quinta-feira, 2 de julho de 2015

ONDE NÃO HÁ ÓDIO À HERESIA, NÃO HÁ SANTIDADE!

A deslealdade suprema para com Deus é a heresia! É o pecado dos pecados, a mais repugnante das coisas que Deus reprova neste mundo enfermo. No entanto, quão pouco entendemos de sua odiosidade excessiva! É a poluição da Verdade de Deus, o que é a pior de todas as impurezas. Porém, como somos quase indiferentes a ela! Nós a fitamos e permanecemos calmos. Encostamos nela e não trememos. Misturamo-nos com seus fautores e não temos medo.

Nós a vemos tocar as coisas santas e não percebemos o sacrilégio. Inalamos seu odor e não mostramos qualquer sinal de detestação ou desgosto. Alguns de nós afetamos ter sua amizade; e alguns até buscam atenuar as culpas dela. Não amamos os homens o bastante para sermos caridosamente sinceros pelas almas deles.

Tendo perdido o tato, o paladar, a visão e todos os sentidos das coisas celestiais, somos capazes de armar tenda no meio dessa praga odienta, em tranquilidade imperturbável, reconciliados com sua repulsividade, e não sem declarações em que nos gabamos de admiração liberal, talvez até com uma demonstração solícita de simpatias tolerantes [por seus fautores]. Por que estamos tão, tão abaixo dos santos antigos, e mesmo dos apóstolos modernos destes últimos tempos, na abundância de nossas conversões?

Porque não temos a antiga firmeza! Falta-nos o velho espírito da Igreja, o velho gênio eclesiástico. Nossa caridade é insincera, pois não é severa; e não é persuasiva, pois é insincera. Carecemos de devoção pela Verdade como Verdade, como Verdade de Deus. Nosso zelo pelas almas é débil, pois não temos zelo pela honra de Deus. Agimos como se Deus ficasse lisonjeado com conversões, ao invés de serem almas que tremem, resgatadas por um excesso de misericórdia.

Dizemos aos homens meias-verdades, a metade que calha melhor à nossa própria pusilanimidade e aos preconceitos deles; e depois nos admiramos de tão poucos se converterem, e que, desses poucos, tantos apostatem. Somos tão fracos a ponto de nos surpreendermos de que nossa meia-verdade não teve tanto sucesso quanto a Verdade inteira de Deus. Onde não há ódio à heresia, não há santidade! Um homem, que poderia ser um apóstolo, torna-se uma úlcera na Igreja por falta de justa indignação.

(Excertos da obra 'The Precious Blood or The Price of Our Salvation', do Pe. Frederick William Faber)

'Rejeitar um só artigo ensinado pela Igreja é suficiente para destruir a fé, do mesmo jeito que um pecado mortal é suficiente para destruir a caridade' (São Tomás de Aquino)

'Nada é mais perigoso do que os hereges pois, enquanto conservam quase todo o remanescente do ensino da Igreja intacto, corrompem, com uma única palavra, como uma gota de veneno, a pureza e a simplicidade da fé que nós recebemos através da Tradição tanto de Deus quanto dos Apóstolos' (Papa Leão XIII, na encíclica Satis Cognitum). 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

10 POÇOS SEM FUNDO DO PROTESTANTISMO

1. 'E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus' (Mt 16, 18-19).

A IGREJA DE CRISTO É UMA SÓ. 
(quantas são as igrejas protestantes?)

2. Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder, mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os confins do mundo (At 1, 8).

A IGREJA DE CRISTO É UNIVERSAL.
(a ação do Espírito Santo é universal e aplicada ao longo de todos os tempos 'que o Pai fixou em seu poder' para a humanidade; que igreja protestante possui estas características?)

3. Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvir, terás ganho teu irmão. Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas. Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano (Mt 18, 15 - 17).

A IGREJA DE CRISTO É A AUTORIDADE FINAL PARA SE SER CRISTÃO OU PAGÃO. 
(e não a Bíblia)

4. 'Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor' (Jo 10, 16).

OUVIR E SEGUIR A CRISTO PRESSUPÕE UMA SÓ CRENÇA.
(todas as igrejas protestantes professam a mesma crença? Se fosse assim, porque são tantas?) 

5. Não fareis assim com o Senhor, vosso Deus, mas irás ao lugar que o Senhor, vosso Deus, escolher entre todas as vossas tribos para aí estabelecer o seu nome e unicamente ali irás procurá-lo. É nesse lugar que apresentareis vossos holocaustos e vossos sacrifícios, vossos dízimos, vossas primícias, vossos votos, vossas ofertas espontâneas, os primogênitos de vossos rebanhos grosso e miúdo. É ali que fareis vossos sagrados banquetes em presença do Senhor, vosso Deus, e gozareis, vós e vossas famílias, de todos os bens que vossas mãos produzirem, com a bênção do Senhor, vosso Deus. Não fareis nesse lugar o que nós fazemos hoje aqui, onde cada um faz o que bem lhe parece (Deut 12, 4 - 8).

DEUS DEVE SER PROCURADO ONDE O SENHOR DEUS QUER SER ENCONTRADO E ISTO NÃO DEPENDE DE UMA ESCOLHA HUMANA PESSOAL.
(onde cada um faz o que bem lhe parece não pode ser, portanto, o lugar escolhido por Deus). 

6. Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus (2 Pd 1, 20 - 21).

A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NASCE DE DEUS E NÃO DA VONTADE HUMANA.
(se as profecias inspiradas por Deus estão na Bíblia e, portanto, são as verdades de Deus, como podem ter diferentes interpretações pelos protestantes?)

7. 'Enviaram seus discípulos com os herodianos, que lhe disseram: Mestre, sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus em toda a verdade, sem te preocupares com ninguém, porque não olhas para a aparência dos homens' (Mt 22, 16).

JESUS NOS MOSTRA QUE DEUS É A VERDADE, TODA A VERDADE. 
(Se Jesus ensinou a Verdade, em toda a verdade, como podem diferentes igrejas que se dizem de Cristo ensinarem toda a verdade cada uma de um jeito, com diferentes versões? )

8. 'E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as geraçõesporque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo' (Lc 1, 46 - 49).

NOSSA SENHORA É BEM AVENTURADA, CRIAÇÃO ÚNICA E MARAVILHA DAS MARAVILHAS DE DEUS 
(esta verdade é proclamada e honrada por todas as gerações dos protestantes?)

9. 'Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas (2Tm 4, 3 - 4).

