sábado, 15 de julho de 2023

DOUTORES DA IGREJA (XVII)

17Santo Hilário de Poitiers, Bispo (†367)

Doutor da Divindade de Cristo

Concessão do título: 1851 - Papa Pio IX

Celebração: 13 de janeiro (Memória Facultativa)

 Obras e Escritos 

  • Commentarius in Evangelium Matthaei - Comentário ao Evangelho de Mateus
  • Tractatus super Psalmos - Tratado sobre os Salmos
  • Tractatus mysteriorum - Tratado sobre os Mistérios
  • De Trinitate Libri - Tratado sobre a Santíssima Trindade
  • De synodis (ou De fide Orientalium) - Sobre os Sínodos (a fé da Igreja do Oriente)
  • Contra Constantium Augustum liber - Contra o Imperador Constantino (Livros I e II)
  • Adversus Arianos - Contra os Arianos (confrontação ao arianismo no Oriente)
  • Hinos

sexta-feira, 14 de julho de 2023

FRASES DE SENDARIUM (IV)


‘Ao entardecer desta vida, seremos examinados no amor’

                                                                                                                                (São João da Cruz)

Senhor, concedei-me a graça de colocar em prática o amor que tenho pelas vossas coisas e ser um instrumento vivo do vosso infinito amor pelos homens

quinta-feira, 13 de julho de 2023

ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO


Espírito Santo, divino paráclito, pai dos pobres, consolador dos aflitos, santificador das almas, eis-me aqui prostrado na Vossa presença; adoro-vos com a mais profunda submissão, e repito mil vezes com os serafins que estão diante do Vosso trono: 'Santo! Santo! Santo!' Creio firmemente que sois eterno, da mesma substância do Pai e do Filho. Espero que, pela Vossa bondade, santificareis e salvareis a minha alma. Amo-vos, ó Deus de amor; amo-vos mais do que todas as coisas, com todos os meus afetos, porque sois a bondade infinita, única digna de todo o meu amor. Insensível às vossas santas inspirações, quantas vezes, tive a ingratidão de vos ofender: peço-vos mil vezes perdão e pesa-me sumamente vos ter desagrado, ó Bem supremo! 

Ofereço-vos o meu coração, frio como é, e vos suplico façais nele entrar um raio da vossa luz, uma centelha do vosso amor, para derreter o gelo tão duro das minhas iniquidades. Vós, que enchestes de imensas graças a alma de Maria, e abrasastes com zelo santo os corações dos apóstolos, dignai-vos também de abrasar no vosso amor o meu coração. Vós sois um Espírito divino, fortificai-me contra os maus espíritos; sois Fogo, acendei em mim o fogo do vosso amor; sois Luz, esclarecei-me fazendo que eu conheça as coisas eternas; sois uma Pomba, dai-me costumes puros; sois Sopro cheio de doçura, dissipai as tempestades que as paixões levantam em mim; sois uma Língua, ensinai-me a maneira de vos louvar sem cessar; sois uma Nuvem, cobri-me com a sombra da vossa proteção. 

Enfim, sois o Autor de todos os dons celestes: eu vos conjuro, vivificai-me pela vossa graça; santificai-me pela vossa caridade, governai-me pela vossa sabedoria, adotai-me como filho pela vossa bondade e salvai-me pela vossa infinita misericórdia, para que não cesse jamais de vos bendizer, louvar e amar, primeiro na terra durante a minha vida e depois no céu por toda a eternidade. Assim seja.

 Vinde, ó Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis
e acendei neles o fogo sagrado do vosso amor!

(Excertos da obra 'As Mais Belas Orações de Santo Afonso', do Pe. Saint-Omer)

quarta-feira, 12 de julho de 2023

O DOGMA DO PURGATÓRIO (LIX)

  

Capítulo LIX

Auxílio às Santas Almas - São Malaquias no Mosteiro de Claraval - Irmã Zenaide - São José de Anchieta e a Missa de Réquiem

Não podemos deixar de contar a graça especial que a grande caridade de São Malaquias para com as santas almas lhe proporcionou. Um dia, estando na companhia de várias pessoas piedosas e conversando familiarmente sobre assuntos espirituais, chegaram a falar do seu último fim. 'Se' - disse ele - 'a escolha fosse dada a cada um de vós, a que hora e em que lugar gostaríeis de morrer?' A esta pergunta, um mencionou uma certa festa, outro uma tal hora e outro ainda, em tal lugar. Quando chegou a vez de o santo exprimir o seu pensamento, disse que não haveria lugar de seu maior agrado de terminar a sua vida do que no Mosteiro de Claraval, sob a direção de São Bernardo, a fim de poder gozar imediatamente do benefício dos sacrifícios daqueles fervorosos religiosos; e quanto a hora, preferia, o dia de Finados, para poder tomar parte em todas as missas e em todas as orações oferecidas em todo o mundo católico pelos fiéis defuntos.

