segunda-feira, 7 de agosto de 2017

PALAVRAS DE SALVAÇÃO

É paciente a caridade, pois tolera com serenidade as afrontas recebidas. É benigna porque retribui os males com bens generosos. Não é invejosa porque, nada cobiçando neste mundo, não tem por onde invejar os êxitos terrenos. Não se ensoberbece; deseja ansiosamente a retribuição interior, por isso não se exalta com os bens exteriores. Não age mal, pois somente se dilata com o amor a Deus e ao próximo, por isto ignora tudo quanto se afasta da retidão.

Não é ambiciosa porque, cuidando ardentemente de si no íntimo, não cobiça fora, de modo algum, as coisas alheias. Não busca o que não é seu, pois tudo quanto possui aqui considera-o transitório e alheio, sabendo que nada lhe é próprio, a não ser aquilo que permanece sempre com ela. Não se irrita, pois quando insultada, não se deixa levar por sentimentos de vingança, já que por grandes trabalhos espera prêmios ainda maiores. Não pensa mal, porque, firmando o espírito no amor da pureza, arranca pela raiz todo ódio e não admite na alma mancha alguma.

Não se alegra na iniquidade: o seu único anseio consiste no amor para com todos sem se alegrar com a perda dos adversários. Rejubila com a verdade porque, amando os outros como a si próprio, enche-se de gozo ao ver neles o que é reto como se tratasse do progresso próprio.

(São Gregório Magno)

domingo, 6 de agosto de 2017

A TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

Páginas do Evangelho - Transfiguração do Senhor


'Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha' (Mt 17,1). Uma alta montanha, o Monte Tabor. Como testemunhas da extraordinária manifestação da glória celeste e da vida eterna em Deus, Jesus conduz os três apóstolos escolhidos para o alto, numa clara assertiva de que é por meio da profundo recolhimento interior e da elevação da alma muito acima das coisas do mundo é que podemos viver efetivamente a experiência plena da contemplação de Deus.

'E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz' (Mt 17,2). No mistério da transfiguração do Senhor, os apóstolos testemunharam antecipadamente alguma coisa dos mistérios de Deus. Algo profundamente diverso da natureza humana, pois nascido direto da glória de Deus. Algo muito limitado da Visão Beatífica, posto que deveria atender sentidos humanos: 'nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou para aqueles que O amam' (1 Cor 2, 9). Ainda assim, algo tão extraordinário e consolador, que perturbou completamente aqueles homens e, ao mesmo tempo, os moldou definitivamente na certeza da vitória e da ressurreição de Cristo.

'Nisto apareceram-lhe Moisés e Elias, conversando com Jesus' (Mt 17, 3). A revelação da glória de Deus é atestada pela Lei e pelos Profetas, pelo Senhor da vida e da morte, pelos textos das Sagradas Escrituras. Naquele momento, se fecha a Lei e a morte (com Moisés) e se cumprem todas as profecias e se impõe a vida eterna em Deus (com Elias, que ainda vive). E, para não se ter dúvida alguma, Deus se pronuncia no Alto do Tabor em favor do Filho: 'Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!' (Mt 17, 5).

Do alto do Tabor, a ordem divina ecoa pelos tempos e pelas gerações humanas a todos nós, transfigurados na glória de Deus pelo batismo e herdeiros do Tabor eterno: 'Escutai-o!' Como batizados, somos como os apóstolos descidos do monte e novamente envoltos pelas brumas e incredulidades do mundo. Pela transfiguração, entretanto, somos encorajados a vencer o mundo como Cristo, a superar a fragilidade de nossos sentidos, a elevarmos nosso pensamento às coisas do Alto, a manifestar em nós a glória de Deus como primícias do Céu, sob a divina consolação: 'Levantai-vos e não tenhais medo' (Mt 17, 7).

sábado, 5 de agosto de 2017

FÁTIMA EM FATOS E FOTOS (IX)

41. Qual é a mensagem de Fátima relativa ao Segundo Segredo para nós cristãos?

Conhecer, praticar e divulgar universalmente os meios que a Providência Divina coloca à disposição dos homens, nestes tempos derradeiros, para a salvação da humanidade, diante da perspectiva de uma perda da fé cristã e apostasia universais: a oração do Rosário, a prática dos Cinco Primeiros Sábados e, particularmente, a Devoção ao Imaculado de Maria. Estas orações e devoção têm um particularíssimo efeito sobre a vida espiritual: traduzem de forma admirável a entrega total do amor humano ao Pai Eterno, produzindo frutos extraordinários de reparação dos pecados e salvação das almas por meio dos Imaculados Corações de Jesus e de Maria. Neste propósito, a própria Mãe de Deus ensina os seus filhos a rezarem pela salvação das almas, fazendo a seguinte invocação após cada mistério do terço: 'Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem'.

