sábado, 21 de março de 2015

21 DE MARÇO - SÃO NICOLAU DE FLÜE



Nicolau de Flüe, conhecido também com Bruder Klaus (Irmão Klaus), nasceu em Sachseln, na Suíça, em 1417. Desde muito cedo, manifestou claramente uma vida de oração e mortificação. Em obediência aos pais, casou-se com Dorotéia Wyss e tiveram dez filhos, sendo cinco homens e cinco mulheres. No âmbito da vida matrimonial, continuou a desenvolver, com redobrado fervor, a sua prática religiosa e de oração cotidiana intensa, agora junto a uma numerosa família.

Em torno dos 50 anos, tomou a decisão que iria percorrer até a morte na via da santificação pessoal pelo ascetismo. Com o consentimento da esposa (mas não de todos os seus familiares) abandonou todo e qualquer afeto humano para viver em absoluto isolamento do mundo, dedicando-se exclusivamente a uma vida de oração e contemplação. Vivendo inicialmente numa pequena cabana e, mais tarde, numa ermida de pedra construída especialmente para ele, com acesso diário ao Santo Sacrifício, o santo foi personagem de um milagre impressionante: passou os últimos 20 anos de sua vida sem se prover de água ou de alimentos, mas vivendo somente da Sagrada Eucaristia!

Neste período, praticou intensamente a catequese espiritual a seus concidadãos, manifestando, em várias ocasiões, o dom da profecia. Em certa ocasião, atuou, de forma decisiva, para evitar conflitos associados a uma potencial divisão do território suíço, pelo que é celebrado também como padroeiro da Suíça. Após a sua morte, o culto pessoal estendeu-se não apenas na Suíça, mas também na Alemanha, França e Países Baixos. São Nicolau de Flüe faleceu no dia 21 de março de 1487, data do seu nascimento, aos setenta anos de idade. Foi canonizado por Pio XII em maio de 1947.

São Nicolau de Flüe, rogai por nós!

quinta-feira, 19 de março de 2015

19 DE MARÇO - SÃO JOSÉ


São José, esposo puríssimo de Maria Santíssima e pai adotivo de Jesus Cristo, era de origem nobre e sua genealogia remonta a David e de David aos Patriarcas do Antigo Testa­mento. Pouquíssimo sabemos da vida de José, além de suas atividades de carpinteiro em Nazaré. Mesmo o seu local de nascimento é ignorado: poderia ser Nazaré ou mesmo Belém, por ter sido a cidade de Davi. Ignora-se igualmente a data e as condições da morte de São José, mas existem fortes razões para afirmar que isso deve ter ocorrido an­tes da vida pública de Jesus. Com certeza, José já teria falecido quando da morte de Jesus, uma vez que não se explicaria, então, a recomendação feita aos cuidados mútuos à mãe e ao filho, dados, da cruz,  por Jesus a Maria e a São João Evangelista.

Não existem quaisquer relíquias de São José e se desconhece o local do seu sepultamento. Muitos pais da Igreja defendiam que, devido à sua missão e santidade, São José, a exemplo de São João Batista, teria sido consagrado antes do nasci­mento e já gozava de corpo e alma da glória de Deus no céu, em com­panhia de Jesus e sua santíssima Esposa. As virtudes e as graças concedidas a São José foram extraordinárias, pela enorme missão a ele confiada pelo Altíssimo. A dig­nidade, humildade, modéstia e pobreza, a amizade íntima com Je­sus e Maria e o papel proeminente no plano da Redenção, são atributos e méritos extraordinários que lhe garantem a influência e o poder junto ao tro­no de Deus. Pedir, portanto, a intercessão de São José, é garantia de ser ouvido no mais alto dos céus. Santa Tereza, ardorosa devota de São José, dizia: 'Não me lembro de ter-me dirigido a São José sem que tivesse obtido tudo que pedira'.

