sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

ORAÇÃO: 'FICA COMIGO, SENHOR!'


Fica comigo Senhor, pois preciso da tua presença para não te esquecer.
Sabes o quão facilmente posso te abandonar.
Fica comigo Senhor, porque sou fraco e preciso da tua força para não cair.
Fica comigo Senhor, porque és minha vida, e sem ti perco o fervor.
Fica comigo Senhor, porque és minha luz, e sem ti reina a escuridão.
Fica comigo Senhor, para me mostrar tua vontade.
Fica comigo Senhor, para que ouça tua voz e te siga.
Fica comigo Senhor, pois desejo amar-te e permanecer sempre em tua companhia.
Fica comigo Senhor, se queres que te seja fiel.
Fica comigo Senhor, porque, por mais pobre que seja minha alma, quero que se transforme num lugar de consolação para ti, um ninho de amor.
Fica comigo, Jesus, pois se faz tarde e o dia chega ao fim; a vida passa, e a morte, o julgamento e a eternidade se aproximam. 
Preciso de ti para renovar minhas energias e não parar no caminho. 
Está ficando tarde, a morte avança e eu tenho medo da escuridão, das tentações, da falta de fé, da cruz, das tristezas. 
Ó como preciso de ti, meu Jesus, nesta noite de exílio.
Fica comigo nesta noite, Jesus, pois ao longo da vida, com todos os seus perigos, eu preciso de ti. 
Faze, Senhor, que te reconheça como te reconheceram teus discípulos ao partir do pão, a fim de que a Comunhão Eucarística seja a luz a dissipar a escuridão, a força a me sustentar, a única alegria do meu coração.
Fica comigo, Senhor, porque na hora da morte quero estar unido a ti, se não pela Comunhão, ao menos pela graça e pelo amor.
Fica comigo, Jesus. Não peço consolações divinas, porque não as mereço, mas apenas o presente da tua presença, isso sim te suplico!
Fica comigo Senhor, pois é só a ti que procuro, teu amor, tua graça, tua vontade, teu coração, teu Espírito, porque te amo, e a única recompensa que te peço é poder amar-te sempre mais. 
Com este amor resoluto desejo amar-te de todo o meu coração enquanto estiver na terra, para continuar a te amar perfeitamente por toda a eternidade. Amém.

(Santo Padre Pio de Pietrelcina)

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

SOBRE OS MAUS PENSAMENTOS

Há duas maneiras de alcançar merecimento no mau pensamento que vem de fora. A primeira, vem, por exemplo, de um pensamento de cometer um pecado mortal. Resisto-lhe prontamente, e este fica vencido.  A segunda maneira de  alcançar merecimento é quando me vem aquele mesmo mau pensamento e eu lhe resisto, e torna-me a vir, uma e outra vez, e eu resisto sempre, até que o pensamento se vai vencido. Esta segunda maneira é de mais merecimento que a primeira.

Peca-se venialmente, quando vem o mesmo pensamento de pecar mortalmente, e a pessoa lhe dá atenção, demorando-se um pouco nele, ou recebendo alguma deleitação sensual, ou havendo alguma negligência em rejeitar o tal pensamento.

E há duas maneiras de pecar mortalmente. A primeira é quando se dá consentimento ao mau pensamento, para o por logo em prática conforme consentiu, ou para o executar se pudesse. A segunda maneira de pecar mortalmente é quando se põe em ato aquele pecado; e é maior por três razões: a primeira, pelo maior espaço de tempo; a segunda, pela maior intensidade; a terceira, pelo maior dano de duas pessoas.

(Santo Inácio de Loyola)

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

GALERIA DE ARTE SACRA (XXXV)

ÍCONE DA EPIFANIA DO SENHOR


Da Galileia foi Jesus ao Jordão ter com João, a fim de ser batizado por ele. João recusava-se: 'Eu devo ser batizado por ti e tu vens a mim!' Mas Jesus lhe respondeu: 'Deixa por agora, pois convém cumpramos a justiça completa'. Então, João cedeu. Depois que Jesus foi batizado, saiu logo da água. Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus. 17.E do céu baixou uma voz: 'Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição'.

O ícone da Epifania ou Teofania do Senhor está centrado no mistério da revelação da Santíssima Trindade e de Jesus Cristo como Filho de Deus, por meio do batismo do Senhor nas águas do rio Jordão, mediante um ato de profunda humildade e submissão de Jesus a um simples homem - João Batista, o Precursor. O ícone apresenta Jesus Cristo no centro da figura imerso no Rio Jordão, em pé e com olhar frontal, dirigido diretamente para todos nós. 