A VERDADE SERÁ AVILTADA NOS TEMPOS FINAIS.
(Não é que vemos hoje? A igreja Católica perseguida e ridicularizada? O amor à verdadeira Igreja de Cristo banalizado por centenas de outras crenças e fábulas protestantes?)

10. 'A ira de Deus se manifesta do alto do céu contra toda a impiedade e perversidade dos homens, que pela injustiça aprisionam a verdade' (Rom 1, 21).

A SOBERBA É A RAIZ DE TODOS OS PECADOS.
(quem se aprisiona em fábulas, como poderá encontrar a verdade plena?)   

terça-feira, 30 de junho de 2015

HORA SANTA DE JUNHO

(Hora Santa Especial por Todos que Sofrem)

Nós vos adoramos, ó Deus Sacramentado, nós vos bendizemos, Redentor do mundo; nós vos amamos, Jesus, na formosura do vosso Coração Agonizante. Somente Vós sois grande, somente Vós sois santo na pequenez da Divina Hóstia. Vós sois o Altíssimo no mistério do sacrifício incruento. Glória, pois, a Vós, que sendo o Deus do Céu, viveis no Getsêmani do Santo Tabernáculo! Glória a Vós, Jesus - Eucaristia, nas alturas dos vossos anjos; louvor a Vós, no coração dos homens! Em nome de todos os homens, e, em especial, em nome de todos os homens que sofrem com amor e fé, nós adoramos as lágrimas, a solidão, o abandono, as angústias, todas as amarguras e agonias do Vosso Sagrado Coração! Cremos que Vós sois o Cristo, o Deus - Homem de todos os sofrimentos.

(Ofereça esta Hora Santa ao Coração de Jesus, ferido e agonizante, como um pleito de resignação e amor, em seu próprio nome e de todos os que sofrem)

(Breve pausa )  

(Lento e entrecortado) 

AS ALMAS

Ó Jesus, nós temos sido arrastados pela força irresistível do Vosso amor e de Vossas lágrimas em direção ao abismo do Vosso Coração! Ó quanta beleza do Céu na Vossa tristeza! Um Céu de consolação e de glória para todos nós! Que mistério insondável e que grande consolo é saber que Vós chorastes! Que divina eloquência brota de Vossa palavra de paz que, ao sair dos Vossos lábios, trêmulos de emoção e entre soluços, sobe do mais íntimo da Vossa alma, triste até a morte! E agora, aqui estamos nós, trazendo aos Vossos pés a oferta não só das nossas próprias dores, mas também os sofrimentos de tantas almas infelizes que Vos adoram. Ó Jesus, Vós conheceis bem este oceano de dores, cujas águas amargas submergiram a Vossa santíssima alma.

Em primeiro lugar, adorável Mestre, pedimos por aqueles que padecem na pobreza ou enfermidades. Mesmo aqui, durante esta Hora Santa, Senhor, entre aqueles que vieram para estar Convosco, ou entre os seus entes queridos, talvez haja algum doente; há certamente alguém pobre... Ó com que grande compaixão Vós tendes sempre olhado os enfermos! Com que ternura Vossos olhos buscaram o leproso, o paralítico, os feridos e os cegos, para curar a todos com um sorriso e uma bênção de amor! E se esses inválidos ou aqueles que sofriam não podiam ir a Vós, Vós íeis ao encontro deles! Seja abrindo um caminho no meio da multidão; seja buscando-os à beira das estradas; a uns simplesmente olhando com amor, a outros, tocando com as Vossas mãos ... a todos curando de corpo e de alma!

Mas hoje, há mais pobres do que doentes. Há muitas pessoas que trabalham duramente e padecem grandes privações; muitos estão sem pão, sem abrigo, sem consolo, sem remédios para ter algum alívio. Mas o que podemos Vos dizer que já não conheceis sobre os sofrimentos dos pobres? Vós, que fostes pobre em Nazaré, que padecestes fome e que, mais do que tudo, tivestes de suportar o desprezo arrogante que o mundo tem por aqueles que não têm nem casa, nem terras, nem dinheiro. Não diziam os acusadores: 'O que pode Ele saber? O que pode Ele pleitear em favor de Israel? O que pode alguém de Nazaré pretender ser, não passando de filho de um humilde carpinteiro?'

Recordai nesta noite, Jesus, de tais humilhações e ponde os Vossos olhos sobre tantos pobres e doentes que padecem! Durante esta Hora Santa, ousamos pedir que Vós possais prodigar a eles o dom da Vossa paz e o doce consolo da vossa bênção, que difunde em profusão milagres de ternura. Jesus, dai a eles o mérito e a recompensa pela Vossa resignação! E, se isso for para Vossa maior glória, dignai-Vos conceder alívio para os doentes, os pobres, e os necessitados; Vós que tivestes desvelo pelas flores do campo e pelas aves da montanha, abençoai com especial ternura, desta Hóstia Consagrada, todos os Vossos filhos afligidos, sobre quem Vos pedimos derramar a água viva e as benesses do Vosso Sagrado Coração!


(Pausa) 

(Lento e entrecortado) 

Lembrai-Vos também, amado Mestre, daqueles que padecem contradições e reveses humilhantes. Senhor, com que amorosa e sábia Providência Vós permitis, muitas vezes, que nossos projetos se desvaneçam como fumaça e, para nossa grande surpresa, depois de muito cuidado e trabalho, colhemos apenas espinhos que machucam. Quantos dissabores e decepções nos esperam nossos humanos desejos! Vós conheceis os inúmeros contratempos que constantemente cercam as famílias e Vós não os impedis porque eles são realmente para o nosso bem e, assim, não detendes a torrente que tende a solapar as sagradas fundações do lares, embora violente o Vosso Sagrado Coração. Guardais o silêncio do Sacrário quando somos ameaçados por males que, de um modo misterioso, haverão de trazer a redenção para aqueles que amamos.

Vós nos vede chorar! Ó, sim, Vós compartilhastes todo o nosso desgosto e, embora aparentemente ausente, estais muito perto de nós naquelas horas negras de agonia, horas de Getsêmani, que todos os todos os homens deverão passar, para reviver a Vossa própria agonia, Estais sempre ao nosso redor; e ainda que nem sempre sentimos a Vossa doce presença, sabemos que estamos acolhidos nos Vossos braços. Sim, Jesus, por uma feliz experiência, conhecemos as finezas do Vosso coração; e é por isso que nos prendemos sem hesitação, mesmo diante das mortificações mais amargas de nossas vidas, às doces batidas desse Coração que nos ama! Aceitai, Senhor, por estes sofrimentos, amorosa reparação à mortal desolação que vislumbrastes no Jardim das Oliveiras, e a súplica de acolher em Vosso Coração, os corações de todos os que sofrem...


