terça-feira, 22 de novembro de 2016

22 DE NOVEMBRO - SANTA CECÍLIA


Cecília, virgem e mártir romana do século III sob o império de Marco Aurélio, foi a primeira santa da Igreja exumada com corpo incorrupto, muitos séculos após a sua morte, fato que a tornou de imediato uma das santas mais veneradas da Idade Média e que levou o seu nome a figurar no próprio Cânon da Missa.

Os poucos dados disponíveis de sua vida foram relatados na obra 'Paixão de Santa Cecília', do século V. Sabe-se que, desde muito cedo, Cecília perdeu os pais e ofereceu-se a Deus como Esposa de Cristo. Contra as suas pretensões, foi prometida pelos seus parentes em casamento a Valeriano, um jovem nobre romano. Como esposa de Valeriano, conseguiu a conversão do marido e a sua aceitação a uma vida conjugal como irmãos. Mais tarde, Tibúrcio, irmão de Valeriano, também abraçou plenamente a fé cristã.

Em função da perseguição romana aos que professavam a fé cristã e, uma vez denunciados, Valeriano e Tibúrcio foram decapitados. Quanto a Cecília, foi condenada inicialmente à morte por asfixia em uma câmara úmida sob elevadas temperaturas. Ilesa diante dessa condenação, Cecília foi levada a um templo para ser decapitada e, mesmo mortalmente ferida, agonizou ainda por muito tempo. Seu corpo foi sepultado, na mesma posição de sua morte, nas catacumbas romanas.

Em 1599, o túmulo de Santa Cecília foi encontrado e, uma vez aberto, revelou o corpo intacto da santa em uma posição de suave repouso, imagem que foi reproduzida e ratificada em uma célebre escultura de puro mármore feita pelo artista Stefano Maderno (1566-1636). É considerada a padroeira da música sacra e dos músicos, sendo comumente representada com um instrumento musical porque, durante os festejos do seu casamento, durante músicas e canções festivas, teria elevado o pensamento a Deus em piedosa aspiração: 'Senhor, guardai sem mancha meu corpo e minha alma, para que eu não seja confundida'. 

(decapitação de Santa Cecília)

(estátua em mármore de Santa Cecília)


Santa Cecília, rogai por nós!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

VÍDEOS CATÓLICOS

Non nobis Domine, non nobis, sed nomini tuo da gloriam

'Não a nós, ó Senhor, não a nós, mas ao teu nome dai a glória'

Versículo retirado do Livro dos Salmos (Salmo 113,9), como pleito de agradecimento e humildade em reconhecer, na expressão do que fazemos, uma ação voltada exclusivamente à maior glória de Deus. Constituiu por séculos o lema dos cavaleiros templários. De acordo com a tradição, o rei Henrique V ordenou que fosse cantado, juntamente com o Te Deum, em ação de graças em louvor a Deus pela vitória inglesa na batalha de Agincourt, parte da Guerra dos Cem Anos (1337-1453) travada entre ingleses e franceses. 

Mesmo com um exército muito menor e avançando em território inimigo, mas aproveitando muito bem estrategicamente o terreno enlameado (pois chovera na véspera) e a floresta em torno do campo de batalha, o exército inglês massacrou os franceses nesta batalha, ocorrida em 15 de outubro de 1415. No vídeo abaixo, do filme inglês Henry V, a cena do hino sendo cantado é retratada, enquanto a câmera acompanha o rei carregando nos ombros um jovem morto ao longo do cenário sangrento e enlameado do campo de batalha.

Non nobis Domine, Domine, non nobis, sed nomini,
sed nomini tuo da gloriam

DA EXPLICAÇÃO DO MAGNIFICAT (VIII)


Derrubou do trono os poderosos, exultou os humildes, saciou de bens os indigentes e despediu os ricos de mãos vazias
Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Essas palavras da Bem-aventurada Virgem, segundo as explicações dos santos doutores, aplicam-­se aos bons e aos maus anjos, aos anjos humildes e aos anjos soberbos, aos anjos obedientes a Deus e aos revoltados contra Ele. Os bons anjos reconhecem que Deus os tirou do nada e que de sua divina bondade receberam todas as perfeições que a Deus atribuem, rendendo-lhe homenagem por elas e só reservando para si o nada. Razão pela qual Deus os faz passar do estado de graça, em que se achavam, ao estado de glória, cumulando-os com os bens inestimáveis que se encerram na bem-aventurada eternidade.

