Nossa Senhora apareceu em Fátima para nos lembrar, sobretudo, da
necessidade da salvação da alma. Por isso ela recomendou com
insistência aos 3 pastorinhos de rezar e fazer penitência pela
conversão dos pecadores: 'Muitas almas vão para o inferno porque
não há quem reze e se sacrifique por elas!'
Em Ars, um certo dia, chegou uma senhora abatida pela dor que a levava ao
desespero. Poucos dias antes tinha perdido o marido tragicamente. Suicidara-se, jogando-se
de cima de uma ponte, num rio. A mulher era atormentada pelo pensamento da danação do
marido. Entretanto, na igreja de Ars, a pobre mulher logo se ajoelhou para rezar e chorar.
Era a 1ª vez que ia a Ars. O santo Cura d'Ars, passando-lhe ao lado, sussurrou-lhe aos
ouvidos: 'Ele está salvo!'. 'O quê?' - exclamou a mulher. 'Ele está salvo!' - repetiu o santo - 'Está no purgatório e precisa rezar muito por ele. Entre o parapeito da ponte e o rio teve
tempo de se arrepender. Foi Nossa Senhora quem lhe obteve a graça. Lembre-se do mês de
maio que fazia no quarto. Às vezes seu marido, embora não religioso, se unia à sua oração e
às vezes até punha uma flor junto à imagem de Maria. Isto lhe obteve o arrependimento e o
extremo perdão!'
Um dia padre Pio passava lentamente entre uma multidão de homens. Um jovem lhe gritou
de longe: 'Padre, me diga uma palavra decisiva. O que devo fazer?' Padre Pio olhou-o com
profundidade e lhe disse: 'Salve a tua alma!'
'As terras de um homem rico tinham tido uma boa colheita. E ele, consigo mesmo, assim pensava: como farei se não tenho mais lugar para guardar a minha colheita? Eis, disse, farei assim: demolirei os meus celeiros, construirei outros maiores, onde guardarei toda a minha colheita e os meus bens; depois direi à minha alma: ó Alma, tens uma grande reserva de bens por muitos anos; descansa, come, bebe e diverte-te! Mas Deus lhe disse: Louco! Esta mesma noite te será tirada a vida; e aquilo que preparaste pra quem será? Assim será também para quem acumula tesouros para si, mas não cuida de ter o que para Deus' (Lc 12, 16-21)
São Bernardo dizia: 'Todo o tempo que não usamos para Deus é perdido'. A um velho eremita, um dia, perguntaram a idade. 'Tenho 50 anos', respondeu. 'Não é
possível!' - respondeu o indagador - 'Tens, certamente, mais de 70'. 'É verdade' - respondeu o eremita - 'a minha idade seria na verdade 75, mas os primeiros 25 anos eu não conto, pois os passei afastado de Deus'.
Querem um bom exemplo de viver todo o tempo a serviço de Deus? O Beato José Moscatti, grande médico
napolitano, todos os
dias começava a sua jornada às 5 horas da manhã, com duas horas de oração recolhida e
intensa. Fazia sua meditação, participava da Santa Missa, recebia a santa comunhão e fazia
um longo agradecimento. Sem estas duas horas e sobretudo sem a santa comunhão, ele dizia
não ter coragem de entrar na sala médica para visitar os doentes. Logo depois das duas horas de
oração, entrava nos becos de qualquer bairro da velha Nápolis, descia a qualquer gueto ou
subia em qualquer porão a visitar gratuitamente doentes em condições penosas e
miseráveis. Continuava a sua manhã com a escolha e com as visitas médicas em um hospital.
Antes de fazer um diagnóstico, e, particularmente nos momentos de dificuldade, colocava a mão no bolso, apertava o
Rosário por um momento e rezava a Nossa Senhora. Durante as visitas não era menos
preocupado de recomendar aos enfermos a cura da alma, dando conselhos e avisos
concretos, como aqueles de confessar-se e comungar. Ao meio dia, ao soar o sino do
Ângelus, embora estando na sala médica, recitava sem falta a oração, convidando os
presentes a rezarem com ele. De tarde continuava as visitas médicas em casa até o pôr do sol.
Fechava seu dia com a visita ao Santíssimo Sacramento, com a recitação do Santo
Rosário e as orações noturnas. Morreu durante as suas visitas médicas, amando os corpos e
as almas dos enfermos. Eis um verdadeiro cristão que 'operava o bem enquanto tinha
tempo' (Gl ,10).
(Excertos da obra 'Um mês com Maria' , do Pe. Stefano Maria Manelli)