FALSO TESTEMUNHO
É o depoimento contrário à verdade. É mais grave quando feito em juízo por aquele que jurou dizer a verdade. É sempre proibido. Está escrito na Lei de Deus: 'Contra o teu próximo não dirás falso testemunho'(Ex 20, 16). As testemunhas citadas pelo Juiz têm obrigação de dizer a verdade, e só a verdade, sem atenção aos interesses de ninguém e só aos interesses da Justiça. Uma testemunha falsa fica obrigada a reparar todo o dano que maliciosamente causou ao próximo, ainda que lhe custe igual ou maior dano, e também a retratar-se do testemunho dado, se tanto for necessário para restabelecer a Justiça.
FIEIS
são todas as pessoas batizadas que praticam a Religião como a Igreja Católica ensina. Todos, qualquer que seja a categoria social, têm deveres para com os sacerdotes, isto é, para com o Papa, os Bispos e os Clérigos em geral. São deveres dos fiéis:
a) Considerar os sacerdotes como embaixadores de Jesus Cristo, cooperadores de Deus, dispensadores dos mistérios de Cristo, como lhes chama São Paulo (I Cor 4, 1; Hb 5, 1-3);
b) Respeitar os sacerdotes, não obstante as suas imperfeições e os seus defeitos, que não destroem o seu caráter sagrado.
c) Amar filialmente os sacerdotes, que são os seus pais espirituais;
d) Obedecer-lhes em tudo o que diz respeito à ordem espiritual, como a Jesus Cristo, que disse aos seus Apóstolos: 'Quem vos ouve, a Mim ouve, quem vos despreza, a Mim despreza' (Lc 19,16).
e) Prestar-lhes assistência temporal, isto é, contribuir para a sua sustentação, não somente porque eles dedicam as suas faculdades, o tempo e a saúde ao bem espiritual dos fieis, mas também por causa da benéfica ação social que exercem na vida das famílias e da sociedade, e ainda porque o seu ministério é incompatível com quaisquer ofícios rendosos: 'Se nós vos semeamos as coisas espirituais, é porventura muito recolhermos as coisas temporais que vos pertencem?' diz o Apóstolo São Paulo (I Cor 9, 11).
FORTALEZA
É uma virtude pela qual a vontade é de tal modo robustecida que não desiste de fazer o bem, por muito árduo que ele seja, nem por causa das dificuldades, nem pelo perigo de morte. A virtude da fortaleza manifesta-se principalmente na constância em suportar o peso da dor. Muito contribuem para conservar a fortaleza, além da oração, a comparação da fragilidade dos bens terrenos com a grandeza dos bens eternos, a previsão dos males a que estamos sujeitos, o costume de agir decididamente nas coisas pequenas, o fervoroso amor de Deus. São virtudes inseparáveis da fortaleza: a magnanimidade, a paciência e a perseverança.
FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO
São os efeitos ou produtos dos dons do divino Espírito Santo. São 12: Caridade, dispõe-nos ao amor afetivo e efetivo para com Deus e para com o próximo; Gozo, faz-nos viver sempre contentes com as disposições da divina Providência; Paz, dispõe-nos a viver sempre de acordo com o nosso próximo, ainda que com algum prejuízo de nosso direito; Paciência, torna-nos calmos no meio dos sofrimentos que nos visitam; Benignidade, torna-nos indulgentes e agradáveis para com o próximo; Bondade, leva-nos a prestar serviços aos outros, ainda que à custa de incômodos nossos; Magnanimidade, faz-nos suportar o que não podemos impedir, e esperar a hora favorável para praticarmos o bem e corrigirmos o mal; Mansidão, detém o mau humor e torna amável o caráter; Fidelidade, impede de faltar à palavra dada; Modéstia, acalma a vivacidade nas ações mesmo boas e ensina a refletir antes de operar; Continência, contém nos devidos limites as exigências dos sentidos; Castidade, leva-nos a tomar precauções, a exercer vigilância e a praticar a mortificação, para evitarmos os perigos contra a pureza.
GALHETAS
São os pequenos vasos de vidro ou de outra matéria, em que se deita o vinho e a água para a Missa. São colocadas num prato onde cai a água do Lavabo. Devem estar sempre muito limpas, como convém ao serviço em que se empregam.