(Todos em voz alta) 

Acolhei em Vosso Coração todos os que sofrem!


(Breve pausa ) 

Amado Mestre, são tantos os que aguardam em leitos de agonia a visita do Médico Celestial...
Acolhei em Vosso Coração todos os que sofrem!
Muitas crianças doentes, Senhor, perderam as suas mães; muitas pessoas idosas e sem abrigo vão morrer sem nenhum cuidado além do amparo da Vossa infinita misericórdia...
Acolhei em Vosso Coração todos os que sofrem!
Muitos dos Vossos filhos pobres já sofreram durante longos anos sem qualquer ajuda humana, sem qualquer esperança...
Acolhei em Vosso Coração todos os que sofrem!
Visitai, ó Mestre, as choupanas e os casebres onde reina a miséria; e os cortiços onde pobres mães agonizam, sem outras testemunhas senão criancinhas que padecem de fome...
Acolhei em Vosso Coração todos os que sofrem!
Com a doce luz que emana do Vosso Doloroso Coração, ilumine as casas que, em lugar da abundância do passado, hoje padecem em silêncio na miséria...
Acolhei em Vosso Coração todos os que sofrem!
Sejais especialmente misericordioso, Jesus, para com aqueles que sofrem da injustiça humana e com tantos que viram ruir seus projetos de dignidade de vida e de bem estar...
Acolhei em Vosso Coração todos os que sofrem!
Senhor, não ignoreis tantas pessoas e famílias que sofrem de profundas e contínuas incertezas...
Acolhei em Vosso Coração todos os que sofrem!
Na luta contínua entre interesses contraditórios e os inevitáveis reveses causados pelos negócios e pelas naturais aspirações da vida, que nunca se concretizam...
Acolhei em Vosso Coração todos os que sofrem!
Vós que sofrestes, Jesus, a ausência de toda consolação humana, tende piedade de tantos corações pobres, doentes e desiludidos, que clamam um momento, pelo menos, de trégua e de descanso...
Acolhei em Vosso Coração todos os que sofrem!


(Breve pausa ) 

Voz de Jesus

Falastes a verdade: quando viveis o sofrimento na terra, Eu estou muito perto de vós. A cruz será sempre a ponte manchada de sangue que uniu os vossos corações aflitos e desiludidos ao Meu Coração Agonizante! Eis-me aqui, meus filhos queridos... Ouvi a vossa oração em favor dos doentes, dos pobres e de todos aqueles achacados pela indiferença humana. Neste exato momento, quantas graças foram derramadas para tantos do Meu trono da misericórdia, onde acolho as suas vidas de trabalho e de cansaço. Continuai a Me falar sobre o que vos doi e vos entristece, Meu coração precisa destas confidências porque os vossos sofrimentos me comovem. Aproximai-vos então, meus filhos e, unidos na mesma angústia e no mesmo sofrimento comum, vamos chorar juntos. Achegai-vos a Mim e derramai o pranto de vossas almas no Meu divino Coração!


(Pausa )

As almas

O isolamento do Vosso Cativeiro e o silêncio do Sacrário revelam ao mundo o pecado mais intensamente sentido pelo Vosso Coração - o pecado da ingratidão.


(Entrecortado)

Ó Jesus, amais e não sois amado; abençoais e sois amaldiçoado; cumulais de favores os homens e sois recompensado com esquecimento ou insultos! Eis, doce Salvador, o pão muito amargo do Vosso exílio voluntário no meio de nós, eis o preço do Vosso sublime cativeiro no Sacrário! Desta forma, o Getsêmani é prolongado através da séculos. Em desagravo, queremos compartilhá-lo convosco, ó Jesus que dissestes: 'O discípulo não é maior do que o seu mestre, nem o servo mais do que o seu Senhor'. Por isso é que nós, também, às vezes somos convidados a provar do cálice de ingratidão. Nós o aceitamos, Senhor, por amor a  Vós e somente por Vós, porque esta bebida é mais amarga do que a morte. Tende piedade, bom Mestre, por aqueles que sucumbem neste momento sob o peso de tantos sofrimentos. Tende piedade dos lares onde outrora habitaram os filhos das esperanças e das alegrias da família, mas que agora estão desolados, porque estes se tornaram a cruz, e sim, até mesmo, a coroa de espinhos para os pais.

Tende piedade de tantas esposas infelizes, cansadas de sofrer por tormentos que lhes ferem a alma. Tende piedade de tantos fieis dedicados e das almas humildes que foram traídas em sua amizades, zombadas e enganadas dentro de suas próprias casas e feridos por aqueles que foram cumulados pela sua caridade e pelos seus favores. O mundo paga no início com palavras e sorrisos e depois com deslealdade e traição. Porque Vos amamos, Jesus na Eucaristia, por este amor, Vos oferecemos e agradecemos por este cálice de amargura, e Vos pedimos perdoar aqueles que reabrem a ferida do Vosso Amoroso Coração - a mesma ferida profunda que nós mesmos abrimos com a nossa tão grande ingratidão!

(Breve pausa )  

(Lento e entrecortado) 

Ó bom Jesus, tende piedade dos que sofrem de solidão e abandono! Quantas vezes, amado Mestre, depois de ter pregado as maravilhas do Vosso amor, depois de ter multiplicado os Vossos milagres na presença de tantas multidões extasiadas, Vós presenciastes aquelas multidões se afastarem com desconfiança e indiferença em suas almas. E Vós ficastes sozinho e abandonado como estais hoje aqui neste Sacrário, abandonado por tantos dos Vossos filhos! Somente o Pai conhece a medida deste Vosso sofrimento, desta terrível deserção. Vós sabeis, ó Jesus, que muitos, muitos mesmo, nunca experimentaram um amor generoso; são órfãos da vida, que vagueiam no deserto do mundo, sempre com saudades do que lhes deveria ser um lar. Vivem sem nenhum afeto e com amargura em seus corações!

O Getsêmani e o Calvário Vos fazem recordar, Meu amável Jesus, a angústia da solidão. Ó quão terrível é clamar e gritar e constatar que o nosso brado se perde no silêncio! Chorar, sofrer, implorar, amar... para apenas permanecer sozinho, sempre sozinho! Ninguém conhece tal terrível desolação do que Vós, ó Jesus! Então, das profundezas da alma que assim sofre, eleva-se algo da terrível angústia que Vós, amado Salvador, sentistes na agonia daquela Quinta-feira Santa: o cansaço, a repugnância, a fatiga de viver! Diante disso, desfalece por completo o pobre coração humano!

