quinta-feira, 11 de setembro de 2014

AS DOZE CONSOLAÇÕES DO PURGATÓRIO


1 - As almas estão em uma contínua união com Deus.

2 - Estão perfeitamente submissas à sua vontade, ou para melhor dizer, a sua vontade está por tal forma transformada na de Deus, que só podem querer o que Deus quer; de forma que, se o paraíso lhes estivesse aberto, antes quereriam precipitar-se no inferno do que aparecer diante de Deus com as manchas que ainda notam em si.

3 - Purificam-se aí, voluntária e amorosamente, porque tal é o agrado divino. As almas que estão no purgatório, estão aí, sem dúvida, pelos seus pecados, pecados que detestaram e detestam soberanamente; mas, quanto à objeção e pena que lhes fica de estarem postas neste lugar e privadas por algum tempo do gozo do bem aventurado amor do paraíso, sofrem-no amorosamente e pronunciam com devoção o cântico da justiça divina: 'Vós sois justo, Senhor, e os vossos juízos são cheios de equidade'.

4 - Querem permanecer da forma que agradar a Deus e por todo o tempo que Ele quiser.

5 - São invencíveis e não podem ter o menor movimento de impaciência, nem cometer a menor imperfeição.

6 - Amam a Deus mais do que a si mesmas e que tudo, com um amor completo, puro e desinteressado.

7 - São consoladas pelos anjos.

8 - Estão certas de sua salvação com uma esperança que as não pode enganar.

9 - A sua penosa amargura tempera-se com uma profunda paz.

10 - Se é uma espécie de inferno, quanto a dor, é um paraíso, quanto a doçura que derrama a caridade mais forte do que a morte, mais poderosa do que o inferno e cujas lâmpadas são fogo e chamas.

11 - Feliz estado, mais desejável do que temível, pois que as suas chamas são chamas de amor.

12 - Temíveis no entanto, porque retardam o termo de toda a consumação, que consiste em ver a Deus e amá-lo, e, por esta vida e amor, louvá-lo e glorificá-lo por toda a duração da Eternidade. 

(...) Apesar destas vantagens, o estado destas almas é muito doloroso e em verdade digno de compaixão, e além disso, retardam a glória que renderão a Deus no céu. Estes dois motivos devem mover-nos a procurar-lhes um pronto livramento, por nossas orações, jejuns, esmolas e toda espécie de boas obras, mas particularmente pela oferta do sacrifício da Santa Missa.

(Pensamentos Consoladores, de São Francisco de Sales)