sexta-feira, 28 de julho de 2017

DOCUMENTOS DE FÁTIMA (IV)

Depoimento da Irmã Lúcia ao Padre Fuentes* em 1957:


'Padre, a Santíssima Virgem me disse que nos encontrávamos nos últimos tempos do mundo, e ela deu-me a entender isso por três razões: 

➤ A primeira razão é porque ela me disse que o demônio está operando a batalha decisiva contra a Virgem Maria. E uma batalha decisiva é a batalha final, da qual sairemos vitoriosos ou vencidos. Por isso, daqui em diante, deveremos escolher de que lado ficamos, ou estamos com Deus, ou estamos com o demônio; não há meio termo.

➤ A segunda razão é que ela disse a mim e aos meus primos que Deus está oferecendo os últimos dois remédios para o mundo. Estes são o Santo Rosário e a devoção ao Coração Imaculado de Maria. Estes são os últimos dois remédios, o que significa que não haverá outros.

➤ A terceira razão é porque sempre nos planos da Divina Providência, quando Deus castiga o mundo, Ele esgota antes todos os demais recursos; e quando vê que o mundo não faz caso de nenhum deles, então ― como dizemos no nosso modo imperfeito de falar ― Ele nos oferece com certa trepidação o último meio de salvação, a sua Santíssima Mãe. 

É com certa trepidação porque se desprezamos e rejeitamos este último meio, já não obteremos perdão algum do céu porque teremos cometido um pecado, que o Evangelho chama de pecado contra o Espírito Santo, que consiste em rejeitar abertamente, com todo conhecimento e vontade, a salvação que Ele nos oferece. Recordemos que Jesus Cristo é muito bom Filho e não permite que ofendamos e desprezemos a sua Santíssima Mãe, tendo como testemunho patente vários séculos da história da Igreja que, pelos castigos terríveis sobre aqueles que atacaram a honra da sua Santíssima Mãe, nos indica como o Nosso Senhor tem saído sempre em defesa da honra da sua Santíssima Mãe'.

*Padre Agustín Fuentes, sacerdote mexicano, foi o postulador das causas da beatificação de Francisco e Jacinta Marto e, no propósito desta função, entrevistou a Irmã Lúcia no seu convento em Coimbra, Portugal, em 26 de dezembro de 1957.

(Tradução do texto original, publicado em 'Toute la Vérité sur Fatima', por Fr. Michel de Sainte Trinité, Vol. III)

MEDITAÇÕES PARA A SEMANA (SÃO JOÃO BOSCO) - VI

Sexta-Feira

A Eternidade das Penas

De joelhos, dizei:

'Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração por Vos ter ofendido; peço-vos a graça de compreender as verdades que vou meditar e de inflamar-me de amor por Vós. Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, rogai por mim'.

I. Considera, meu filho, que se caíres no Inferno, dele jamais sairás. Nele se padecem todas as penas, e todas elas para sempre. Passarão cem anos, mil anos, e o Inferno estará apenas começando; passarão cem mil anos, cem milhões de anos, milhões de milhões de anos e de séculos e o Inferno estará ainda apenas começando.

Se um Anjo anunciasse a um condenado que Deus haveria de livrá-lo do Inferno depois de passar tantos milhões de séculos como gotas de água que há no mar, ou folhas de árvores e grãos de areia no mundo, essa notícia lhe causaria logo um consolo indizível. 'É certo', exclamaria, 'que é imenso o número de séculos que sofrerei mas, afinal, haverá um dia em que eles acabarão'.

Mas, ai! passarão esses milhões de séculos e uma infinidade de outros, e o Inferno estará sempre apenas começando. Cada condenado quereria poder dizer a Deus: 'Senhor, aumentai quanto quiserdes minhas penas, e fazei-me permanecer aqui o tempo que quiserdes, contanto que me deis a esperança de ver este suplício acabar um dia!' Mas não! Esse término e essa esperança jamais chegarão.