São órfãos que precisam de Vós, Senhor Jesus, nestes momentos de suprema angústia: eles precisam do Vosso Agonizante Coração! Se Vós não vierdes em seu socorro, suas almas desesperadas clamarão pela morte! Mas Vós havereis de vir a eles como nós viemos a Vós nesta noite, para compartilhar esta hora de agonia solitária, convosco e com todos que um dia poderão vir a padecer da solidão e abandono dos seus próprios irmãos,..

(Todos em voz alta)

Dai-nos a companhia e o refúgio do Vosso Sagrado Coração!

Se Vós nos provais, permitindo que, algumas vezes, os nossos próprios entes queridos se esqueçam de nós...
Dai-nos a companhia e o refúgio do Vosso Sagrado Coração!
Quando a idade e as enfermidades nos deixar isolados, quebrando os laços familiares que acreditávamos ser imutáveis...
Dai-nos a companhia e o refúgio do Vosso Sagrado Coração!
Quando talvez algum dia a pobreza visitar a nossa casa - que é também Vossa - e os amigos nos deixarem sozinhos e somente nos restarem a confiança na Vossa Presença...
Dai-nos a companhia e o refúgio do Vosso Sagrado Coração!
Se os acidentes ou contratempos nos atingirmos e estivermos abandonados por aqueles que amamos..
Dai-nos a companhia e o refúgio do Vosso Sagrado Coração!
Se a injustiça humana, grande como é, nos flagelar, não nos abandoneis Senhor Jesus...
Dai-nos a companhia e o refúgio do Vosso Sagrado Coração!
Se mesmo aqueles que amamos muito, nos abandonar.. nesta hora de cruel ingratidão, vinde, ó Jesus, porque Vós sois a nossa única esperança...
Dai-nos a companhia e o refúgio do Vosso Sagrado Coração!
Se aqueles que receberam o nosso carinho e sacrifícios, nos odiarem algum dia, como Vós mesmo fostes odiado...
Dai-nos a companhia e o refúgio do Vosso Sagrado Coração!
A calúnia dos Vossos inimigos cobriram Vosso divino rosto com opróbrios; quando esta for lançada no nosso rosto e formos humilhados, não nos abandoneis e vinde até nós, Jesus vilipendiado...
Dai-nos a companhia e o refúgio do Vosso Sagrado Coração!
E nas horas de mortal silêncio em que nos encontrarmos sozinhos, submersos pelo esquecimento e pela indiferença cruel das criaturas...
Dai-nos a companhia e o refúgio do Vosso Sagrado Coração!


(Breve pausa )  

Voz do Mestre

Nunca mais, em vossas horas de solidão e de tomento, estareis longe do Meu coração que vos ama. Sim, que vos ama infinitamente porque vós o amais e sofreis por Ele. Se, quando Eu estava sozinho e esquecido, fostes visitar-Me, se Me consolastes quando estava entristecido por aqueles que se diziam Meus filhos, se tendes tantas vezes quebrado o gelo da indiferença que cerca a minha prisão solitária, como Eu poderia preferir, mesmo que fosse o coro dos anjos, ao apelo de vossas almas que sofrem? Vossas almas precisam descansar em Meu coração para encontrar consolo! Eis aqui este Coração, infinitamente compassivo, para com os vossos sofrimentos: tomai-O, Ele é vosso! Eu, e somente Eu, posso vos retribuir com generosidade divina; não tenhais medo! Eu sei como curar as feridas mais profundas. Vinde; não hesiteis; vinde! Só Eu sei até que ponto a solidão e a ingratidão esmagam a alma. Vinde! Vinde chorar junto a Mim e sereis consolados!


(Pausa ) 

As almas

Em nossos altares, Vosso nome, Jesus, se eleva para alentar todas as nossas adversidades; estais ali como Hóstia, Vítima Consagrada...


(Muito lento e entrecortado ) 

Aqui, nesta Hóstia, Vós sois ignorado e esquecido até mesmo pelos Vossos filhos; habitastes entre nós há tantos séculos com o desejo de continuar seguindo conosco em nossas vidas e ainda não Vos compreendemos! Vós sois amado, mas como um hóspede à distância... quase como um estranho no meio dos Vossos filhos. E, por isso, lamentastes junto à Vossa serva Margarida Maria que a maior de Vossas tristezas é não ser reconhecido pelos Vossos filhos em Vossa própria Casa!


(Breve pausa ) 

Nós Vos agradecemos, amado Mestre, quando nos fazeis sentir o gosto amargo do Vosso Cálice; nós Vos agradecemos... Nossos corações são feridos cruelmente, ó Jesus, quando os nossos entes mais queridos nos ferem e, às vezes, nos condenam, em Vosso Nome, por zelo equivocado ou por motivos que julgam sinceros. Ah, é tão humano julgar os outros! Vós, que tudo conheceis, permitis estas coisas para que possamos colocar toda a nossa confiança em Vós. Vós permitis isso para que possamos reparar também, por meio destes reveses dolorosos, a falta de ternura pelo Vosso Sagrado Coração, mesmo por nós, que somos consagrados à Vossa Glória. Nós Vos agradecemos, então, por estas feridas abertas em nossas almas pela Vossa divina e amorosa mão...

Nós Vos agradecemos também por outra provação - a morte inevitável - que há de vergar sem piedade a todos os mortais; fria e inexorável morte, que nos rouba todos aqueles a quem Vós confiastes ao nosso amor. Lembra-Vos da Vossa tristeza, Jesus, à medida em que aproximavas da casa de Betânia, onde o Vosso amigo Lázaro não habitava mais? Felizmente para nós, Jesus, a fonte dessas lágrimas derramadas na morte do Vosso amigo de coração ainda não secou; sim, os Vossos olhos ainda permanecem marejados pelas lágrimas do Homem-Deus que quis amar com ternura, com todas as emoções e fragilidades do nosso coração humano. Esse Jesus sois Vós, o mesmo Jesus presente na Hóstia, a quem adoramos aqui, de joelhos. Olhai para nós desde o Sacrário e olhai por aqueles que nos deixaram ao longo do caminho e que eram como as fibras do nosso coração. Agora eles se foram de nós e nos deixaram... que separação pode ser tão dolorosa como a separação da morte?

