Páginas do Evangelho - Quinto Domingo da Páscoa
Neste Quinto Domingo da Páscoa, como os ramos da videira eterna, somos chamados a permanecer em Deus, vivendo em plenitude os ensinamentos de Cristo e, como cooperadores e partícipes na obra do Pai, sermos frutos de salvação, no apostolado diário e na vivência diária da nossa vocação para a santidade, como Filhos de Deus: 'Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim' (Jo 15, 4).
Eis a verdadeira medida do nosso amor: a plena confiança em Deus e nos desígnios da Providência Divina. Que nada além desta disposição interior, de colocar tudo nas mãos de Deus, seja o nosso conforto e consolação. Deus governa todas as coisas e sabe, muito além de nós mesmos, como nos levar a uma mais perfeita santificação. Com Cristo, por Cristo e em Cristo, a seiva da graça é levada a todos os ramos para que possam produzir muitos frutos de salvação: 'Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer' (Jo 15, 5).
Como rebentos vigorosos da videira eterna, somos cuidados com infinito amor. Deus é próprio agricultor destas vinhas eternas; nos cerca de zelos extremados, corta as imperfeições de nossas almas insensatas; poda os ramos que se curvam sob o peso das tentações e das provações, para que se reergam mais fortes e mais atraídos para o alto, para os ditames da luz. Como ramos limpos e regados com a seiva da vida eterna, somos chamados à perseverança em Deus, permanecendo e fazendo conservar no coração os tesouros da graça, a exemplo de Maria, nossa Mãe, que 'conservava todas estas coisas, meditando-as no seu coração' (Lc 2, 19).
Perdida a seiva, os ramos secam, atrofiam, morrem... não podendo se sustentar por si mesmos, perdem o vigor, a essência da vida; não podem dar frutos nem sementes, caem por terra e serão consumidos pelo fogo: 'Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados' (Jo 15, 6). Não há meio termo no plano da salvação: ou somos ramos vivos ligados à videira, ou somos ramos mortos destinados ao fogo eterno. Pelo apostolado, por nossas obras de caridade, tornamo-nos rebentos vivos desta videira eterna, como discípulos de Jesus e para a maior glória de Deus.