II. Se ao menos o condenado pudesse iludir-se a si mesmo, pensando consigo: 'Quem sabe se Deus algum dia terá piedade de mim e me tirará deste abismo!' Mas, não! Jamais abrigará esta esperança! O condenado terá sempre presente a sentença de sua condenação eterna: 'Este tormentos, este fogo, estes horríveis gritos, eu os terei para sempre'.

Sempre! verá escrito nas chamas que o devoram. Sempre! na ponta das espadas que o transpassam; Sempre! nas horríveis fisionomias dos demônios que o atormentam. Sempre! naquelas portas fechadas que jamais se abrirão para ele! Ó eternidade, ó abismo sem fundo! Ó mar sem limites! Ó caverna sem saída! Quem não tremerá pensando em ti? Ó maldito pecado, que tremendos suplícios preparas para quem te comete! Ah!Basta de pecados, basta de pecados em toda a minha vida!

III. O que deve encher-te de espanto é pensar que essa horrível fornalha está sempre aberta debaixo de teus pés e que basta um único pecado mortal para cair nela. Compreendes, meu filho, isto que lês? Um pecado que cometes com tanta facilidade merece uma pena eterna. Uma blasfêmia, uma profanação dos dias festivos, um furto, um ódio, uma palavra, um ato, um pensamento obsceno, bastam para condenar-te às penas do Inferno.

Ah! meu filho, ouve atentamente o meu conselho; se a consciência te censura de algum pecado, vai imediatamente confessar-te para principiar logo uma boa vida; põe em prática todos os conselhos do teu confessor e se for necessário faz uma confissão geral; promete fugir das ocasiões perigosas, das más companhias, e se Deus te chamar a deixar o mundo, obedece-Lhe com prontidão.

Tudo o que se faz para evitar uma eternidade de tormentos é pouco, é nada: 'nenhuma segurança é excessiva quando está em jogo a eternidade', escreveu São Bernardo. Ó quantos jovens na flor da idade abandonaram o mundo, a pátria, a família e foram sepultar-se nas grutas e desertos, não vivendo senão de pão e água, às vezes só de algumas raízes! E tudo isso para evitarem o Inferno!

E tu, o que fazes, depois de merecer tantas vezes o Inferno pelo pecado? Lança-te aos pés de teu Deus e diz a Ele: 'Senhor, vede-me pronto a fazer tudo o que quiserdes; já Vos ofendi demais até agora; de hoje em diante não Vos quero mais ofender; enviai-me, se preciso, todos os males nesta vida, desde que possa salvar minha alma'.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

MEDITAÇÕES PARA A SEMANA (SÃO JOÃO BOSCO) - V

Quinta-Feira

O Inferno


De joelhos, dizei:

'Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração por Vos ter ofendido; peço-vos a graça de compreender as verdades que vou meditar e de inflamar-me de amor por Vós. Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, rogai por mim'.

I. O Inferno é um local destinado pela Justiça Divina para castigar com suplícios eternos os que morrem em pecado mortal. A primeira pena que os condenados padecem no Inferno é a dos sentidos, por ser todo o seu corpo atormentado por um fogo que arde horrivelmente sem jamais diminuir. Esse fogo penetrará pelos olhos, pela boca e por todo o corpo, e cada um dos sentidos padecerá uma pena especial.

Os olhos ficarão obscurecidos pelo fumo e pelas trevas, e aterrorizados ao ver os demônios e os demais condenados. Os ouvidos não ouvirão incessantemente senão gritos, uivos, prantos e blasfêmias. O olfato será atormentado com o mau cheiro do enxofre e betume ardentes, que o sufocará. A boca sofrerá sede ardentíssima e padecerá uma fome canina: 'Sofrerão fome como cães' (Sl 58,7; 15). Deus permitiu que o rico Epulão, em meio aqueles tormentos, dirigisse um olhar a Lázaro, pedindo por misericórdia uma gota de água para aliviar o ardor que o consumia; mas até esta lhe foi negada.