Diante de uma perspectiva negativa de se utilizar estas graças, a humanidade se distancia da misericórdia e se submete aos rigores da justiça divina, que são expostos explicitamente: 'Deus... vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre'. Neste sentido, Nossa Senhora acena para o fim da Primeira Guerra Mundial em andamento, mas anuncia uma outra pior, caso os homens não se convertessem, no pontificado do papa Pio XI e que seria prenunciada com 'um grande sinal' nos céus.

42. Qual foi o sinal dado por Deus que prenunciava a Segunda Guerra Mundial?

'A noite alumiada por uma luz desconhecida', nas palavras de Nossa Senhora foi o grande sinal que iluminou os céus da Europa Ocidental na noite o dia 25 de janeiro de 1938, na forma de uma aurora boreal de dimensões excepcionais que cobriu a abóbada celeste de cores brilhantes e avermelhadas, à feição de um fornalha incandescente em movimento singular por longas extensões. 

Uma aurora boreal (ou uma aurora austral, no caso do hemisfério sul) é o fenômeno causado pelo choque do plasma solar com partículas da atmosfera após o contato com o campo magnético da Terra. Auroras boreais são comuns na região do polo norte e áreas limítrofes, e muitíssimo raras abaixo da latitude de 50°. Embora possam apresentar cores diversas, a sua cor dominante é verde e não vermelha e abrangem extensões limitadas, na forma de faixas que se estendem por alguns quilômetros.


Entretanto, a aurora boreal que iluminou o hemisfério norte, desde o Canadá até à Checoslováquia, incluindo Portugal e França e chegando ao norte da África, na noite de 25 para 26 de janeiro de 1938, ocorreu em circunstâncias nada naturais. Caracterizar tal fenômeno como sendo uma 'aurora boreal' é inapropriado. Com efeito, foi um evento de proporções e magnitude jamais vistas, sendo visível como uma bola de fogo gigantesca de coloração predominantemente vermelha por milhões de pessoas de diferentes países, separados por milhares de quilômetros. As reações das pessoas foram completamente atípicas. Em Portugal, por exemplo, existem inúmeros relatos de que as pessoas correram para as igrejas julgando estarem perante o fim do mundo. No Mar do Norte, os pescadores simplesmente não se atreveram a lançar as suas redes, tão impressionados ficaram na ocasião com a calmaria extraordinária do mar e com o aspecto do céu incandescente.

43. Por que Nossa Senhora pediu expressamente a consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração? 

Porque a conversão da Rússia seria reconhecida mundialmente como fruto direto de uma intervenção divina e um triunfo absoluto do Coração Imaculado de Maria. A partir deste fato, tomaria expressão mundial a devoção ao Imaculado Coração de Maria conjuntamente à devoção ao Imaculado Coração de Jesus (Aliança dos Dois Corações). 

Por outro lado, com esta consagração, os homens encontrariam, em escala universal, os caminhos da conversão e da paz: 'Se atenderem aos meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz' e evitariam o advento de grandes castigos para a humanidade, que teriam como origem e fonte a implantação da ideologia comunista na Rússia que tenderia a espalhar seus erros pelo mundo inteiro, produzindo sequelas gigantescas contra a civilização cristã: 'Se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja ...', de tal forma que, nenhum país, nenhum povo, nenhum cristão ficaria incólume a essa ação devastadora e universal: 'Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas'. 


Ao final, a Mãe de Deus, profetizou que o 'Santo Padre' há de consagrar a Rússia ao seu Imaculado Coração e, por isso, seria concedido ao mundo algum tempo de paz. Nossa Senhora pediu, então, explicitamente à Lúcia e à Jacinta, a manutenção deste segredo, que poderia ser repassado apenas ao Francisco (que não ouvia o que Nossa Senhora dizia): 'Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo'.

