quarta-feira, 17 de agosto de 2022

'QUÃO TARDE TE CONHECI!...'

 


O Santo Cura de ArsSão João Maria Vianney, fez num dos seus mais belos e magníficos sermões, a alegoria da lenda da vida e morte de Santo Aleixo de Roma com a presença real de Jesus Cristo no Sacramento da Eucaristia:

Santo Aleixo pertencia a uma família muito rica. Abandonando voluntariamente os seus muitos bens, por amor de Deus, deixou o conforto do palácio da família para ir morar longe e viver como um mendigo pedindo esmolas. Depois de muitos anos, ele voltou para a sua cidade natal, magro e desfigurado pelas penitências que fizera. Sem se revelar, pediu e recebeu abrigo no mesmo palácio dos seus pais. Por dezessete anos morou ali, debaixo de uma das escadas da imponente construção, anônimo e em troca da prestação de alguns serviços humildes.

Quando Aleixo morreu, a sua mãe reconheceu que tratava-se do seu filho há tanto tempo fora de sua convivência quando, na hora de embalsamar o corpo daquele humilde serviçal, reconheceu nele algumas marcas de nascença. Em meio a uma dor imensa, exclamou: 'Meu filho, quão tarde te conheci...!'.

Jesus está conosco, muito próximo de nós, vivendo em algum vão de escada ou no anonimato das ruas. Nos rostos enfeados, nos trajes miseráveis, nos pedintes de má sorte e hábitos sujos, não conseguimos ver ou reconhecer o rosto do 'Filho'. E Ele está junto de nós, e ainda muitíssimo mais perto, em cada Santa Eucaristia, e no Tabernáculo Santo. E passamos por Ele e não o vemos; e passamos por Ele, e não o reconhecemos; e, passamos por Ele, e não o encontramos. Um dia, a alma, diante de Deus, vai contemplar em si mesma a cegueira de tantas graças eucarísticas desperdiçadas, e também, incensada de infinita tristeza, haverá de também exclamar: 'Ó Meu Jesus, quão tarde te conheci...!'.