A devoção a São José na Igreja Ca­tólica é antiquíssima. A Igreja do Oriente celebra-lhe a festa, desde o século nono, no domingo depois do Natal. Foram os carmelitas que in­troduziram esta solenidade na Igreja Ocidental; os franciscanos, já em 1399, festejavam a comemoração do Santo Pa­triarca. Xisto IV inseriu-a no bre­viário e no missal; Gregório XV ge­neralizou-a em toda a Igreja. Cle­mente XI compôs o ofício, com os hinos, para a celebração da Festa de São José em 19 de março e colocou as missões na China sob a proteção do Santo. Pio IX introdu­ziu, em 1847, a festa do Patrocínio de São José e, em 1871, declarou-o Pa­droeiro da Igreja; muitos pontífices promoveram solenemente a devoção a São José, por meio de orações, homilias, encíclicas e devoções diversas.

São José, rogai por nós!

terça-feira, 17 de março de 2015

TRÍDUO DE SÃO JOSÉ


Oração Inicial (para todos os dias)

Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus de nossos inimigos.
V. Benditos e amados sejam os dulcíssimos nomes de Jesus, Maria e José.
R. Amém.

A Vós recorremos, bondoso Patriarca, e com todo o fervor de nosso afligido Coração, vos pedimos que, deste trono de glória em que vos colocaram vossas virtudes e merecimentos, escuteis propício nossas súplicas e tenhais piedade de nós. Humildemente confessamos que nossas tribulações são penas de nossas culpas; por isso, com dor no coração, pedimos a Deus perdão por todas elas.

Amoroso São José, pelo amor que professais ao vosso Jesus e Maria e pela autoridade que sobre eles exercestes aqui na terra, intercede agora por nós no céu, escutando nossas petições e apresentando-as vós mesmo à vossa Esposa Imaculada e ao vosso Divino Filho, para que sejam favoravelmente ouvidas, para maior glória de Deus e santificação de nossas almas. Amém.

Castíssimo esposo da Virgem Maria e amável protetor, meu São José, que jamais se ouviu dizer que alguém já tenha invocado a vossa proteção e implorado o vosso auxílio sem haver sido consolado. Cheio de confiança em vosso poder, já que exercestes com Jesus o cargo de pai, venho, à vossa presença, recomendar-me a Vós com todo o fervor. Não desprezeis minhas súplicas, antes bem acolhei-as e dignai-vos atendê-las piedosamente. Amém.

Primeiro Dia (16/03)

Aqui nós estamos em vossa gloriosa presença, doce protetor nosso São José, implorando o vosso eficaz patrocínio.

Dirige, ó grande santo, um olhar amoroso sobre nós, miseráveis filhos de Eva, e alcançai-nos a graça que vos pedimos, as virtudes da humildade, pureza e obediência, a honra de morrer assistidos por Jesus, por vossa Esposa e por vós, para o bendizermos e o louvarmos no céu eternamente. Amém.

Pede-se a graça que se deseja...
Rezar sete Pai-Nossos e Ave-Marias em memória das sete dores e alegrias de São José.

Segundo Dia (17/03)

Ao vossos pés nos prostramos com o mais humilde afeto, ó incomparável protetor nosso São José, confiando em vosso eficaz patrocínio.

Dirige, ó grande santo, um olhar amoroso sobre nós, miseráveis pecadores filhos de Eva, e alcançai-nos a graça que vos pedimos, juntamente com as três virtudes de terna piedade, gratidão aos divinos benefícios e firme confiança em Deus, que tanto e com tanto fruto praticastes vós mesmo, a fim de que enriquecidos com elas, possamos expirar docemente nos braços de Jesus e Maria, e chegarmos depois em vossa companhia no céu, por toda a eternidade. Amém.

Pede-se a graça que se deseja...
Rezar sete Pai-Nossos e Ave-Marias em memória das sete dores e alegrias de São José.

Terceiro Dia (18/03)

Prostrados ante Vós, insigne protetor nosso São José, acudimos também hoje em demanda de vosso eficaz patrocínio.

Dirige, ó grande Santo, um olhar amoroso sobre nós, miseráveis filhos de Eva, e apresentai nossas súplicas ao Pai Eterno, cujas vezes fizestes na terra tutelando o seu Divino Filho; oferecei-as também ao Espírito Santo, de quem fostes representante como Esposo de Maria; apresentai-as, enfim, ao Filho, para que sejam benignamente atendidas pela Santíssima Trindade, objeto de todo nosso amor, agora e sempre, por todos os séculos. Amém.