Aqueles infelizes, em meio às chamas, devorados pela fome e sede, atormentados por um fogo que não cessa, bradam, uivam e se desesperam. Ah! Inferno, Inferno, como são desgraçados os que caem nos teus abismos! E tu, meu filho, o que dizes? Se tivesses que morrer neste momento, para onde irias? Se não podes suportar agora, se gritar de dor, a ligeira chama de uma vela na mão, como poderás sofrer aquelas chamas por toda a eternidade?

II. Considera, por outro lado, meu filho, o remorso que sentirá a consciência dos condenados. Sua memória, entendimento e vontade padecerão terríveis tormentos. Recordarão continuamente o motivo porque se perderam, isto é, por terem querido satisfazer uma paixão qualquer, e esse pensamento será para eles um verme roedor que jamais morrerá.

Pensarão no tempo que Deus lhe tinha concedido para salvar-se da perdição; nos bons exemplos de seus companheiros; nos propósitos formados e não postos em prática. Pensarão nas pregações ouvidas, nos conselhos de seus confessores, nas boas inspirações pra deixar o pecado. E, vendo que já não há remédio, lançarão uivos desesperados. A vontade jamais terá nada do que deseja, sofrendo pelo contrário todos os males.

O entendimento conhecerá o bem imenso que perdeu. A alma, separada do corpo e apresentada diante do divino tribunal, entreviu a beleza de Deus, conheceu sua bondade, contemplou por um instante o esplendor do Paraíso, terá ouvido talvez os dulcíssimos e harmoniosos cantos dos Anjos e Bem-Aventurados. Que dor, vendo que tudo isso lhe é arrebatado para sempre! Que horrorosos tormentos! Quem poderá suportá-los?

III. Meu Filho, que agora não te preocupas em perder a Deus e o Paraíso! Esperas por acaso conhecer tua cegueira, quando tantos companheiros teus, mais ignorantes e mais pobres do que tu, estiverem gloriosos e triunfantes no reino dos céus, e tu estiveres maldito por Deus e arrojado fora daquela pátria bem-aventurada, do gozo de Deus, da companhia da Virgem Santíssima e dos Santos?

Decide-te, pois, a servir ao Senhor, e faz penitência. Não aguardes para quando não haja mais tempo. Entrega-te a Deus. Quem sabe se esta meditação não será o teu último chamado da graça! Se não correspondes a ele, tu te expõe a que Deus te abandone e te deixe cair nos eternos suplícios. Ah! Senhor, livrai-me das penas do Inferno!

quarta-feira, 26 de julho de 2017

26 DE JULHO - SÃO JOAQUIM E SANTA ANA

Sagrada Família com São Joaquim e Santa Ana (Nicolás Juarez, 1699)

De acordo com a Tradição Católica e documentos apócrifos antigos, os pais de Maria foram São Joaquim e Santa Ana. Ana, em hebraico Hannah, significa 'Graça' e Joaquim equivale a 'Javé prepara ou fortalece'. Ambos os nomes indicam, portanto, a  missão divina de realização das promessas messiânicas, com o nascimento da Mãe do Salvador. Segundo a mesma Tradição, os pais de Maria teriam nascido na Galileia, transferindo-se depois para jerusalém, onde Maria nasceu e onde ambos morreram e foram enterrados.

O culto aos pais de Maria Santíssima é antiquíssimo na Igreja Oriental (como revelados nos escritos de São Gregório de Nissa e Santo Epifânio, em hinos gregos e em homilias dos Santos Padres). Os túmulos de São Joaquim e Santa Ana em Jerusalém foram honrados até o final do Século IX, numa igreja construída no local onde viveram. No Ocidente, o culto de Santa Ana é muito mais recente, com sua festa litúrgica tendo início na Idade Média, sendo formalizada no Missal Romano apenas em 1584, no tempo de Gregório XIII. A devoção a São Joaquim foi ainda mais tardia no Ocidente.