Vós chorastes sobre o túmulo de Lázaro embora soubésseis que haveríeis de ressuscitá-lo em breve. Da mesma forma, apesar da fé viva com que aceitamos as cruzes que Vós nos enviais, permitis que nossas almas sejam esmagadas quando vemos nossos entes queridos partir, para nunca mais voltar. Quando o nosso amor é profundo, essas feridas podem ser cicatrizadas mas, como bem o sabeis, ó Jesus, nunca poderão ser curadas completamente! Jesus, vinde preencher o lugar vazio que a morte impiedosa faz abrir, por Vossa permissão, em nossos corações e lares. Vinde dar alento e resignação aos que ficamos, para que possamos rezar sobre o túmulo dos que partiram. Vinde, Senhor, acalentai a nossa oração pelos nossos mortos tão amados. Que a Vossa luz eterna brilhe sobre eles; que eles possam descansar em paz... no Céu do Vosso Coração!


(Pausa ) 

Antes de terminar esta Hora Santa, pedimos a Vós, Jesus, visitar os recessos mais íntimos das nossas almas, as profundezas do abismo de nossas dores e misérias! Só Vós as conheceis, só Vós!  Como um raio de luz do Vosso olhar doce e profundo, penetrai em nossas almas pois, assim, não há de se quebrar o frágil cristal dos nossos pobres corações. Avançai às últimas profundidades do nosso coração, aos abismos onde se escondem as mágoas e as feridas mais secretas. Curai com as Vossas mãos estas feridas, desconhecidas para todos e que sangram sem parar. Ninguém as conhece, e é melhor que sejam secretas, pois ninguém, a não ser Vós, poderia compreendê-las...

É por isso, Salvador adorável que, passando por certos sofrimentos agudos nesta vida, não choramos, para que o mundo não veja as nossas lágrimas, que não pode compreender. Que alívio podermos, então, falar a Vós, falar livremente e somente a Vós que, na vida sacramental, experimenta amarguras infinitas, sem que ninguém seja capaz de realmente compreendê-las. Só Vós, Senhor, podeis saber tudo, tudo... Lançai Vosso olhar às profundezas das nossas almas, mas que seja um olhar de piedade. Foi no Getsêmani, sob violenta tensão, que jorrou esta fonte de lágrimas, que não fluiu como uma torrente, mas que se irrompeu como um suor de sangue.


(Lento e entrecortado ) 

Ficar em silêncio quando se sente morrer no escondimento, em agonia interior... ficar então em silêncio é como morrer duas vezes. Esta tristeza é bem conhecida por Vós, Divino Sofredor do Monte das Oliveiras! As apreensões das mães, a inesperada separação das almas, os medos mais escuros, os temores dos pais... as angústias e decepções, as incertezas dos sacerdotes, as muitas dores que padecem tantas boas almas, mantendo  intacta para Vós, ó Jesus-Hóstia, a virginal beleza de tantos sofrimentos, que fazem parte todos dessas dores misteriosas! A Hora Santa é a hora das confidências e das consolações... se abrimos nossas almas entristecidas para Vós, Jesus, é menos para reclamar do que para Vos oferecer os maiores tesouros de nossas mais secretas dores e aflições, e todas aquelas amarguras que não têm nomes próprios na linguagem do mundo. Aceitai-as, Senhor, pelas mãos da Rainha das Dores, para o triunfo do Vosso amor!


(Todos em voz alta)

Santificai todas as nossas dores, Sagrado Coração!


Sim, Jesus, santificai as contradições que suportamos dos bons e o sofrimento causado a nós pela injustiça frequente dos homens...
Santificai todas as nossas dores, Sagrado Coração!
Aceitai as mortificações que nos imputam aqueles de quem menos as esperamos e que nos causam profundas desilusões...
Santificai todas as nossas dores, Sagrado Coração!
Aceitai, Senhor, qual uma coroa de flores, a lembrança dos nossos falecidos e abençoai-os porque nos deixaram apenas em resposta ao Vosso chamado divino...
Santificai todas as nossas dores, Sagrado Coração!
Aceitai as lágrimas de resignação que temos derramado sobre os túmulos de nossos entes queridos e lembrai-vos particularmente dos pequenos órfãos e das famílias em luto...
Santificai todas as nossas dores, Sagrado Coração!
Vinde, querido Salvador, para compensar a perda dos filhos pródigos que deixaram as suas casas; eles deixaram um lugar vazio que só Vós podeis preencher...
Santificai todas as nossas dores, Sagrado Coração!
Olhai, Senhor, os espinhos escondidos em nossas almas e aceitai estes tantos sofrimentos desconhecidos, que piedade humana alguma saberia consolar...
Santificai todas as nossas dores, Sagrado Coração!
Aceitai as apreensões das mães, o desvelo de tantos pais, os esforços perseverantes e muitas vezes aparentemente estéreis de tantos sacerdotes; vinde, Jesus, tomai sem reservas as nossas almas entristecidas, porque elas são Vossas apenas..
Santificai todas as nossas dores, Sagrado Coração!

(Pausa )  


Voz do Mestre

Filhos do Meu amor, quão doce e consoladora esta hora tem sido, esta hora durante a qual vós tendes mostrado a Mim as mágoas profundas que atormentam as vossas almas, enquanto eu vos deixo penetrar na ferida aberta e ensanguentada do Meu Sagrado Coração. Ah! que semelhança feliz de sofrimento! Como nos assemelhamos uns aos outros, quando estamos de luto no mundo por padecer as amargas aflições da terra! Eis com se vos depara o Getsêmani, assim como foi para Mim um santuário de oração e da redenção perpétua! Amai-vos uns aos outros, como irmãos em sofrimento; amai-vos uns aos outros, Meus amigos, e que os nossos corações possam se encontrar na via dolorosa; amai-vos uns aos outros, Meus filhos, no caminho da Cruz!

(Lento e  entrecortado)

Vinde a Mim, todos os que sofrem na pobreza e na doença. Apressai-vos! Trazei sob Meus Pés a carga de todas as vossas aflições: Vinde a Mim ... e Eu vos darei o consolo das profundezas do Meu Sagrado Coração que vos ama tanto!

Vinde a Mim todos os que sofrem as contradições das criaturas, todos que padecem a injustiça dos homens, todos os que experimentaram reveses da fortuna e transtornos em vossas famílias: Vinde a Mim ... e Eu vos darei refúgio no santuário do Meu Sagrado Coração que vos ama tanto!

Vinde a mim todos os que choram a ingratidão dos amigos, e, sim, às vezes, até a ingratidão dos membros de sua própria família. Não tardeis, porque esta dor oprime e congela a alma; vinde a Mim... e Eu vos darei  o calor das chamas do Meu Sagrado Coração que vos ama tanto!