Pede-se a graça que se deseja...
Rezar sete Pai-Nossos e Ave-Marias em memória das sete dores e alegrias de São José.

Oração Final (para todos os dias)

Gloriosíssimo Patriarca São José, castíssimo Esposo da Mãe de Deus; ao vosso amparo acudimos, não desprezais nossas súplicas e livrai-nos de todos os perigos.
V. Bendito Patriarca São José, rogai por nós.
R. Para que sejamos dignos da graça que imploramos.

Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus e Mãe nossa, uni vossos rogos aos de vosso castíssimo Esposo e pelos maternais cuidados que dedicastes ao Menino Jesus, intercedei e rogai por nós, para que sejamos dignos de alcançar a graça que vos pedimos.

Sacratíssimo Coração de Jesus, ouvi benigno as súplicas de Maria, cheia de graça, e de José, varão justo, para que, por sua intercessão, logremos o favor solicitado, se for para a maior honra e glória vossa e bem de nossas almas. Vós que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. Amém.

POEMAS PARA REZAR (XVIII)


BUSCANDO A CRISTO 

A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa Cruz sacrossanta descobertos:
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.

A vós, olhos divinos eclipsados,
De tanto sangue e lágrimas cobertos,
Que, para perdoar-me, estais despertos
E, por não devassar-me, estais fechados.

A vós, pregados pés, por não fugir-me;
A vós, cabeça baixa, por chamar-me;
A vós, sangue vertido, para ungir-me;

A vós, lado patente, quero unir-me;
A vós, cravos preciosos, quero atar-me;
Para ficar unido, atado e firme.

(Gregório de Matos)

domingo, 15 de março de 2015

A LUZ DE CRISTO

Páginas do Evangelho - Quarto Domingo da Quaresma


O Quarto Domingo da Quaresma é chamado Domingo Laetare ou Domingo da Alegria, e constitui um dos mais festejados do Ano Litúrgico. Por se enquadrar na metade do tempo quaresmal, período este vivido pela Igreja em meio à tristeza e penitências, a liturgia desse domingo se propõe a reacender nos católicos a firme alegria e esperança que devem ser o sustento dos católicos até a plenitude do tempo pascoal, à espera do Senhor Que Vem.

Santa alegria, pois 'Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele' (Jo 3, 17). A Primeira Vinda de Cristo é um exercício contínuo da graça divina nas sendas do perdão e da misericórdia, no acolhimento do pecador, na manifestação exaustiva da compaixão e do amor extremado de Deus pelas criaturas humanas, para salvar o mundo e maturar a boa semente em frutos de eternidade: 'Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna' (Jo 3, 16).

A alegria e esperanças cristãs se fundem em plenitude na Luz de Cristo, mas nem todos a receberão, mas nem todos a tomarão como guia e exemplo, conforme as próprias palavras de Jesus dirigidas a Nicodemos, no diálogo que se imortalizou no evangelho deste domingo: 'a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más (Jo 3, 19). Na eternidade, verão Deus face a face os Filhos da Luz, aqueles que praticam a Verdade e se comprazem na jubilosa esperança da posse eterna da Plena Visão. 'mas, quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito' (Jo 3, 18).

Neste domingo, celebramos a luz, a luz de Cristo, que rompe a escuridão de nossa alma cega nos afazeres mundanos e que nos liberta das trevas do pecado, moldando a argila frágil da natureza humana pelo cinzel da graça e do amor de Deus. Ao se debruçar até o pó, Jesus nos dá ciência de que conhece a nossa imensa fragilidade; ao proclamar sua divindade, nos conforta de que, como Filhos da Luz, somos definitivamente os herdeiros da divina misericórdia. No meio do caminho desta jornada quaresmal, elevemos a Cristo nossas almas frágeis de argila e a Ele supliquemos conservá-las firmemente na direção do Círio Pascal, ao encontro da luz do Cristo Ressuscitado Que Vem.