domingo, 19 de maio de 2013

DOMINGO PARA A ETERNIDADE

MEDITAÇÕES ETERNAS PARA CADA DIA DA SEMANA 
(Santo Afonso de Ligório)

Atos de preparação às meditações

1. Alma minha reaviva tua Fé, porquanto te achas diante de teu Deus. Adora-O profundamente.

2. Humilha-te aos pés de Deus e peça-Lhe, do fundo do coração, perdão.

DOMINGO - O FIM DO HOMEM

1. Considera que o inferno não tem fim: padecem-se nele todas as penas, e todas são eternas. De maneira que passarão cem anos daquelas penas, passarão mil, e o inferno estará como se então principiasse! Passarão cem mil anos, cem milhões, mil milhões de anos e de séculos, e o inferno continuará a ser o mesmo que no primeiro dia. Se um anjo levasse agora a um condenado a notícia de que Deus queria tirá-lo do inferno quando houvessem decorrido tantos milhões de séculos quantas são as folhas das árvores, as gotas de água do mar e os grãos de areia da terra; tu ao sabê-lo ficarias atônito e horrorizado diante desse prodigioso número de séculos passados nos tormentos. 

E, não obstante, é indubitável que aquele condenado acolheria tal notícia com mais satisfação do que tu, se te anunciassem que tinhas sido feito monarca de um grande reino. Sim; porque diria o condenado: 'É verdade que hão de decorrer tantos séculos; chegará, porém, um dia em que hão de acabar'. Mas ai! Passarão todos esses séculos e o inferno estará em seu princípio; multiplicar-se-ão tantas vezes quantas são as gotas de água, os grãos de areia e as folhas das árvores, e o inferno não terá diminuído absolutamente nada. Qualquer condenado contentar-se-ia com que Deus lhe aumentasse suas penas e as prolongasse quanto Lhe aprouvesse, contanto que afinal tivessem um termo: mas este termo não o terão jamais. 

Se pudesse ao menos o pobre condenado enganar-se a si mesmo, iludir-se e dizer: 'Quem sabe? Talvez Deus um dia tenha piedade de mim, e me tire do inferno!' Mas não: o réprobo terá sempre diante de seus olhos gravada a sentença da sua condenação eterna e não poderá deixar de dizer: 'Todas estas penas que sofro agora, este fogo, estas tribulações, estes clamores não acabarão jamais? Não. E quanto tempo durarão? Durarão sempre. Sempre!' Ó sempre! Ó jamais! Ó eternidade! Ó inferno! Como? Os homens creem em ti e pecam? E continuam sempre vivendo no pecado? 

2. Meu irmão, acautela-te; pensa que também para ti há inferno, se pecares. Já está acesa a teus pés aquela formidável fogueira, e agora mesmo, ai! quantas almas estão caindo nela! Reflete que, se tu também lá caíres, não poderás jamais sair. Se alguma vez mereceste o inferno, dá graças a Deus por não te haver precipitado nele, e prontamente remedeia o mal que fizeste, enquanto te é possível. Chora os teus pecados, põe em execução os meios apropriados à tua salvação, confessa-te frequentemente, lê este ou outro livro espiritual todos os dias, como todos os dias em honra de Maria, por quem deves ter particular devoção, recitarás o Rosário, e jejuarás todos os sábados; resiste às tentações invocando repetidas vezes os doces nomes de Jesus e Maria, foge das ocasiões de pecar e se, além disto, Deus te dá vocação para abandonares o mundo, faze-o prontamente. 

Tudo quanto se faça para evitar uma eternidade de penas é pouco, é nada. Nunca serão exageradas as nossas precauções para nos assegurarmos uma eternidade feliz. Vê quantos anacoretas, para se livrarem do inferno, têm-se internado nas grutas e nos desertos! E tu que fazes, depois de ter merecido tantas vezes o inferno? Que fazes? Não vês que a tua condenação está iminente? Volta-te para Deus e dize-lhe: 'Eis-me aqui, Senhor: quero fazer tudo o que de mim quiserdes'. Maria, auxiliai-me. 

Fruto I. Lembrar-me-ei desta verdade frequentemente: Tudo acaba e depressa, exceto a eternidade. 
Fruto II. Se sentir alguma dificuldade em fazer o bem ou em resistir ao mal, direi a mim mesmo: tudo é pouco para adquirir a felicidade eterna.