Os maus anjos, ao contrário, contemplando as excelências com que Deus os ornou em sua criação, nelas se comprazeram e delas se apropriaram e glorificaram como se as possuíssem por si mesmos, por uma soberba e uma insuportável arrogância que obrigaram a divina justiça a despojá-los de todas as suas perfeições e claridade, reduzi-los a uma extrema miséria e pobreza, e precipitá-los no fundo do inferno.

Santo Agostinho aplica essas mesmas palavras aos humildes e soberbos. Os humildes, diz ele, reconhecem que nada possuem de si mesmos e que têm necessidade extrema do auxílio e da graça do céu; mas os soberbos se persuadem de que estão cheios de graça e de virtude. Por isso, Deus se compraz em derramar seus dons sobre aqueles e em retirá-los destes.

Essas mesmas palavras se entendem ainda, conforme o pensamento de vários santos doutores, a respeito de todos os pobres que têm o coração desapegado das coisas da terra, e que amam e abraçam a pobreza por amor dAquele que, possuindo todos os tesouros da Divindade, quis fazer-se pobre por nosso amor, a fim de nos dar a posse das riquezas eternas. Mas, é necessário estendê-las especialmente aos que se despojaram voluntariamente de todas as coisas, pelo santo voto de pobreza, a fim de imitar mais perfeitamente o nosso divino Salvador e sua Mãe Santíssima, em seu estado de pobreza, pobreza tão grande que o Filho de Deus pronunciou as palavras: 'As raposas têm seus covis, as aves do céu os seus ninhos; mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça'.

Eis outra explicação destas palavras, a qual é de grande consolação. É ainda uma profecia da sacrossanta Mãe de Deus, a qual compreende uma conversão extraordinária que se deve realizar por todo o mundo, conversão dos infiéis, dos judeus, dos hereges e dos falsos cristãos, conversão predita e anunciada desde muito tempo pelo oráculo das santas Escrituras. Essa grande conversão foi revelada pelo Espírito Santo, não só aos profetas da antiga Lei, mas também aos mais santos e santas da Lei nova. Não nos assegura o grande Apóstolo São Paulo que todos os judeus se converterão e que sua conversão será seguida pela do mundo inteiro? A esse respeito, rogo-vos considerardes que não existem no mundo homens mais opostos a Deus, mais contrários ao nosso Salvador, mais inimigos de sua religião, e por conseguinte mais afastados da conversão, que eles. Se, não obstante tudo isto, Deus lhes deve fazer essa misericórdia, há grandes motivos para crer que não a recusará a todos os outros homens.

Então se realizará a grande profecia da Rainha dos Profetas: Derrubará do trono os poderosos, exultará os humildes; não talvez em toda a perfeição que seria de desejar, e de modo a não restar pessoa alguma na terra sem o conhecimento e o amor de Deus. Mas, embora essa conversão não seja talvez geral, será todavia um magnífico e delicioso banquete para todos quantos têm uma grande fome e ardente sede da glória de Deus e da salvação das almas.

Oh! que grandes tesouros encerra a pobreza voluntária, pois disse Nosso Senhor: 'Bem-aventurados os pobres, tanto que deles é o reino dos céus'. Oh! quão perigosa é a posse das riquezas, pois disse Aquele que é a verdade eterna: 'Ai de vós, ó ricos! porque tendes aqui a vossa consolação'. Por isso, se amais as riquezas, não ameis as falsas riquezas da terra; amai porém as verdadeiras riquezas do céu, que são o temor e o amor de Deus, a caridade para com o próximo, a humildade, a obediência, a paciência, a pureza e as outras virtudes cristãs que vos estabelecerão na posse de um império eterno.