Como pais de Nossa Senhora, São Joaquim e Santa Ana são nossos avós espirituais e o calendário litúrgico instituiu a festa conjunta destes dois santos em 26 de julho, que ficou também conhecida como 'dia dos avós'. Eles são também os santos protetores da Ordem dos Carmelos Descalços (fundada no Século XVI por Santa Teresa de Ávila). No dia dos avós, o blog presenteia os nossos irmãos mais velhos com estas duas orações.

Oração a Santa Ana

Santa Ana, mãe da Santíssima Virgem, pela intercessão da Vossa Filha e do Meu Salvador, dai-me obter a graça que Vos peço, o perdão dos meus pecados, a força para cumprir fielmente os meus deveres de cristão e a perseverança eterna no amor de Jesus e de Maria. Amém.

Oração a São Joaquim

Senhor! Pela intercessão de São Joaquim, pai da Santíssima Virgem, velai pelos Vossos filhos idosos, especialmente... (nomes) que, tendo cumprido na Terra uma vida longa, possa(m) merecer de Vós a Vida Eterna no Céu. Senhor, dai-lhes o conforto de uma idade avançada, saúde do corpo e da alma, a sabedoria de envelhecer e um coração inquieto enquanto não repousar em Vós. Amém.  

MEDITAÇÕES PARA A SEMANA (SÃO JOÃO BOSCO) - IV

Quarta-Feira

O Juízo

De joelhos, dizei:

'Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração por Vos ter ofendido; peço-vos a graça de compreender as verdades que vou meditar e de inflamar-me de amor por Vós. Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, rogai por mim'.

I. É a sentença que o Salvador pronunciará no final da nossa vida, sentença com a qual será fixada a sorte de cada um de nós por toda a eternidade. Quando tiver saído do corpo, a alma comparecerá imediatamente diante do divino Juiz. Esse encontro é terrível para o pecador, porque sua alma se apresenta sozinha diante de um Deus ao Qual desprezou e ofendeu, de um Deus que conhece até o último pensamento do seu coração.

Quem nos acompanhará naquele momento? Nada levaremos deste mundo, senão o bem ou o mal que tivermos feito, sejam bons, seja maus. Não haverá desculpas nem pretextos. Santo Agostinho, falando daquele terrível instante, se exprime assim: 'Ó mortal, quando compareceres diante do Criador para seres julgado, tu te encontrarás diante de um Juiz cheio de indignação, os teus pecados te acusarão; os demônios estarão prontos a executar a sentença; dentro de ti mesmo terás a consciência que te agita e te atormenta; e a teus pés o inferno estará aberto para engolir-te. Em tal aflição, para onde irás, para onde fugirás?' Ditoso de ti, meu filho, se procedeste bem durante a vida!

II. Depois, o divino Juiz abrirá o livro das consciências e dará início ao exame:

- 'Quem és tu?' Perguntará o Juiz inapelável.
- 'Sou um cristão'.
- 'Bem, se és cristão, verei se te comportaste como tal'.

Então começará a recordar-te das promessas feitas no batismo, pelas quais renunciaste ao demônio, ao mundo e à carne; te representará as graças que te concedeu, os sacramentos que recebestes, as pregações, as instruções, os conselhos de teus confessores, as correções de teus pais, tudo isto te será colocado diante dos olhos.

- 'Mas tu', dirá o divino Juiz, 'apesar de tantos dons, de tantas graças, como correspondeste mal à fé que professaste! Logo que chegaste ao uso da razão, começaste a Me ofender com mentiras, com faltas de respeito na igreja, com desobediências a teus pais e com muitas outras transgressões de teus deveres. Se pelo menos te houvesses portado bem quando te tornaste mais crescido! Mas com a idade só cresceste no desprezo da minha lei. Missas perdidas, profanações de dias festivos, blasfêmias, más conversações, confissões mal feitas, comunhões às vezes sacrílegas, escândalos dados aos teus companheiros; eis o que fizeste em vez de servir-Me!' Ao escandaloso, se dirigirá cheio de indignação e dirá:

- 'Vê aquela alma que caminha pela senda do pecado? Foste tu que lhe ensinaste a maldade com tuas palavras escandalosas; se tivesses sido bom cristão, deverias ter ensinado aos teus companheiros o caminho do Céu; mas fizeste exatamente o contrário, ensinando a eles o caminho da perdição. Vês aquela alma que está no inferno? Foste tu que ma roubaste com teus pérfidos conselhos e a entregaste ao demônio, sendo tu a causa de sua perdição eterna. Agora tua alma pagará a perfídia daquele escândalo'.

Que te parece desse exame, meu filho? Que te dirá tua consciência? Ainda tens tempo, se quiseres, pede a Deus perdão de teus pecados, prometendo sinceramente jamais voltar a ofendê-Lo, e começa hoje mesmo uma vida cristã. Assim poderás adquirir um tesouro de boas obras para quando tiveres que comparecer ante o tribunal de Jesus Cristo.

III. Em vista de um exame tão rigoroso pelo divino Juiz, o pecador tratará de se desculpar, dizendo que não esperava ser julgado com tanta severidade. Mas o Senhor lhe responderá:

- 'Não ouviste naquela pregação do catecismo, não leste naquele livro que Eu ia pedir conta de tudo?'

O desgraçado se lembrará então da misericórdia divina; mas já não haverá misericórdia para ele, porque não merece misericórdia quem por tanto tempo abusou dela; com a morte acabou o tempo da misericórdia. A alma se lembrará dos Anjos, dos Santos, de Maria Santíssima; mas Ela em nome de todos dirá: 'Queres agora a minha proteção? Não Me quiseste por Mãe durante tua vida. Agora também não te quero mais por filho; já não te conheço'.

Então o pecador, encontrando-se perdido, pedirá gritando às montanhas e penhascos que o escondam; mas estes não se moverão. Invocará o inferno e o verá aberto diante de si. Nesse mesmo momento, o Juiz inexorável proferirá a terrível sentença: 

- 'Vai-te, filho infiel! Afasta-te de Mim! Meu Pai Celestial te amaldiçoa. Eu também te amaldiçoo! Vai-te para o fogo eterno, a gemer e penar no inferno, com os demônios, por toda a eternidade!

Aquela alma desgraçada, antes de afastar-se para sempre de seu Deus, voltará uma última vez o olhar para o Céu e, no cúmulo do desespero, exclamará:

'Adeus, companheiros; adeus, amigos, que habitais no reino da glória; adeus pai, mãe, irmão, irmãs, vós gozareis eternamente, e eu serei para sempre atormentado, adeus. Anjo da minha guarda, Anjos e Santos do Paraíso, nunca vos verei, adeus, meu Salvador, Cruz santa, sangue divino derramado inutilmente por mim! Neste momento deixo de ser filho de Deus para ser no inferno escravo do demônio'.

Então aquela alma infeliz cairá nas mãos dos demônios, que a arrastarão e precipitarão nos abismos de penas, de misérias e de tormentos eternos.

Não temes, meu filho, que te aconteça o mesmo? Ah!Por amor de Jesus e de Maria, prepare-te com boas obras para merecer uma sentença favorável. Lembra-te de que, quanto mais é espantosa a sentença proferida contra o pecador, tanto mais consoladoras serão as palavras de Jesus para o homem que tenha vivido cristãmente: 'Vem; vem tomar posse da glória que te preparei. Tu Me serviste com fidelidade no breve tempo da tua vida; agora serás eternamente feliz. Entra no gozo do teu Senhor'.

Meu Jesus, concedei-me a graça de ser do número desses bem-aventurados. Virgem Santíssima, ajudai-me, protegei-me na vida e na morte, e especialmente quando me apresentar no tribunal de vosso divino Filho para ser julgado!

terça-feira, 25 de julho de 2017

MEDITAÇÕES PARA A SEMANA (SÃO JOÃO BOSCO) - III

Terça-Feira

A morte

De joelhos, dizei:

'Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração por Vos ter ofendido; peço-vos a graça de compreender as verdades que vou meditar e de inflamar-me de amor por Vós. Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, rogai por mim'.