A situação da Rússia, à época das aparições, era totalmente imprevisível em termos de sua enorme influência geopolítica no cenário mundial no decorrer do século XX. Com efeito, à época, a Rússia era um imenso país de regime czarista, governada de forma absolutista pelo czar Nicolau II e com cerca 80% de sua economia dependente exclusivamente da produção de gêneros agrícolas. Neste sentido, a mensagem de Nossa Senhora tendia a ser praticamente ininteligível à época, mesmo porque a Rússia ainda não se tornara comunista, uma vez que a revolução marxista-leninista somente iria se irromper em novembro daquele ano. 

Estas profecias que anunciam eventos geopolíticos de um futuro inimaginável e fenômenos naturais extraordinários observados por um grande número de testemunhas dão às aparições em Fátima uma autenticidade que também é excepcional e que lhes confere um lugar completamente único na história das aparições marianas. E nos consolam com a mais extraordinária das profecias de Nossa Senhora dadas em Fátima: 'Por fim o Meu Imaculado Coração triunfará'.

44. Quais foram as visões particulares que Jacinta teve nesta época sobre o Santo Padre?

Num certo dia depois desta Terceira Aparição, as crianças foram passar a sesta junto ao Poço do Arneiro como lhes era um hábito comum. Lúcia e Francisco se afastaram um pouco para procurar mel silvestre nas imediações, enquanto Jacinta ficou sentada à beira do poço. Num dado momento, ela chamou os outros dois ansiosa:

– 'Lúcia! Francisco! Não vistes o Santo Padre?'
– 'Não'.
– 'Não sei como foi' – continuou Jacinta – 'Vi o Santo Padre numa casa muito grande, de joelhos diante de uma mesa com as mãos no rosto a chorar. Fora da casa havia muita gente, uns atiravam-lhe pedras, e outros rogavam-lhe pragas e lhe diziam muitas palavras feias. Coitadinho do Santo Padre! Temos de pedir muito por ele!'

Em outra ocasião, as crianças se encontravam na Loca do Cabeço e haviam rezado a oração ensinada pelo Anjo. Jacinta levantou-se então e, com os olhos cheios de lágrimas, falou à prima: 'Ó Lúcia, não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente a chorar com fome e não tendo nada para comer? E o Santo Padre numa igreja diante do Imaculado Coração de Maria a rezar? E tanta gente a rezar com ele?'


45. Quais foram os erros que Nossa Senhora disse que a Rússia espalharia pelo mundo?

Os erros que a Rússia espalhou pelo mundo inteiro são os flagelos da ideologia comunista que consistem basicamente na violação completa da vida sobrenatural nas almas e no projeto de aniquilamento (Nossa Senhora usou esse termo para designar o que aconteceria com várias nações) da Igreja e da civilização cristã. Neste propósito maligno, haveria de empregar tanto os meios bélicos (a guerra propriamente dita) como a subversão completa das mentes e almas, num redemoinho convergente de políticas e estratégias ideológicas, que visam: 

∎ desacreditar e corromper a Igreja de Cristo de todas as formas e modos, particularmente 'por dentro';
◼estabelecer o projeto de uma religião ecumênica, social e universal;
◼eliminar qualquer tipo de cultura religiosa cristã, em nome da diversidade cultural, direitos individuais e princípio da separação entre a Igreja e o Estado;
◼eliminar, distorcer e corromper as práticas de orações, sacramentos, penitências ou retiros espirituais;
◼corromper até os limites do imponderável a instituição da família, incentivando a ideologia do gênero, o homossexualismo, o aborto e o divórcio;
◼estabelecer o conflito de gerações, fazendo a apologia da educação pelo Estado e postulando o fim da atuação opressora e impositiva dos pais;
◼favorecer a indústria da pornografia, banalizando os temas sexuais e incentivando os escândalos, as obscenidades e a promiscuidade como 'coisas normais';
◼corromper os padrões culturais da ética e do ordenamento moral, promovendo a exposição maciça de desvios e aberrações de toda ordem na literatura, na televisão e no cinema;
◼promover os princípios do relativismo e do indiferentismo religioso;
◼fomentar ao máximo a proliferação de seitas e doutrinas heréticas que corrompam, distorçam e subvertam os princípios e os dogmas da fé cristã autêntica;
◼promover o socialismo fraterno e ecumênico entre os povos, na construção de um mundo sem barreiras e incensado pela agenda marxista do 'paz e amor';
◼promover o surgimento de uma nova era, calcada apenas na liberdade e na capacidade humana, num mundo sem Deus.