(Da Explicação do Magnificat, de São João Eudes)

domingo, 20 de novembro de 2016

JESUS CRISTO - REI DO UNIVERSO

Páginas do Evangelho - Festa de Cristo Rei 


Jesus Cristo é o Rei do Universo. Como Filho Unigênito de Deus, Ele é o herdeiro universal de toda a criação, senhor supremo e absoluto de toda criatura e de toda a existência de qualquer criatura, no céu, na terra e abaixo da terra. A realeza de Cristo abrange, portanto, a totalidade do gênero humano, como expresso nas palavras do Papa Leão XIII: 'Seu império não abrange tão só as nações católicas ou os cristãos batizados, que juridicamente pertencem à Igreja, ainda quando dela separados por opiniões errôneas ou pelo cisma: estende-se igualmente e sem exceções aos homens todos, mesmo alheios à fé cristã, de modo que o império de Cristo Jesus abarca, em todo rigor da verdade, o gênero humano inteiro' (Encíclica Annum Sacrum, 1899).

E, neste sentido, o domínio do seu reinado é universal e sua autoridade é suprema e absoluta. Cristo é, pois, a fonte única de salvação tanto para as nações como para todos os indivíduos. 'Não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do Céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual nós devamos ser salvos' (At 4, 12). O livre-arbítrio permite ao ser humano optar pela rebeldia e soberba de elevar a criatura sobre o Criador, mas os frutos de tal loucura é a condenação eterna.

A realeza de Cristo é, entretanto, principalmente interna e de natureza espiritual. Provam-no com toda evidência as palavras da Escritura, e, em muitas circunstâncias, o proceder do próprio Salvador. Quando os judeus, e até os Apóstolos, erradamente imaginavam que o Messias libertaria seu povo para restaurar o reino de Israel, Jesus desfez o erro e dissipou a ilusória esperança. Quando, tomada de entusiasmo, a turba, que O cerca O quer proclamar rei, com a fuga furta-se o Senhor a estas honras, e oculta-se. Mais tarde, perante o governador romano, declara que seu reino 'não é deste mundo'. Neste reino, tal como no-lo descreve o Evangelho, é pela penitência que devem os homens entrar. Ninguém, com efeito, pode nele ser admitido sem a fé e o batismo; mas o batismo, conquanto seja um rito exterior, figura e realiza uma regeneração interna. Este reino opõe-se ao reino de Satanás e ao poder das trevas; de seus adeptos exige o desprendimento não só das riquezas e dos bens terrestres, como ainda a mansidão, a fome e sede da justiça, a abnegação de si mesmo, para carregar com a cruz. Foi para adquirir a Igreja que Cristo, enquanto 'Redentor', verteu o seu sangue; para isto é, que, enquanto 'Sacerdote', se ofereceu e de contínuo se oferece como vítima. Quem não vê, em conseqüência, que sua realeza deve ser de índole toda espiritual? (Encíclica Quas Primas de Pio XI, 1925).

Cristo Rei se manifesta por inteiro pela Sua Santa Igreja e, por meio dela, e por sua paixão, morte e ressurreição, atrai para Si a humanidade inteira, libertada do pecado e da morte, que será o último adversário a ser vencido. Como herdeiros de Cristo, elevemos ao Pai a súplica de salvação emanada pelas palavras do 'bom ladrão': 'Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado' (Lc 23, 42) e, neste propósito, supliquemos, tal como ele, nos tornarmos dignos também de compartilhar com Cristo Rei a glória da sua realeza eterna.

sábado, 19 de novembro de 2016

AMANHÃ É DIA DA INDULGÊNCIA PLENÁRIA DE CRISTO REI

Amanhã, dia da solenidade de Cristo Rei, recebe Indulgência Plenária todo fiel* que recitar, publicamente e com piedosa devoção, o ato de consagração do gênero humano a Jesus Cristo Rei:

   Dulcíssimo Jesus, Redentor do gênero humano, lançai sobre nós que humildemente estamos prostrados na vossa presença, os vossos olhares. Nós somos e queremos ser vossos; e, a fim de podermos viver mais intimamente unidos a vós, cada um de nós se consagra, espontaneamente, neste dia, ao vosso sacratíssimo Coração. Muitos há que nunca vos conheceram; muitos, desprezando os vossos mandamentos, vos renegaram.