I. A morte consiste na separação da alma e do corpo, ficando absolutamente abandonadas todas as coisas deste mundo. Considera, meu filho, que tua alma deve necessariamente separar-se do corpo, mas não sabes quando, nem onde, nem como te surpreenderá essa separação. Não sabes se ela te apanhará na cama, no trabalho, na rua ou em outro lugar. A ruptura de uma veia, uma infecção pulmonar, uma febre, um ferimento, um tombo, um terremoto, ou um raio são suficientes para te tirar a vida.

E isso pode acontecer-te dentro de um ano, de um mês, de uma semana, de uma hora ou talvez mal acabes de ler estas páginas. Quantos estavam bem à noite, quando se deitaram, e foram encontrados mortos no dia seguinte! Quantos, atacados de apoplexia, morreram rapidamente. E para onde foram depois? Se estavam na graça de Deus, felizes deles, são eternamente felizes. Se estavam no pecado, serão atormentados para todo o sempre. E tu, meu filho, se morresses neste momento, o que seria de tua alma? Infeliz de ti se não estás preparado, porque o que não está pronto para morrer bem hoje, corre grande risco de morrer mal!

II. O lugar e a hora de tua morte não te são conhecidos, mas é certíssimo que ela virá. Ainda supondo que não te surpreenda uma morte repentina ou violenta, sem embargo, a última hora da tua vida há de chegar. Nessa hora, estendido sobre o leito, assistindo por um sacerdote que rezará junto de ti as orações dos agonizantes, rodeado por tua família que chora, com o crucifixo em uma mão e uma vela acesa na outra, te encontrarás às portas da eternidade.

Tua cabeça sentirá dores e não encontrará repouso; tua visão estará obscurecida; tua língua estará ardendo; tua garganta, seca, teu peito, oprimido, o sangue se gelará nas tuas veias; teu corpo será consumido pela enfermidade e teu coração transpassado por mil dores. Quando a alma tiver abandonado o corpo, este coberto com uma mortalha será lançado a um buraco, onde se converterá em podridão; os vermes o devorarão, e de ti só restarão alguns ossos descarnados e um pouco de pó mal cheiroso.

Abre uma tumba e observa o que restou de um jovem rico, de um homem poderoso no mundo; pó e podridão. O mesmo te acontecerá a ti. Lê estas considerações com atenção, meu filho, e lembra-te de que elas se aplicam a ti, como a todos os outros homens. Agora o demônio, para induzir-te a pecar, se esforça e distrair-te deste pensamento, em encobrir e escusar a culpa, dizendo-te que não há grande mal em tal prazer, em tal desobediência, em faltar à missa nos dias festivos; mas no momento da morte te fará conhecer a gravidade das tuas faltas e as representará a todas vivamente, diante de ti. Que farás tu naquele terrível instante? Desgraçado de quem então se encontrar em pecado mortal!

III. Considera também que do momento da morte depende tua felicidade ou desgraça eterna. Estando para dar o último suspiro e à luz daquela última chama, quantas coisas veremos! A Igreja acende duas velas por nós: uma no nosso Batismo, outra na hora da nossa morte; a primeira, para mostrar-nos os preceitos da lei de Deus, que devemos observar; a segunda no transe da nossa morte, para examinarmos se os observamos corretamente.

Por isso, meu filho, à claridade daquela última luz, verá se amaste a Deus durante a tua vida ou se O desprezaste; se respeitaste seu Santo Nome ou se O ofendeste com blasfêmias. Verás as festas que profanaste, as missas que não ouviste, as desobediências a teus superiores, os escândalos que destes a teus companheiros. Verás aquela soberba e aquele orgulho que te enganaram; verás...