Há alguma dúvida de que milhões de almas foram tangidas como ovelhas sem pastor para este turbilhão de fogo e desvario, porta escancarada do inferno? Que a Igreja foi devastada por males sem conta e que os bons foram e estão sendo martirizados no mundo todo? Ou que nações como Cuba, Coreia do Norte, Síria, países dos Bálcãs e a Venezuela foram literalmente aniquiladas por este rolo compressor? Que povo, que comunidade, que família podem dizer que estão livres e incólumes a estes flagelos? Há alguma dúvida hoje sobre o vaticínio do Terceiro Segredo em relação às consequências destes males sobre o destino da Igreja e da própria civilização cristã?

PRIMEIRO SÁBADO DE AGOSTO


Mensagem de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, vidente de Fátima: 
                                                                                                                           (Pontevedra / Espanha)

‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem*, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’
* Com base em aparições posteriores, esclareceu-se que a confissão poderia não se realizar no sábado propriamente dito, mas antes, desde que feita com a intenção explícita (interiormente) de se fazê-la para fins de reparação às blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria no primeiro sábado seguinte.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

04 DE AGOSTO - SÃO JOÃO MARIA VIANNEY (CURA D'ARS)

São João Batista Maria Vianney (Cura D' Ars)

A mais difícil, extraordinária e espantosa obra feita pelo Cura d’Ars foi a sua própria vida

Existem vidas extraordinárias entre os santos da Igreja. Mas poucas delas foram tão cingidas pela pequenez, pela humildade e pelo aniquilamento interior como a do pobre cura de Ars, São João Batista Maria Vianney (nascido em 08 de maio de 1786, em Dardilly, na França). Ordenado sacerdote em 1815, aquele que teria o dom extraordinário de ler consciências foi proibido inicialmente de atender confissões, 'porque não teria capacidade para guiar consciências'. Três anos depois, aceitou ser o vigário do minúsculo povoado de Ars, situado ao norte de Lyon, na época com pouco mais de 200 habitantes e nenhuma prática religiosa. Ali chegou em fevereiro de 1818, ali construiu uma santidade ímpar entre os padres da Igreja, ali se tornou um santuário de peregrinação de toda a Europa. Ali viveu incansavelmente a fadiga das confissões intermináveis (geralmente 17 horas diárias), da oração constante, da devoção incondicional à pequenez e à pobreza, até a sua morte, em 04 de agosto de 1859, aos 73 anos de idade. 

São João Batista Vianney foi canonizado em 1925 pelo Papa Pio XI e seu corpo incorrupto encontra-se depositado na igreja da paróquia de Ars. Foi proclamado Padroeiro dos Sacerdotes e no dia de sua morte, 4 de agosto, celebra-se o Dia do Padre

'Nós devemos nutrir um grande amor por todos os homens, pelos bons e pelos maus. Quem tem o amor não pode querer que alguém faça o mal, porque o amor perdoa tudo'


Corpo Incorrupto do Santo em Ars

Conta-se que, indo em direção a ArsSão João Batista Vianney perguntou a um menino a direção a seguir para se chegar ao povoado. Diante da orientação recebida, o santo respondeu a ele: "já que você me ensinou o caminho para Ars, eu lhe ensinarei o caminho para o céu". Que, no dia de hoje, os sacerdotes de Cristo reflitam sobre esta mensagem do Cura D'Ars e assumam incondicionalmente esse caminho de vida religiosa para a salvação de muitos homens.

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS


A Grande Revelação do Sagrado Coração de Jesus foi feita a Santa Margarida Maria Alacoque durante a oitava da festa de Corpus Christi de 1675...

         'Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares ... Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra'.


... e as doze Promessas:
  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.
  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.
  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

    ATO DE DESAGRAVO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 
    (rezai-o sempre, particularmente nas primeiras sextas-feiras de cada mês)

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados, diante do vosso altar, para vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o vosso dulcíssimo Coração.

Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós, mais de uma vez, cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as nossas próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não vos querendo como pastor e guia, ou, conspurcando as promessas do batismo, renegam o jugo suave da vossa santa Lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente das licenças dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra vós e vossos santos, dos insultos ao vosso vigário e a todo o vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino Amor, e enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh, se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades! Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação que vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre os nossos altares.

Ajudai-nos, Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nossos próximos, impedir, por todos os meios, novas injúrias à vossa divina Majestade e atrair ao vosso serviço o maior número possível de almas.

Recebei, ó Jesus de Infinito Amor, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até a morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à Pátria bem-aventurada, onde vós, com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

AS SETE COLUNAS DA IGREJA DOMÉSTICA (VIII / Final)

'A Sabedoria edificou sua casa, talhou sete colunas' (Pv 9, 1)

A CÚPULA DOURADA

O que se arqueia sobre todas as colunas, que as une todas umas às outras, é a caridade, é o amor. Que significam as colunas sem a abóbada? Seriam apenas um torso. Assim seria a família sem o amor mútuo. Sem ela o matrimônio e a casa seriam facilmente um inferno na terra. Daí a exortação do Apóstolo: 'Maridos, amai vossas mulheres como Cristo amou sua Igreja e se entregou por ela'. Que poderia fora disso conservá-los unidos: a paixão e a embriaguez dos sentidos? Como a teia de aranha em meio da tempestade, se despedaça esse laço, quando vem a enfermidade ou uma dura provação.

O verdadeiro amar baseia-se na estima mútua. É o primeiro requisito do amor! A palavrinha 'eu' escreve-se pequenina; a palavrinha 'Tu', ao contrário, escreve-se grande e de preferência tão bela como as letras iniciais douradas e adornadas dos antigos livros conventuais. Tal amor duradouro e sólido só é possível quando não se prende a exterioridades apenas, mas penetra até a alma e, lá nas profundezas ocultas, contempla a imagem da eterna beleza de Deus. Tal beleza não diminui, antes pode e deve com a idade aumentar e só é verdadeiro o amor quando cada um quer consegui-la para o outro. Então é verdadeiro e santo e digno de um sacramento especial. Então fulgura em breve a cúpula de ouro do edifício do templo da família, sob os raios da luz solar.

O verdadeiro amor sabe respeitar-se a si mesmo. Jamais, para agradar aos outros, sacrifica princípios sagrados ou consente na violação de santos deveres. Pois acima de tudo no mundo está para ele a vontade de Deus: 'Deveis obedecer mais a Deus do que aos homens' é o cuidado de sua própria e única alma. Assim a soube avaliar o Papa Bento XII. Quando o Rei Felipe de França formulou em Avignon uma injusta pretensão, respondeu-lhe o Sumo Pontífice com as belas palavras: 'Se eu tivesse duas almas, de bom grado sacrificaria uma para consentir no que Vossa Majestade deseja. Como, porém, só tenho uma e quero salvá-la, queira Vossa Majestade restringir suas súplicas, de modo a que nada apresentem que possa ofender a Deus e prejudicar minha alma'. 

Era o respeito de si mesmo. A falta de respeito de si mesmo revela alguém tolerar pretensões indignas ou tornar-se infiel a sua fé católica, aos seus mandamentos, por amor de outrem. Será realmente tão rara acaso essa falta de respeito de si mesmo? Prouvesse a Deus! Então não haverá tantas queixas, especialmente em casamentos mistos, de apostasia e educação acatólica dos filhos! Então viveriam mais santamente muitos casais e seriam — mais felizes!

O verdadeiro amor vive do sacrifício. Como da cálida corrente do golfo, dele emana sempre de novo ardor, força e alimento. O espírito de sacrifício é a forja em que o amor se fortalece, a chama na qual se torna firme e duradouro. Quem não tem coragem e força para um sacrifício, devia desistir da fundação de uma família, pois, continuará sempre a ser um egoísta, um inútil, um solitário.