   Benigníssimo Jesus, tende piedade de uns e de outros e trazei-os todos ao vosso Sagrado Coração. Senhor, sede rei não somente dos fiéis, que nunca de vós se afastaram, mas também dos filhos pródigos, que vos abandonaram; fazei que estes tornem, quanto antes, à casa paterna, para não perecerem de miséria e de fome. Sede rei dos que vivem iludidos no erro, ou separados de vós pela discórdia; trazei-os ao porto da verdade e à unidade da fé, a fim de que, em breve, haja um só rebanho e um só pastor.

    Senhor, conservai incólume a vossa Igreja, e dai-lhe uma liberdade segura e sem peias; concedei ordem e paz a todos os povos; fazei que, de um polo a outro do mundo, ressoe uma só voz: louvado seja o coração divino, que nos trouxe a salvação; honra e glória a ele, por todos os séculos. Amém.

*Para que alguém seja capaz de lucrar indulgências, deve ser batizado, não estar excomungado e encontrar-se em estado de graça, pelo menos no fim das obras prescritas. O fiel deve também ter intenção, ao menos geral, de ganhar a indulgência e cumprir as ações prescritas, no tempo determinado e no modo devido, segundo o teor da concessãoA indulgência plenária só se pode ganhar uma vez ao dia. 

OS SOFRIMENTOS DO PURGATÓRIO (III)


3º sofrimento — Impotência de se acudirem a si próprias

O estado das almas do Purgatório, diz o Pe. Faber, é a impotência absoluta. Não podem nem fazer penitência, nem merecer, nem satisfazer, nem ganhar uma indulgência, nem receber os sacramentos. Alguns teólogos asseguram que elas não podem nem orar por si. Estão mergulha­das nessa noite profunda de que fala São João, durante a qual ninguém pode mais trabalhar. Foram lançadas, nessas trevas exterio­res, em que só há lágrimas e gemidos.

Parecem-se com esse paralítico estendido à beira da fonte de Siloé, que não pôde fazer o menor movimento para ter um alívio; mas o paralítico ainda podia chamar em seu socorro e tinha a esperança de ser ouvido. Mas, vós, pobres almas do Purgatório, vossa triste voz não pode chegar até nós sem uma permissão especial de Deus e quando chega, por­ventura é sempre ouvida?

Elas veem na terra uma infinidade de graças, das quais uma só as aliviaria, as libertaria talvez, e não podem se aprovei­tar delas para si. É o suplício contínuo do faminto preso à pouca distância de uma mesa farta, para a qual se dirige sem nunca chegar a alcançá-la. Na terra, quan­tas orações se dizem, quantas comunhões se fazem, quantas missas se celebram, quantas indulgências se ganham! Filhos pródigos, expiando sua fuga da casa pa­terna, dizem elas em pranto: 'Quantas ri­quezas na casa de nosso pai! E nós aqui transidas de fome!'

Isto é talvez uma punição especial de Deus: esqueceram as almas do Purgatório enquanto viviam sobre a terra. Deus permite que também elas sejam esquecidas. Veem suas companheiras de infortúnio aliviadas, de tempos a tempos, recebendo os frutos de uma comunhão, o valor do sangue de Jesus Cristo, e elas ficam esquecidas.

Vós que viveis na terra e que tão facil­mente vos comoveis ante o sofrimento e a ideia do abandono, ouvi as almas do Purgatório, pedindo-vos uma migalha desse Pão dos Anjos que Deus vos dá com tanta abundância e generosidade, uma pequena parte de vossas orações, de vossas boas obras, de vossos sofrimentos!

(Excertos da obra 'Mês das Almas do Purgatório', do Monsenhor José Basílio Pereira, 1943)

Oração pelas Almas do Purgatório

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Senhor, preparai e fortalecei nossos corações com a abundância de vossa graça, a fim de que, penetrando, em espírito de fé, caridade e compaixão, nas tristes prisões do Purgatório, possamos levar aos fieis que nele sofrem os tesouros de su­frágios que dão alívio aos seus padecimentos, glória à vossa divina Majestade, con­solação e paz às nossas almas.