Vinde a mim, vós que arrastais uma existência intolerável e maçante, vós que viveis no tédio e no isolamento; vós, os esquecidos. Vinde a Mim, vós que tendes sentido, desde o alvorecer da vida, o cansaço do exílio, jogai-vos em Meus braços: Vinde a Mim... e Eu vos darei o consolo do Meu Sagrado Coração que vos ama tanto!

Vinde a mim, vós que sois desprezados e mal compreendidos até mesmo por homens bons; vós, que sois acusados por causa dos esforços que empreendem em favor da Minha Glória; vinde a Mim ... e Eu vos darei o cálice refrescante do Meu Sagrado Coração que vos ama tanto! 

Vinde a mim, vós que estais de luto, que chorais a perda de um filho, de uma mãe, de uma esposa, de um irmão; vinde sem demora ao meu Sacrário, vós que padeceis em vossas casas das dores da morte e das lágrimas: vinde a Mim ... e eu vos darei a paz inefável do Meu Sagrado Coração que vos ama tanto!

Vinde a Mim; levantai os vossos corações a Mim, pois o tempo é apenas uma sombra que passa e o Céu é eterno; vinde, vós que tendes sede de amor e de justiça; Eu sou o vosso Deus e é por vós que tenho padecido os horrores da mais cruel agonia; erguei-vos e tomai, com coragem, o Pão vivo, a Minha Eucaristia, para fortalecê-los na luta: vinde a Mim... e Eu vos darei o Paraíso do Meu Sagrado Coração que vos ama tanto!

(Pausa)

As almas

Que tenho eu, Senhor Jesus, que Vós não me destes, incluindo o tesouro das minha lágrimas? 
O que eu sei que Vós não me ensinastes; acima de tudo, a ciência do sofrimento por amor? 
O que posso fazer se Vós não estiveres ao meu lado; de que vale o meu pranto sem a Vossa agonia na Cruz? 
O que eu sou, se eu não estiver unido a Vós nos sofrimentos do Calvário?

Jesus, por causa da Vossa Cruz e das minhas cruzes, perdoai as minhas faltas com que Vos tenho ofendido tanto! Porque me criastes sem eu ter merecido e, apesar da minha indiferença para com a vossa Paixão, me redimistes sem a minha cooperação. 

Muito fizestes ao me criar, muito mais ainda em me redimir e não sereis menos glorioso em perdoar-me; porque o sangue que derramastes e a morte acerba que padecestes não foram pelos anjos que Vos adoram nas alegrias celestes: foram por mim e por tantos outros pecadores como eu, que gemem em expiação dos seus pecados. 

Se eu Vos neguei, deixai-me reconhecer-Vos na beleza da Vossa agonia na Cruz; se eu Vos ofendi, deixai-me servir-Vos no sofrimento, para a maior glória e triunfo do Vosso Sagrado Coração! Que venha a nós o Vosso Reino!

 ATO DE CONSAGRAÇÃO


Divino Agonizante do Getsêmani, Jesus Sacramentado, dignai-vos unir o vosso Precioso Sangue e os vossos sofrimentos às aflições destes filhos do Vosso Coração; dignai-vos aceitar, abençoar, aliviar as nossas cruzes! Obtende delas maior glória para Vós e para a redenção de muitas almas pervertidas pelos prazeres do mundo. Chamai e amai com especial ternura aqueles que ninguém ama; curai as feridas abertas pela indiferença dos filhos ingratos e dos amigos desleais! Vós que conheceis a fonte das nossas lágrimas, tornai-as menos amargas e santificai-as pela virtude milagrosa da vossa Cruz.

Prisioneiro divino do Sacrário, visitai, com um raio da vossa luz, os aflitos, os amargurados pela vida, os seduzidos pelos prazeres ilusórios. Confortai os abandonados, cuja beleza da alma é tantas vezes desconhecida ou desprezada. Ensinai-nos a ciência de sofrer em paz e com fé e concedei-nos o dom bendito e tão raro de saber consolar. Dai aos nossos sofrimentos uma força divina, uma força irresistível que impulsione o nosso coração ferido em direção ao abismo do Vosso Sagrado Coração. Neste Paraíso, queremos viver e sofrer por Vossa causa e pelo Vosso amor, arrancando dele os espinhos para torná-los o diadema de nossa própria glória. 

Sede o Rei do mundo, Vós que sois o Deus-Homem das dores. Dominai vitorioso sobre o mundo e curai as feridas abertas pela falta de piedade e pela injustiça dos homens. Mestre amantíssimo, Jesus, Divino Consolador de todas as lágrimas, vinde ter conosco quando sofremos; apressai-vos, porque as nossas dores não tardam e tornam-se insuportáveis quando choramos longe de Vós! Não afasteis de nós, Jesus de Nazaré, os espinhos da via dolorosa e nem as desolações do deserto, mas não nos recuseis nunca a Vossa presença adorável, o Vosso divino olhar, as bênçãos de vossas mãos ensanguentadas!

Não vos pedimos que envieis um anjo para nos sustentar nas nossas horas de agonia! Pedimos por Vós, Jesus, somente por Vós, porque nos legastes o direito de compartilhar as Vossas lágrimas com as nossas lágrimas. Dai-nos a paz em nossas tribulações, dai-nos força e, se quiseres, dai-nos o consolo do Cálice do Vosso Coração Agonizante! Pela Vossa Cruz e pelas nossas cruzes, que venha a nós o Vosso Reino!

Um Pai Nosso e uma Ave Maria pelos agonizantes e pelos pecadores.
Um Pai Nosso e uma Ave Maria pelo triunfo universal do Sagrado Coração, especialmente pela Comunhão diária, a Hora Santa e a entronização do Sagrado Coração nas famílias.
Um Pai Nosso e uma Ave Maria pelas intenções particulares de todos os presentes.
Um Pai Nosso e uma Ave Maria pelo nosso país.

(5 vezes)

Sagrado Coração de Jesus, venha a nós o Vosso Reino!

(3 vezes)

Imaculado Coração de Maria, rogai por nós!


São José, rogai por nós!
Santa Margarida Maria, rogai por nós!

(Hora Santa de Junho, pelo Pe. Mateo Crawley - Boevey, tradução integral pelo autor do blog)

segunda-feira, 29 de junho de 2015

29 DE JUNHO - FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO

FUNDAMENTOS DA IGREJA

São Pedro e São Paulo - Jusepe de Ribera (1591 - 1652)

"Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16,16).

“Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (II Tm 4,7).

Excertos da Homilia do Papa João Paulo II, na Solenidade de São Pedro e São Paulo, em 29/06/2000


Jesus dirige aos discípulos esta pergunta acerca da sua identidade, enquanto se encontra com eles na Alta Galileia. Muitas vezes acontecera que foram eles a interrogar Jesus; agora é Ele quem os interpela. A sua pergunta é específica e espera uma resposta. Simão Pedro toma a palavra em nome de todos:  "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo" (Mt 16, 16). A resposta é extraordinariamente lúcida. Nela se reflete de modo perfeito a fé da Igreja. Nela nos refletimos também nós. De modo particular, reflete-se nas palavras de Pedro o Bispo de Roma, por vontade divina, seu indigno sucessor.

2. "Tu és o Cristo!". À confissão de Pedro, Jesus replica:  "És feliz, Simão, filho  de  Jonas,  porque  não  foram  a carne nem o sangue quem to revelou, mas  o  Meu  Pai  que  está  nos  céus" (Mt 16, 17).

És feliz, Pedro! Feliz, porque esta verdade, que é central na fé da Igreja, não podia emergir na tua consciência de homem, senão por obra de Deus. "Ninguém, disse Jesus, conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11, 27). Reflitamos sobre esta página evangélica particularmente densa:  o Verbo encarnado revelara o Pai aos seus discípulos; agora é o momento em que o próprio Pai lhes revela o seu Filho unigênito. Pedro acolhe a iluminação interior e proclama com coragem:  "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo"!

Estas palavras nos lábios de Pedro provêm do profundo do mistério de Deus. Revelam a verdade íntima, a própria vida de Deus. E Pedro, sob a ação do Espírito divino, torna-se testemunha e confessor desta soberana verdade. A sua profissão de fé constitui assim a sólida base da fé da Igreja:  "Sobre ti edificarei a minha Igreja" (Mt 16, 18). Sobre a fé e a fidelidade de Pedro está edificada a Igreja de Cristo.

3. "O Senhor assistiu-me e deu-me forças a fim de que a palavra fosse anunciada por mim e os gentios a ouvissem" (2 Tm 4, 17). São palavras de Paulo ao fiel discípulo Timóteo:  escutamo-las na Segunda Leitura. Elas dão testemunho da obra nele realizada pelo Senhor, que o tinha escolhido como ministro do Evangelho, "alcançando-o" na via de Damasco (cf. Fl 3, 12). Envolvido numa luz fulgurante, o Senhor se lhe havia apresentado, dizendo:  "Saulo, Saulo, por que Me persegues?" (Act 9, 4), enquanto uma força misteriosa o lançava por terra (cf. ibid., v. 5).

"Quem és Tu, Senhor?", perguntara Saulo. "Eu sou Jesus, a quem tu persegues!" (ibid.). Foi esta a resposta de Cristo. Saulo perseguia os seguidores de Jesus e Jesus fez-lhe tomar consciência de que era Ele mesmo a ser perseguido neles. Ele, Jesus de Nazaré, o Crucificado, que os cristãos afirmavam ter ressuscitado. De Damasco, Paulo iniciará o seu itinerário apostólico, que o levará a defender o Evangelho em tantas partes do mundo então conhecido. O seu impulso missionário contribuirá assim para a realização do mandato de Cristo aos Apóstolos:  "Ide, pois, ensinai todas as nações..." (Mt 28, 19).

4. Caríssimos Irmãos no Episcopado vindos para receber o Pálio, a vossa presença põe em eloquente ressalto a dimensão universal da Igreja, que derivou do mandato do Senhor:  "Ide... ensinai todas as nações" (Mt 28, 19). Todas as vezes que vestirdes estes Pálios, recordai, Irmãos caríssimos que, como Pastores, somos chamados a salvaguardar a pureza do Evangelho e a unidade da Igreja de Cristo, fundada sobre a "rocha" da fé de Pedro. A isto nos chama o Senhor; esta é a nossa irrenunciável missão de guias previdentes do rebanho que o Senhor nos confiou.

5. A plena unidade da Igreja! Sinto ressoar em mim a recomendação de Cristo. Deus nos conceda chegarmos quanto antes à plena unidade de todos os crentes em Cristo. Obtenhamos este dom dos Apóstolos Pedro e Paulo, que a Igreja de Roma recorda neste dia, no qual se faz memória do seu martírio e, por isso, do seu nascimento para a vida em Deus. Por causa do Evangelho, eles aceitaram sofrer e morrer e se tornaram partícipes da ressurreição do Senhor. A sua fé, confirmada pelo martírio, é a mesma fé de Maria, a Mãe dos crentes, dos Apóstolos,  dos Santos  e Santas  de  todos  os séculos.

Hoje a Igreja proclama de novo a sua fé. É a nossa fé, a imutável fé da Igreja em Jesus, único Salvador do mundo; em Cristo, o Filho de Deus vivo, morto e ressuscitado por nós e para a humanidade inteira.

São Pedro e São Paulo, rogai por nós!

domingo, 28 de junho de 2015

AS COLUNAS DA IGREJA

Páginas do Evangelho - Décimo Terceiro Domingo do Tempo Comum

 SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO


Neste domingo, a liturgia católica celebra a Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, primícias da fé, fundamentos da Igreja. 'Naquele tempo', as mensagens e as pregações públicas de Jesus estavam consolidadas; os milagres e os poderes sobrenaturais do Senhor eram de conhecimento generalizado; multidões acorriam para ver e ouvir o Mestre, dominados pela falsa expectativa de encontrar um personagem mítico e um Messias dominador do mundo. Na oração profunda, Jesus afasta-se do júbilo fácil do mundo e das multidões errantes, que O tomam por João Batista, por Elias, por um dos antigos profetas. Jesus, então, reúne os seus discípulos e lhes pede o testemunho próprio:  'E vós, quem dizeis que eu sou?' (Mt 16, 15). Por inspiração divina, a resposta de Pedro é uma confissão extremada da fé humana: 'Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo' (Mt 16, 16).

E, diante tal testemunho do Apóstolo, Jesus impõe a ele as primícias do papado e da Igreja: 'Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la' (Mt 16, 18). Esta será a Igreja Militante, a Igreja Temporal, A Igreja da terra, obra temporária a caminho da Igreja Eterna do Céu. Mas ligada a Pedro e aos sucessores de Pedro, sumos pontífices herdeiros da glória, poder e realeza de Cristo.