Mas (ó meu Deus) tudo aquilo verás no momento em que se abre diante de ti o caminho da eternidade, momento do qual depende a eternidade inteira. Sim, daquele momento depende uma eternidade de glória ou de tormentos. Compreendes bem o que te estou dizendo? Daquele momento depende para ti o Paraíso ou o Inferno; o ser para sempre feliz ou desgraçado, para sempre filho de Deus ou escravo do demônio, para sempre gozar com os Anjos e Santos no Céu ou gemer e arder para todo o sempre com os condenados no Inferno.

Teme muito por tua alma, e reflete que de uma vida santa e boa dependem a boa morte e a eterna glória. Sem perda de tempo, põe em ordem tua consciência com uma boa confissão, prometendo ao Senhor perdoar aos teus inimigos, reparar os escândalos que deste, ser mais obediente, abster-te de comer carne nos dias proibidos, não perder mais o tempo, santificar os dias consagrados a Deus, cumprir os deveres de teu estado.

E deste já, lançando-te aos pés de Jesus, diz a Ele: 'Meu Senhor e meu Deus, desde agora me converto a Vós; amo-Vos e quero-Vos amar e servir até à morte. Virgem Santíssima, minha Mãe, ajudai-me naquele momento terrível. Jesus, Maria e José, que minha alma expire em paz em vossos braços'.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

VIDA DE ORAÇÃO II

Foi feita a atualização da página 'Vida de Oração (II)' constante da BIBLIOTECA DIGITAL de SENDARIUM, com a compilação das orações publicadas no blog após junho/2014, apresentadas, de acordo om a ordem de publicação, na lista abaixo (em construção). Algumas destas orações são de autoria do autor deste blog.

'Orai sem cessar' (I Ts 5, 17)

ORAÇÃO: SI QUAERIS MIRACULA
ORAÇÃO PELA SALVAÇÃO DE UMA ALMA AGONIZANTE
ORAÇÃO: SANCTUS
ORAÇÃO DA SABEDORIA (SÃO TOMÁS DE AQUINO)
ORAÇÃO: 'LEMBRAI-VOS' (SÃO BERNARDO DE CLARAVAL)
LADAINHA PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO
ORAÇÃO DE JOELHOS (Arcos de Pilares)
ORAÇÕES DE SANTO AGOSTINHO (I)
ANTÍFONAS DO Ó
AS NOVE JORNADAS DO ADVENTO
ORAÇÕES DE SANTO AGOSTINHO (II)
ORAÇÃO: PANGE LINGUA
LADAINHA DA SANTÍSSIMA VIRGEM (I)
LADAINHA DA SANTÍSSIMA VIRGEM (II)
LADAINHA DA SANTÍSSIMA VIRGEM (III)
LADAINHA DA SANTÍSSIMA VIRGEM (IV)
ORAÇÃO A JESUS (Cardeal Henry Newman)
TRÍDUO DE SÃO JOSÉ
ORAÇÃO DO PAPA CLEMENTE XI
ORAÇÃO À VIRGEM DO SORRISO (PARA A CURA DA DEPRESSÃO)
TRÊS ORAÇÕES A SANTAS MÁRTIRES DA IGREJA
ORAÇÃO DO ANJO DE PORTUGAL
AVE MARIA (de Franz Biebl)
SEQUÊNCIA DAS SETE VIRTUDES DE MARIA
ORAÇÃO: DIES IRAE
ORAÇÃO AO PAI (Arcos de Pilares)
ORAÇÃO A NOSSA SENHORA (SÃO BERNARDO)
ORAÇÃO: CONFITEOR
ORAÇÃO DE SÃO TOMÁS DE AQUINO
ORAÇÃO: IESU, DULCIS MEMORIA
DEVOCIONÁRIO DE NOSSA SENHORA DAS DORES
ORAÇÃO DE SÃO PATRÍCIO
SENHORA DE FÁTIMA, SENHORA DO ROSÁRIO (Arcos de Pilares)
AVE MATER