O verdadeiro amor sabe o que deve aos outros, sobretudo às crianças. É inesgotável como o mar, mais jamais cego e fraco. Os filhos são de Deus — para Deus! A Ele pertencem as suas almas. Por isso Ele exige disciplina e estrita obediência. Estas são a base e o fundamento de toda a ciência da educação. Num tempo em que a autoridade para tantos nada mais vale, em que se considera a desobediência como grandeza e virtude e se faz passar a teimosia e obstinação por fortaleza de caráter, é duplamente necessária uma demonstração a respeito; pois sem respeito à autoridade todo o edifício do templo da felicidade da família rui estrondosamente.

O amor não se amua e não se carrega de voluntária nudez, mas é sempre afável e bondoso. Como brilham os olhos do marido quando à tarde volta do penoso trabalho e vê a mesa elegantemente posta, o aposento a brilhar de limpeza e arranjo e, sobretudo, o que lhe é mais caro, o olhar jubiloso da esposa, que lhe diz: 'Agora deixa lá fora todas as preocupações, entra e alegra-te, pois estás em casa'. Mas também como se lhe oprime o coração semelhante ao nevoeiro, que dias a fio abafa toda alegria e jovialidade, quando o aguarda um silêncio amuado. Então, como dizem os maometanos, a mulher se torna o desespero do justo.

Annette von Droste conta de uma mulher da Westphalia que, durante 20 anos, conservou-se em silêncio, não somente para com o marido, como para com todos, de modo que estavam convencidos que ficara muda, até que, após a morte do marido, começou de novo a falar, com grande admiração geral. Havia, porém, uma razão especial, ela era extremamente colérica e o marido ainda mais. Assim não se podiam falar sem que se zangassem e brigarem. Como todos os bons propósitos de conter-se de nada valessem, recorrera a esse recurso extremo, mas sem rancor. Fazia um semblante satisfeito e conseguia assim conservar uma paz perfeita. Foi neste caso uma virtude heroica. Em outros casos seria a morte do amor e o túmulo das alegrias conjugais.

Com toda a boa vontade poderiam hoje ou amanhã sobrevir perturbações e provações para o amor. Onde haveria também um sol eternamente risonho, um céu sem nuvens; um mar que o vento e as ondas jamais encrespassem? São Paulo, o grande Apóstolo das nações, que conhecia sua gente, indicou para estes casos aos cônjuges um bom remédio caseiro. Deviam usá-lo sempre, logo que os ânimos esquentassem e a mostarda lhes subisse ao nariz. O remédio é o seguinte: 'Não deixeis o sol baixar sobre a vossa desavença!'

É uma palavra de ouro e uma bebida mágica do matrimônio. Em cada família que se fundasse, deviam os jovens cônjuges prometer-se mutuamente fazê-lo e reservar um prêmio, no mais belo cofre, para quem primeiro pudesse dizer: 'Meu marido, minha mulher, façamos as pazes'. Este teria merecido o prêmio, ainda que não fosse senão um justo e verdadeiro ósculo de paz. Com isto se alegrariam os Anjos no céu e em breve também na mais mísera choupana de novo brilharia mais claro e mais ardente o sol da felicidade doméstica, exatamente como lá fora, após um tempestade, o verdadeiro sol fulgura mais belo é mais dourado.

Mulheres que, além da habilidade nos arranjos caseiros, procuram alimentar ainda um terno sentimento, que querem ser realmente a luz do sol de seu lar, sabem facilmente achar caminho para o coração do esposo. Para elas, mesmo os acontecimentos de cada dia e as pequenas coisas, como a arte culinária, tornam-se meios hábeis e industriosas finezas para granjear o amor do marido, se acaso faltar. Mas mesmo a melhor e mais radiosa mulher terá de desistir, se o marido não lhe pagar, com a mesma moeda.

Se nenhum olhar afável, nenhuma palavra de reconhecimento recompensar o sacrifício da mãe de família, de onde lhe virá a alegria, que faz do lar um remanso feliz? Quanto coração amante de mulher resfria diante da falta de amabilidade do marido! Quanto homem só no túmulo da esposa fiel sente o bem que Deus lhe doou, dando-lhe a companheira que agora repousa na terra fria! 'Leve cada um a carga do outro!' A recompensa deste sacrifício é a conservação do amor e a felicidade da vida doméstica.

(Excertos da obra 'As colunas de tua Casa - um Plano para a Felicidade da Família', do Vigário José Sommer, 1938, com revisão do texto pelo autor do blog)