Este seu piedoso desejo foi satisfeito em todos os detalhes. Estava a caminho de Roma para visitar o Papa Eugênio III quando, chegando a Claraval um pouco antes do dia de Finados, foi acometido por uma grave doença que o obrigou a permanecer naquele santo retiro. Compreendeu logo que Deus tinha ouvido as suas preces e exclamou como o profeta: 'Este é o meu repouso para todo o sempre; aqui habitarei, porque o escolhi' (Salmo 131). De fato, no dia seguinte, dia de Finados, enquanto toda a Igreja rezava pelos defuntos, ele entregou a sua alma nas mãos do Criador.

'Conhecemos' - diz o Abade Postel - 'uma santa religiosa chamada Irmã Zenaide que, afligida por uma doença terrível por vários anos, pediu a Nosso Senhor a graça de morrer no Dia de Finados, para o qual sempre tivera grande devoção. Seu desejo foi concedido. Na manhã do dia 2 de novembro, depois de dois anos de sofrimentos suportados com verdadeira coragem cristã, ela começou a entoar um hino de ação de graças e calmamente expirou alguns momentos antes da celebração das missas.

Sabemos que na liturgia católica há uma Missa Especial pelos defuntos; é celebrada com paramentos negros e é chamada de Missa de Réquiem. Pode-se perguntar: esta missa é mais proveitosa para as almas do que qualquer outra? O Sacrifício da Missa, não obstante a variedade de suas cerimônias, é sempre o mesmo Sacrifício infinitamente santo do Corpo e Sangue de Jesus Cristo mas, como a Missa pelos Defuntos contém orações especiais para as almas dos falecidos, ela oferece também uma ajuda especial para elas, pelo menos naqueles momentos em que as leis litúrgicas permitem que o padre celebre trajado de preto. Esta opinião, fundamentada na instituição e na prática da Igreja, é confirmada por um fato que lemos na Vida do Venerável Padre José Anchieta.

Este santo religioso, justamente apelidado de Taumaturgo do Brasil, tinha, como todos os santos, grande caridade para com as santas almas do Purgatório. Um dia, na Oitava de Natal, tempo no qual a Igreja proíbe a celebração de Missas de Réquiem, precisamente no dia 27 de dezembro, festa de São João Evangelista, este homem de Deus, para grande espanto de todos, subiu ao altar com paramentos negros e ofereceu o Santo Sacrifício pelos defuntos. O seu superior, padre Nóbrega, conhecendo a santidade de Anchieta, não duvidou que tivesse recebido uma inspiração divina; no entanto, para remover de tal conduta o caráter de irregularidade que parecia ter, repreendeu o santo sacerdote na presença de todos os irmãos. 'Como foi isso, padre' - disse a ele - 'você não sabe que a Igreja proíbe a celebração da missa em paramentos negros no dia de hoje? Você esqueceu a liturgia?'

O bom padre, bastante humilde e obediente, respondeu com respeitosa simplicidade que Deus lhe havia revelado a morte de um sacerdote da Companhia. Este padre, seu colega de estudos na Universidade de Coimbra, e que nessa altura residia na Itália, no Colégio da Santa Casa de Loreto, falecera naquela noite. 'Deus' - revelou ele - 'tornou-me isso conhecido e deu-me a entender que eu deveria oferecer o Santo Sacrifício em sua intenção imediatamente e fazer tudo ao meu alcance para o repouso de sua alma'. 'Mas' - disse então o Superior - 'como você sabe que a missa celebrada hoje será de algum benefício para ele?' Anchieta respondeu simplesmente: 'Imediatamente após ter feito a memória dos defuntos, quando disse estas palavras: A Vós, Deus Pai Todo-Poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e glória!, Deus me mostrou a alma desse querido amigo, libertada de todos os seus sofrimentos, elevando-se ao Céu para receber a sua coroa de glória'.

Tradução da obra: 'Le Dogme du Purgatoire illustré par des Faits et des Révélations Particulières', do teólogo francês François-Xavier Schouppe, sj (1823-1904), 342 p., tradução pelo autor do blog.

terça-feira, 11 de julho de 2023

AS TRÊS VIDAS DE UM HOMEM COMUM


O católico comum - o comum dos homens que vive neste mundo com o firme propósito de viver a sua vida como criatura de Deus e que, por muitas e variadas vezes, se esquece disso - tem três vidas. Três vidas de dimensões e naturezas absolutamente distintas e incomuns. Três vidas.

