O hino O Gloriosa Domina constitui a sequência final do hino devocional Quem Terra, Pontus, Aethera - cuja autoria é atribuída a Venantius Fortunatus (530-609), bispo de Poitiers, comumente utilizado nas leituras da Liturgia das Horas. Este pequeno hino constitui um verdadeiro breviário de mariologia, pois exalta o papel de Nossa Senhora como co-redentora da humanidade na sua terceira estrofe (assinalada em negrito em vermelho). Muito conhecido no passado, era rezado por muitos santos, sendo a obra preferida de Santo Antônio de Pádua, que o aprendeu por sua mãe e que o cantava desde tenra idade e, inclusive, na hora da morte, tendo sido a recitação do hino as suas últimas palavras nesta vida. Ainda hoje, como homenagem, os devotos rezam e cantam este hino diante do túmulo do santo.
O Gloriosa domina,
excelsa super sidera,
qui te creavit provide,
lactas sacrato ubere.
Ó gloriosa Senhora,
mais excelsa que as estrelas,
alimentastes no sagrado peito
Aquele que vos criou.
Quod Eva tristis abstulit,
tu reddis almo germine;
intrent ut astra flebiles,
sternis benigna semitam.
O que Eva infeliz nos frustrou
pela semente de vosso ventre reparais
ao reabrir propícia para as estrelas errantes
o caminho para o reino dos Céus.
Tu regis alti ianua
et porta lucis fulgida;
vitam datam per Virginem,
gentes redemptae, plaudite.
Vós sois o pórtico do Céu,
o portal de luz resplendente;
ó homens remidos, louvai
a Virgem que vos legou a vida.
Patri sit Paraclito
tuoque Nato gloria,
qui veste te mirabili
circumdederunt gratiae. Amen.
Com o Pai e o Paráclito
seja dada toda glória ao vosso Filho,
que com magnífica veste
vos revestistes toda de graças. Amém.
(tradução do autor do blog)