Grandes homens são aqueles que, pela elevação, profundidade e extensão do seu gênio, abraçam imensos horizontes no mundo da verdade; aqueles que conhecem as ciências, os homens e as coisas não superficialmente, mas em seus princípios, em seus fins e em sua natureza íntima; aqueles que conhecem não só a matéria, mas também o espírito que é indizivelmente superior à matéria; aqueles que não só conhecem o homem, mas também o anjo; não só a criatura, mas também o Criador; homens que sabem não só o que existe aquém do túmulo, mas também o que deve existir além dele; conhecem não um ou outro fato isolado, mas o conjunto dos fatos; não uma lei isolada mas todo o sistema da criação, donde fazem sair inesperadas e luminosas aplicações para o bem da humanidade. Eis o gênio, eis o Pai da Igreja. Por mais célebres que sejam as notabilidades atuais em química, em física, em mecânica ou na indústria, eles nem são gênios e nem grandes homens. O homem que não abrange com sua vista mais que uma lei secundária da harmonia universal, não merece o nome de gênio; porque, não dizemos ser um grande músico ao que não sabe tirar senão um único som de seu instrumento, mas àquele que harmoniosamente faz soar nele todas as cordas.
(Monsenhor Gaume)