O curso do rio é modelado pelas margens rochosas. Na margem direita, encontra-se João que, embora esteja batizando a Cristo, é ele que se inclina reverentemente diante o batizado. Perto dele, a figura da árvore e do machado em sua base evoca as palavras do próprio João Batista: 'O machado já está posto à raiz das árvores: toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo' (Mt 3,10). Na margem oposta, um grupo de anjos, prostrados em reverência, aguardam para vestir Jesus, após a sua revelação pública como Filho de Deus. 

Junto aos pés de Cristo, são representadas pequenas criaturas que parecem fugir do Senhor porque a terra e as criaturas tremem diante a face do seu Deus: 'O mar, à vista disso, fugiu, o Jordão volveu atrás. Os montes saltaram como carneiros; as colinas, como cordeiros. Que tens, ó mar, para assim fugires? E tu, Jordão, para retrocederes para a tua fonte?' (Sl 113, 3-5).

Outros ícones similares apresentam também alguns peixes nas águas do Jordão, simbolizando os homens eleitos, aqueles que podem nadar nas águas puras da sã doutrina de Cristo, redimidos e fieis aos ensinamentos do nosso Salvador.

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

TESOURO DE EXEMPLOS (286/290)

 

286. CASTIGO SEM PRECEDENTE

Em Palma, Colômbia, deu-se um fato duplamente triste. Um velho de nome Ruben Miranda tinha um filho chamado Rogério, de péssimos antecedentes. Várias vêzes havia batido no pai.

Desta vez espancou-o brutalmente com um pau diante de muita gente. As pessoas que assistiram à cena quiseram castigar o mau filho, que, vendo-se em perigo, fugiu para um potreiro. Apenas ali chegado, abriu-se uma fenda aos pés do fugitivo. Produziram-se tremores e a terra começou a tragar o filho desnaturado. Foi tragado pouco a pouco. Nenhum dos presentes se atreveu a socorrê-lo, pois temiam afundar-se. Foi desaparecendo no meio de gritos espantosos, que cessaram quando a terra lhe fechou a boca. Os assistentes retiraram-se horrorizados.

287. FAÇO UM PRATO DE PAU

Um camponês estava ocupado a fazer um prato de pau. Seu filho, que o observava, perguntou-lhe o que fazia.
➖ Faço um prato de pau para o seu avô - respondeu o homem - porque ele sempre deixa cair e quebrar o prato de louça.
O menino replicou:
➖ Pai, faça-o resistente, para que eu o possa dar ao senhor quando for velho.
Estas palavras causaram-lhe tal impressão que imediatamente desistiu da obra e passou a tratar melhor o seu velho pai.

288. AONDES IDES?

Crates, filósofo pagão, indignava-se muito contra os pais que descuraram o dever da educação dos filhos, e costumava dizer: 'Se me fosse possível, subiria à parte mais alta da cidade e gritaria com todas as minhas forças: Aonde ides, homens, cuja única preocupação é amontoar riquezas, descuidando-vos de vossos filhos, aos quais as deixareis?'

289. COMPRA-O E ASSIM TERÁS DOIS

Um pai perguntou a Aristipo quanto lhe cobraria pela educação de seu filho:
➖ Mil dracmas - respondeu o educador.
➖ É muito - replicou o pai; por esse preço, eu posso comprar um escravo.
➖ Compra-o então e assim terás dois (o escravo e o teu filho) - acrescentou Aristipo.

290. SEI SER FIEL

Uma mulher espartana pediu emprego em uma casa. Quando lhe perguntaram o que sabia fazer, respondeu: 'Eu sei ser fiel'.

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

FRASES DE SENDARIUM (XIX)

 

'Nossa vida é um presente de Deus; o que fazemos dela é o nosso presente a Deus!' 

(São João Bosco)


A nossa caminhada espiritual é um espelho de duas faces: de um lado, nós imaginamos Deus com o tempo de uma vida; do outro, Deus nos contempla com os olhos da eternidade!

domingo, 7 de janeiro de 2024

EVANGELHO DO DOMINGO

  

'As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!' (Sl 71)

Primeira Leitura (Is 60,1-6) - Segunda Leitura (Ef 3,2-3a.5-6)  -  Evangelho (Mt 2,1-12)

 07/01/2024 - Festa da Epifania do Senhor 

6. EPIFANIA DO SENHOR


Epifania é uma palavra grega que significa 'manifestação'. A festa da Epifania - também denominada pelos gregos de Teofania, significa 'a manifestação de Deus'. É uma das mais antigas comemorações cristãs, tal como a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo - era celebrada no Oriente já antes do século IV e, somente a partir do século V, começou a ser celebrada também no Ocidente.