V. Vinde, Senhor, em meu auxílio.
R. Deus, acudi em meu socorro.
V. Dai às almas o repouso, Senhor.
R. E da luz eterna o esplendor.
V. Descansem em paz.
R. Amém.

Ó Jesus, abandonado de todos e até de vossos apóstolos no Jardim de Getsêmani, dignai-vos lançar os olhos de misericórdia sobre as almas do Purgatório, em particular sobre as que não recebem orações nem consolações e que, pelo decurso do tempo ou efeito de irreligiosidade e negligência, estão esquecidas; fazei que participem das orações, santos sacrifícios, boas obras, cujo mérito não pôde ser aplicado àqueles por quem a Igreja os oferta. Ah! Senhor, não terei eu abandonado, em um criminoso esquecimento, almas que tenham jus ao meu reconhecimento, sejam de parentes, de amigos ou de benfeitores? 

Quero de ora em diante reparar tão grande ingratidão. Se conhecesse algum meio eficaz, por mais penoso que me fosse, empregá-lo-ia para aliviar essas pobres almas sem proteção no meio de um oceano de sofrimentos. Entretanto, eu me proponho fazer todos os sacrifícios que puder, e todo bem que fizer ofereço-vos à vossa glória pelas almas do Purgatório. Em consideração de nossa fé e esperança em vós, em consideração, principalmente, da agonia mortal e cruel abandono que sofrestes: dignai-vos, ó Jesus, remir-lhes as penas que ainda têm de sofrer, a fim de que pos­sam ter livre entrada no reino eterno a que aspiram e onde celebrarão a grandeza ine­fável de um Deus que não desampara ninguém. Amém.

POR QUE NOSSA SENHORA CHORA?

Anjara é uma pequena cidade situada a noroeste da Jordânia, citada no Antigo Testamento como Masfa de Galaad ou Gileade (Juízes 11, 29-40). Perto dali, foi o local de nascimento do profeta Elias. Segundo a tradição, Jesus e sua mãe Maria passaram por Anjara e ficaram abrigados numa gruta do Monte Ajloun, na região de Galaad e ao leste do vale do Jordão. Anjara é predominantemente muçulmana, mas tem uma paróquia católica e outra ortodoxa. 

Embora tenha existido um clero e uma comunidade católica lá desde os meados do século XIX, um pequeno santuário mariano foi implantado ali apenas na terceira década do século XX, na forma de uma pequena gruta, simulando aquela que a tradição local sustenta que foi abrigo da Virgem. Na época, uma antiga imagem italiana da Virgem foi entronizada no santuário que, mais tarde, foi aumentado para uma capela e, em seguida, para o templo atual, que é hoje conhecido como o santuário da Virgem de Nossa Senhora do Monte ou de Nossa Senhora de Anjara, único templo mariano da Jordânia. O santuário está localizado num convento que pertence ao Instituto do Verbo Encarnado, que mantém também ali uma pequena congregação religiosa feminina pouco conhecida fora da Jordânia - as Irmãs de Matará.


Em 6 de maio de 2010, uma das irmãs desta congregação, de origem egípcia e chamada Mariam Um al-Kanisa (que significa Maria Mãe da Igreja), preparava-se para fazer a limpeza do santuário quando, ao olhar para a imagem da Virgem, teve a estranha sensação de ter percebido um piscar da imagem através do vidro de proteção. A religiosa pensou que o fato poderia ter sido devido ao reflexo de água existente sobre o vidro e aproximou-se da imagem para limpá-la externamente. Neste momento, ela percebeu que a imagem de madeira tinha tomado uma aparência completamente natural que, manifestou, então, além do piscar dos olhos, duas lágrimas de sangue. Assustada, ela gritou e começou a conclamar aos prantos as outras irmãs que, acorrendo ao santuário, tornaram-se todas testemunhas oculares do fato. Pouco depois, a imagem perdeu a aparência natural e as lágrimas passaram a secar sobre a face de madeira.

Exames posteriores confirmaram a natureza do sangue humano e, diante dos fatos, o Patriarcado Latino de Jerusalém reconheceu o milagre, ao passo que o patriarca local declarou: 'A Virgem Maria chora conosco e por nós'.