amém.

Glória a Vós, Pai Eterno, que com o Vosso Filho único e o Espírito consolador, viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. Amém.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

A ÚNICA CERTEZA DA MORTE


Certa ocasião, o filósofo grego Diógenes, famoso por sua maneira excêntrica, mexia numa pilha de caveiras quando o Rei Alexandre, o Grande, da Macedônia lhe perguntou o que procurava. Diógenes então respondeu: 'Procuro o crânio do seu pai, o Rei Filipe'. Tal resposta calou Alexandre pois, com isso, o filósofo estava a dizer que na morte todos somos iguais.


No enterro do Imperador Francisco José do Império Austro-Húngaro, ao se dirigir o féretro para o convento aonde o enterrariam, o cortejo encontrou ali as portas fechadas. Ao baterem à porta os que levavam os restos mortais do imperador, ouviram uma voz em resposta: 'Quem vem lá?' Ao que responderam: 'O Imperador da Áustria'." E ouviram em resposta: 'Não o conhecemos'. Seguiu-se outra batida à porta e a mesma pergunta: 'Quem vem lá?' - 'O rei da Hungria'. E novamente a resposta: 'Não o conhecemos'. Sucessivas tentativas de entrar no convento foram repelidas pelas diferentes respostas nomeando os inúmeros títulos do falecido diante a pergunta: 'Quem vem lá?', sempre com a mesma resposta: 'Não o conhecemos'. Até que finalmente, os de fora responderam: 'Um pobre mortal'. Diante desta resposta, as portas se abriram e o imperador pôde ser enterrado, para mostrar que títulos e honras humanas nada valem diante da morte e do julgamento de Deus, a não ser o bem ou o mal que cada um tenha praticado nessa vida.


OS PAPAS DA IGREJA (XI)

 


domingo, 1 de junho de 2025

EVANGELHO DO DOMINGO

   

'Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta!' (Sl 46)

Primeira Leitura (At 1,1-11) - Segunda Leitura (Ef 1,17-23) -  Evangelho (Lc 24,46-53)
 
  01/06/2025 - SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR

A ASCENSÃO DO SENHOR


Antes de subir aos Céus, Jesus manifesta a seus discípulos (de ontem e de sempre) as bases do verdadeiro apostolado cristão, a ser levado a todos os povos e nações: 'e no seu nome (de Jesus) serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém' (Lc 24, 47). Ratificando as mensagens proféticas do Antigo Testamento, Nosso Senhor imprime diretamente no coração humano os sinais da fé sobrenatural e da esperança definitiva na Boa Nova do Evangelho, que nasce, se transcende e se propaga com a Igreja de Cristo na terra.

Antes de subir aos Céus, Jesus nos fez testemunhas da esperança: 'Vós sereis testemunhas de tudo isso' (Lc 24, 48). Pela ação de Pentecostes, pela efusão do Espírito Santo, pela manifestação da 'Força do Alto', os apóstolos tornar-se-iam instrumentos da graça e da conversão de muitos povos e nações. Na mesma certeza, somos continuadores dessa aliança de Deus com os homens, na missão de semear a Boa Nova do Evangelho nos terrenos áridos da humanidade pecadora para depois colher, a cem por um, os frutos da redenção nos campos eternos da glória.

Como missionários da graça, 'Que ele abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança como santos' (Ef 1, 18). E Jesus se eleva diante dos seus discípulos e sobe para os Céus. Jesus vai primeiro porque é o Caminho e para preparar para cada um de nós 'as muitas moradas da casa do Pai', levando consigo a nossa humanidade, tornando-nos participantes do seu mistério pascal e herdeiros de sua glória.

Na solenidade da Ascensão do Senhor, a Igreja comemora a glorificação final de Jesus Cristo na terra, como o Filho de Deus Vivo e, ao mesmo tempo, imprime na nossa alma o legado cristão que nos tornou, neste dia, testemunhas da esperança eterna em Cristo e herdeiros dos Céus.