Na Anunciação do Anjo, já se manifestara a Encarnação do Verbo, revelada porém, a pouquíssimas pessoas: provavelmente apenas Maria, José, Isabel e Zacarias tiveram pleno conhecimento do nascimento de Deus humanado. O restante da humanidade não se deu conta de tão grande mistério. Assim, enquanto no Natal, Deus se manifesta como Homem; na Festa da Epifania, esse Homem se revela como Deus. Na pessoa dos Reis Magos, o Menino-Deus é revelado a todas as nações da terra, a todos os povos futuros; a síntese da Epifania é a revelação universal da Boa Nova à humanidade de todos os tempos.

A Festa da Epifania, ou seja, a manifestação do Verbo Encarnado, está, portanto, visceralmente ligada à Adoração dos Reis Magos do Oriente: 'Ajoelharam-se diante dele e o adoraram' (Mt 2,11). Deus cumpre integralmente a promessa feita à Abraão: 'em ti serão abençoados todos os povos da terra ' (Gn 12,3) e as promessas de Cristo são repartidas e compartilhadas entre os judeus e os gentios, como herança comum de toda a humanidade. A tradição oriental incluía ainda na Festa da Epifania, além da Adoração dos Reis, o milagre das Bodas de Caná e o Batismo do Senhor no Jordão, eventos, entretanto, que não são mais celebrados nesta data pelo rito atual.

A viagem e a adoração dos Reis Magos diante o Menino Deus em Belém simbolizam a humanidade em peregrinação à Casa do Pai. Viagem penosa, cansativa, cheia de armadilhas e dificuldades (quantos não serão os nossos encontros com os herodes de nossos tempos?), mas feita de fé, esperança e confiança nas graças de Deus (a luz da fé transfigurada na estrela de Belém). Ao fim da jornada, exaustos e prostrados, os reis magos foram as primeiras testemunhas do nascimento do Salvador da humanidade, acolhido nos braços de Maria: 'Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe' (Mt 2,11): o mistério de Deus revelado de que não se vai a Jesus sem Maria. Com Jesus e Maria, guiados também pela divina luz emanada do Espírito Santo, também nós haveremos de chegar definitivamente, um dia, à Casa do Pai, sem ter que voltar atrás 'seguindo outro caminho' (Mt 2,12).

sábado, 6 de janeiro de 2024

A ADORAÇÃO DOS TRÊS REIS MAGOS


No Evangelho de Mateus (Mt 2, 1ss), encontra-se a narrativa geral da adoração ao Menino-Deus pelos três reis magos do Oriente. Melquior, o mais velho, ofereceu ouro como presente a Jesus, símbolo de realeza; Gaspar, o mais moço, ofereceu incenso, símbolo da divindade de Cristo, enquanto Baltasar, o mouro, ofertou mirra, em adoração à humanidade de Jesus. A mirra, como símbolo de sofrimento, torna-se uma pré-anunciação e uma profecia das dores da Paixão do Senhor.





Mas, além da narrativa tão sobejamente conhecida, é importante ressaltar que o ato de adoração dos reis magos diante o Menino-Deus foi um ato de prostração de joelhos. Três reis, de origens incertas e longínquas, símbolos e representantes dos reis de toda a terra e da soberania sobre todas as nações (Sl 71, 11), dotados de poderes humanos e munidos de graças sobrenaturais, prostraram-se diante de Jesus Menino e O adoraram. De joelhos, de joelhos no chão.

Um antigo Pai da Igreja dizia que o diabo não tem joelhos e, em sendo assim, não pode ajoelhar-se, não pode prostrar-se, não pode adorar. A essência do mal é a não adoração, é a não prostração de joelhos. Que a Festa da Epifania do Senhor nos lembre deste grande exemplo dos reis magos: prostrar-nos de joelhos diante o Menino-Deus; dar-nos conta que temos joelhos e somos Filhos da Luz e, assim, inclinados e reclinados diante de Deus, possamos ser testemunhas e ofertas puras de sua santa redenção.