domingo, 16 de junho de 2013

O PERDÃO DOS PECADOS

Páginas do Evangelho - Décimo Primeiro Domingo do Tempo Comum


Orgulho e preconceito. O Evangelho deste domingo nos fala sobre o perdão dos pecados e destes dois grandes pecados em particular. Que se aninhavam como duas serpentes insidiosas no coração de Simão, o fariseu. Primeiro, o orgulho medido e contado na pose de anfitrião de um jantar que era mero pretexto para uma exposição pública de Jesus, em sua casa e para o seu distorcido juízo particular. Em segundo lugar, o preconceito exposto no pensamento maldoso em relação à mulher pecadora e ao próprio Jesus: 'Se este homem fosse um profeta, saberia que tipo de mulher está tocando nele, pois é uma pecadora' (Lc, 36, 39).

Em outro coração, no coração da mulher pecadora, também havia muito pecado. Mas o perfume do frasco de alabastro que havia trazido para ungir os pés de Jesus, ungira antes, pela graça divina, o seu coração ambientado no pecado da concupiscência. O sopro da inquietude de outrora tornara-se agora um caudal de arrependimento e de remorso tão profundos, que a virtude aflorara vigorosa e definitiva na lama endurecida de tanto pecado. E tal conversão estupenda nasceu de um amor sem medidas e a medida de tanto amor submergiu de uma vez os escombros de toda uma vida em pecado: 'Por esta razão, eu te declaro: os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados porque ela mostrou muito amor. Aquele a quem se perdoa pouco, mostra pouco amor' (Lc 36, 47).

E Jesus, comovido diante de tanto amor de virtude, outrora camuflado em um amor de perdição, faz publicamente não um, mas dois testemunhos da conversão extraordinária daquela mulher: 'Teus pecados estão perdoados (Lc 36, 48) e 'Tua fé te salvou. Vai em paz! (Lc 36, 50). Naquele jantar, naquele evento na casa de Simão, dois corações tangidos pelo pecado encontraram juntos a misericórdia de Deus: um a encontrou no reconhecimento sincero de sua enorme fragilidade e na súplica ardente de perdão ao Pai; o outro foi apenas testemunha dela e a perdeu nos labirintos abismais do próprio orgulho e na teia espinhosa e difusa dos preconceitos humanos.