A primeira vida deste homem comum é a sua história neste mundo. Uma vida feita comumente pela fuligem do tempo de algumas e poucas décadas. De idas e vindas e, sobretudo, de tropeços e atalhos. Uma vida moldada pelos sentidos e pelos sentimentos e quase sempre muitíssimo incompleta, vacilante e firmada em valores condicionalmente divinos e incondicionalmente humanos.

A segunda vida é fruto da primeira quando tangida pela misericórdia de Deus. É uma vida inteira movida pela provação e pela certeza. Não há mais a incerteza e a insensatez da primeira vida. Definitivamente não. Não há mais proveito da graça do livre arbítrio e nem os frutos das boas intenções ou das boas obras. Há apenas o sustento do dano a ser reparado que não tem mais uma magnitude do tempo. Parece ser sempre nunca, mas se tem a certeza de que termina um dia. Na primeira vida, é quase livre pensamento de que este seria um tempo de curta duração; na segunda vida, vive-se um tempo que pode ter a dimensão de um limiar ou ultrapassar em muito os limites da vida humana. Em um ou outro caso - em quaisquer casos - sempre vai ter a duração além de uma ou de muitas outras primeiras vidas. 

A terceira vida é eterna. Indescritível por palavras humanas por não ser humana. Apenas visível e sem contratempos de tempo, lugar ou circunstâncias. Eternamente divina. 

Os santos e os réprobos não têm a segunda vida. Os santos porque a temeram em cada instante de suas primeiras vidas. Os réprobos não a têm porque gastaram uma vida inteira neste mundo buscando perder a Deus no tempo e na eternidade. E terão, por isso e tão somente, uma morte eterna.

segunda-feira, 10 de julho de 2023

FRASES DE SENDARIUM (III)

 

'Nada nos assemelha mais a Deus
que o estar sempre dispostos a perdoar'

(São João Crisóstomo)


Sabe onde podem ficar retidas todas as nossas amarguras?
Nas muralhas gigantescas de um simples gesto de perdão...

domingo, 9 de julho de 2023

EVANGELHO DO DOMINGO

   

'Bendirei eternamente vosso nome, ó Senhor!(Sl 144)

Primeira Leitura (Zc 9,9-10) - Segunda Leitura (Rm 8,9.11-13)  -  Evangelho (Mt 11,25-30)

 09/07/2023 - Décimo Quarto Domingo do Tempo Comum

33. AOS MANSOS E HUMILDES DE CORAÇÃO


Deus prometeu as alegrias eternas aos que são mansos e humildes de coração: 'Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração' (Mt 11, 29). Estes serão chamados realmente de Filhos de Deus: 'Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus' (Mt 5,9). Eis a virtude da excelência cristã, chamada Virtude do Cordeiro - a amada virtude de Jesus Cristo. Porque, como um cordeiro sem ira e sem queixa alguma, Ele suportou as dores de Sua Paixão e Crucificação, como exemplo a ser seguido. Bem aventurados os que se submetem pacificamente a todas as cruzes, infortúnios, perseguições e injúrias desta vida!

São estes os chamados 'pequeninos' por Jesus, diante os 'sábios' e 'entendidos' do mundo. O entendimento e a sabedoria, o estudo e a cultura geral, são valores essencialmente bons e agradáveis a Deus, desde que não se transformem em orgulho humano e em pilares da soberba científica. Entendimento e sabedoria são frutos da graça divina, dadas ao homem para a ascensão ao encontro da glória de Deus, e não como compartimentos ou domínios fechados da jactância humana. Deus fecha a estes o caminho das grandes revelações sobrenaturais.

Jesus chama a todos, para a conversão perfeita dos humildes de coração: 'Vinde a mim, todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso' (Mt 11, 28). Chama todos a Ele, todos os que estão curvados pelas cruzes do mundo, pelos infortúnios da vida, pelo peso do pecado. As instabilidades e as misérias da vida quebrantam a nossa fé e fazem oscilar a nossa vocação cristã em meio às vertigens do mundo; a Cruz de Cristo é a luz que nos permite emergir da escuridão e das trevas do pecado.

Humildade e mansidão são os frutos da fé e da generosidade despojada daqueles que seguem a Jesus: 'Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração' (Mt 11, 29). O caminho da santificação é talhado pela prática destas virtudes e, por meio delas, encontraremos o descanso, a paz e as alegrias eternas, como pequeninos acolhidos às graças do Senhor: 'o meu jugo é suave e o meu fardo é leve' (Mt 11, 30).