(Cristo entrega as chaves a São Pedro - Basílica de Paray-le-Monial, França)

E Jesus vai declarar, em seguida e sem condicionantes, o poder universal e sobrenatural da Santa Igreja Católica Apostólica e Romana: 'Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que desligares na terra será desligado nos céus' (Mt 16, 19). Ligado ou desligado. Poder absoluto, domínio universal, primado da verdade, Cátedra de Pedro. Na terra árida de algum ermo qualquer da 'Cesareia de Felipe', erigiu-se naquele dia, pela Vontade Divina, nas sementeiras da humanidade pecadora, a Santa Igreja, a Videira Eterna.

Com São Paulo, a Igreja que nasce, nasce com um gigante do apostolado e se afirma como escola de salvação universal. Eis aí a síntese do espírito cristão levado à plenitude da graça: Paulo se fez 'outro Cristo' em Roma, na Grécia, entre os gentios do mundo. No apostolado cristão de São Paulo, está o apostolado cristão de todos os tempos; a síntese da cristandade nasceu, cresceu e se moldou nos acordes pautados em suas epístolas singulares proferidas aos Tessalonicenses, em Éfeso ou em Corinto. Síntese de fé, que será expressa pelas próprias palavras de São Paulo: 'Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé' (2Tm 4,7).

(São Paulo Apóstolo - Basílica de Alba, Itália)

São Pedro foi o patriarca dos bispos de Roma, São Paulo foi o patriarca do apostolado cristão. Homens de fé e coragem extremadas, foram as colunas da Igreja. São Pedro morreu na cruz, São Paulo morreu por decapitação pela espada. Mártires, percorreram ambos os mesmos passos da Paixão do Senhor. E se ergueram juntos na Glória de Deus pela Ressurreição de Cristo.

sábado, 27 de junho de 2015

TRÊS ORAÇÕES A SANTAS MÁRTIRES DA IGREJA

ORAÇÃO A SANTA CECÍLIA PELA SALVAÇÃO ETERNA

Ó, gloriosa Santa Cecília, apóstola da caridade, espelho da pureza e modelo de esposa cristã! Por aquela fé esclarecida, com que afrontastes os enganosos deleites do mundo pagão, alcançai-nos o amoroso conhecimento das verdades cristãs, para que conformemos a nossa vida à santa lei de Deus e da sua Igreja. Revesti-nos da inviolável confiança na misericórdia de Deus, pelos merecimentos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Dilatai o nosso coração para que, abrasados pelo amor de Deus, não nos desviemos jamais da salvação eterna. Gloriosa Padroeira nossa, que os vossos exemplos de fé e de virtude sejam para todos nós, um brado de alerta para que estejamos sempre atentos à vontade de Deus, tanto na prosperidade como nas provações, no caminho do céu e da salvação eterna. Amém.

ORAÇÃO A SANTA BÁRBARA CONTRA UMA MORTE IMPREVISTA

Gloriosa Santa Bárbara, virgem e mártir, ajudai-nos sempre com a vossa valiosa proteção, junto ao trono do Vosso Divino Esposo, Jesus Cristo, para que vivamos e morramos sem pecado mortal. Alcançai-nos a graça de não morrermos de repente mas fazei que, antes do dia da nossa morte, fortalecidos pelo sacramento do corpo e do sangue do Senhor e pela Unção dos Enfermos, sejamos preservados de todos os males e depois conduzidos ao Reino do Céu. Amém.  

ORAÇÃO A SANTA CATARINA CONTRA RISCOS DE ACIDENTES

Ó Santa Catarina, vós que quebrastes a roda da engrenagem das mãos dos torturadores e, por isto, sois invocada como protetora contra os acidentes, protegei-me de todo e qualquer acidente que possa colocar em risco a minha vida ou a minha integridade física. Protegei ainda mais a minha alma contra todo e qualquer perigo espiritual que possa oferecer risco à perda eterna da minha alma. Amém.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

26 DE JUNHO - SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ


São Josemaria Escrivá de Balaguer nasceu em 09 de janeiro de 1902 em Barbastro, Espanha. Em 02 de outubro de 1928, durante um retiro espiritual em Madrid, concebeu e fundou o OPUS DEI, atualmente prelazia pessoal da Igreja Católica. A missão específica do Opus Dei é promover, entre homens e mulheres de todo o âmbito da sociedade, um compromisso pessoal de seguir a Cristo, de amor a Deus e ao próximo e de procura da santidade na vida cotidiana. Faleceu em Roma em 26 de junho de 1975. Foi beatificado em 17 de maio de 1992 e canonizado, pelo Papa João Paulo II na Praça de São Pedro, em 06 de outubro de 2002. Sua obra mais conhecida é Caminho, escrita como orientações espirituais em diferentes parágrafos. Outras obras do autor são ForjaSulco e É Cristo que Passa.

A CRUZ NÃO É UM CONSOLO FÁCIL

'A doutrina cristã sobre a dor não é um programa de fáceis consolações. Começa logo por ser uma doutrina de aceitação do sofrimento, inseparável de toda a vida humana. Não vos posso esconder - e com alegria pois sempre preguei e procurei viver a verdade de que, onde está a Cruz, está Cristo, o Amor - que a dor apareceu muitas vezes na minha vida; e mais de uma vez tive vontade de chorar. Noutras ocasiões, senti crescer em mim o desgosto pela injustiça e pelo mal. E soube o que era a mágoa de ver que nada podia fazer, que, apesar dos meus desejos e dos meus esforços, não conseguia melhorar aquelas situações iníquas.

Quando vos falo de dor, não vos falo apenas de teorias. Nem me limito a recolher uma experiência de outros, quando vos confirmo que, se sentis, diante da realidade do sofrimento, que a vossa alma vacila algumas vezes, o remédio que tendes é olhar para Cristo. A cena do Calvário proclama a todos que as aflições hão-de ser santificadas, se vivermos unidos à Cruz.

Porque as nossas tribulações, cristãmente vividas, se convertem em reparação, em desagravo, em participação no destino e na vida de Jesus, que voluntariamente experimentou, por amor aos homens, toda a espécie de dores, todo o gênero de tormentos. Nasceu, viveu e morreu pobre; foi atacado, insultado, difamado, caluniado e condenado injustamente; conheceu a traição e o abandono dos discípulos; experimentou a solidão e as amarguras do suplício e da morte. Ainda agora, Cristo continua a sofrer nos seus membros, na Humanidade inteira que povoa a Terra e da qual Ele é Cabeça, Primogênito e Redentor'.
                                                                                                                      (É Cristo que Passa)