1. A Bíblia apresenta diversos casos de concepção de filhos de pais em idade avançada como, por exemplo: Abraão e Sara; o nascimento de João Batista; Ana, que era estéril, deu à luz a Samuel na velhice. Assim também se deu o nascimento de Maria Santíssima, ou seja, quando Ana e Joaquim já estavam ambos em idade bem avançada.
2. A Igreja celebra o dia dos santos sempre no dia correspondente à sua morte (eventualmente com adaptações devido a coincidências de datas), pois representa o dia do nascimento deles para a glória celeste. Entre as três exceções de se tomar a data do nascimento temporal e não a data da morte como referência, estão o nascimento de Jesus (25 de dezembro), o nascimento de João Batista (24 de junho) por ser o Precursor e o nascimento de Maria Santíssima (8 de setembro).
3. Embora a data litúrgica de comemoração do nascimento da Virgem Santíssima pela Igreja seja 8 de setembro, o mês de maio tem sido devotado à Virgem como 'mês de Maria' desde o século XIII. A Festa da Apresentação de Maria no templo é comemorada no dia 21 de novembro.
4. A Tradição atesta que Nossa Senhora, a exemplo de muitas outras jovens da sua época, viveu boa parte de sua tenra juventude (dos 10 aos 14 ou 16 anos segundo algumas fontes e, até desde os 3 anos de idade, segundo outras) no Templo de Jerusalém, em uma vida de intensa oração, trabalho manual, aprendizado de hinos e cânticos religiosos e, principalmente, de estudo dos Livros Sagrados.
5. Nossa Senhora falava o aramaico como língua materna, corrente em sua época e localização e, em função dos seus estudos no Templo de Jerusalém, provavelmente também dominava o hebraico e até mesmo podia ter conhecimento básico de outras línguas.
6. A Anunciação do Anjo e o Fiat de Maria Santíssima constitui o diálogo mais importante para a salvação do gênero humano e foi consumado em 5 frases e 55 palavras. As únicas coisas deste evento que se podem afirmar como factíveis é que o diálogo ocorreu enquanto Maria estava em recolhimento e oração, provavelmente reclusa em um ambiente qualquer da casa onde então vivia em Nazaré (morada anterior àquela que iria mais tarde compartilhar com José e, depois, também com Jesus).
7. Nossa Senhora entoou o Magnificat na sua visita a Santa Isabel, trazendo Jesus Cristo no sacrário virginal do seu ventre, em aramaico (o hino devocional tem 102 palavras em grego, 89 em latim e 105 em português).
8. A Igreja comemora no dia 2 de fevereiro a Festa da Apresentação de Jesus no Templo e a Festa de Purificação de Nossa Senhora, eventos que normalmente ocorriam associados para o rebento e sua mãe; a criança para ser consagrada a Deus e a mãe, para se purificar do parto, fato que a tornava 'impura' conforme os preceitos da Lei de Moisés (evidentemente Nossa Senhora não teria porque ser 'purificada' mas, em obediência restrita às leis vigentes, se submeteu inteiramente à prescrição).
9. É Nossa Senhora, medianeira das graças divinas, que fez brotar o primeiro milagre conhecido da vida pública de Jesus nas Bodas de Caná. Após quase dois meses de separação do seu Filho (neste período, Jesus se fizera batizar por João Batista no rio Jordão e jejuara durante 40 dias e 40 noites no deserto), Nossa Senhora abandona o seu escondimento e se revela para nós, co-herdeiros da graça divina, como a onipotência suplicante: 'Fazei tudo o que Ele vos disser'.
10. Embora não se tenha nenhum registro formal ou consistente da morte ou dormição de Nossa Senhora, pode-se afirmar que a morte a acolheu para que ela pudesse ser igual ao Filho em tudo, até na morte. Maria Santíssima morreu no amor, morreu por amor mas, sobretudo, morreu de amor. Morrendo no amor, Maria morreu como Mãe dos homens. Morrendo por amor, ela morreu como Rainha dos mártires. Morrendo de amor, ela morreu como Mãe de Deus. É a única 'causa mortis' que lhe poderia convir e separar sua alma que atingiu os píncaros da graça divina do seu corpo terreno.
(Texto do autor do blog com base na obra 'A História da Vida de Nossa Senhora', de Antônio Maia)