GEENA
Palavra usada na Sagrada Escritura para significar o lugar de tormentos eternos a que os réprobos são condenados. É uma alusão a um vale profundo, onde eram lançadas as imundícies da cidade de Jerusalém, as quais ardiam continuamente sem que o fogo se extinguisse.
GRADUAL
Era o livro que continha as orações que se cantavam depois da Epístola, à Missa cantada. Agora chama-se Gradual a uns versículos que se leem ou se cantam depois da Epístola.
GULA
É o desordenado apetite de comer e de beber. É um dos sete pecados capitais, mas só é mortal quando o excesso na comida ou na bebida prejudica gravemente a saúde ou impede o uso da razão. São efeitos da gula: o embrutecimento da inteligência, a imoderação da língua, a propensão para a luxúria, a embriaguez e o alcoolismo. Por isso Jesus Cristo nos advertiu, dizendo: 'Velai sobre vós para que não suceda que os vossos corações se façam pesados com demasias de comer e de beber' (Lc 21, 34). São remédios contra a gula: a consideração do fim porque nos alimentamos; a observação dos efeitos do excesso da comida e da bebida; a mortificação do apetite ao comer e ao beber e a prática dos exercícios de piedade.
HÁBITO ECLESIÁSTICO OU CLERICAL
É o vestuário próprio dos eclesiásticos, os quais devem trazer hábito decente, segundo os costumes legítimos dos lugares e as prescrições do bispo próprio. Sem licença do bispo do lugar, não podem os associados de qualquer confraria, ainda que ereta por religiosos, trazer hábito próprio em procissões ou em outras funções sagradas.
HEREGE
É aquele que, tendo recebido o sacramento do batismo, embora conservando o nome de cristão, nega ou põe em dúvida, pertinazmente, alguma das verdades da Fé divina e católica, propostas pela Igreja à crença dos cristãos. Se é notoriamente herege, fica separado da união com a Igreja Católica e não pode receber os Sacramentos.
HERESIA
É o erro voluntário e pertinaz do cristão contra alguma verdade da Fé divina. É pecado gravíssimo, que separa o cristão radicalmente de Deus e do caminho da salvação.
HERESIARCA
É o autor de uma heresia ou o chefe de uma seita herética.
HETERODOXO
É aquele que professa doutrina contrária à doutrina Católica.
HIERARQUIA ECLESIÁSTICA
É, por instituição divina, constituída pelos bispos, presbíteros e ministros, sob a autoridade suprema do papa, Chefe da Igreja universal. Aos Apóstolos, deu Jesus Cristo o poder de ensinar, reger e santificar os fiéis e a Pedro, deu o Primado sobre os outros Apóstolos, dizendo-lhes que estaria com eles até à consumação dos séculos. São Pedro tem como sucessor o Papa; os Apóstolos têm como sucessores os Bispos, os quais têm como auxiliares os Presbíteros e os Ministros ou Clérigos menores. Desta sorte, a hierarquia instituída por Jesus Cristo se perpetua na Igreja até à consumação dos séculos.
HOMILIA
É uma breve explicação do evangelho ou de alguma parte da doutrina cristã, feita nas Missas dos Domingos e Dias Santos a que assistam os fieis, quer nas igrejas, nas capelas ou nos oratórios. Não só os párocos, mas também todos os sacerdotes que nesses dias celebram missa a que assistem fieis são obrigados a fazer homilia. Dessa obrigação resulta para os fieis a obrigação de a ouvirem com a intenção de aprender e praticar.
HORAS CANÔNICAS
São o ofício divino ou a reza do Breviário, que a Lei da Igreja impõe aos Clérigos de Ordens maiores, e que devem recitar a determinadas horas.
HORA SANTA
É um exercício de devoção pedido por Jesus Cristo a santa Margarida Maria, o qual deve durar uma hora passada em oração, recordando a agonia de Jesus no Jardim das Oliveiras. Este exercício pode ser feito em qualquer lugar, e tanto em particular como em comum; mas é preferível fazê-lo diante do Santíssimo Sacramento. Deve ser feito de quinta para sexta-feira, e a qualquer hora desde as 14 horas, mas a hora mais própria é das 23 à meia noite.
HOSANA
É um canto que expressa alegria ou aclamação.
(Verbetes da obra 'Dicionário da Doutrina Católica', do Pe. José Lourenço, 1945)